Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno


Ponto de Encontro
Pikasaari
Encalho Gelado
Combustível para Gelo
Ciclista na Penumbra
Toripollisi
O Mercado Municipal
Oulu Nevada
Passagem do Tempo
Caminhada a Frio
Par a Par
Rio Oulu gelado
Frigidez sem Prioridade
Direcção de Pikisaari
Sku a 2
Tietomaa, o Centro de Ciência
Encontro com o Toripollisi
Catedral Luterana
Um Reflexo Solarengo
Monumento ao Frio
Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.

É sábado à tarde. Chegamos de Kemi e de uma curta, mas memorável viagem no seu reputado quebra-gelo “Sampo.

Nem sequer muito tarde, excepto para o grande astro que, nestas latitudes extremas da nação suomi, sem sinal da Primavera, se prepara para sair de cena.

Pelas quatro da tarde, o mercado municipal e histórico de Oulu está prestes a fechar.

Do outro lado da rua gelada, dois adolescentes aconchegados em parkas, aproveitam uma das raras ladeiras da cidade.

Repetem descidas de sku que os deixam a meio da praça em frente, a salvo do trânsito que por ali não passa ou, se passa, é velocípede e contido.

O Polícia e outras Estátuas de Bronze de Oulu

Nas imediações, destaca-se “Toripolliisi” um pitoresco polícia anafado de bronze, erguido por Kaarlo Mikkonen, em 1987, como homenagem das gentes de Oulu à patrulha policial que, de 1934 a 1979, manteve a ordem na Praça do Mercado circundante.

Oulu desenvolveu uma admiração particular por estátuas de bronze que, como tal, abundam.

Enquanto deambulamos pelo parque Maria Silfvan, deparamo-nos com uma outra: “Passagem do Tempo”.

Nesta, trinta e duas personagens semi-afundadas em neve e em fila sobre um pedestal de granito, simbolizam, como indica o nome da obra, a história e a evolução civilizacional de Oulu.

No extremo frontal, a seguir a um executivo de telemóvel no ouvido, detectamos uma criança sentada sobre o limiar do pedestal, pernas para baixo.

À boa maneira de Oulu, os moradores preocupam-se com a sua exposição ao Inverno frígido.

Alguém tricotou e lhe vestiu miniaturas de um gorro cinzento e de uma camisola de malha tradicional, vermelha e branca.

Com o passar do tempo, fruto da aspereza do clima, as gentes de Oulu tornaram-se hipercriativas e sérias apreciadoras de arte.

De que outra forma se explicaria que Oulu organiza, Agosto após Agosto, o mais notório campeonato mundial de Air Guitar à face da Terra?

Temperaturas Negativas, Gelo e Muito Ciclismo

As temperaturas negativas e o ocasional vento de que os moradores protegeram a criança de bronze até podem alisar e, aqui e ali, tornar o solo de Oulu escorregadio.

Estão longe de demover os milhares de ciclistas residentes de pedalar.

Andar de bicicleta advém, aliás, de uma já longa tradição local de simplicidade, modéstia e de contacto directo com a Natureza que envolve e, amiúde, intimida a cidade.

Oulu, a Cidade Fundada sobre a Foz do Rio Oulu

Situada onde o rio homónimo desagua no Golfo de Bótnia, o baptismo de Oulu terá tido inspiração no termo Sami que definia as águas fartas e rápidas que se seguiam ao degelo da Lapónia e que galgavam as margens vezes sem conta.

Oulu, a urbe, preserva, hoje, o fluxo do rio bem mais controlado, mas mantém-se plana. Tem o seu ponto sobranceiro em Yliliiminki, a meros 135 metros de altitude.

A maior parte do seu casario secular assenta uns poucos metros acima do caudal (então) semi-solidificado do rio, a torre da catedral luterana amarelo-torrada e a do centro de ciência Tietomaa, bem acima de qualquer outro telhado.

Uma série de ilhas servem de obstáculo ao caudal no seu caminho rumo ao Golfo de Bótnia. Contam-se, entre outras, Linnansaari e Lammassaari, Kuusisaari e Pikisaari.

Estas quatro, são complementos incontornáveis da Oulu continental. Ligam-nas pontes-estradas ou pontes simplificadas pensadas para o fluxo exclusivo de peões e suas bicicletas.

Ao cirandarmos pela orla da cidade, damos com uma bomba de combustível elementar, colocada no limiar de uma margem, de forma a abastecer, não carros, mas as embarcações que, na época apropriada, por ali navegam.

 

Nessa altura enrregelante, todos os barcos estavam guardados e protegidos em doca seca.

Todos, menos um veleiro esquecido, dignitário imobilizado da excepção.

Oulu cidade, Finlândia, veleiro no geloA temporalidade do gelo e do degelo de Oulu vem de há muito.

Não obstou a que a cidade se tornasse um dos polos comerciais fulcrais destas paragens, a quinta mais populosa da Finlândia e, ainda mais notório, com os seus 214 mil habitantes, a quarta maior cidade do Mundo na latitude a que se situa, ultrapassada apenas por três urbes russas, a começar pela inusitada Murmansk.

O delta do rio Oulu era há muito habitado e frequentado pelos povos Sami da Lapónia quando, em 1605, o rei Carlos IX da Suécia ditou que ali devia ser erguido um entreposto comercial, sob a proteção de um forte que defendia a ilha de Linnansaari.

Do Reino da Suécia à Independência de 1917

À época, o reino da Suécia tinha como principal rival o da Rússia. Ora, Carlos IX só deliberou pela fundação de Oulu após um tratado de paz lhe ter assegurado que, pelo menos tão cedo, os Russos não usariam o rio Oulu como via de ataque ao território sueco.

Durante mais de dois séculos, Oulu esteve a salvo dos Russos. Isto, se tivermos em conta que, malgrado o tal tratado de paz com a Suécia, os Russos submeteram a Finlândia a um Grande Ducado, no papel, autónomo, na prática, submisso à Coroa Russa.

Enquanto cidade desse Grande Ducado, Oulu veio a soçobrar face a outros riscos e ameaças.

Em 1822, numa altura em que quase todos os edifícios eram feitos de madeira e alcatrão, devastou-a um incêndio descontrolado.

A meio do século XIX, ainda a cidade sofria a renovação da sua grelha, voltou a ser destruída.

Desta feita, pela poderosa e já movida a vapor Armada Britânica que, no contexto da Guerra da Crimeia, a atacou e a várias outras cidades-porto finlandesas que então acolhiam a maioria da marinha-mercante russa.

Dos escombros do incêndio de 1822, aos poucos, Oulu tinha-se reerguido como grande exportadora de alcatrão vegetal.

Ora, durante o seu ataque à cidade, além das embarcações russas, os Britânicos arrasaram ainda as estruturas produtoras desse alcatrão, porque poluentes, concentradas na ilha de Pikisaari (ilha do Alcatrão), tal como várias outras indústrias e os estaleiros da cidade.

A devastação às mãos dos Britânicos votou Oulu a nova demorada recuperação. Nada que a determinação e espírito solidário da aventurosa nação suomi, não resolvessem.

Como veio a resolver, no contexto da conturbada Revolução Bolchevique de Outubro de 1917, a libertação do jugo russo e a sua independência.

Dupla Reconstrução e a Recente Modernização Exemplar

Uma vez mais, aos poucos, Oulu reconstruiu as serrações, os moinhos de celulose e de cereais, os estaleiros, armazéns de pesca, curtumes e fundições que lhe garantiam grandes lucros e a modernizavam.

Como acontece amiúde, na Finlândia, em tempos mais modernos, esse estímulo industrial multifacetado deu azo a um forte investimento em educação, ciência, nas novas tecnologias da informação.

Muitos dos jovens e menos jovens ciclistas com que nos cruzamos nas ruas e passadiços-ponte da cidade são alunos, professores, formadores, cientistas, especialistas em TIs e afins.

Entre os maiores empregadores de Oulu estão a universidade local, a Nokia Networks e o Nokia Group, por si só, sustento de mais de sete mil habitantes.

A sinergia destas empresas e grupos com a Universidade de Oulu é uma das razões mais óbvias para, a partir de 1980, a população local ter praticamente dobrado.

E isto, não será demais voltar a recordá-lo, às portas do Ártico, com temperaturas médias, em Janeiro e Fevereiro, de -12ºC mas que, a qualquer momento, podem descer aos trinta e muitos negativos.

E que, quando frentes polares realmente poderosas invadem o sul, mergulham para próximo do recorde absoluto de Oulu de -41.5º.

Uma Relação Íntima com o Inverno Gelado e com a Natureza

As gentes de Oulu dificilmente se intimidam.

Em vez, mantêm-se fiéis às suas incontáveis voltas de bicicleta, ao jogging, aos treinos de esqui nórdico, à natação de Inverno, aos convívios nas saunas aconchegantes, intercalados com o frio dos avantos (buracos em lagos, rios, mar gelados à superfície) que as complementam.

Pouco mais de 50km ao largo mas ainda dentro da região de Oulu, a grande ilha de Hailuoto proporciona uma deliciosa evasão para uma Finlândia rural e ainda mais natural, imensa e com meros mil habitantes. Também por lá passamos.

Pikisaari: um Reduto Histórico e Insular de Oulu

Verdade seja dita que nem sempre os Ouluenses sentem a necessidade de sair para tão longe.

A umas centenas de metros do cerne histórico da Capital do Norte, Pikisaari há muito que deixou para trás o seu passado industrial e poluente.

Os seus velhos armazéns abrigam, hoje, alguns dos restaurantes sofisticados da cidade.

É lá que almoçamos com Karoliina Pirhonen, anfitriã com visual de pequena boneca barbie, loira, como tantos outros finlandeses.

Karoliina confessa-nos que está com vontade de sair uns tempos para o Mediterrâneo, onde possa ir à praia e fazer umas compras diferentes do que está habituada.

Mesmo viajada, seria coisa de férias. Nascida e criada em Oulu, mais frio, menos frio, a privilegiada Oulu dá-lhe sempre vontade de regressar.

Estávamos a cinco meses do próximo campeonato de Air Guitar.

E em completa sintonia.

 

COMO IR

Reserve o voo Lisboa – Helsínquia, Finlândia com a TAP: flytap.com por a partir de 550€.

Avião TAP

De Helsínquia, poderá cumprir a ligação aérea para Oulu, com a Finnair.

 

 

Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
Saariselkä, Finlândia

Pelas Terras (não muito) altas da Finlândia

A oeste do monte Sokosti (718m) e do imenso PN Urho Kekkonen, Saariselkä desenvolveu-se enquanto polo de evasão na Natureza. Chegados de Ivalo, é lá que estabelecemos base para uma série de novas experiências e peripécias. A uns 250km enregelantes a norte do Círculo Polar Árctico.
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Panorama no vale Licungo e sua plantação de chá
Cidades
Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá

Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.
Comida
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Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
Cultura
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Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
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Desporto
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
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Em Viagem
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Fila Vietnamita
Étnico

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Forte Galle, Sri Lanka, Ceilão Lendária Taprobana
História
Galle, Sri Lanka

Nem Além, Nem Aquém da Lendária Taprobana

Camões eternizou o Ceilão como um marco indelével das Descobertas onde Galle foi das primeiras fortalezas que os portugueses controlaram e cederam. Passaram-se cinco séculos e o Ceilão deu lugar ao Sri Lanka. Galle resiste e continua a seduzir exploradores dos quatro cantos da Terra.
Ilha do Pico, a oeste da montanha, Açores, lajes do Pico
Ilhas
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A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
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Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
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A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
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O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
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Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
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Nos anos 50, Tsfat congregava a vida artística da jovem nação israelita e recuperava a sua mística secular. Mas convertidos famosos como Madonna vieram perturbar a mais elementar discrição cabalista.
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Sobre Carris
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Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Sociedade
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Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Wadjemup, Rottnest Island, Quokkas
Vida Selvagem
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.