Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal
Padrão
Padrão no cimo do Monte Brasil, com vista sobre Angra do Heroísmo.
Arte urbana e Vida
Transeuntes passam em frente a um fachada decorada com arte de rua, da cidade.
Prainha e Centro Histórico
Linhas e cores do litoral do centro histórico de Angra do Heroísmo.
Os Passos de Camões
Estátua de monumento a Luís de Camões, sobre uma passadeira dos seus próprios versos.
Fachada da Misericórdia e o Obelisco
O amarelo do Alto da Memória em contraste com o azul da Igreja da Misericórdia.
Brasão 5 Quinas
Ilhéu das Cabras
Vista a partir do Monte Brasil, com o Ilhéu das Cabras à distância.
Jardim Duque da Terceira e Casario
Casario secular de Angra do Heroísmo, como visto do cimo do Alto da Memória.
Arquitectura Terceirense
Torres gémeas de uma igreja acima de todos os telhados de Angra do Heroísmo.
Fonte Nova
Transeuntes contornam um a fonte modernista instalada junto à Igreja da Misericórdia.
Telhados Portugueses
O casario harmonioso que contribuiu para que a UNESCO decretasse Angra do Heroísmo Património da Humanidade.
Esplanada Estrelada
Calçada artística e o arvoredo tornam mais sedutora um quiosque-esplanada da cidade.
Marina Lotada
A marina tranquila mas à pinha de Angra do Heroísmo.
Caminhadas
Transeuntes percorrem uma ladeira murada nas imediações da Igreja da Misericórdia.
O Obelisco da Memória
Trabalhos de pintura no obelisco da Memória.
Ladeira Património Mundial
Rua elegante e inclinada da capital da ilha Terceira, Angra do Heroísmo.
Vitrais vs Beirais
A cidade em parte vista com tonalidades elegantes de vitrais.
Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Texto: Marco C. Pereira
Imagens: Marco C. Pereira-Sara Wong
O tempo passou.
Com ele, foi-se a vida do amarelo-torrado do obelisco do Alto da Memória. Cientes da importância do lugar e do monumento, para Angra do Heroísmo e para Portugal, as autoridades lembram-se de lhe devolver o brilho.
Quando chegamos ao seu cimo relvado, cinco pintores munidos de escadas, repetem pinceladas cuidadosas.
Abundam as linhas e arestas em relevo pelo que o trabalho requer tanto jeito quanta paciência.
Para norte e o interior da ilha, o céu providenciava um fundo branco denso.
Na direcção oposta, sobre a enseada abrigada ao sul a cidade rejeitava a nebulosidade. Amornava sob os sucessivos laivos do sol ainda vigoroso de Setembro.
O limiar murado do outeiro prenda-nos com a vista do casario de Angra, daquele ângulo, sobretudo telhados de barro, o mais portugueses possível. Não só.
Antecedia-o, logo abaixo, um horto salpicado de palmeiras, com um quê de tropical que se o Jardim Duque da Terceira contíguo adensava.
A leste e ao poente, a envolverem esse Éden luxuriante, surgiam duas casas de Deus magnificentes, a fachada e as torres gémeas da igreja de Nª Srª de Carmo num duelo de reverência arquitectónica secular com as da Nª Srª da Guia.
Outras igrejas, outras torres, inúmeros solares, palacetes, edifícios apalaçados e filas de prédios repetem-se até às estradas Gaspar Corte-Real e Pêro de Barcelos, à Prainha e à Marina d’Angra, já sobre o Atlântico.
Formam uma urbe harmoniosa, resultado de meio milénio de planeamento ortogonal, mais que isso, resplandecente de uma prosperidade e fausto que a omnipresença clerical contribuiu para uniformizar.
Hoje, aqui e ali, enriquecidos com obras de arte de rua que não deixam ninguém indiferente.
A Fundação e Urbanização Exemplar de Angra do Heroísmo
Desde, pelo menos 1474, que os colonos da metrópole se empenham em aprimorar o seu refúgio no Atlântico do Norte.
Álvaro Martins Homem e João Vaz Corte-Real, os primeiros Capitães Donatários de Angra, esmeraram-se e deram o exemplo. Decorridos quatro anos, Angra passou a vila. Sessenta anos depois, tornou-se a primeira povoação dos Açores a ascender a cidade.
O vigor do Cristianismo local acompanhou o do urbanismo. Nesse mesmo ano de 1534, o Papa Paulo III emitiu a bula Aequum reputamus e decretou a Diocese de Angra, com jurisdição religiosa sobre as restantes ilhas açorianas. Compreende-se, assim, melhor, a profusão de igrejas, catedrais, Impérios do Divino, capelas e afins.
A devoção que as gentes da cidade e da ilha Terceira preservam por Deus e que, fruto da diáspora açoriana, contribuíram para globalizar.
O Merecido Estatuto de Cidade Património Mundial
Cumpridos vinte minutos de contemplação e deslumbre, descemos à beira-mar da terra angrense, às ruas elegantes do centro histórico que, a condizer, a UNESCO declarou, em 1983, Património Mundial.
Caminhamos em redor do Palácio dos Capitães Generais, que os Jesuítas ergueram como Colégio com Pátio de Estudos mas que, em 1776, pouco depois da expulsão da ordem da Ibéria, o primeiro Capitão-General dos Açores, D. Antão de Almada apalaçou e ajustou a propósitos administrativos e militares.
Haveria de servir como Paço Real, em duas ocasiões distintas.
De Paço em Paço, descemos para os do Concelho, sobranceiros à Praça Velha e à calçada branca e negra, padronizada, que ali faz de xadrez humano.
Num movimento característico de rainha, avançamos Rua Direita abaixo, em busca de outra igreja emblemática de Angra, a da Misericórdia, da Marina sobrelotada da cidade e da sua baía balnear preferida, a Prainha.
Loja Basílio Simões: Legado Pitoresco da História Comercial de Angra do Heroísmo
Pelo caminho, reparamos na fachada da loja Basílio Simões, listada online como supermercado mas em que identificamos um misto de grémio com mercearia.
O interior, orgânico, de madeira, prateleiras envidraçadas, caixas de cartão a servir de expositores adicionais.
Um mostrador de sementes de plantar, ferramentas, linóleos, rações, adubos e produtos do campo afins, forma um sortido lucrativo.
Logo ao lado, o negócio justifica uma espécie de escritório-antiquário, dotado de um velho cofre, estantes, escrivaninhas e cadeiras cada peça mais vetusta e bem preservada que a outra, como boa parte dos donos e funcionários do negócio familiar.
A forte tradição comercial de Angra do Heroísmo vem de há muito. Está na base da sua bonança.
Angra do Heroísmo: derradeira Escala da Carreira da Índia e da Rota Hispânica das Américas
Intercâmbios mais próximos e simples à parte, Angra era a derradeira escala da Carreira da Índia. Acolhia, reparava e fornecia os navios que se afastavam da costa ocidental de África para se fazerem à Volta do Mar e, em simultâneo, evitarem os ataques dos piratas mouros, mais tarde, das nações europeias rivais.
Com o advento da Dinastia Filipina, aos navios portugueses, juntaram-se os galeões espanhóis, provindos de Cartagena das Índias e de Porto Rico, repletos de ouro, de prata e de tantos outros tesouros subtraídos às Américas.
Todo este trânsito marítimo e a riqueza que com ele navegava justificou, inclusive, a criação de uma instituição dedicada, a Provedoria das Armadas, complementada de estaleiros navais e das várias fortalezas e fortificações que continuam a defender a cidade.
Um desses estaleiros ocupava a área da actual Prainha, hoje, uma espécie de piscina marinha arredondada em que moradores e forasteiros se banham e deleitam, que usam e ao paredões acima como ginásio ao ar livre – desde que a meteorologia caprichosa o conceda – entregues a exercícios de tronco nu.
Monte Brasil: um Vulcão Extinto e HiperFortificado
Da Prainha, rumamos à que terá sido a fortificação mais importante de Angra, destacada para dentro do Atlântico no promontório do Monte Brasil, numa posição favorável para atingir com artilharia, os navios atacantes.
No cimo deste vulcão extinto, damos com uma perspectiva sobre a cidade oposta à do Alto da Memória. Encontramos ainda a Fortaleza de São João Baptista (Castelo de São Filipe), o Forte de São Sebastião e outras muralhas e bastiões.
Foram erguidos e reforçados, pelos espanhóis, fartos dos piratas e corsários, conscientes de que, por si só, as bênçãos da Ermida de Santo António e da Igreja da Misericórdia, não exorcizariam tais demónios.
Um brasão de armas de Portugal vermelho, azul, dourado destacado da fachada da Igreja da Misericórdia, reluz de patriotismo.
É só um de incontáveis elementos da nacionalidade lusa disseminados por Angra, símbolos de uma fidelidade para com a Coroa e, mais tarde, a República que a história se encarregou de registar.
Usaram Angra do Heroísmo e a Terceira mas só até onde e quando puderam. Chegado o contexto ideal, os Angrense deram sequência ao apoio ao Prior do Crato que, de 1580 a 1582, lá se havia instalado e ao seu governo provisório.
O Contributo de Angra para a Restauração da Independência e o Triunfo Liberal de 1834
A partir de 16 de Março de 1642, rebelaram-se, triunfaram sobre os castelhanos e expulsaram-nos da ilha. A abnegação e o sacrifício dos Angrenses fez com que D. João IV concedesse a Angra o título de “Muito Nobre e Leal Cidade”.
Restaurada a independência, a história lusa depressa voltou a pôr a cidade à prova.
Entre 1828 e 1834, as Guerras Liberais tomaram conta da metrópole. Angra assumiu-se o fulcro logístico das Forças Liberais e acolheu a Junta Provisória, em nome da rainha Maria II. De capital dos Açores, viu-se promovida a capital do Reino.
No entretanto, D. Pedro IV tomou os Açores. Fez da ilha Terceira o seu quartel-general e lá preparou uma força naval e militar à altura do conflito.
A partir de Angra navegou para o norte de Portugal.
Em 8 de Julho de 1832, levou a cabo o Desembarque do Mindelo de onde se reorganizou para tomar o Porto e, ultrapassado o Cerco dos Miguelistas, o resto do país, após navegar para os Algarves e, dos Algarves rumo a Lisboa, num plano de tal forma inusitado e acautelado por uma esquadra inglesa que os Miguelistas nunca o puderam travar.
Nesse lugar da Praia dos Ladrões, em que os Liberais desembarcaram, resiste, hoje, o memorial às vítimas da Guerra Civil, com a forma de um obelisco. De nome indigno para a sua importância, a praia nortenha foi rebaptizada de Praia da Memória.
De então para cá, a identidade e a nacionalidade portuguesa continuaram a contorcer-se. Portugal passou de monarquia a república, de ditadura a democracia.
Sejam quais forem os próximos meandros, os Angrenses celebrarão sempre e para sempre o seu protagonismo.
Entre 1845 e 1856, ergueram o tal obelisco “espelho” do Alto da Memória. Quando lá voltamos sobre o fim do dia, continuavam a pincelar e a reavivar a história ilustre de Angra do Heroísmo.
Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Chegamos a Iraklio e, no que diz respeito a grandes cidades, a Grécia fica-se por ali. Já quanto à história e à mitologia, a capital de Creta ramifica sem fim. Minos, filho de Europa, lá teve tanto o seu palácio como o labirinto em que encerrou o minotauro. Passaram por Iraklio os árabes, os bizantinos, os venezianos e os otomanos. Os gregos que a habitam falham em lhe dar o devido valor.
Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
“Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
No fundo do seu litoral sudeste, na iminência do Panamá, a nação “tica” protege um retalho de selva, de pântano e de Mar das Caraíbas. Além de um refúgio de vida selvagem providencial, Gandoca-Manzanillo revela-se um deslumbrante éden tropical.
Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
A meio do século XVIII, continuava inabitada e ignorada pelos europeus. A expedição francesa do navio “La Curieuse” revelou-a e inspirou-lhe o baptismo. Os britânicos mantiveram-na uma colónia de leprosos até 1968. Hoje, a Île Curieuse acolhe centenas de tartarugas de Aldabra, o mais longevo animal terrestre.
Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.