Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz


Para cá e para lá
Transeuntes cruzam-se no jardim do Parque Memorial da Paz de Hiroxima.
A Dome
Catedral A-Dome vista à distância, através do Cenotáfio Memorial.
A Resistente A Dome
A Dome no fundo do Jardim do Memorial da Paz.
Ruína A Dome
Pormenor da Cúpula A-Dome (Genbaku Dome), um edifício cuja estrutura resistiu à explosão da Little Boy, com epicentro a algumas centenas de metros.
De Passagem
Moradores passam em frente à Cúpula Genbaku, ruínas do único edifício que não foi arrasado pela explosão da Little Boy.
Cartas da Paz
Amigos jogam às cartas num banco do Memorial da Paz de Hiroxima
Monumento da Paz das Crianças
Monumento da Paz das Crianças, erguido no Memorial da Paz de Hiroxima.
A Destruição
Visitante do Museu do Memorial da Paz confronta a imagem de devastação de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica Little Boy.
A Hora
Visitantes do museu do Memorial da Paz observam a imagem de um relógio que parou à hora da explosão atómica sobre Hiroxima.
A aniquilação
Visitantes do Museu do Memorial da Paz contemplam a devastação de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica Little Boy.
Maquete da destruição
Maquete de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica
Metamorfose da A Dome
Painel explica a história da cúpula A-Dome, ruína do velho Salão Prefectural da Promoção Industrial de Hiroxima.
hiroxima-cidade-rendida-paz-japao-militar
Militar deixa o cenotáfio que abriga os nomes de todas as vítimas directas e indirectas do ataque nuclear a Hiroxima.
hiroxima-cidade-rendida-paz-japao-museu
Fachada do Museu do Memorial da Paz
A Bomb
Japonês lê o painel explicativo da cúpula A-Dome.
Rio Ota
Cenário de Hiroxima percorrida pelo Ota, um de vários rios que a atravessam.
Sino evocativo
Pormenor da data da tragédia num Sino da Paz, um dos muitos monumentos do Parque Memorial de Hiroxima.
Recreio abrigado
Crianças brincam nos Sinos da Paz, mais um dos monumentos do Parque da Paz de Hiroxima
Visita de Estudo
Estudantes convivem sentados no exterior do Museu do Memorial da Paz.
Visita ao passado
Filha de sobrevivente de Hiroxima visita o cenotáfio do Memorial da cidade.
Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.

Não fosse pelo seu passado marcante e nunca seria prioritária a descoberta desta urbe populosa do oeste de Honshu, a maior ilha do Japão.

Como qualquer forasteiro, chegamos intrigados quanto às cicatrizes históricas que viríamos encontrar. Estávamos conscientes que mais de seis décadas tinham decorrido desde a sua destruição massiva.

A chegada de comboio-bala (shinkansen) a uma estação sofisticada local que abrigava vários comboios similares dizia-nos mais do lado futurista do Japão. O cenário urbano em redor pouco ajudava.

Viagem de Eléctrico à Bordo do Passado de Hiroxima

Pedimos indicações para chegamos à paragem de autocarro. Um velho eléctrico verde e amarelo aproxima-se com o número que devemos apanhar. Quando subimos, viajamos, por fim, a bordo do passado da cidade.

A Hiroden, a companhia que os explora e aos autocarros da cidade, estabeleceu-se em 1910. No início de 1945, operava já dezenas de eléctricos. Apenas quatro sobreviveram à 2ª Guerra Mundial mas a construção de um metropolitano revelou-se demasiado dispendiosa (Hiroxima está situada num delta).

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Cenário de Hiroxima percorrida pelo Ota, um de vários rios que a atravessam.

De acordo, as autoridades optaram por reforçar os transportes à superfície. Compraram eléctricos antigos a cidades vizinhas. Hoje, combinam o seu serviço com o de outros mais modernos.

É fim de semana. Passamos por um estádio de basebol à pinha. Ao longe, vemos a réplica do castelo medieval da cidade. Mais cedo do que estimávamos, uma voz feminina de tom juvenil, à boa moda nipónica, anuncia-nos a paragem de saída.

Atravessamos a mesma avenida por que o eléctrico prosseguiu. Já do lado oposto, damos com o Parque do Memorial da Paz. E, numa absoluta solidão arquitectónica e temporal, com as ruínas da Cúpula de Genbaku, à beira do rio Aioi.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Moradores passam em frente à Cúpula Genbaku, ruínas do único edifício que não foi arrasado pela explosão da Little Boy.

O Bombardeamento Avassalador que Ditou o Término da 2ª Guerra Mundial

À época da explosão da bomba Fat Boy, este edifício funcionava como o Salão de Promoção Industrial de Hiroxima. A sua resistência à explosão continua a surpreender os cientistas.

Devido à intensidade do vento, a tripulação do B-29 Enola Gay falhou o alvo definido, uma ponte próxima do rio Aioi. A detonação da Little Boy deu-se a 580 metros do solo, como predeterminado, mas cerca de 240 metros ao lado do ponto escolhido.

Horas da detonação, Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Visitantes do museu do Memorial da Paz observam a imagem de um relógio que parou à hora da explosão atómica sobre Hiroxima.

Mesmo assim, a cerca de 100 metros de distância, estima-se que a pressão provocada sobre o edifício tenha sido de 35 toneladas por m².

Num raio de 2 km, quase nenhuma estrutura ficou de pé. A destruição generalizada verificou-se até 12 km².

Neste espaço e fora dele, entre 70 a 80 mil habitantes, (cerca de 30% da população de então) morreu de imediato. Outros tantos habitantes ficaram feridos. E sabe-se que o urânio (U235) utilizado era ineficiente e que só 1.68% do material presente na bomba fissionou.

Monumento da Paz das Crianças, Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Monumento da Paz das Crianças, erguido no Memorial da Paz de Hiroxima.

Outras cidades japonesas, incluindo Quioto foram consideradas alvos possíveis. Hiroxima viu-se condenada por acolher um importante arsenal do exército e um porto no seio de uma vasta área industrial urbana.

Para mais, era cercada de colinas o que contribuiria para aumentar os efeitos da explosão e convencer o Japão a render-se incondicionalmente, de acordo com a Declaração de Potsdam.

O Parque da Paz de Hiroxima. Um Memorial Verdejante de um Japão em Ruína

Atravessamos o rio e o parque verdejante.

Caminhamos entre grupos de crianças japonesas que as escolas fazem questão de levar ao memorial para as elucidar sobre o período mais tenebroso da história nipónica.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Vista do Parque Memorial de Paz de Hiroxima com a Cúpula A-Bomb ao fundo.

Como é de esperar, a inocência das suas idades impede-as de assimilar o significado daquele lugar. Muitas, entregam-se a brincadeiras endiabradas em redor dos monumentos e perturbam os pensamentos e as orações de visitantes que continuam a sofrer com a perda de familiares ou tão só da honra japonesa.

Entramos no museu. Por três longas horas, ficamos entregues ao silêncio lúgubre das suas salas, aos mapas, aos vídeos, aos vestígios distorcidos e transformados de outras formas pela explosão e seus efeitos. E aos cenários reconstituídos do terror vivido pela cidade.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Maquete de Hiroxima após o rebentamento da bomba atómica

Nesse tempo, a abundância de informação simplificada permite-nos também saber e compreender vários aspectos surpreendentes da tragédia: o facto de os radares japoneses terem detectado os aviões uma hora antes do bombardeamento e terem optado por não enviar caças para os tentar interceptar por serem apenas três e a força aérea nipónica precisar de poupar combustível.

Inteiramo-nos também do destino incrível de Eizo Nomura que sobreviveu a apenas 170 metros do hipocentro (hoje marcado no chão como um monumento) por se encontrar na cave de um edifício anti-sísmico de betão reforçado.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Pormenor da Cúpula A-Dome (Genbaku Dome), um edifício cuja estrutura resistiu à explosão da Little Boy, com epicentro a algumas centenas de metros.

E o drama comovente de Sadako Sakai, a menina que tinha dois anos quando se deu a explosão e a quem foi, nove anos depois, diagnosticada leucemia.

Sabe-se que Chizuko Hamamoto, a sua melhor amiga, a visitou no hospital. E que, a fazer fé na crença popular japonesa de que um cisne concederá um desejo a quem dobrar 1000 cisnes de origami, ofereceu a Sadako o primeiro.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Crianças brincam nos Sinos da Paz, mais um dos monumentos do Parque da Paz de Hiroxima

À data, Sadako tinha apenas um ano de vida. Diz-se que dobrou 644 cisnes de origami antes de falecer e que os seus amigos completaram os restantes e os enterraram junto com a menina.

A Sobrevivência Castigadas dos hibakuskas, os Vitimados de Hiroxima

Regressamos ao exterior. Encontramos duas idosas nipónicas em meditação junto à estátua das crianças da bomba atómica. Questionamo-nos se não serão hibakushas – sobreviventes do ataque nuclear. A sua idade e a sua postura compenetrada e comovida levam-nos a crê-lo.

Em 2010, o governo japonês reconhecia 227.565 hibakushas, em grande parte a viver ainda no Japão e, muitas, em Hiroxima.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Militar deixa o cenotáfio que abriga os nomes de todas as vítimas directas e indirectas do ataque nuclear a Hiroxima.

Destes, 1% sofriam de doenças causadas pela radiação. Todos os sobreviventes recebem um apoio financeiro mas o apoio médico e financeiro prestado aos últimos é especial. Como é especial, de uma forma negativa, o seu estatuto social encoberto.

Durante décadas, o desconhecimento acerca dos efeitos da radiação levou a que os hibakusha fossem discriminados por receio de contágio e hereditariedade das doenças. Essa questão desvaneceu-se à medida que as vítimas, todas idosas, faleceram.

Horas da detonação, Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Pormenor da data da tragédia num Sino da Paz, um dos muitos monumentos do Parque Memorial de Hiroxima.

A Quimera da Paz Nuclear Propagada pela Hiroxima em Paz

É outra das heranças problemáticas que Hiroxima tenta ultrapassar. Em 1949, por iniciativa do seu mayor, o parlamento japonês declarou Hiroxima Cidade de Paz.

Desde então, tornou-se numa sede apetecível para conferências internacionais sobre a paz e outros assuntos sociais. De acordo, a Universidade local fundou, em 1998, um Instituto da Paz de Hiroxima.

Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão

Amigos jogam às cartas num banco do Memorial da Paz de Hiroxima

À data deste texto, o edil actual de Hiroxima era o Presidente dos Mayors for Peace, uma organização que tem como fim mobilizar as cidades e os seus cidadãos para a abolição e eliminação de todas as armas nucleares até 2020.

E à data da última revisão do artigo, Maio de 2020, esse objectivo continuava por cumprir.

Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Coron, Busuanga, Filipinas

A Armada Japonesa Secreta mas Pouco

Na 2ª Guerra Mundial, uma frota nipónica falhou em ocultar-se ao largo de Busuanga e foi afundada pelos aviões norte-americanos. Hoje, os seus destroços subaquáticos atraem milhares de mergulhadores.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
DMZ, Dora - Coreia do Sul

A Linha Sem Retorno

Uma nação e milhares de famílias foram divididas pelo armistício na Guerra da Coreia. Hoje, enquanto turistas curiosos visitam a DMZ, várias das fugas dos oprimidos norte-coreanos terminam em tragédia
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Hué, Vietname

A Herança Vermelha do Vietname Imperial

Sofreu as piores agruras da Guerra do Vietname e foi desprezada pelos vietcong devido ao passado feudal. As bandeiras nacional-comunistas esvoaçam sobre as suas muralhas mas Hué recupera o esplendor.
Taiwan

Formosa mas Não Segura

Os navegadores portugueses não podiam imaginar o imbróglio reservado a Formosa. Passados quase 500 anos, mesmo insegura do seu futuro, Taiwan prospera. Algures entre a independência e a integração na grande China.
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

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Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

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Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
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À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
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O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

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Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
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Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
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Aventura
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Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Danca dragao, Moon Festival, Chinatown-Sao Francisco-Estados Unidos da America
Cerimónias e Festividades
São Francisco, E.U.A.

Com a Cabeça na Lua

Chega a Setembro e os chineses de todo o mundo celebram as colheitas, a abundância e a união. A enorme sino-comunidade de São Francisco entrega-se de corpo e alma ao maior Festival da Lua californiano.
Bonaire, ilha, Antilhas Holandesas, ABC, Caraíbas, Rincon
Cidades
Rincon, Bonaire

O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Parada e Pompa
Cultura
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Em Viagem
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Skyway cruza o Vale de Jamison
Étnico
Katoomba, Austrália

As Três Irmãs das Montanhas Azuis

Situadas a oeste de Sydney, as Blue Mountains formam um dos domínios mais procurados pelos ozzies e estrangeiros em busca de evasão. Atrai-os a beleza natural vista de Katoomba, os penhascos afiados das Three Sisters e as cascatas que se despenham sobre o vale de Jamison. À sombra deste frenesim turístico, perdura a habitual marginalização das origens e da cultura aborígene local.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

História
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
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Ilhas
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
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Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Natureza
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Cavalgada em tons de Dourado
Parques Naturais
El Calafate, Argentina

Os Novos Gaúchos da Patagónia

Em redor de El Calafate, em vez dos habituais pastores a cavalo, cruzamo-nos com gaúchos criadores equestres e com outros que exibem para gáudio dos visitantes, a vida tradicional das pampas douradas.
Forte Galle, Sri Lanka, Ceilão Lendária Taprobana
Património Mundial UNESCO
Galle, Sri Lanka

Nem Além, Nem Aquém da Lendária Taprobana

Camões eternizou o Ceilão como um marco indelével das Descobertas onde Galle foi das primeiras fortalezas que os portugueses controlaram e cederam. Passaram-se cinco séculos e o Ceilão deu lugar ao Sri Lanka. Galle resiste e continua a seduzir exploradores dos quatro cantos da Terra.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Cândia, Dente de Buda, Ceilão, lago
Religião
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
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A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
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Vida Quotidiana
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A Cidade Malgaxe da Boa Educação

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Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
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África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
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Voos Panorâmicos
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Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.