Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia


Contraste finlandês
Recanto envolto em neve e gelo do porto de Marjaniemie
Doca Gelada
Embarcações no porto gelado de Marjaniemi.
Salva-vidas
Bóia estrategicamente colocada para situações de emergência, durante o Verão e o período traiçoeiro do degelo.
Estação de Serviço v Hailuoto
Bombas de combustÍvel perdidas e inactivas, em Marjaniemi.
Rasto Curvo
Trilhos deixados por uma moto de neve, sobre a beira-mar gelada da ilha de Hailuoto.
O peixe de Make
Make mostra um dos muitos peixes que pesca todas as manhãs.
Iliris em Volvo
Iiris aguarda pelo pÔr-do-sol no seu carro, em Marjaniemi.
A Mota de Make
Make e um vizinho tentam libertar a moto de neve que o primeiro enterrou numa vala oculta.
Pontão disfarçado
Pontão perdido na paisagem de gelo da ilha em Marjaniemi, ilha de Hailuoto.
Hailuoto Rosada
Dia termina de forma exuberante na ilha gelada de Hailuoto
Uma Fonte de peixe
Buraco no golfo gelado de Bótnia e uma protecção contra o vento forte que torna a tarefa ainda mais dolorosa.
Hailuoto Rosada II
Moínho de madeira sobressai do cenário crespuscular de Hailuoto.
Almoço de Hailuoto
Prato de peixe acabado de pescar, puré vegetais, uma refeição simples mas nutritiva da pousada-restaurante Kievari.
Cross-esqui
Sampo Marjaniemi esquia por uma estrada da ilha de Hailuoto.
A Rede
Sampo desenrola a linha que permitirá puxar a rede sob o gelo.
Casal à Pesca
Sampo e Iiris recolhem os peixes capturados sob as águas geladas do Golfo de Bótnia.
Mãos no Peixe
As mãos nuas de Sampo retiram peixes da rede estendida por debaixo da superfície gelada.
Os passos de Sampo
Sampo prepara-se para escavar o buraco que lhe permitir retirar os peixes da longa rede.
Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.

Não conseguimos evitar um ligeiro engolir em seco face ao último dos reparos de Iris: “o homem já não me queria deixar passar à vinda mas lá se deixou convencer.

Vamos outra vez agora mas duvido que amanhã ainda seja possível voltar por aqui. Vêem essas rachas e poças nas extremidades? Querem dizer que a superfície está a ficar demasiado frágil. Por isso estão prestes a fechá-la.”

A Travessia para a ilha de Hailuoto por uma Estrada em Degelo

Percorríamos a estrada de gelo oficial mais longa da Finlândia que, durante o longo Inverno, liga o continente à Ilha de Hailuoto sobre as águas pouco salgadas do Golfo de Bótnia que o frio intenso desta latitude solidifica com relativa facilidade.

Perguntamos à condutora se, com toda a tecnologia nórdica, não tinham inventado ainda um qualquer sistema para corrigir aquelas falhas e garantir o uso da estrada por mais tempo. A resposta leva-nos ao cerne da alma alternativa e contraditória de Hailuoto. “Não, não existe máquina nenhuma desse tipo.

Depende tudo da meteorologia. Há, no entanto, uma discussão já com vários anos sobre a construção de uma ponte. Muitas pessoas da ilha estão contra.

Querem mantê-la isolada e tranquila. Mas umas boas centenas trabalham em Oulu. Se forem de ferry, demoram 1h30. São 3 horas por dia em deslocação e isto quando não têm que esperar porque o ferry só leva 6 carros.

Pontão gelado, ilha de Hailuoto, Finlândia

Pontão perdido na paisagem de gelo da ilha em Marjaniemi, ilha de Hailuoto.

Questionamos porque essas pessoas não se mudam para Oulu. Iiris assegura que já não trabalha em Oulu mas que nem assim para lá voltaria e passa a explanar uma série de vantagens da sua nova vida insular com destaque para a segurança suplementar, para a tranquilidade e autonomia.

Desde o pequeno-almoço no hotel de Oulu que estamos com ela. Sabemos que uma outra razão de coração teve influência no retiro.

O Deus Sampo e o Sampo da Ilha de Hailuoto e de Liris

“Fizeram a viagem do “Sampo?”  Eu também tenho o meu próprio Sampo. Vão gostar de o conhecer”.

Segundo a mitologia finlandesa, sampo era um artefacto mágico difícil de qualificar mas que trazia boa sorte ao seu possuidor. Tinha sido construído por Seppo Ilmarinen, um espécie de deus rapaz, ferreiro, eterno martelador da mitologia finlandesa.

Mais a norte, em Kemi, “Sampo” foi também o nome dado a um quebra-gelo que deixou de ser útil para abrir caminho às embarcações cada vez mais largas a sulcar o Golfo de Bótnia e, por isso, adaptado por uma empresa para pequenos percursos turísticos demonstrativos do seu poder fragmentador e da beleza da paisagem marítima gelada.

Armazens, ilha de Hailuoto, Finlândia

Recanto envolto em neve e gelo do porto de Marjaniemi.

Entramos na ilha de Hailuoto. Entre florestas de coníferas polvilhadas pela neve e campos agrícolas enregelados, chegamos à pequena fazenda do casal. Iiris entra em casa. Pouco depois, regressa acompanhada do seu quebra-gelo cara metade. Sampo não faz jus à analogia.

Uma Ida à Pesca à Moda da Ilha de Hailuoto e do Árctico

Começa por se mostrar intimidado pela presença destes forasteiros do sul e pouco fala enquanto reúne o que necessita para a manhã de pesca à rede que íamos acompanhar. O tempo na região manteve-se sempre sub-árctico. Em breve, à sua maneira, o anfitrião conceder-nos-ia um tratamento bem mais caloroso.

Metemo-nos os quatro na carrinha Volvo do casal, também carregada de instrumentos rurais e de pelos de animais. Um curto percurso conduz-nos de novo ao litoral congelado.

Iiris prepara uma fogueira para nos despertar de uma certa inércia matinal com café e bolachas.

Enquanto isso, Sampo regressa a casa para recuperar algo de que se havia esquecido e esperamos por Make Valimaki, um amigo da família e um dos verdadeiros pescadores profissionais da ilha.

Sampo demora-se. Make, pelo contrário, aproxima-se a grande velocidade na sua mota de neve, sobre a superfície resistente mas nevada do golfo.

Sampo Marjaniemi à pesca, ilha de Hailuoto, Finlândia

Sampo desenrola a linha que permitirá puxar a rede sob o gelo.

Viramos-lhe as costas por momentos para responder a um qualquer repto de Iiris. Quando menos esperamos, ouvimos estalar os troncos e galhos de uma sebe natural.

A Chegada Acidentada de Make

Entusiasmado com a sensação de liberdade sugerida pela ligeireza e pelo branco sem fim, o aventureiro tinha decidido meter-se terra adentro por uma abertura paralela ao trilho normal.

Para seu infortúnio, a neve acumulada camuflava uma vala. Foi essa a última paragem do snowmobile, que ficou atascado entre árvores juvenis.

Make entrou em choque. Como qualquer um faria, tentou emendar a mão antes que o incidente chamasse demasiada atenção mas, malgrado a sua enorme estatura, depressa percebeu que ia necessitar de ajuda.

Juntamo-nos aos seus esforços inglórios. Por largos minutos, escavamos enormes blocos de neve da vala para abrir uma trajectória de escape para a mota. Tudo em vão.

Sampo aparece finalmente com algumas pás. E um vizinho cinquentão, com força hercúlea, completa a equipa de salvamento. Enquanto manipula o volante o acelerador da mota, Make auto-insulta-se e roga pragas à sua falta de discernimento.

Incidente com mota de neve, ilha de Hailuoto, Finlândia

Make e um vizinho tentam libertar a moto de neve que o primeiro enterrou numa vala oculta.

Mais cedo do que esperava, o grupo liberta-o daquela inusitada humilhação para uma foto comemorativa e para a já muito atrasada pescaria.

Por Fim, a Pesca Sob o Gelo da Ilha de Hailuoto

Agradecido, sobre a mota-de-neve também incólume, o finlandês organiza então um vai-e-vem que nos poupa a caminhadas extenuantes com neve pelos joelhos, até ao local em que Sampo mantinha as redes.

Quando lá chegamos, o nativo instala um toldo rudimentar que o protege do vento cortante, cava um buraco redondo e descobre uma das pontas da longa malha estendida sob o gelo.

Sampo Marjaniemi e Liris Poukkanem à pesca, ilha de Hailuoto, Finlândia

Sampo e Iiris recolhem os peixes capturados sob as águas geladas do Golfo de Bótnia.

Sampo veste uma camisola de pesca típica da ilha de Hailuoto que termina numas luvas do mesmo tom beije com os dedos cortados.

Sem vestígio de pieguice, mete as mãos na água frígida e começa a puxar a rede, retirando os peixes nela emaranhados.

Sampo Marjaniemi pesca à mão, ilha de Hailuoto, Finlândia

As mãos nuas de Sampo retiram peixes da rede estendida por debaixo da superfície gelada.

A Vida Alternativa da Ilha de Hailuoto

Make conhece o ofício de cor. “Durante 15 anos, fui engenheiro da Nokia. Só que, em 2012, fartei-me de vez das viagens sem fim e de toda a instabilidade.”

A ruptura foi tal que, mesmo consciente das suas habilitações e do salário generoso, optou por se retirar com a esposa tailandesa para a vida da ilha de Hailuoto que, como Sampo e Iiris considerava bem mais genuína e honesta que a subjugação corporativa predominante nas maiores cidades finlandesas. Também na ilha encontrou forma de subsistência.

Há muito que os restaurantes de Oulu e arredores pagavam bom dinheiro pelo peixe fresco. Make não esteve para meias medidas.

Comprou 1 km de redes e passou a vender as centenas de espécimes que recolhia todas as manhas, desde que a meteorologia o permitisse.

Make Valimaki exibe peixe, ilha de Hailuoto, Finlândia

Make mostra um dos muitos peixes que pesca todas as manhãs.

Começamos a tarde a degustar a iguaria numa mesa da Kievari, uma pousada-restaurante acolhedora de Hailuoto. Durante o repasto, surge um casal de vizinhos e amigos que viajavam com frequência para Goa. “Qual é mesmo o teu apelido?” perguntam. “Pereira?” Ah sim, já me lembro. É esse mesmo. Ainda o usam muito! Vamos voltar para lá em Abril.”

Prato peixe com puré, ilha de Hailuoto, Finlândia

Prato de peixe acabado de pescar, puré vegetais, uma refeição simples mas nutritiva da pousada-restaurante Kievari.

Um Périplo Frígido pelo Inverno da ilha de Hailuoto

Depois do almoço, Sampo e Make retornam aos seus afazeres. Iiris conduz-nos a Marjaniemi, uma península-doca da ilha que, malgrado o cenário frígido e inóspito, a anfitriã nos assegura ser uma praia divinal no Verão.

Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia

Embarcações no porto gelado de Marjaniemi.

O sol mergulha sobre o horizonte. Aquece ligeiramente os tons dos barcos de pesca em doca gelada e uma outra haste de vegetação que resiste ao Inverno implacável.

“Estas botas estão-me a falhar.” confessa-nos. “Tenho que ir a casa trocá-las. Estou com os pés encharcados.”

Pelo caminho, o lusco-fusco instala-se e tinge o céu de magenta. Passamos por alguns velhos moinhos de madeira e, por eles enfeitado, o cenário encanta-nos a dobrar. Pedimos à condutora para nos abandonar à beira da estrada e nos recuperar quando tivesse resolvido o problema do calçado.

moinho tradiciona, ilha de Hailuoto, Finlândia

Moínho de madeira sobressai do cenário crespuscular de Hailuoto.

Nesse tempo, ainda sem raquetes de neve, resistimos a uma caminhada cruel com a neve quase pela cintura, só para chegarmos mais próximo das estruturas.

O Regresso Acolhedor ao Lar Rural

Quando Iiris nos resgata da berma, estamos de rastos. O regresso ao lar e o convívio descontraído no curral compartimentado em que ela, Sampo e a filha Elli criam porcos, ovelhas, cabras, galinhas e outras espécies menos usuais, surge como uma recompensa e faz-nos perder dois ferries de regresso.

O casal convida-nos ainda para o conforto do seu lar e brinda-nos com chávenas de chá revigorantes. Faz-se tarde e o cansaço aperta mas conversamos sobre a ilha e os seus projectos de eco-turismo até ao limite.

Iiris reclama as últimas energias e leva-nos ao barco seguinte e a Oulu. Aproveita a viagem para contar outras peripécias da vida do casal em Hailuoto.

Liris Poukkanen, ilha de Hailuoto, Finlândia

Iiris aguarda pelo pôr-do-sol no seu carro, em Marjaniemi.

A sua desinibição volta a parecer-nos bem mais latina que nórdica. Soa, no entanto, com o ritmo tranquilo e vagaroso com que os finlandeses aprendem a falar e hipnotiza-nos.

”Sabem que quando conheci o Sampo, estava sempre preocupada com a consanguinidade aqui da ilha. Como devem calcular, antes não existiam estas estradas nem os ferries. Isolados na ilha de Hailuoto, sempre foi inevitável que, de uma forma ou de outra, tudo ficasse mais ou menos em família.

Envolvemo-nos depressa mas a última coisa que queria era ter filhos com problemas. Até que ele me disse que a mãe dele era do continente. Foi tudo o que precisava de ouvir. Agora temos a vida que queremos.

Ceu rosado, ilha de Hailuoto, Finlândia

Dia termina de forma exuberante na ilha gelada de Hailuoto

Com todas as contas e mensalidades a acumularem-se, claro que não é fácil mas pelo menos lutamos à nossa maneira e, apesar de vivermos com um certo afastamento, gostamos muito de mostrar a ilha aos visitantes.”

Iiris conduz o carro para bordo do ferry. A embarcação zarpa para a imensidão álgida do Golfo de Bótnia. Três derradeiras horas e esta recém-convertida à ilha de Hailuoto estará de novo a salvo das luzes excessivas de Oulu e das agruras sociais da Finlândia cínica e competitiva.

Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
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Pelas Terras Moçambicanas do Chá

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Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
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Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Natureza
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Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Terraços de Sistelo, Serra do Soajo, Arcos de Valdevez, Minho, Portugal
Parques Naturais
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do “Pequeno Tibete Português” às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Avestruz, Cabo Boa Esperança, África do Sul
Património Mundial UNESCO
Cabo da Boa Esperança - Cape of Good Hope NP, África do Sul

À Beira do Velho Fim do Mundo

Chegamos onde a grande África cedia aos domínios do “Mostrengo” Adamastor e os navegadores portugueses tremiam como varas. Ali, onde a Terra estava, afinal, longe de acabar, a esperança dos marinheiros em dobrar o tenebroso Cabo era desafiada pelas mesmas tormentas que lá continuam a grassar.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Sombra vs Luz
Religião
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
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Sobre Carris
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Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Uma espécie de portal
Sociedade
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A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
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Vida Selvagem
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.