Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios


Belavista
Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.
Bixby Bridge
A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.
Big Sur Inn
Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia
Pacífico mas pouco
Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.
O conflito do costume
Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.
O veículo ideal
Uma roulotte estacionada numa zona de dunas do Big Sur.
Oceano Branco
Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.
Vida de roedor
Um esquilo analisa as oportunidades.
Doce acrescento
Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.
Oceano de Névoa
Nevoeiro característico da região do Big Sur preenche as enseadas acima do oceano Pacífico.
Manada organizada
Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.
Correio Inn
Caixas de correio do Big Sur Inn, à beira da Highway One.
Maré de alvura
Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.
Conforto marinho
Uma foca elefante recostada num areal frio do Big Sur.
Bixby Bridge 1932
A ponte de Bixby, acrescentada à Highway One em 1932.
Ocaso ao acaso
Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.
Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.

Los Angeles ficou há muito para sul, como San Simeon, a última povoação digna de registo, só porque o magnata da imprensa William Hearst ali mandou erguer uma mansão impressionante com 165 quartos que a sua corporação homónima doou mais tarde ao estado da Califórnia.

Aos poucos, a Highway 1 rende-se ao cerco concertado entre a cordilheira de Santa Lucia e o oceano Pacífico.

Passa a ziguezaguear acima e abaixo de encostas e vales que se lançam sobre uma costa pré-histórica e selvagem, “o encontro da terra e água mais grandioso do mundo”, assim se habituou a classifica-lo a vasta  comunidade de artistas admiradores do lugar.

Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mar revolto agita uma enseada do Big Sur.

O Magnetismo Natural do Big Sur

Todos os anos, são mais de três milhões os visitantes que se cruzam nas curvas caprichosas do percurso ou nas pontes em arco que atravessam os vários desfiladeiros.

Após o pôr-do-sol, não se vislumbram luzes em postes eléctricos ou sequer de habitações. Só os rastos longínquos deixados pelos carros que ainda circulam mancham aquele domínio, na sua quase totalidade por colonizar.

Visitante em miradouro, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Mulher admira uma enseada arenosa, a partir de um miradouro do Big Sur.

Remoto, isolado e profundamente natural, o Big Sur emana uma forte geo-espiritualidade que não passa despercebida. Alguns mosteiros instalaram-se nas suas elevações para que as comunidades residentes de religiosos dela pudessem comungar.

Com ou sem fé, a sensação de se estar num santuário prevalece declive atrás de declive, reforçada sempre que o manto infindável de nevoeiro vela o Pacífico frígido e afaga as línguas de terra mais quentes como um incenso meteorológico.

Nevoeiro pairante, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa acima do oceano Pacífico preenche sucessivas enseadas ao longo da Highway One.

Uns poucos milhares de almas desenquadradas ou eremitas espalharam-se também por 400 km2 daquelas paragens na esperança de beneficiarem da purificação. Algumas mantêm-se ao longo do resto das suas vidas. Outras, vergam-se sob o peso da solidão e, mais cedo ou mais tarde, desistem dos votos de recolhimento.

A Viagem de Refúgio de Jack Kerouac

Nos anos 60, Jack Kerouac tornou-se na personalidade mais famosa a responder ao apelo da costa de todos os refúgios. No romance autobiográfico “Big Sur” – que terá escrito em apenas dez dias – Kerouac passa para a pele de Jack Duluouz e narra a sua degradação física e mental, agravada pela crescente pressão dos fãs de que se procura abstrair consumindo álcool em quantidade proporcional.

No livro, a determinada altura, Duluouz cede à sua fraqueza e a um primeiro refúgio da cena Beat devoradora de São Francisco na cabana do poeta amigo de Kerouac, Lawrence Ferlinghetti, situada em Bixby Canyon.

Bixby bridge, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

A ponte de Bixby, que dá continuidade à Highway One sobre um desfiladeiro profundo.

Mas, Duluouz lida tão mal com a as exigências da sociedade libertina de Frisco como com o isolamento confrangedor da beira-mar ou a morte do seu gato Tyke.

De forma tão súbita como tinha chegado, regressa à cidade. Mas continua a procurar a bênção do Big Sur, mais tarde, atormentado pela exigência do amor de Billie – a personagem da amante de Neal Cassady, um outro poeta Beat influente –  que reclama a Jack que se case com ela.

A Fuga Sem Saída de Kerouac

Duluouz, ou Kerouac, como preferirmos, rejeita o compromisso e volta a render-se ao chamamento da bebida e da vida boémia. Nem o Big Sur nem o destino o salvam.

Névoa, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Névoa cobre todo o cenário oceânico ao largo do Big Sur.

Dai em diante, o verdadeiro Jack entra numa espiral de declínio que só termina, em Outubro de 1969, com a sua morte, causada por uma hemorragia na sequência de uma cirrose agravada.

Do topo de um de tantos penhascos assustadores, temos mais uma das visões que Kerouac admirava e temia em simultâneo, por alguma razão frequentemente baptizadas de Puerta del Diablo, outras de Devils Canyon e com nomes obscuros afins.

Queda de água, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Fio de água doce mergulha numa enseada banhada pelo oceano Pacífico.

O abismo cru da rocha pré-histórica, os ramos distorcidos dos ciprestes, a beleza subtil da salva e de outros arbustos e arranjos florais espontâneos antecipando-se a longas quedas de água que se fundem com uma rebentação inclemente.

Inebriado, paranóico e temeroso, Jack sentia nestes cenários vertiginosos do Big Sur uma ameaça semelhante à das realidades e pessoas que o acossavam.

A Inspiração Desvendada por Kerouac do Big Sur

No entanto, tal como as lontras, as focas, e elefantes-marinhos nadam por entre colónias estranguladoras de limos e algas e manipulam o poder avassalador das ondas, também outros autores da Beat Generation se inspiraram com o assédio permanente de admiradores e prosperaram em termos criativos apesar da hipocrisia que começara a grassar no âmago do seu recém-gerado movimento.

Leões marinhos, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Leões-marinhos conflituosos num areal do Big Sur.

Kerouac não parou de produzir. As suas criações deixam, no entanto, transparecer a intensificação de um sentimento de intimidação e pequenez perante o Mundo. De volta ao Big Sur, impressionado pelo bruar e explodir permanente do oceano contra o continente americano, o escritor chegou a “Mar”, um poema de 22 páginas em que anotou as suas variações e contrastes.

A Realidade Natural e Literária do Big Sur

A água marítima do Big Sur é gélida e nenhum banhista nela se aventura. Ao largo, nem veleiros nem o esperado petroleiro ou cargueiro sulca o mar selvagem, apenas, de tempos a tempos, a ocasional baleia em migração.

Para o interior, nos vales mais recônditos da cordilheira, a temperatura pode cair 10º nuns meros minutos. No Inverno, chega a valores negativos, um frio que a forte humidade potencia. Nos meses mais quentes do Verão, os incêndios provocados por relâmpagos assumem proporções dantescas e geram um efeito contrário.

Vacas, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Manada de vacas percorre uma encosta despida e quente nos cimos do Big Sur.

Este contraste e a dureza da vida na Cordilheira de Santa Lucia era bem conhecido pelos percursores de Kerouac, os primeiros artistas que se mudaram e assentaram o seu dia-a-dia na fiabilidade de candeeiros a óleo e em fogareiros.

Robinson Jeffers, nos anos 20, foi o primeiro. A sua poesia deu origem ao imaginário romântico do Big Sur que atraiu seguidores. Henry Miller habitou na cordilheira de 1944 até praticamente à altura em que Jack Kerouac a visitou.

O seu ensaio/romance “Big Sur e as Laranjas de Hieronimous Bosch” aborda os prazeres e sofrimento decorrentes de “escapar do pesadelo de ar condicionado” da vida moderna.

Henri Miller, Orson Wells e os Outros

Miller também fez saber que, numa determinada ocasião, um viajante lhe bateu à porta à procura “do culto do sexo e da anarquia” e que regressou a casa, desiludido, por não ter encontrado nada do que buscava.

A presença de Miller surge ainda referenciada na obra de Richard Brautigan “Um General Confederado de Big Sur” em que uma dupla de jovens homens lá tentam a vida idílica que outros autores tinham promovido, erguendo pequenas barracas em que são molestados por pragas de moscas e outros insectos, pelos tectos baixos, pela visita de homens de negócios em colapso nervoso e pelo coaxar de milhares de sapos que os impediam de pôr o sono em dia.

Levado pela literatura e conversa nos bares e cafés de Haight, Castro e outros bairros de São Francisco, o Big Sur acabou por chegar também a Los Angeles e a Hollywood.

Big Sur inn-Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Entrada do Big Sur Inn, uma pousada à beira da Highway 1, Califórnia

Em 1944, durante uma viagem em que percorreram a zona, Orson Wells e a esposa Rita Hayworth ficaram tão impressionados com a paisagem que, por impulso, compraram uma cabana. Nunca lá chegaram a passar uma noite que fosse.

Mais tarde, a habitação deu lugar a um restaurante, o Nepenthe, por ironia, o nome grego de um medicamento ancestral para o desgosto, uma espécie de anti-depressivo clássico-helénico.

Em 1965, Richard Burton e Elisabeth Taylor protagonizaram o clássico The Sandpiper, um dos poucos filmes rodados em Big Sur e a assumir os seus panoramas enquanto cenários reais.

As equipas de filmagem chegaram e logo partiram. O Big Sur passou nos ecrãs de cinema e de TV mas pouco ou nada mudou.

As cinzas de Henry Miller ainda por lá repousam e, como resumiu o escritor a propósito da fidelidade àquele lugar mágico, as únicas pessoas que se afeiçoam ao ponto de ficarem de vez são “almas engenhosas e auto-suficientes” e essa é uma combinação rara.

Encontra-se, entre os pintores e poetas das novas gerações. Mesmo esses, em maior número, convivem cada vez mais entre si para evitarem serem esmagados pela superioridade do céu, da terra e do mar, das forças eternas em disputa no grande Big Sur.

Por do sol, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos

Sol quase a pôr-se sobre o oceano Pacífico a ocidente do continente americano.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Volta ao Mundo - Parte 1

Viajar Traz Sabedoria. Saiba como dar a Volta ao Mundo.

A Terra gira sobre si própria todos os dias. Nesta série de artigos, encontra esclarecimentos e conselhos indispensáveis a quem faz questão de a circundar pelo menos uma vez na vida.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
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A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
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Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

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Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

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Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
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Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
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Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
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Cerimónias e Festividades
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Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
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Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
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O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
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Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

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2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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Viajar Não Custa

Compre Voos Antes de os Preços Descolarem

Conseguir voos baratos tornou-se quase uma ciência. Fique a par dos princípios porque se rege o mercado das tarifas aéreas e evite o desconforto financeiro de comprar em má hora.
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Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

A pequena-grande Senglea II
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A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
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O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
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Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
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Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Teleférico de Mérida, Renovação, Venezuela, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
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Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
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Património Mundial UNESCO
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
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Praias
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Templo Kongobuji
Religião
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
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Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Gatis de Tóquio, Japão, clientes e gato sphynx
Sociedade
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Hipopótamo na Lagoa de Anôr, Ilha de Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Vida Selvagem
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.