Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga


Pequena súbdita
Menina de Hampi percorre a alameda em frente de um dos templos hindus mais elevados da velha Vijayanagar.
Vista de outros tempos
Fachada amarelada pelo sol poente de um dos muitos edifícios disseminados pelos arredores de Hampi.
À margem do Tungabhadra
Barqueiros conversam enquanto não chegam mais clientes à sua pequena doca improvisada.
De saída
Visitantes indianos de Hampi deixam um dos templos em ruínas do velho reino de Vijayanagar.
Com Hampi no coração
Jovem vendedor exibe livros forográficos de Hampi, em frente a um dos principais - e mais elevados - templos hindus do velho reino de Vijayanagar.
Relevo à Arte
Relevo esculpido numa parede de um templo secundário do antigo reino de Vijayanagar, nos arredores de Hampi.
À espera de passageiros
Barqueiro muçulmano de uma coracle (barcaça redonda) contempla o cenário do rio Tungabhadra, a principal artéria fluvial de Hampi.
Sortido Garrido
Banca com colorantes em pó de cores fortes no centro de Hampi Bazaar.
De molho
Búfalos protegem-se do calor intenso que se faz sentir em Hampi, nas águas escuras do Tunghabadra.
Lavandeiras hindus
Mulheres nativas de sari lavam roupa num braço do rio Tunghabadra, também usado por búfalos, pescadores e pela população de Hampi em geral.
Vislumbre Dourado
Ruína de um edifício secular do império de Vijayanagar, escondida por detrás de uma floresta de coqueiros.
SiS Security
Segurança indiano protege um templo de Hampi em restauração, com entrada entre duas estátuas danificadas de elefantes.
Hora de embarque
Passageiros preparam-se para embarcar numa grande barçaca coracle que os levará a atravessar o rio Tungabhadra.
Torre do Tempo
Um torreão amarelado pelo sol e pelos séculos, destaca-se contra o céu azul sobre o território rochoso de Hampi.
Paciência de Indiano
Casal tentar desenrodilhar redes de pesca junto a um braço do rio Tungabhadra.
Diversão Fluvial
Miúdo banha-se no rio Tungabhadra, junto a uma barcaça coracle que usa como plataforma de mergulhos.
Coke, Sprite ou Mirinda ?
Vendedor de refrescos exibe boa disposição animado pelo bom negócio trazido por temperaturas escaldantes, em Hampi.
Um ocaso indiano
Dia termina sobre o cenário tropical mas rochoso do estado de Karnataka, em redor de Hampi.

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Nunca nos chega a parecer menos vasta a extremidade afunilada do subcontinente. Nem as terras interiores do estado de Karnataka porque nos aventuramos, depois de termos já tocado o limiar meridional em bico da Índia.

As viagens, intermináveis e desconfortáveis, continuavam a desgastar-nos a condizer. Quase seis horas de Ooty para Mysore. Três horas de Mysore para Bangalore. Nove horas e meia, mais uma vez ferroviárias de Bangalore para Hozeit. Meia-hora de rickshaw daqui para Hampi, o destino que perseguíamos e a que chegamos em óbvio sofrimento gástrico, depois de uma refeição descuidada de tempuras numa das estações de comboio caóticas por que tínhamos transitado.

Nos 30 minutos derradeiros do percurso, o cenário foi-se tornando mágico à medida que o triciclo mal motorizado agonizava pelas terras rochosas de Vijayanagar. Estamos no pino do Verão indiano, se assim lhe podemos chamar. O céu sempre azul nada atenuava o calor abrasivo reflectido de volta para cima pelo solo de pedra.

Mowgli, o rapaz feral do Livro da Selva pouco tinha que ver com estas paragens inóspitas. Mesmo assim, a pousada barata que tínhamos escolhido para nos hospedarmos fora baptizada em sua honra.  Ansiávamos o aconchego do duche e da cama como a criança de Rudyard Kipling desejava o ventre felpudo da mãe-loba Racsha.

O rickshaw passa por entre os templos altivos do centro real de Hampi e só se detém perante o caudal lodacento do rio Tungabhadra. “Bom, eu tenho que ficar por aqui” atalha o condutor munido da força das evidências. “Agora, vocês têm que atravessar naqueles barcos”.

Indagamo-nos se devido ao cansaço, se ao mal-estar, por mais que examinássemos a zona ribeirinha, falhávamos em avistar qualquer embarcação. O motorista não desistiu. “Estão, ali, mais abaixo. Avancem um pouco e já vêem”.

Mesmo algo desconfiados, assim fazemos. Só na iminência da beira-rio inferior encontramos, por fim, uma frota de cascas de nozes gigantes, coracles, assim lhe chamavam os barqueiros ávidos por facturarem com os recém-chegados passageiros.

Como qualquer estreante a bordo de tais barcaças, estranhamos o embarque bamboleante e ainda mais a navegação pouco ou nada hidrodinâmica que prolonga a travessia. Protegido do sol por uma jilaba e turbante, ambos brancos, que contrastavam com a pele da face torrada, o barqueiro rema de um lado ao outro sem dizer palavra e sempre com ar de poucos amigos. Não tardaríamos a descobrir que nos tinha cobrado o triplo da tarifa, sem dano digno de registo, já que o preço tabelado era de algumas dezenas irrelevantes de rupias.

Pouco depois, damos entrada na guest-house Mowgli que se desvenda dispersa por várias cabanas entre coqueiros frondosos, espécies de palhotas sobredimensionadas  e com a decoração e o apetrechamento esperado por qualquer viajante descontraído.

Descansamos e tentamos recuperar da catástrofe alimentar a que nos tínhamos sujeitado no dia anterior mas a indisposição só se agravava. Nessa noite que entretanto caiu, em vez de paz e descanso, somos prendados com a descoberta arrepiante de que a guest-house estava completamente lotada de mochileiros israelitas.

De diversas voltas pela Terra, conhecíamos bem a sua fama algo soberba e egoísta tanto para com nativos como para outros viajantes. Também o quanto a sua presença nos iria muito provavelmente afectar. A confirmá-lo, a rave não tardou a começar. Para nosso desespero, durou quase toda a madrugada.  

Por forma a compensarmos os prejuízos causados pelo ribombar psicadélico e pela gritaria, dormimos pela manhã fora. Ao deixarmos pela primeira vez o acolhimento agridoce da Mowgli, assola-nos a certeza que estão uns 45º. Nem esse forno nos demove de alugarmos bicicletas e nos fazermos à grande Hampi.

Voltamos a cruzar o rio, numa outra barcaça e já pela tabela. Do lado de lá, circulamos pelo centro sagrado de Hampi Bazaar, entre os enormes templos piramidais hindus e jainistas em que os sucessivos regentes do império Vijayanagar veneraram Shiva, Vishnu e outros deuses.

De 1343 a 1565, foi este um dos impérios mais poderosos do Mundo. Assim o testemunharam o aventureiro português Domingo Paes e o mercador de cavalos Fernão Nunes. É forte a probabilidade de que ambos se fartaram de tentar pronunciar correctamente a sua denominação, até que lhe passaram a chamar Bisnaga para contornar a chatice. Narraram em “Chronica dos Reis de Bisnaga” o fulgor civilizacional e o poderio do estado que, por essa altura, dominava grande parte do tráfico de especiarias do subcontinente e do oceano Índico ao largo e que se tornou o principal parceiro do Império Português no sul asiático.

Aos olhos de Domingos Paes, por volta de 1520, Vijayanagar prosperava a olhos vistos, financiada pela venda intensa das especiarias e pedras preciosas. Era comparável a Roma, rodeada de vegetação bem irrigada por aquedutos que traziam a água de lagos artificiais.

Hoje, pode faltar a Hampi Bazaar – o principal reduto comercial – a grandiosidade de outros tempos mas os vendedores envidam todos os esforços diplomáticos para se tornarem e à cidade mais prósperos.

A Sara aproveita. Consciente de que estamos a aproximar-nos do fim do périplo indiano, compra finalmente as calças garridas em tecido fino com que sonhava desde que as tinha visto em Goa. “Não tenho a sua medida em todas as cores.”, comunica a mercadora com desgosto. “Mas posso costurá-las e vêm buscar amanhã”. Assim fizemos e assim voltámos a renovar as relações comerciais indo-portuguesas tão prolíficas nos tempos áureos que antecederam Hampi. 

Logo após, circundamos os templos de Virupaksha e de de Vittala em que também entramos para admirar as incontáveis colunas trabalhadas, as pinturas e esculturas minuciosas e a gloriosa arquitectura hindu no seu todo.

Ainda e sempre em hiperventilação devido ao braseiro que se faz sentir em todo o estado de Karnataka, exploramos os velhos estábulos dos elefantes, os banhos da rainha e inúmeros outros edifícios e templos amarelados pelo passar dos séculos.

Ingressamos na estrada que atravessa o bairro islâmico de volta ao rio e em direcção à colina de Anjenadri de onde esperávamos obter uma vista bem panorâmica do conjunto. Mas, a determinada altura, nativos e visitantes indianos com que nos cruzamos acenam e gritam para não avançarmos mais, para regressarmos ao centro. “Há bandidos lá mais para cima!”, grita-nos uma senhora com postura brâmane. “Andam com espingardas e tudo!”

Estávamos conscientes de que até mesmo a pátria-mãe do misticismo e da espiritualidade tinha, de quando em quando, destas aberrações.

De acordo, invertemos marcha para paragens mais seguras, nas imediações do Tungabhadra. Ali, damos com um braço de rio estendido entre encostas repletas de pedregulhos. Depressa percebemos a  multifuncionalidade do charco profundo. Enquanto por lá repousámos, vários búfalos refrescavam-se quase submersos, como um miúdo que mergulhava repetidamente a partir de uma sua mini-coracle. Ao mesmo tempo, um casal de nativos com idade avançada pescava à rede, e jovens mulheres enroladas em saris folclóricos lavavam outras peças de roupa tão ou mais exuberantes.

Continuámos a dar ao pedal pela tarde fora. E, quanto mais apreciávamos de Hampi mais nos encantava constatar que, quase meio século depois da capitulação de Vijayanagar, a vida proliferava entre as ruínas deslumbrantes de Bisnaga.

Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Guwahati a Sela Pass, Índia

Viagem Mundana ao Desfiladeiro Sagrado de Sela

Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Chandor, Goa, Índia

Uma Casa Goesa-Portuguesa, Com Certeza

Um palacete com influência arquitectónica lusa, a Casa Menezes Bragança, destaca-se do casario de Chandor, em Goa. Forma um legado de uma das famílias mais poderosas da antiga província. Tanto da sua ascensão em aliança estratégica com a administração portuguesa como do posterior nacionalismo goês.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Visitantes nos Jameos del Água
Arquitectura & Design
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Saida Ksar Ouled Soltane, festival dos ksour, tataouine, tunisia
Cerimónias e Festividades
Tataouine, Tunísia

Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
Montanha da Mesa vista a partir de Waterfront, Cidade do Cabo, África do Sul
Cidades
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Capacete capilar
Cultura
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Em Viagem
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

História
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Victoria, capital, ilhas Seychelles, Mahé, Vida da Capital
Ilhas
Victoria, Mahé, Seychelles

De “Estabelecimento” Francófono à Capital Crioula das Seychelles

Os franceses povoaram o seu “L’Établissement” com colonos europeus, africanos e indianos. Dois séculos depois, os rivais britânicos tomaram-lhes o arquipélago e rebaptizaram a cidade em honra da sua rainha Victoria. Quando a visitamos, a capital das Seychelles mantém-se tão multiétnica como diminuta.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Enseada do Éden
Natureza

Praslin, Seychelles

 

O Éden dos Enigmáticos Cocos-do-Mar

Durante séculos, os marinheiros árabes e europeus acreditaram que a maior semente do mundo, que encontravam nos litorais do Índico com forma de quadris voluptuosos de mulher, provinha de uma árvore mítica no fundo dos oceanos.  A ilha sensual que sempre os gerou deixou-nos extasiados.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Vai-e-vem fluvial
Parques Naturais
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Património Mundial UNESCO
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Praia Balandra, México, Baja Califórnia, vista aérea
Praias
Playas Balandra e El Tecolote, Baja California Sur, México

Tesouros Balneares do Mar de Cortés

Proclamada, amiúde, a praia mais bonita do México, encontramos na enseada recortada de playa Balandra um caso sério de exotismo paisagístico. Em duo com a vizinha playa Tecolote, revela-se uma das beira-mares realmente imperdíveis da vasta Baixa Califórnia.
Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Religião
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
San Cristobal de Las Casas, Chiapas, Zapatismo, México, Catedral San Nicolau
Sociedade
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Macaco-uivador, PN Tortuguero, Costa Rica
Vida Selvagem
PN Tortuguero, Costa Rica

Tortuguero: da Selva Inundada ao Mar das Caraíbas

Após dois dias de impasse devido a chuva torrencial, saímos à descoberta do Parque Nacional Tortuguero. Canal após canal, deslumbramo-nos com a riqueza natural e exuberância deste ecossistema flúviomarinho da Costa Rica.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.