Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos


Arranha-céus maltês
Um dos vários prédios monumentais e pitorescos de Valletta.
Salto no conhecido
Duas amigas num momento balnear à entrada do Grand Harbour de Valletta.
A pequena grande Valletta
Valletta e a sua fachada de arenito virada ao Grand Harbour.
Dgħajsa em espera
Remador aguarda por passageiros num dos taxis aquáticos tradicionais do Grand Harbour.
Uma cidade bela e amarela
Casario de Valletta visto do terraço dos Upper Barrak gardens.
Pequeno negócio, muita fruta
Dono de uma frutaria orgulhoso pela atenção dedicada à sua diminuta frutaria.
G. Borg
Letreiro de um velho negócio em tempos operacional junto ao Vitoria Gate.
Marquises seculares
Rua tradicional de Valletta repleta das marquises de madeira típicas da cidade.
Casario do lado de lá
Outra perspectivas de casario de Valletta, este virado para o estuário de Marsamxett.
O suave Marsamxett
Um veleiro ondula no estuário de Marsamxett com a Catedral de São Paulo destacada da outra orla de casario de Valletta.
Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.

É tudo menos fácil, para quem acaba de chegar, intuir a configuração excêntrica de Valletta.

Situada no extremo da península de Sceberras, no âmago de um vasto esteiro recortado, a capital maltesa ostenta duas longas marginais, qual delas a mais elegante e imponente.

Estávamos instalados em Il Gzira, no litoral do estuário de Marsamxett que encerra a Ilha Manoel, mesmo de frente para a catedral Anglicana de São Paulo. Do lado de lá do braço de mar, a sua gigantesca abóboda e o campanário da mesma altura impunham-se acima da linha amarelo-torrada do casario de arenito.

Tínhamos já visto imagens daquela outra frente da cidade na Internet, em livros e em postais. Mas, manhã após manhã, entrávamos no carro e seguíamos no sentido contrário. Passávamos a ilha Manoel e contornávamos a marina de iates de Msida.

Percorridos três ou quatro meandros sem nunca os percebermos com maior profundidade que a mera orientação emprestada pelo Google Maps, íamos dar ao outro lado da cidade, o elevado, dos Upper Barrack Gardens, ou, em alternativa, a ruas de Cospicua, uma das três cidades vizinhas de Valletta.

Valletta e a Vista das Suas Irmãs Maltesas

Do trio, Cospicua é a mais recolhida. Senglea e Birgu (Città Vittoriosa), cada qual numa península rival, rasgam o Grande Estuário e projectam as suas ruelas e marinas atafulhadas na direcção da capital.

Valletta tem 800 por 1000 metros, bem menos que os 7.09 km2 de São Marino e os 17.5km2 de Vaduz. Caso a eclesial Cidade do Vaticano seja – como deve ser – considerada um caso à parte, Valletta confirma-se, sem apelo, a mais ínfima das capitais europeias.

Quando nos embasbacamos com a beleza do panorama revelado pelos terraços dos Barrak Gardens, percebemos como a, ainda assim, grande cidade maltesa contempla, entre a benevolência e a indiferença, as suas irmãs mais “baixas”.

Casario de Valletta, Malta

Casario de Valletta visto do terraço dos Upper Barrak gardens

Ao invés, sempre que a admiramos da extremidade pontiaguda de Senglea, a partir do posto de vigia La Guardiola, ou das ameias do Forti Sant’ Anglu de Birgu, nós, como os moradores daqueles que são alguns dos bairros mais pitorescos à face da Terra, olhamos para cima e prestamos-lhe uma merecida vassalagem.

Os terraços do Bastião de São Pedro e São João ficam à pinha de visitantes na expectativa do meio-dia e dos disparos da Salutting Battery que, embora pareçam alvejar os ferries e cargueiros no Grand Harbour abaixo, se limitam a reconstituir o seu antigo uso cerimonial.

Por altura da qualificação de Valletta como Património Mundial, uma das muitas razões invocadas pela UNESCO foi o facto de “ser uma das áreas com maior concentração histórica do mundo”. Para gáudio dos forasteiros interessados no seu passado épico, tal constatação repete-se sem tréguas.

Uma Obra Majestosa dos Cavaleiros Hospitalários

Valletta surgiu às mãos dos Cavaleiros de São João, os Hospitalários, numa altura em que Malta integrava o vasto Império Espanhol.

Fundada, em Jerusalém, em 1070, para garantir auxílio dos peregrinos e cruzados doentes ou feridos nas batalhas, a Ordem de São João viu-se obrigada a retirar quando as forças muçulmanas tomaram a Terra Santa e a maior parte do Mediterrâneo Oriental. Sedeou-se em Chipre.

Mudou-se para Rodes. Em 1530, saturado dos danos provocados pela marinha otomana no Mediterrâneo, Carlos V tê-la-á incitado a instalar-se em Malta.

À chegada, os Cavaleiros Hospitalários desiludiram-se com a inospitalidade da ilha em que as estruturas de defesa eram inexistentes e os próprios habitantes os rejeitavam. Estavam, no entanto, habituados a desafios. Liderados pelo gaulês Jean Parisot de Valette, dedicaram-se a fortificar as entradas para o Grand Harbour e para o actual estuário de Marsamxett.

Grand Harbour de Valletta, Malta

Valletta e a sua fachada de arenito virada ao Grand Harbour

Em boa hora. Apenas trinta e cinco anos depois, já apoiados pelos habitantes malteses, resistiram durante quatro meses ao Grande Cerco imposto pelos Otomanos e proclamaram a sua primeira vitória. De recém-chegados algo ressentidos, os Hospitalários passaram a ser vistos como salvadores da Europa.

Estimulados, embrenharam-se na construção da primeira cidade planeada na íntegra do Velho Mundo, entretanto baptizada em honra do Grão-Mestre Valette, o herói do fracassado cerco.

Em Honra de Jean Parisot de Valette

Valette pediu auxílio a reis e príncipes da Europa. O Papa Pio V enviou-lhe Francesco Laparelli, o seu arquitecto militar. Filipe II de Espanha contribuiu com um significativo apoio financeiro.

Cerca de 8000 escravos e artesãos trabalharam a península de Sceberras. Apararam-lhe as encostas e alisaram o cimo. Delinearam uma grelha geométrica que viria a acolher prédios altos que bastasse para fazerem sombra às ruas, construídas rectas e amplas para permitirem que as brisas marinhas refrescassem o longo Verão mediterrânico.

Tal como os admiramos até à exaustão, até os prédios mais modernos nos parecem seculares. Alguns têm quatro, cinco e até seis andares assentes em bases que fazem de ruelas elevadas. Ao nível do verdadeiro solo, alojam garagens ou arrecadações individualizadas com portões coloridos.

Um pouco por toda a Valletta mas não só, em cada andar dos prédios mais genuínos coexistem mini-marquises tão ou mais peculiares. Em certas ruas, formam um delicioso sortido de varandins de madeira encaixotados.

Marquises tradicionais de Valletta, Malta

Rua tradicional de Valletta repleta das marquises de madeira típicas da cidade

Exploramos a zona interior da península, a começar em Floriana, outra pequena urbe às portas da capital. Triq (rua) após triq, confrontamo-nos com a Fonte Tritão e atravessamos o Portal da Cidade. Como consequência de sucessivas tentativas de conquista e de ataques, aquela era já a quinta entrada ali erguida.

Dela se encarregou, em 2011, o arquitecto italiano Renzo Piano que desenhou ainda o edifício do Parlamento Nacional e a conversão das ruínas da Ópera Real num teatro ao ar livre.

Dali até ao limite nordeste estabelecido pelo Forte St Elmo e pelos Bastiões de Abrecrombie, Ball e São Gregório, a rede urbana de Valletta desenrola-se em volta das suas maiores triqs e misrahs (praças) que acolhem os jardins e os cafés e esplanadas mais caros da nação.

Uma Pequena Capital à Pinha

Este desafogo não chega a todo o lado. Nas suas vertentes e orlas, Valletta e, ainda mais, as cidades vizinhas apertam-se de tal maneira que os condóminos criam esquemas engenhosos de turnos e segundas e terceiras filas para assim estacionarem os seus pequenos carros.

Eternizam, desta forma, uma das maiores densidades populacionais do Planeta. Mesmo conscientes desse e de tantos outros prodígios, os modestos malteses chamam a Valletta “Il-Belt”, “A Cidade”. A própria nomenclatura conflituosa da capital prova-se sintomática da sua magnificência histórica.

Um dos prédios mais altos de Valletta, Malta

Um dos vários prédios monumentais e pitorescos de Valletta.

Na génese, os Cavaleiros Hospitalários intitularam-na “Humilissima Civita Valletta”. Os anos fluíram. Malta, Valletta em particular, fizeram parte da república francesa de 1798 a 1800, após – mesmo conhecendo a neutralidade da ilha – Napoleão ter ordenado a sua invasão.

Pouco depois, os malteses, os Britânicos – apoiados por tropas portuguesas e, mais tarde sicilianas e napolitanas – sujeitaram os invasores a uma fome desesperada e à rendição. Daí, até 1813, Malta tornou-se um Protectorado Britânico e, logo, uma das muitas colónias de Sua Majestade.

Essa era anglófona continua estampada no arquipélago: o inglês é a segunda língua, a condução faz-se pela esquerda, as cabines telefónicas e caixas de correio são vermelhas e, a mais solene de todas, o Victoria Gate de Valletta, erguido em honra da rainha Victoria e que serve de principal entrada na cidade a quem ascende da margem do Grand Harbour.

Nos mais de quatrocentos anos que decorreram desde a fundação até 1964, quando Malta proclamou a sua independência, a reputação de Valletta reforçou-se. A cidade foi dotada de mais e mais fortificações, catedrais e igrejas, palácios barrocos, jardins e lares senhoriais distintos.

Letreiro de uma velha loja de Valletta, Malta

Letreiro de um velho negócio em tempos operacional junto ao Vitoria Gate.

A menos de metade desses quatro séculos, o apodo de humildade atribuído pelos Hospitalários já não lhe servia. As Casas Reais da Europa tinham-se rendido à sua pompa e esplendor. Tratavam-na por Superbissima (A Mais Orgulhosa).

46 Grãos-Mestres, dos quais Três Portugueses

Do pioneiro francês Jean Parisot Valette até aos dias de hoje, quarenta e seis Grão-Mestres de distintas nacionalidades, dos Cavaleiros Hospitalários e da Ordem Soberana Militar de Malta contribuíram para esta evolução. Três deles foram portugueses. O primeiro, Luís Mendes de Vasconcellos, exerceu apenas seis meses.

António Manoel de Vilhena e Manuel Pinto da Fonseca tiveram no cargo bastante tempo. Deixaram em Valletta as suas marcas.

O ilhéu e o forte porque passávamos todas as manhãs vindos de Il Gzira tinham o nome do segundo. Foi Manoel de Vilhena quem financiou a construção do forte na ilha, na sua altura apenas chamada de Isolotto.

O forte ficou completo em 1733. Seria usado até ao século XX, como um dos muitos acrescentos vitais às defesas de Malta e de Gozo assegurados pelo Grão-Mestre português. Mas um seu outro legado, dá ainda mais vida a Valletta.

Descemos a Triq it-Teatru l-Antik e espreitamos o aconchegante (apenas 623 lugares sentados) Teatro Manoel, inaugurado, em 1732, enquanto Teatro Pubblico. Encanta-nos constatar como resistiu aos séculos – e aos bombardeamentos da 2ª Guerra Mundial – e é considerado o terceiro teatro em funcionamento mais antigo da Europa e o ancião da Commonwealth.

Depois de muito calcorrear a Valletta alisada do cimo da península de Sceberras, descemos à Waterfront, uma zona de lazer repleta de esplanadas sobre o Grand Harbour em que atracam enormes cruzeiros.

A Obra Onerosa de Manuel Pinto da Fonseca

Esta secção da Marina de Valleta foi desenvolvida a partir de 1752, pelo Grão-Mestre português que se seguiu. Nascido em Lamego, Manuel Pinto de Fonseca lá mandou erguer uma igreja e dezanove armazéns e lojas agora ocupados por bares, restaurantes e outlets, mais conhecidos por Pinto Stores.

Em sincronia com o que se passava no Império Português, no Espanhol e em França, Pinto da Fonseca expulsou os Jesuítas de Malta. Confiscou as suas propriedades e converteu-as numa Pubblica Università di Studi Generali, hoje, a Universidade de Malta.

Várias destas suas medidas radicais e a vida que levava na ilha – tão faustosa que gerava inveja nas mais nobres famílias – granjearam-lhe um bom número de inimigos. O facto de ter conduzido a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários à bancarrota só aumentou a lista. Pinto faleceu em 1773 com a idade avançada de 91 anos.

Veleiro no estuário de Marsamxett, Valletta, Malta

um veleiro ondula no estuário de Marsamxett com a Catedral de São Paulo destacada da outra orla de casario de Valletta

Tem repouso eterno onde jazem os mais relevantes Grão-Mestres Hospitalários e de Malta, a Co-Catedral de São João. Quem, como nós, se rendeu à pequena mas soberba Valletta sabe que é tanta a sua virtude que lhe assenta bem alguma mácula.

Mais informação sobre Valletta na página respectiva da UNESCO.

Amesterdão, Holanda

De Canal em Canal, numa Holanda Surreal

Liberal no que a drogas e sexo diz respeito, Amesterdão acolhe uma multidão de forasteiros. Entre canais, bicicletas, coffee shops e montras de bordéis, procuramos, em vão, pelo seu lado mais pacato.
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
Ushuaia, Argentina

A Última das Cidades Austrais

A capital da Terra do Fogo marca o limiar austral da civilização. De Ushuaia partem inúmeras incursões ao continente gelado. Nenhuma destas aventuras de toca e foge se compara à da vida na cidade final.
Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Gozo, Malta

Dias Mediterrânicos de Puro Gozo

A ilha de Gozo tem um terço do tamanho de Malta mas apenas trinta dos trezentos mil habitantes da pequena nação. Em duo com o recreio balnear de Comino, abriga uma versão mais terra-a-terra e serena da sempre peculiar vida maltesa.
Mdina, Malta

A Cidade Silenciosa e Notável de Malta

Mdina foi capital de Malta até 1530. Mesmo depois de os Cavaleiros Hospitalários a terem despromovido, foi atacada e fortificou-se a condizer. Hoje, é a costeira e sobranceira Valletta que conduz os destinos da ilha. A Mdina coube a tranquilidade da sua monumentalidade.
Rabat, Malta

Um ex-Subúrbio no Âmago de Malta

Se Mdina se fez a capital nobiliárquica da ilha, os Cavaleiros Hospitalários decidiram sacrificar a fortificação da actual Rabat. A cidade fora das muralhas expandiu-se. Subsiste como um contraponto popular e rural do agora museu-vivo de Mdina.
Birgu, Malta

À Conquista da Cidade Vittoriosa

Vittoriosa é a mais antiga das Três Cidades de Malta, quartel-general dos Cavaleiros Hospitalários e, de 1530 a 1571, a sua capital. A resistência que ofereceu aos Otomanos no Grande Cerco de Malta manteve a ilha cristã. Mesmo se, mais tarde, Valletta lhe tomou o protagonismo administrativo e político, a velha Birgu resplandece de glória histórica.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Sombra vs Luz
Arquitectura & Design
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Via Conflituosa
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Moscovo, Kremlin, Praça Vermelha, Rússia, rio Moscovo
Cidades
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Cultura
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Caiaquer no lago Sinclair, Cradle Mountain - Lake Sinclair National Park, Tasmania, Austrália
Em Viagem
À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Étnico
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Monumento Cap 110
História
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Bando de Pelicanos-Pardo de olho em alimento
Ilhas
Islamorada, Florida Keys, Estados Unidos

A Aldeia Floridense Feita de Ilhas

Os descobridores espanhóis baptizaram-na de ilha Púrpura, mas os tons predominantes são os dos incontáveis recifes de coral num mar pouco profundo. Confinada às suas cinco keys, Islamorada mantêm-se pacata, num meio-caminho alternativo entre Miami e Key West, as urbes da Flórida que a prodigiosa Overseas Highway há muito liga.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
silhueta e poema, cora coralina, goias velho, brasil
Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Espargos, ilha do Sal, Cabo Verde
Natureza
Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Parques Naturais
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
Património Mundial UNESCO
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Graffiti deusa creepy, Haight Ashbury, Sao Francisco, EUA, Estados Unidos America
Sociedade
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Vida Selvagem
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.