PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka


Em 2ª Classe
Passageiros de 2ª Classe do comboio Ella - Kandy.
Frescura Tropical
Banhistas cingaleses refrescam-se nas quedas d'água de Ravona.
A Caminho do Campo
Camponesa conduz duas vacas pelo cimo ferroviário da Nine Arches Bridge.
Uma Ponte com 9 Arcos
Composição cruza a Nine Arches Bridge, a poucos km da estação de Ella.
O Chefe da estação
O chefe da estação ferroviária de Ella, no seu gabinete.
Modo de espera
Família cingalesa aguarda na estação ferroviária de Ella.
Comboios humanos
Passageiros saem da estação de Ella sobre os carris.
Plantacao cha-Sri Lanka
Um retalho das plantações de chá vastas de ambos os lados da linha na zona entre Ella e Kandy.
Uma Plateia a Bordo
Passageiros apreciam a vista das portas e janelas do comboio.
Em 2ª Classe
Passageiros de 2ª Classe do comboio Ella - Kandy.
Passageiros à janela-comboio Ella Kandy-Sri Lanka
Passageiros refrescam-se de janelas abertas e fora das janelas.
O caminho mais óbvio
Pedestre caminha pela linha à saída da estação de Nanu Oya.
Um arejar arriscado
Passageiros debruçam-se para o exterior da composição, à entrada de um túnel.
A Máquina Motriz
Locomotiva à saída da estação de Nanu Oya.
Passageiros dependurados-Comboio Ella Kandi-Sri Lanka
Passageiros dependurados da composição detida numa estação.
Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.

Passámos a madrugada e o início da manhã às voltas na floresta do PN Yala, à procura dos seus sempre elusivos leopardos.

Por volta do meio-dia, donos e senhores de fotografias mal-amanhadas de espécimes demasiado distantes ou demasiado escondidos, voltamos à companhia do motorista Ari e inauguramos o trajecto que nos levaria a Ella.

Passamos por Kataragama, por Sella e pelo templo hindu local em que os fiéis louvam Lord Ganesh. Cumpridos alguns quilómetros na mesma estrada, cruzamo-nos com elefantes de verdade, entretidos a devorar frutas de árvores à beira do asfalto.

Em Buttala, flectimos para oeste. Uns minutos depois, Ari anuncia-nos Wellawaya e, não tarda, a primeira paragem digna desse nome: “Pronto, já cá estamos em Buduruwagala.

Este é um dos santuários budistas mais antigos e importantes do Sri Lanka. Eles costumam fechar cedo, por isso viemos mais depressa e directos. Divirtam-se, vou estar por aqui.”

Monge Budista, esculturas de Buduruwagala, Sri Lanka

Monge budista de visita às esculturas milenares de Buduruwagala.

Escala em Buduruwagala, um Santuário Budista Milenar

Não que fosse necessário mas a sequência Sella-Kataragama – Buduruwagala voltava a evidenciar-nos a complexidade religiosa da nação singalesa.

À hora tardia em que damos entrada no espaço de Buduruwagala, o reduto natural envolvente parecia por nossa conta.

Milenar, o monumento consiste em sete imagens esculpidas lado a lado, na face de um grande rochedo enegrecido pelo tempo. Seis delas surgem alinhadas ao lado de um buda Avalokitesvara agora embranquecido, a maior escultura de Buda do Sri Lanka. Crê-se que uma delas represente Tara, a consorte de Buda.

Um passar de olhos mais atento pela superfície ampla do rochedo prova-nos que tínhamos afinal companhia. Num recanto, cada qual sentado sobre sua rocha arredondada, dois monges budistas admiravam as esculturas.

Por respeito à sua paz reverente, mantivemo-nos à distância mas quando um deles caminhou sobre a laje de pedra na base do monumento e se prostrou na base do grande Buda a rezar, aproveitamos para enriquecer as imagens que dali levávamos com uma preciosa escala e relação humana.

Os monges não tardaram a debandar. Pressionados pelo percurso que ainda tínhamos pela frente, seguimos-lhes o exemplo.

A Ascensão Lenta e Sinuosa para Ella

Aos poucos, deixamos as terras planas do sul e inauguramos uma ascensão sinuosa e vagarosa para os mil metros de altitude de Ella. Pelo caminho, a selva de montanha adensava-se a olhos vistos. Irrigavam-na incontáveis veios que conduziam de volta ao Índico a água despejada pelas persistentes chuvas.

Devagar devagarinho, retidos por sucessivos camiões Tata (mas não só), atingimos um meandro da estrada atravessado por um desses riachos, frequentado por dezenas de cingaleses saídos de autocarros de excursão com pinturas exuberantes.

Banhistas cingaleses, Ravona, Sri Lanka

Banhistas cingaleses refrescam-se nas quedas d’água de Ravona.

O Deleite Melodramático das Ravana Falls

Ari detém o carro. Aconselha-nos a redobrarmos cuidados ao caminharmos sobre as pedras polidas que ladeavam o curso íngreme das quedas d’ água acima, as Ravana Falls.

“Todos os anos aí escorrega alguém e já vários turistas, até estrangeiros, acabaram por morrer. Trinta e seis até agora, acreditem ou não. As autoridades já deviam ter feito alguma coisa a este lugar… “

Malgrado o dramatismo do alerta, dedicamo-nos a admirar e a registar mais que as quedas d’água em si, o frenesim balnear que os cingaleses de visita ali geravam, entregues a aturados banhos de sari ou de tanga (consoante o género) sob repuxos caídos de pequenos tanques, ou em convívios bem-dispostos nas lagoas então quase rasas abastecidas pelas cascatas.

Atentos como nós às tropelias e comoções dos banhistas, macacos sinicas felpudos endémicos do Sri Lanka espreitavam as melhores oportunidades para furtarem os petiscos e posses dos primos humanos desatentos.

Ella já só distava cinco quilómetros, vinte minutos de derradeiras curvas e contracurvas. Por essa altura, o despertar madrugador começava a cobrar-nos o seu preço. Como o reclamava também a Ari.

De acordo, regressámos ao carro e completámos o percurso até à guest house recôndita em que tínhamos reservado estada.

Instalamo-nos e damos ao motorista, a liberdade porque tanto ansiava, com o compromisso doloroso de nos voltar a apanhar às oito da manhã.

Camponesa e vacas, Nine Arches Bridge, Sri Lanka

Camponesa conduz duas vacas pelo cimo ferroviário da Nine Arches Bridge.

A Epopeia Ferroviária do Trecho Ferroviário Ella – Kandy

A essa mesma hora, metemos as malas na bagageira do carro, após o que Ari nos deixou à entrada de um desvio que conduzia a um vale cruzado pelos carris do trajecto ferroviária Ella-Kandy. Sabíamos que o comboio passava sobre uma ponte da era colonial, a Ponte dos Nove Arcos.

Após uma descida por caminho de cabras para o nível dos carris. Instalamo-nos num lugar privilegiado para o apreciarmos. No processo, atravessaram a também chamada Ponte no Céu sucessivos camponeses, alguns deles conduziam vacas.

Por fim, por volta das 9h20, o comboio apareceu da curva dissimulada que antecede a estrutura. Primeiro, uma locomotiva longa e poderosa.

Aos poucos, as onze carruagens puxadas pela máquina, o conjunto de um azul-claro que se destacava do panorama vegetal-tropical em redor.

Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka

Composição cruza a Nine Arches Bridge, a poucos km da estação de Ella.

Estávamos longe de ser os únicos dedicados àquele programa. Noutras ladeiras subsumidas na vegetação, sobre varandas e terraços feitos panorâmicos de restaurantes e pousadinhas em redor, vários outros estrangeiros admiravam o filme ferroviário.

Breve Convívio com a Autoridade Cingalesa

De um lado e do outro da ponte, dois polícias enfiados nas tradicionais fardas cingalesas cor-de-mostarda controlavam os movimentos dos forasteiros de maneira a evitar que as suas desventuras fotográficas terminassem em tragédia.

Após descermos do poiso instável que havíamos escolhido, sentamo-nos num bar improvisado na floresta, entre a ponte e o túnel que seguia. Lá bebemos duas lassis à conversa com J.M.W.S Karunarathne e A.W.M Nandasena, o duo da autoridade destacado para a ponte.

Revigorados pelo descanso e pelo iogurte-refresco, seguimos carris-a-fora até à estação de Ella, meros 2km dali, e onde subiríamos a bordo do comboio.

Como já esperávamos, os lugares em turística e em 2ª Classe com assento marcado estavam esgotados. Compramos bilhetes para 2ª Classe Normal e sujeitamo-nos ao imprevisto.

A Fascinante Estação de Ella

Durante a nova espera pelo comboio, fizemos da vida da estação de Ella, uma deliciosa viagem cultural.

Enfiamo-nos no gabinete pitoresco do chefe da estação e fotografamo-lo, orgulhoso do seu posto, sob fotos emolduradas do presidente do Sri Lanka, com uma bandeirinha cingalesa sobre a sua secretária de mogno.

Chefe de estação ferroviária Ella, Sri Lanka

O chefe da estação ferroviária de Ella, no seu gabinete.

Examinámos com inevitável curiosidade étnico-religiosa, a entrada na plataforma de uma família muçulmana, as suas três mulheres cobertas por chadares negros.

Entretanto, o surgimento súbito da composição interrompeu as brincadeiras de um grupo de amigos indianos sobre os carris e gerou uma disputa frenética pela beira da plataforma.

Por Fim, a Bordo e a Caminho

Mais confusão menos confusão, conseguimos instalar-nos à porta de uma das carruagens que o absoluto relaxamento da empresa ferroviária estatal do Sri Lanka nos permitiu – como a tantos outros jovens passageiros acrobatas – manter abertas, a servir de poleiros e de arejamento providencial aos vendedores de comida que caminhavam de uma ponta à outra da composição sem descanso.

Passageiros, Comboio Ella Kandy, Sri Lanka

Passageiros de 2ª Classe do comboio Ella – Kandy.

O comboio fluía com a suavidade comprometida pelos muitos meandros impostos pela serrania e pelos sucessivos túneis que a perfuram.

O trecho inicial do percurso fez-se por uma selva algo ressequida, antecedida por bananeiras e papaeiras da beira-linha.

A determinada altura, já numa altitude superior, passa a fluir entre plantações de chá vastas e ondulantes, as mesmas aperfeiçoadas pelos colonos britânicos e que continuam a produzir e a exportar o famoso chá do Ceilão, como é o caso da reputada e infindável Edinburgh State.

Badulla, Ohiya, Pattipola, Ambewela, as estações sucediam-se.

A cada paragem, a composição renovava as suas gentes, os saris, as camisas lustrosas dos homens, os sacos, trouxas e embrulhos atirados de ambos os lados das carruagens com a habitual emergência e audácia destas paragens sobrelotadas.

Dois miúdos pintarolas recém-subidos a bordo encantam-se com a nossa comoção fotográfica.

Sem pejo ou cerimónias reclamam-nos a atenção com poses e mais poses estilosas atrás de sorrisos juvenis e dos óculos baratuchos a fingir de aviador.

Nestes e noutros entreténs, não damos pela chegada à paragem em que Ari nos esperava. Só o aviso estridente comunicado, via altifalantes, pelo chefe de estação nos salva de prosseguirmos a em vão.

Desembarque Antecipado em Nanu Oya

Tínhamos já percorrido a secção realmente imperdível do trecho Ella-Kandy que o Lonely Planet classificou de forma sensacionalista como “A Viagem de Comboio Mais Bela do Mundo”. De acordo, em boa parte devido conselho de Ari, saímos em Nanu Oya.

Não encontramos o motorista nem à primeira nem à segunda. Desistimos de o procurar.

Vemos os moradores da povoação caminharem sobre os carris como se de um trilho se tratasse e emulamos-lhes os passos asulipados. Acabamos a fotografar a composição vermelha que tínhamos abandonado a atravessar uma outra ponte local.

Ari apareceu do nada. Ou melhor – assim calculávamos – de mais um dos seus frequentes masala chais. Voltámos ao carro híbrido em que nos conduzia e ao asfalto.

Eram duas da tarde. Kandy distava 85km, três horas no pior dos casos. Alertamos Ari de que íamos continuar sem pressas, com as paragens necessárias, nem que chegássemos de noite. Dito e feito.

Duas da Tarde: Hora da Descoberta do Chá Cingalês

Cruzamos Nuwara Eliya, outra hill station pós-colonial repleta de chá, no momento, coberta por um manto de névoa que irrigava as plantações verdejantes.

Uns quilómetros adicionais para norte, detemo-nos na fábrica de chá Glen Loch, também ela sintomática da predominância colonial escocesa destas paragens.

Ari estaciona e deixa-nos entregue à guia de serviço, Shiva Kala de seu nome, uma cingalesa senão deusa da destruição, do tempo e da morte (como os deuses que tinham inspirado o seu baptismo) pelo menos, divinal; a mulher mais bonita e encantadora que tínhamos encontrado no Sri Lanka, concordamos pouco depois, sem demasiados atritos.

Seguimo-la e às suas narrativas sorridentes. Cheiramos folhas de chá verde. Comparamos com outras tostadas, do negro. Provamos uma série de infusões aromáticas e espreitamos a loja bem abastecida de caixas e saquinhos com designs apelativos.

Éramos os últimos visitantes da fábrica, numa tarde que se tornara chuvosa.

Os Derradeiros Quilómetros para Kandy

Calculamos que, sorrisos à parte, Shiva Kala deveria estar desejosa de nos trocar pela família e fazemos-lhe a vontade.

Chegamos a Kandy às oito e um quarto da noite, hora tardia que deixou Ari apreensivo quanto às jornadas que estavam por vir. Para compensar, deixámo-lo levar-nos a um hotel em que se poderia hospedar de graça. Arrependemo-nos em três tempos.

Fosse como fosse, estávamos em Kandy, coração do Ceilão, na Cidade-Reino histórica que Portugal nunca conseguiu subjugar e que, a partir do século XVII e da conquista holandesa do forte de Galle, precipitou o colapso do Ceilão Português,

Siliguri a Darjeeling, Índia

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Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
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Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

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No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
Unawatuna a Tongalle, Sri Lanka

Pelo Fundo Tropical do Velho Ceilão

Deixamos a fortaleza de Galle para trás. De Unawatuna a Tangale, o sul do Sri Lanka faz-se de praias com areia dourada e de coqueirais atraídos pela frescura do Índico. Em tempos, palco de conflito entre potências locais e coloniais, este litoral é há muito partilhado por mochileiros dos quatro cantos do Mundo.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
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O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Visitantes nos Jameos del Água
Arquitectura & Design
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

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Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
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A Base Terrestre da Guerra das Estrelas

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Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
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Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
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Personagens
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O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
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Praias
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Sociedade
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.