Caño Negro, Costa Rica

Uma Vida à Pesca entre a Vida Selvagem


Caño Negro aérea
O rio Frio e lagoas circundantes vistos do ar.
Ancoragem à sombra
Guia Rosi num dos barcos usados para tours no rio Frio.
Anhinga Anhinga
Anhinga seca as asas ao sol, numa margem do rio Frio.
“Rey Plateado II”
Pescadores a bordo "Rey Plateado" e abaixo de uma grande palmeira.
Olhar de Ararapa
Um ararapa juvenil atento no cimo duma árvore acima do rio Frio.
Um Túnel Arbóreo
Moradores de Caño Negro percorrem um trilho sombrio que conduz ao molhe de embarque para Caño Negro.
De entrada no Rio Frio
Barco com pescadores prepara-se para entrar no rio Frio.
Garça-Tigre
Garça-tigre de olho na superfície do rio Frio.
Sono de Morcego
Pequenos morcegos dormitam agarrados a uma árvore.
Triunfo das Pescadoras
Duas pescadoras exibem peixes recém pescados no Rio Frio.
Anhinga Anhinga II
Anhinga patrulha o rio Frio em busca de peixes.
Recarga Réptil
Crocodilo reaquece-se após um período de chuva.
Rosi busca Vida Selvagem
Guia Rosi procura animais numa árvore à beira do rio Frio.
Macaco-Aranha
Macaco-aranha acompanha os movimentos dos embarcados cá em baixo.
Trogon Azul
Um trogon azul, uma de muitas aves que habitam Caño Negro.
Duo à Pesca
Dois pescadores junto a um braço do rio Frio.
Pouso de Iguana
Iguana instalada sobre a vegetação densa em volta do rio Frio.
Martim Pescador à Pesca
Um dos vários martim pescador que habitam Caño-Negro.
Rio Frio & Lagoas
Vista aérea do rio Frio e das lagoas que a sua inundação gera durante a época das chuvas.
“Rey Plateado”
Pescadores compenetrados a bordo do "Rey Plateado"
Uma das zonas húmidas mais importantes da Costa Rica e do Mundo, Caño Negro deslumbra pelo seu ecossistema exuberante. Não só. Remota, isolada por rios, pântanos e estradas sofríveis, os seus habitantes encontraram na pesca um meio embarcado de fortalecerem os laços da sua comunidade.

Juntos, percorremos o longo trilho acima das águas, na base de um quase túnel de copas verdejantes, sulcado por inúmeras raízes que irrigam as árvores.

Chegados ao molhe, embarcados, Rosa Arguedas Sequeira, a guia e mulher do leme pergunta-nos: “e agora, querem ir para a esquerda ou para a direita?”. Como Rosi (assim a tratam os demais cañonegrenses) bem sabia, a questão suscitava, pelo menos, uma adicional.

Assim que acabámos de retorquir, tratou de nos esclarecer, com a tranquilidade sorridente que dela ainda retemos. “Bom, para a direita, o rio entra em terras mais abertas e, por isso, é mais fácil avistarmos aves.

Para a esquerda, é sinuoso, estreito e flui entre selva. Para ali, encontramos mais mamíferos e répteis, também algumas aves.

Barco, Caño Negro, Costa Rica

O rio em questão era o Frio. Uns dias mais tarde, haveríamos de nos mudar para o domínio do vulcão Tenório em que nasce.

Por enquanto, explorávamos a parte baixa da sua bacia, ainda a meio caminho da foz inusitada, em que se entrega ao rio San Juan, no ponto exacto em que este se lança do sudoeste do lago Cocibolga, já em terras da Nicarágua, como é também chamado o lago.

Antes de nos fazermos aos incontáveis meandros do Frio, detemo-nos para uma subida estratégica à torre de observação do Caño Negro, a apenas umas centenas de metros do molhe. Subimos os três.

A Revelação Panorâmica de Caño Negro

Do topo, desvendamos a vastidão alagada do humedal que o rio por ali gera, um conjunto de grandes lagoas tom de terra com mais de 8km2, que se destacavam da imensidão verde do norte da Costa Rica.Rosi aproveita o panorama a 360º para nos elucidar melhor.

Já não tanto acerca a geografia do Frio, em vez, sobre o magnetismo que as suas águas espraiadas exercem em centenas de espécies de aves migratórias vindas sobretudo do Norte, algumas delas, em perigo de extinção.

“Vejam que durante a época das chuvas, de Junho a Novembro, tudo o que veem é um grande mar de água doce.

Barco em Caño Negro, Costa Rica

Não se consegue identificar nem o rio nem as distintas lagoas. Depois, a chuva diminui de forma progressiva e o sol da época seca faz evaporar boa parte da água”

Uma Zona Inundada com uma Vida Selvagem Prolífica

A consequência que tínhamos a toda a volta representava um ponto de escala ou de estância providencial para íbis, cegonhas e garças, os intrigantes arapapás, patos com fartura, corvos-marinhos e muitos outros.

Ararapa, Caño Negro, Costa Rica

Criaturas asadas à parte, o rio Frio sempre foi abençoado com uma rara profusão e diversidade de peixes.

Sem surpresa, na ausência de modernidade e de passatempos sofisticados, impossibilitados de se banharem naquele que é habitat de tubarões-touro que sobem o rio a partir do lago Nicarágua, de caimões, crocodilos e dos seus predadores jaguares e pumas, os habitantes da região veneram a pesca.

Crocodilo, Caño Negro, Costa Rica

Voltamos ao solo. Reembarcamos. Prosseguimos para jusante.

Da “recta” de que tínhamos zarpado, o Frio não tarda a submeter-se a um trajecto de sucessivos esses subsumidos na sombra da floresta tropical.

Todo o Pueblo de Caño Negro à Pesca

Daí em diante, deparamo-nos com pequenos barcos com gente a bordo, quase todos de canas de pesca em riste, silenciosos, compenetrados na superfície da água, por essa altura, escura mas ainda assim translúcida.

Pesca no Rio Frio, Caño Negro, Costa Rica

Alguns dos barcos, o “Rey Plateado”, o “El Gaspar”, víamo-los como obras de arte vivas, como estátuas fluviais deslumbrantes, monumentos à família, à amizade e à solidariedade de Caño Negro.

Reconhecíamos uma ou outra face de nativos que nos tinham servido refeições, ou visto a saborear as suas.

Pesca, Caño Negro, Costa Rica

Rosi conhecia-os a todos. Alguns, eram seus familiares. Mesmo tendo em conta que Rosi e o marido habitavam uma casa e propriedade situada numa ilha do rio Frio, outros eram vizinhos.

Pescadoras, Caño Negro, Costa Rica

“Então mas e não alaga durante a época das chuvas?” questionamo-la, preocupados com a precariedade da morada. “Pois…não. O lugar foi escolhido também por isso.

É um dos poucos que sempre esteve acima da subida das águas.”

Caño Negro, Costa Rica, Rio Frio

O rio Frio e lagoas circundantes, vistos do ar.

Rosi continua a pilotar o barco coberto em que seguíamos entre as comitivas piscatórias.

Uma Inundação de Animais Selvagens

E, para nossa delícia fotográfica, a revelar-nos as espécies animais de Caño Negro, abundantes aningas e garças, jabirus, crocodilos, lagartos basiliscos, um gangue uivador de macacos bugios, iguanas alaranjadas, martins-pescadores e até uma colónia de morcegos a dormirem agarrados a um tronco sobre o rio.

Iguana, Rio Frio, Caño Negro, Costa Rica

E peixes, claro está. Os que de quando em quando, saltavam para fora de água. Os que os corvos-marinhos e anhingas devoravam inteiros.

Anhinga devora peixe, Caño Negro, Costa Rica

Os robalos, guapotes (ciclídeos-lobos) e outros que os pescadores fisgavam.

A Atracção Pré-Histórica do Peixe Gaspar

Quando nos cruzamos de novo com o “El Gaspar”, o sobrinho de Rosi já tinha feito justiça ao nome do barco. A bordo, seguia um recém-pescado gaspar (Atractosteus tropicus), um dos peixes realmente emblemáticos do México e América Central, de Caño Negro e de algumas outras partes da Costa Rica.

Pescar um gaspar é uma tarefa que requer ou enorme conhecimento e prática ou uma sorte gigantesca. O gaspar é um predador potente e astuto, tão vigoroso e letal para os outros peixes que também é tratado por pejelagarto.

Guia Rosi, Caño Negro, Costa Rica

O que vai de encontro ao seu perfil improvável de peixe fóssil vivo, com uma fisionomia que pouco ou nada mudou desde há mais de 65 milhões de anos, desde a era dos dinossauros.

A destreza de os pescar parece correr na família de Rosi. Joel Sandoval, o seu marido, guia de pesca, detém o recorde do maior exemplar capturado.

Dois dias mais tarde, haveríamos de o encontrar no mesmo molhe em que, entretanto, desembarcámos.

Intrigados por não vermos um único barco em redor perguntamos-lhe onde andavam os pescadores de Caño Negro. Recebemos uma resposta de perito: “quando vocês os viram, o Rio Frio estava perfeito para pescar.

Duo à Pesca, Caño Negro, Costa Rica

Só que, entretanto, mudou tudo.

Aqui choveu um pouco. Mas, na zona das montanhas, por onde o rio nasce (vulcões Tenório e Miravalles), tem sido um dilúvio.

A água do rio tornou-se lamacenta e opaca e, por uns dias, não vai dar para pescar.”

Joel esclarece-nos com entusiasmo, às tantas, algo saudoso do Caño Negro de antes. “Agora é uma porção do que chegou a ser. Em dias ventosos, o volume da água e as vagas eram tais que não podíamos sair com os barcos para o rio ou para as lagoas. Era demasiado perigoso.”

Despedimo-nos. Na sequência, conjecturamos se, além do famigerado aquecimento global, não seriam o aumento exponencial de plantações agrícolas e de pasto em redor, verdadeiros sorvedores de água, co-responsáveis pelo tanto que o Caño Negro minguara.

Terminada a volta fluvial, Rosi dedica-se a um grupo de visitantes ticos. Nós, passamos para o barco de Jimmy Gutierrez.

O mais recente anfitrião conduz-nos até ao Rancho Pitin, uma propriedade e negócio da sua família, situada sobre um meandro em que o Frio se espraiava em mais uma vasta lagoa.

Caño Negro, Costa Rica

Quando desembarcamos, a família de Jimmy em peso zarpava num único barco, fretado para se juntar à pesca comunitária.

Jimmy, o irmão e a esposa deste tinham-se sacrificado em função do dever.

Mostram-nos o edifício principal do rancho, ao mesmo tempo, restaurante, bar e lugar de confraternização dos visitantes que lá afluíam para incursões piscatórias, tours ecológicos, cavalgadas e outros programas.

Bar do Rancho Pitin, Caño Negro, Costa Rica

O trio explica-nos a génese do negócio.

Também nos chama a atenção para o trabalho incrível do pai Pedro Gutierrez, que construíra o edifício quase todo em madeira, boa parte dela recuperada de troncos, cepos e ramos que a Natureza e as cheias de Caño Negro, em particular, lhe concederam.

Além da arquitectura do edifício, Pedro Gutierrez também se preocupava com a decoração. Alguns dos tampos de mesas e assentos do estabelecimento tinham sido aprimorados com pinturas garridas de araras, garças e outras criaturas asadas do humedal.

Em jeito de ajuste ao nome da propriedade, deixamos o Rancho Pitin a cavalo, ao longo das margens enlameadas do rio, de tal forma ensopadas que, a cada novo passo, os equinos se tinham que aplicar para que as suas patas se soltassem do lodaçal.

Cavalos, Caño Negro, Costa RicaAssim mesmo, em modo pantaneiro, chegamos ao centro da povoação.

Passada a pequena esquadra local da polícia, damos entrada no restaurante “Luna Mágica” de Jorge Zelledon, um dos pousos gastronómicos incontornáveis de Caño Negro, como o é o “Fogón Caño Negro” que, noutras ocasiões, nos restabeleceu de energia e deliciou com os melhores pratos do norte tico.

Quando nos mudámos para o sopé dos vulcões Tenório e Miravalles, sabíamos que tínhamos acabado de desvendar uma Costa Rica preciosa.

Onde Ficar em Caño Negro:

Pousada Rural Oásis – PosadaOasis.com

PN Tortuguero, Costa Rica

A Costa Rica e Alagada de Tortuguero

O Mar das Caraíbas e as bacias de diversos rios banham o nordeste da nação tica, uma das zonas mais chuvosas e rica em fauna e flora da América Central. Assim baptizado por as tartarugas verdes nidificarem nos seus areais negros, Tortuguero estende-se, daí para o interior, por 312 km2 de deslumbrante selva aquática.
PN Tortuguero, Costa Rica

Tortuguero: da Selva Inundada ao Mar das Caraíbas

Após dois dias de impasse devido a chuva torrencial, saímos à descoberta do Parque Nacional Tortuguero. Canal após canal, deslumbramo-nos com a riqueza natural e exuberância deste ecossistema flúviomarinho da Costa Rica.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Miravalles, Costa Rica

O Vulcão que Miravalles

Com 2023 metros, o Miravalles destaca-se no norte da Costa Rica, bem acima de uma cordilheira de pares que inclui o La Giganta, o Tenório, Espiritu Santo, o Santa Maria, o Rincón de La Vieja e o Orosi. Inactivo no que diz respeito a erupções, alimenta um campo geotermal prolífico que amorna as vidas dos costarriquenhos à sua sombra.
Nzulezu, Gana

Uma Aldeia à Tona do Gana

Partimos da estância balnear de Busua, para o extremo ocidente da costa atlântica do Gana. Em Beyin, desviamos para norte, rumo ao lago Amansuri. Lá encontramos Nzulezu, uma das mais antigas e genuínas povoações lacustres da África Ocidental.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Cidades
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Silhuetas Islâmicas
Cultura

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
Em Viagem
PN Yala-Ella-Kandy, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
História
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Mural de Key West, Flórida Keys, Estados Unidos
Ilhas
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Inverno Branco
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Rancho Salto Yanigua, República Dominicana, pedras de mineração
Natureza
Montãna Redonda e Rancho Salto Yanigua, República Dominicana

Da Montaña Redonda ao Rancho Salto Yanigua

À descoberta do noroeste dominicano, ascendemos à Montaña Redonda de Miches, recém-transformada num insólito apogeu de evasão. Desse cimo, apontamos à Bahia de Samaná e a Los Haitises, com passagem pelo pitoresco rancho Salto Yanigua.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Vista de La Graciosa de Lanzarote, Canárias, Espanha
Parques Naturais
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Património Mundial UNESCO
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
ocupação Tibete pela China, Tecto do Mundo, As forças ocupantes
Religião
Lhasa, Tibete

A Sino-Demolição do Tecto do Mundo

Qualquer debate sobre soberania é acessório e uma perda de tempo. Quem quiser deslumbrar-se com a pureza, a afabilidade e o exotismo da cultura tibetana deve visitar o território o quanto antes. A ganância civilizacional Han que move a China não tardará a soterrar o milenar Tibete.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Autocarro garrido em Apia, Samoa Ocidental
Sociedade
Samoa  

Em Busca do Tempo Perdido

Durante 121 anos, foi a última nação na Terra a mudar de dia. Mas, Samoa percebeu que as suas finanças ficavam para trás e, no fim de 2012, decidiu voltar para oeste da LID - Linha Internacional de Data.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Hipopótamo na Lagoa de Anôr, Ilha de Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Vida Selvagem
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.