PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias


Torres del Paine I
Estrada de terra batida conduz a um dos lagos que cercam as Torres del Paine.
De vigia
Um guanaco examina a estepe em redor de um ponto alto da encosta.
Um Grey azul
Escultura da frente do glaciar Grey, um braço do grande Campo de Gelo da Patagónia do Sul.
Torres del Paine I
Um dos muitos ângulos possíveis do fulcro geológico do Parque Nacional Torres del Paine.
Gelo ao balde
Membros da tripulação passam gelo recolhido no lago Grey para o convés do barco, durante uma navegação em frente ao glaciar Grey.
Frio Austral
Névoa envolve picos semi-nevados da cordilheira de Paine.
Intimidade frígida
Comandante do barco dentro da sua cabine e passageiro admira o glaciar Grey a pouca distância.
Max. 6 Persona
Ponte suspensa sobre o rio Grey, à saída do lago homónimo.
Vistas majestosas
Passageiros de um dos barcos que navegam o lago Grey até à frente do glaciar com o mesmo nome admiram os cenários em redor.
Auto-aconchego
Raposa dormita e tenta manter-se quente após uma das frequentes chuvas da cordillheira de Paine.
Verde de Degelo
A água esverdeada do lago Nordenskjöld, um dos vários no Parque Nacional Torres del Paine.
Um Pedaço de Frio
Pequeno iceberg solto do grande glaciar Grey.
A gruta da preguiça
Em 1890, Hermann Eberhard descobriu na Cueva del Milodón vestígios de uma gigantesca preguiça pré-histórica, que teria até 4 metros de altura.
Pampa ovina
Rebanho de ovelhas preenche uma enorme mancha da pampa a perder de vista da Patagónia em redor do Parque Nacional Torres del Paine.
Um Grey azul II
A frente do vasto glaciar Grey aparece detrás de uma laje da Cordilheira de Paine.
Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.

Punta Arenas é a capital da 12ª região do Chile, a de Magallanes y Antárctica Chilena.

Fica situada em redor do estreito que viabilizou ao explorador português a travessia pioneira do oceano Atlântico para o Pacífico, por enquanto, ainda a quase 200 km para sul.

No pequeno cíbercafé israelita de Puerto Natales, éramos demasiados os viajantes contemporâneos agarrados aos velhos computadores.

A navegação na Internet podia comparar-se àqueles dias – às vezes semanas – desesperantes para os comandantes e tripulações das embarcações em que não soprava sequer uma brisa.

As discussões estéreis com Moshe, o dono pouco paciente do estabelecimento sucediam-se.

Já nada nos surpreendia aquela diáspora de jovens judeus, também ali, no fundo da Terra. Em tempos dependente das exportações de lã, de carne e de peixe, Puerto Natales beneficiou da crescente popularidade do vizinho Parque Nacional Torres del Paine e tornou-se no seu portal.

Ainda mais quando a empresa estatal NAVIMAG começou a admitir a bordo viajantes estrangeiros e, além dos modos tradicionais de chegarem, estes passaram a chegar vindos, por mar, do norte, de Puerto Eden.

Os israelitas são conhecidos por se instalarem em lugares pouco dispendiosos e que sabem, de antemão, que fazem ou farão, em breve, parte dos itinerários incontornáveis dos seus compatriotas.

No que dizia respeito às Torres del Paine, não eram só os hebreus adolescentes que as idolatravam. Era o universo dos aventureiros e curiosos pelo mundo.

De acordo, apressamo-nos a despachar os preparativos logísticos em falta. Logo, deixámos a cidade ribeirinha atraídos pelo magnetismo das montanhas mais fotogénicas e majestosas da Patagónia.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, Frio Austral

Névoa envolve picos semi-nevados da cordilheira de Paine.

À Descoberta o Parque Nacional Torres del Paine

A primeira abordagem rodoviária àquele domínio de granito começou por nos sublinhar a insignificância, à medida que a carripana subia, a muito esforço, as ladeiras de terra batida desprotegidas de eventuais quedas por longas ribanceiras.

Mais para diante, cruzámos a porteria da Laguna Amarga e a Ponte Kusanovik.

Já instalados e a pé, passámos para o trilho principal circular que contorna os principais picos e os pequenos glaciares entre eles abrigados. Expostos aos elementos, sentimos o vento veloz de oeste, ainda mais cortante, nas faces, devido à temperatura quase congelante que se fazia sentir.

Caminhá-lo na íntegra, pode demorar de sete a nove dias intermediados com repouso em acampamentos ou refúgios e, como pudemos testemunhar, sujeitos a meteorologia caprichosa e por vezes inclemente que tanto pode significar as quatro estações numa tarde, como dois dias de chuva ou neve quase ininterruptas.

Esse é um castigo suave se tivermos em conta a beleza dos cenários. As Torres del Paine (Monzino, Central e D’Agostini) são o centro de tudo. Erguem-se quase na vertical a aproximadamente 2800 metros acima da estepe da Patagónia, cada qual com a sua altitude.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile

Estrada de terra batida conduz a um dos lagos que cercam as Torres del Paine.

A Paine Grande atinge os 3050 metros e os picos de Los Cuernos 2200 a 2600 metros.

Sob um céu nublado, revelam-se algo acinzentados mas, quando a luz crepuscular neles incide, tinge-os e à restante montanha de tons quentes que afagam a alma de quem quer que os admire.

Apesar de, hoje, o Parque Nacional Torres del Paine ser um dos mais visitados do Chile e uma paragem incontornável dos itinerários aventureiros da Patagónia ou da América do Sul, durante muito tempo permaneceu no mais absoluto anonimato.

A Exclusividade Pré-Colonial dos Indígenas Alacalufes, Onas e Tehuelches

Até à chegada dos primeiros colonos europeus, os nativos Alacalufes, Onas e Tehuelches viviam do que caçavam, pescavam e recolhiam da natureza. Nem os colonos que quase os exterminaram conseguiram ultrapassar a dureza do clima e do solo que tornavam qualquer tipo de tentativa agrícola impossível.

Já a pecuária foi um caso diferente.

A área actual do parque fez parte de uma das muitas herdades ovelheiras que ocupavam aquelas paragens da Patagónia.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, Rebanho na Pampa

Rebanho de ovelhas preenche uma enorme mancha da pampa a perder de vista da Patagónia em redor do Parque Nacional Torres del Paine.

Quase só os colonos e alguns indígenas tinham tido o privilégio inconsciente de admirar Paine e os seus panoramas únicos.

O nome do lugar tinha, aliás, sido dado por um grupo dos últimos, os Tehuelches que os homens de Fernão Magalhães chamaram de Patacões ou Patacones, inspirados pela tonalidade azul predominante das suas lagoas gélidas.

O isolamento não foi absoluto. Ao longo do tempo, alguns visitantes foram chegando.

Lady Florence Dixie, uma Britânica Pioneira de Torres del Paine

Lady Florence Dixie, viajante, escritora, correspondente de guerra e feminista britânica destacou-se num grupo que se crê ter sido o dos primeiros turistas da zona e, no seu livro de 1880, baptizou as três torres de Paine de “Agulhas de Cleópatra”.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile Torres del Paine I

Um dos muitos ângulos possíveis do fulcro geológico do Parque Nacional Torres del Paine.

Nas décadas imediatas, vários cientistas e exploradores europeus se seguiram até que, em 1959, o parque nacional foi estabelecido primeiro como Nacional de Turismo Lago Grey, e, em 1970, com o nome actual.

Oito anos depois, a UNESCO nomeou-o Reserva Mundial da Biosfera. A fama do lugar atingiu novas proporções. Hoje, exploram-no 150.000 visitantes por ano. 60% são estrangeiros.

Caminhamos nas imediações da base da torre Sur quando avistamos um bando de guanacos atentos à intrusão de criaturas inesperadas no seu vasto território.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, Guanaco

Um guanaco examina a estepe em redor de um ponto alto da encosta.

Com a vista apurada que têm, os camelídeos depressa sentiram o alívio de se tratarem de humanos e não dos pumas que os predam com grande voracidade, como às ovelhas e aos potros tresmalhados.

Os guanacos e os pumas convivem, em Torres del Paine, com os lamas, as emas, flamingos, condores e muitas outras espécies animais, algumas endémicas.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, raposa

Raposa dormita e tenta manter-se quente após uma das frequentes chuvas da cordillheira de Paine.

Enquanto caminhamos vamos constatando a riqueza frígida do  ecossistema que os acolhe composto de estepe, florestas de coníferas, rios, lagos e glaciares.

Grey: o Rei Azulado dos Glaciares de Torres del Paine

Alguns dos ventisqueros do parque – como preferem chamar os sul-americanos das vizinhanças aos glaciares devido à tendência que têm em canalizar o vento – são reduzidos e muito dissimulados entre os picos rochosos.

É o caso do Serrano.

Outros, são braços do gigantesco campo de gelo da Patagónia do Sul (em que a Argentina e o Chile continuam a debater as suas fronteiras) e têm dimensões a condizer.

O Grey é um destes. Naquela altura, a sua frente permanecia acessível de barco através do lago homónimo.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, Lago Grey

A água esverdeada do lago Nordenskjöld, um dos vários no Parque Nacional Torres del Paine.

Aproveitámos a benesse. Não tardámos a abordá-lo.

Nuvens escuras como breu cobrem a Quebrada de los Vientos e dispersam-se sobre as águas cada vez mais agitadas. Mesmo assim, temos ordem de embarque.

Pouco depois de zarparmos, o Grey parece crescer e agita-se sob a tempestade que se desenrola mas que nos limitamos a apreciar quase como se do interior de uma cuba de máquina de lavar a roupa, protegidos pelos vidros reforçados do barco.

O dilúvio termina em três tempos. A meio caminho da frente do glaciar, a chuva pára. Para gáudio dos passageiros, o céu limpa-se. Subimos de imediato para o cada vez mais disputado convés.

A Frente Majestosa do Glaciar Grey

Num ápice, temos a vista inaugural dos sete quilómetros de largo do glaciar, ainda distantes, mas já impressionantes, encaixados entre as falésias da cordilheira de Paine.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, Glaciar Grey

A frente do vasto glaciar Grey aparece detrás de uma laje da Cordilheira de Paine.

O comandante aproxima-se o mais que pode do gelo, em câmara lenta.

Aos poucos, vemos o azulão e a dimensão esmagadora daquele incrível fenómeno intensificar-se e a temperatura descer para graus negativos de rápido enregelamento.

“Agora vamos fazer silêncio absoluto, amigos, por favor ”.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, frente do glaciar Grey

Comandante do barco dentro da sua cabine e passageiro admira o glaciar Grey a pouca distância.

A tripulação volta a afastar-nos para distância segura.

Pede aos passageiros que parem de cochichar de maneira a que pudéssemos ouvir o crepitar do glaciar e assistir ao estrondo da próxima derrocada.

O desabamento demora e desilude. Decidem passar ao próximo número. Dois deles saem num pequeno zodiac e capturam fragmentos diminutos de gelo do lago.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, Gelo Puro

Membros da tripulação passam gelo recolhido no lago Grey para o convés do barco, durante uma navegação em frente ao glaciar Grey.

No regresso ao barco principal, inauguram uma palestra acerca das águas congeladas milenares que tínhamos presenciado, semelhante, noutros glaciares e a que não tomámos a atenção devida.

Pouco depois, teve início a viagem de regresso.

A tormenta retomou o seu acto.

Com Bruce Chatwin “Na Patagónia” das Torres del Paine

Mais que não resistirem ao chamamento desta natureza crua e poderosa do fim do mundo, algumas personagens responderam-lhe e eternizaram-na com o melhor da sua arte.

Um dos mais associados à Patagónia e a estas paragens de Magallanes foi o escritor inglês Bruce Chatwin.

Ao serviço da Sunday Times Magazine, Chatwin viajou no contexto de frequentes reportagens internacionais. Em 1972, entrevistou a arquitecta e designer de 93 anos Eileen Gray, no seu salão de Paris.

Entre a decoração do salão, chamou a atenção de Chatwin um mapa da Patagónia que a entrevistada havia pintado. “Sempre lá quis ir.” disse-lhe Chatwin. Ao que Gray respondeu: “Também eu. Vá lá por mim.”

Passados dois anos, Chatwin foi mesmo. Voou até Lima e atingiu a Patagónia um mês depois.

Explorou a região por alguns meses e reuniu histórias e peripécias alegadamente de pessoas que se lá instalaram chegadas de outras partes.

Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile, Vistas majestosas

Passageiros de um dos barcos que navegam o lago Grey até à frente do glaciar com o mesmo nome admiram os cenários em redor.

Em 1977, publicou “Na Patagónia”, uma narrativa em redor de uma demanda sua por um pedaço de brontossauro que havia sido deitado fora do escritório dos seus avós, anos antes.

A obra fez de Chatwin um dos escritores britânicos mais conceituados do pós-guerra.

No entanto, aos poucos, os residentes das zonas narradas foram negando grande parte das personagens e conversas descritas por Chatwin o que transformou a sua obra em ficção.

Bruce Chatwin morreu de SIDA em 1989. “Na Patagónia” continuou a inspirar milhares de aventureiros a explorarem a região.

O livro tem sido um bom aliado das imagens do Parque Nacional Torres del Paine que entretanto se globalizou.

El Chalten, Argentina

O Apelo de Granito da Patagónia

Duas montanhas de pedra geraram uma disputa fronteiriça entre a Argentina e o Chile.Mas estes países não são os únicos pretendentes.Há muito que os cerros Fitz Roy e Torre atraem alpinistas obstinados
Pucón, Chile

Entre as Araucárias de La Araucania

A determinada latitude do longilíneo Chile, entramos em La Araucanía. Este é um Chile rude, repleto de vulcões, lagos, rios, quedas d’água e das florestas de coníferas de que brotou o nome da região. E é o coração de pinhão da maior etnia indígena do país: a Mapuche.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio - Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
San Pedro de Atacama, Chile

São Pedro de Atacama: a Vida em Adobe no Mais Árido dos Desertos

Os conquistadores espanhóis tinham partido e o comboio desviou as caravanas de gado e nitrato. San Pedro recuperava a paz mas uma horda de forasteiros à descoberta da América do Sul invadiu o pueblo.
Ilha Robinson Crusoe, Chile

Alexander Selkirk: na Pele do Verdadeiro Robinson Crusoe

A principal ilha do arquipélago Juan Fernández foi abrigo de piratas e tesouros. A sua história fez-se de aventuras como a de Alexander Selkirk, o marinheiro abandonado que inspirou o romance de Dafoe
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Arquitectura & Design
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
cavaleiros do divino, fe no divino espirito santo, Pirenopolis, Brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Pemba, Moçambique, Capital de Cabo Delgado, de Porto Amélia a Porto de Abrigo, Paquitequete
Cidades
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Cultura
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
viagem de volta ao mundo, símbolo de sabedoria ilustrado numa janela do aeroporto de Inari, Lapónia Finlandesa
Em Viagem
Volta ao Mundo - Parte 1

Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
Étnico
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Avestruz, Cabo Boa Esperança, África do Sul
História
Cabo da Boa Esperança - Cape of Good Hope NP, África do Sul

À Beira do Velho Fim do Mundo

Chegamos onde a grande África cedia aos domínios do “Mostrengo” Adamastor e os navegadores portugueses tremiam como varas. Ali, onde a Terra estava, afinal, longe de acabar, a esperança dos marinheiros em dobrar o tenebroso Cabo era desafiada pelas mesmas tormentas que lá continuam a grassar.
Palmeiras de San Cristobal de La Laguna, Tenerife, Canárias
Ilhas
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Inverno Branco
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Natureza
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parque Nacional Everglades, Florida, Estados Unidos, voo sobre os canais dos Everglades
Parques Naturais
Parque Nacional Everglades, Flórida, E.U.A.

O Grande Rio Ervado da Flórida

Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Património Mundial UNESCO
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Cabo Ledo Angola, moxixeiros
Praias
Cabo Ledo, Angola

O Cabo Ledo e a Baía do Regozijo

A apenas a 120km a sul de Luanda, vagas do Atlântico caprichosas e falésias coroadas de moxixeiros disputam a terra de musseque. Partilham a grande enseada forasteiros rendidos ao cenário e os angolanos residentes que o mar generoso há muito sustenta.
Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Religião
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.