Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961


Frígida pequenez
Passageiros abordam o enorme quebra-gelo "Sampo" sobre a superfície gelada do Golfo de Bótnia.
Prontos para tudo
Equipados com fatos de mergulho de grande espessura e isolamento, dois voluntários preparam-se para mergulhar no canal do Golfo de Bótnia aberto pelo "Sampo"
Rumo ao Árctico
Passageiros apreciam o canal aberto no Golfo de Bótnia desde a popa do "Sampo".
À moda da Lapónia
Lapão Jani Lammi rebocado por uma das suas renas junto ao lugarejo de Meri-Lapin.
Ontem, hoje.
Motas de neve de última geração contrastam com as tendas tradicionais de Meri-Lapin.
Banho-Finlandês
A experiência das experiências da viagem a bordo do "Sampo" passageiros flutuam na água semi-gelada do canal recém-aberto pelo quebra-gelo no Golfo de Bótnia.
Outro rumo
Cargueiro abre o seu próprio caminho, numa direcção distinta da do canal sulcado pelo "Sampo".
Breve inspecção
Passageiros examinam o enorme casco reforçado do "Sampo" a partir da superfície sólida do Golfo de Bótnia em redor.
Só à força
Grupo de taiwaneses diverte-se após o seu mergulho no Golfo de Bótnia.
Senti, senti ?
Tripulante italiano Rafaello na sala de comunicações datada do velho quebra-gelo "Sampo"
Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.

Andamos já bem fora do território tradicional que o povo Sami ocupa na Finlândia mas, por razões que a razão desconhece, é Sami o nome dos dois guias que nos vêm buscar ao Merihovi e nos orientam até ao embarque no quebra-gelo Sampo. Desde o fim do curto dia anterior que estamos instalados neste hotel revivalista dos anos 50, no centro de Kemi.

Em termos cénicos, Kemi não corta a respiração a ninguém. Também não é uma cidade finlandesa qualquer. Fica no píncaro do Golfo de Bótnia, junto ao único lugar onde a Suécia e a nação suomi se encontram à beira-mar, umas meras centenas de quilómetros a sul do Círculo Polar Árctico.

Kemi é industrial de uma forma subtil, com o valor acrescido do seu porto de águas profundas, precioso nestas latitudes tanto tempo geladas.

O porto de pouco serviria se os metros superiores do mar ao largo se mantivessem sólidos durante o longo Inverno. Foi aí e por isso que uma das duas principais atracções de Kemi, o quebra-gelo Sampo, entrou nas histórias, na da Finlândia e na nossa.

Ao Cuidado de um Duo Sami

“Estão prontos? Trouxeram tudo?” inquirem-nos os Samis? Achávamos que sim. “Já alguma vez andaram de mota de neve?” Era a terceira vez que explorávamos partes distintas desta região setentrional da Finlândia. Em todas elas tínhamos tido essa oportunidade. “Óptimo! Assim poupam-nos algum tempo de briefing e instruções até porque, não é nada de grave, mas já vamos com um pouco de atraso.”

Vinte minutos depois, chegamos à doca semi-gelada de Kemi, e às imediações da sua outra grande curiosidade, o grande castelo de gelo de Lumilinna. Ali, uma trupe de forasteiros orientais divertia-se a fazer palhaçadas sobre a neve, e a filmá-las com o monumento em fundo.

À boa maneira austera e pragmática finlandesa, um dos Samis interrompe a diversão. Havia que pôr em marcha o programa da manhã e as motas. E a sua prioridade não tinha recurso.

Uma Expedição Gelada mas Deslumbrante

De um momento para o outro, de admiradores espantados daquela imensidão glacial do Golfo de Bótnia, passamos a percorrê-la em caravana e a grande velocidade.

Motas de neve em Meri-Lapin, Kemi, Finlândia

Motas de neve de última geração contrastam com as tendas tradicionais de Meri-Lapin

Avançamos uns bons quinze quilómetros sobre o mar gelado. E, regressados à terra pouco ou nada distinguível, por um caminho de litoral sinuoso, entre arbustos e espruces, alguns deles, transformados em elegantes candelabros naturais pela algidez compactadora da noite.

Os motoqueiros boreais à nossa frente detêm-se. Estacionam as motas à entrada de uma propriedade com três grandes tendas cónicas cobertas de neve e um curral aberto que, por essa altura, encerrava apenas três ou quatro renas. Dois criadores de gado lapões surgem do meio das tendas para nos acolher.

Vestem trajes a condizer com a condição. Reino Niemela e Jani Lammi, assim se chamam, convidam-nos a entrar para a tenda mais alta e que mais se assemelhava a um tipi dos indígenas norte-americanos.

Visita ao Lugarejo Nevado de Meri-Lapin

Mais feliz a lidar com as famílias e com as renas que com forasteiros que pouco lhes diziam, a dupla cumpre o seu papel com uma frieza condizente com a do clima. Para compensar, recuperam o vigor da fogueira no centro da tenda e servem-nos café a todos.

Os taiwaneses falam entre si. Nós já nos tínhamos acostumado a puxar pelos mais introvertidos finlandeses. Voltámos a tomar a iniciativa. “Mas vocês são sami?” perguntamos-lhes genuinamente confusos pela aparente semelhança do traje.

Reino, o ancião, toma a palavra da forma bem inspirada (de meter ar nos pulmões), pausada, poupada e lenta que caracteriza a fala dos suómi: “Não somos sami, somos Lapões. Cá na Finlândia, Lapões são todos os que, na Lapónia e há várias gerações, têm e criam renas.

Não precisam de ser sami. Estamos junto à aldeia de Meri-Lapin. Os sami ficam lá mais para cima.”

Nativo da região de Kemi rebocado por rena, Finlândia

Lapão Jani Lammi rebocado por uma das suas renas junto ao lugarejo de Meri-Lapin.

O aconchego do calor a lenha, o estímulo do café forte e a conversa com os anfitriões – entretanto, já menos contrariados por estarem contrariados no seu papel – mantiveram-nos embrenhados naquele abafado refúgio sub-árctico.

Não tarda, os Samis de baptismo, voltam a arrebatar o grupo do consolo da tenda para a frieza desumana do exterior. “Vamos rapazes, não há nada de novo em relação à vinda.

Só quando nos aproximarmos do  quebra-gelo Sampo, é que eu vou diminuir bastante a velocidade. Façam o mesmo. O barco pode ter deixado algumas falhas. Não queremos cair nelas.”

Rumo ao quebra-gelo “Sampo

E aí fomos nós, de novo em caravana. De novo aos esses pelo litoral e, entretanto, em linha recta pela vasta auto-estrada gelada de Bótnia.

O céu mantinha-se de um branco arroxeado. Emulava a superfície terreste e tornava a comitiva ainda mais insignificante naquele insondável tudo ou nada.

Vencidos vinte minutos e umas dezenas quilómetros, detectamos um vulto negro no horizonte. Quando nos aproximamos, confirmamos o esperado quebra-gelo Sampo. Detemos as motas a uns cem metros, e cumpridas as apresentações. subimos para o convés pelo portaló de serviço.

Por essa altura, o barco já tinha a bordo dezenas de passageiros embarcados no ponto de partida original, nas imediações de Kemi. Atrás de si, bem demarcado, o canal que abrira para ali chegar, estava repleto de pequenos blocos de gelo que aumentavam e se reforçavam à medida que o tempo passava.

Não tarda, o “Sampo” retoma a sua navegação Golfo de Bótnia adentro, sempre a abrir o gelo bem compacto, e a prolongar o canal que até então formara.

Quebra-gelo "Sampo" num canal aberto no Golfo de Bótnia, ao largo da Finlândia

Passageiros apreciam o canal aberto no Golfo de Bótnia desde a popa do “Sampo”.

Pelo Golfo de Bótnia Acima

Rafaello, um italiano que trabalhava no navio havia muitos anos apresenta-se da forma calorosa e sedutora que forra a alma de quase todos os latinos. Conduz-nos num périplo pelos recantos mais curiosos do barco e regala-nos com informações a condizer.

Tripulante Rafaello a bordo do quebra-gelo "Sampo", Kemi, Finlândia

Tripulante italiano Rafaello na sala de comunicações datada do velho quebra-gelo “Sampo”

“Sabem que o “Sampo” tem 76 metros de comprimento mas pesa três vezes mais que um navio de passageiros do mesmo tamanho. Porquê? Porque para quebrar o gelo tem que ser bem mais pesado.

Logo por altura da construção, à parte de receber um casco híper-reforçado, foram-lhe adicionadas 100 toneladas de água para permitir que fizesse o seu trabalho. Engraçado não é?”

Quase tudo era engraçado ali a bordo. A começar por ser um italiano a guiar, em inglês, passageiros portugueses de um quebra-gelo finlandês. Depois, tínhamos vindo de uns dias na ilha de Hailuoto, próxima de uma cidade mais para sul, Oulu.

Pois, em Hailuoto, um dos nossos cicerones de uma quinta local também se chamava Sampo.

Quando estranhamos a abundância do nome e investigamos, damos connosco numa viagem vertiginosa nos domínios da mitologia finlandesa.

A Origem Mitológica de Sampo

Segundo esta, Sampo era um artefacto mágico de tipo indeterminado que beneficiava quem o possuía com boa-sorte e riqueza. Fora construído por Ilmarinem, um deus ferreiro e marteleiro, eterno artífice e inventor por excelência na “Kalevala”.

Ora, a “Kalevala”, por sua vez, é o respeitado poema épico nacional que compila o folclore e a mitologia oral finlandesa e da região da Karelia, que a Finlândia viu, em boa parte, perdida para a U.R.S.S., após a Guerra de Inverno entre os dois estados.

Não terá sido coincidência que o nome desse tal artefacto mitológico tenha sido atribuído à embarcação poderosa em que seguíamos.

Cargueiro no Golfo de Bótnia, Finlândia

Cargueiro abre o seu próprio caminho, numa direcção distinta da do canal sulcado pelo “Sampo”.

Para começar, ao longo dos tempos, o Sampo mitológico foi interpretado de todas as maneiras e feitios, de pilar ou árvore do mundo, compasso, astrolábio, arca com tesouro, moeda Bizantina, escudo do período sueco Vendel (prévio à Era Viquingue), relíquia cristã, entre outros.

Com tal abundância de hipóteses, porque não um quebra-gelo.

Na época em que operava na sua plenitude, aquela peculiar geringonça marinha provou-se milagrosa para inúmeras companhias de navegação, empresas exportadoras e importadoras e, claro está, para os habitantes dos dois lados do Golfo de Bótnia.

Passageiros sobre a superfície gelada do Golfo de Bótnia, na base do quebra-gelo "Sampo", Finlândia

Passageiros abordam o enorme quebra-gelo “Sampo” sobre a superfície gelada do Golfo de Bótnia.

E como nos deliciamos, a partir da proa, a vê-la quebrar o gelo por diante, se bem que respeitosa para com os resultados das medições da sua espessura feitas e comunicadas ao comandante de tempos a tempos por um tripulante.

O barco vivia já a sua velhice. Tratava-se apenas de bom-senso evitar que se metesse em áreas demasiado desafiantes.

“Sampo”: 30 Anos de Árduo Quebra-Gelo

Este mesmo “Sampo” agora também cruzeiro de Inverno foi construído entre 1960 e 1961, em Helsínquia para suceder a um outro quebra-gelo homónimo que operou entre 1898 e 1960, o primeiro na Europa com propulsores tanto na proa como na popa.

O quebra-gelo Sampo  substituto que nos transportava manteve faixas navegáveis no extremo norte do Golfo de Bótnia durante quase trinta anos.

Desgastado pelo tempo de uso e ultrapassado pela evolução tecnológica, foi comprado pela cidade de Kemi por cerca de 167 mil euros.

Nesse mesmo ano, sem ter sequer começado a operar, o Finnish Tourism Board considerou-o o Melhor Produto Turístico da Finlândia.

Em 1988, começou a sua carreira de vaivéns turísticos, no mesmo itinerário e “programa de festas” que desfrutávamos. Como quebra-gelo inveterado que se assumia, imobilizava-se durante o Verão árctico, quando em dias de bonança, até barcos insufláveis navegam o Golfo de Bótnia.

Várias milhas náuticas depois, já a maior parte dos passageiros tinham vasculhado o barco e, muitos deles, almoçado a bordo.

O “Sampo” voltou a deter-se. Há muito que o navio triturava e abria o gelo sob o seu casco. Estava na hora de os passageiros se banharem na “piscina” assim criada.

Passageiros a caminho de um mergulho no Golfo de Bótnia gelado, Finlândia

Equipados com fatos de mergulho de grande espessura e isolamento, dois voluntários preparam-se para mergulhar no canal do Golfo de Bótnia aberto pelo “Sampo”

Um outro tripulante aborda-nos. Prenda-nos com fatos de mergulho vermelhos integrais e luvas a condizer com os nossos tamanhos. “Apertem tudo bem, não deixem folgas.

Tempo de Testar as Águas Gélidas do Golfo de Bótnia

Se por alguma aselhice deixam alguma desta água entrar, acreditem que é bem pior que o esquentador lá de casa parar de funcionar.”

Nas outras tais viagens pela Lapónia Finlandesa, tínhamos mergulhado sem fatos nos quase sagrados avantos suómi, as aberturas que os finlandeses criam em rios ou lagos gelados e em que mergulham após algum tempo de molho nas saunas.

Estávamos, assim, algo intrigados quanto ao porquê da obrigatoriedade do seu uso. Não demoraríamos a agradece-la.

Já equipados em estilo de astronautas de calota polar marciana, descemos o portaló e abeirámo-nos do curso aberto pelo navio. Rafaello, dá-nos um OK, e descemos não com um simples mergulho estimulante, como acontecia nos avantos mas devagar devagarinho e com cuidado a condizer.

Os fragmentos de gelo abundavam também naquela secção do canal. Aos 23º negativos que se faziam sentir, renovavam-se e aumentavam de tamanho em contínuo.

A tripulação não tinha como os conter ou afastar. Os fatos espessos que nos transformavam em desenhos animados, serviam não só como protecção térmica como de acolchoamento contra as arestas cortantes de tais mini-icebergs.

Uma Cómica Flutuação

Assim sendo, divertimo-nos a fazer aquilo que os trajes nos permitiam fazer: flutuar – de preferência de barriga para cima – praticar curtas natações geriátricas e pedirmos para nos registarem o momento que, a cada segundo que passava, para lá de singular, se provava mais idiótico.

Passageiros na água gélida do Golfo de Bótnia, Finlândia

A experiência das experiências da viagem a bordo do “Sampo” passageiros flutuam na água semi-gelada do canal recém-aberto pelo quebra-gelo no Golfo de Bótnia.

Por sorte, a equipa de TV de Taiwan, não esperou que saíssemos para entrar em cena. A produzir conteúdos de um teor assumidamente burlesco, tratou de dar seguimento ao nosso ensaio com personagens especializadas no género.

Com todos os passageiros de novo a bordo, o navio inverteu marcha rumo a Kemi.

À chegada, já desembarcados, ainda ficámos uma boa meia-hora sobre o Golfo de Bótnia gelado a circundar e a fotografar aquele quebra-gelo terreno, mesmo real, com o seu quê de mítico, na Finlândia.

Passageiros examinam o quebra-gelo "Sampo" Finlândia

Passageiros examinam o enorme casco reforçado do “Sampo” a partir da superfície sólida do Golfo de Bótnia em redor.

A TAP opera voos diários e directos de Lisboa para Helsínquia.

Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Arquitectura & Design
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Baleias caçada com Bolhas, Juneau a Pequena Capital do Grande alasca
Cidades
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Sol e coqueiros, São Nicolau, Cabo Verde
Cultura
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Em Viagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Espantoso
Étnico

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
História
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Vai-e-vem fluvial
Ilhas
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
silhueta e poema, cora coralina, goias velho, brasil
Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Banho refrescante no Blue-hole de Matevulu.
Natureza
Espiritu Santo, Vanuatu

Os Blue Holes Misteriosos de Espiritu Santo

A humanidade rejubilou, há pouco tempo, com a primeira fotografia de um buraco negro. Em jeito de resposta, decidimos celebrar o que de melhor temos cá na Terra. Este artigo é dedicado aos blue holes de uma das ilhas abençoadas de Vanuatu.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Windward Side, Saba, Caraíbas Holandesas, Holanda
Parques Naturais
Saba, Holanda

A Misteriosa Rainha Holandesa de Saba

Com meros 13km2, Saba passa despercebida até aos mais viajados. Aos poucos, acima e abaixo das suas incontáveis encostas, desvendamos esta Pequena Antilha luxuriante, confim tropical, tecto montanhoso e vulcânico da mais rasa nação europeia.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Património Mundial UNESCO
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Banhista, The Baths, Devil's Bay (The Baths) National Park, Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas
Praias
Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os “Caribanhos” Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
A Crucificação em Helsínquia
Religião
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Sociedade
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Vida Selvagem
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.