Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade


Paz & Amor
Pomba e escultura femininas, ambas tingidas de vermilhão, em Kamakhya.
Preces escarlates
Devota ora perante uma conjunto de figuras monolíticas e vermelhas de deuses hindus.
Kamakhya a 2
Casal deixa uma estátua escarlate de Ganesh que acabou de oferendar algumas moedas.
Uma forma de ser
O templo peculiar de Kamakhya que combina uma cúpula hemisférica com uma estrutura cruciforme.
Cidade em expansão
O casario de Guwahati, a sul do rio Bramaputra. Guwahati uma das cidades que mais cresce no mundo.
Espera atrás das grades
Jovens crentes hindus atrás do gradeamento que contem os visitantes do interior sagrado do templo de Kamakhya.
Banho bendito
Rapazes banham-se na metade da Piscina da Piscina da Divina Bendição, onde os crentes de devem purificar antes de entrar no edifício principal do templo de Kamakhya.
Moda asceta
Sadhu exibe a sua exuberância ascética numa zona retirada do templo.
Colegas de volante
Condutores de riquexó, à saída do templo de Kamakhya
Preces na névoa
Crentes hindus oram envoltos em névoa de incenso.
Moda asceta II
Saddhu produzido a rigor.
Nos passos de um amo
Cabrito segue um sacerdote ao longo de uma fachada esculpida de Kamakhya.
Espera atrás das grades II
Grupo garrido de devotos hindus aguarda a sua vez de seguir para o interior do templo Kamakhya.
Luz Divina
Mulher deixa um recanto de Kamakhya, sob um foco natural e providencial de luz.
Confusão motorizada
Rickshaws e scooters na GS Road, Guwahati, Assam, India
Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.

Bramaputra.

É especial o rio que flui no vale de Assam, após serpentear pelo planalto do Tibete, por alguns dos desfiladeiros mais impressionantes dos Himalaias chineses e da província indiana de Arunachal Pradesh. As chuvas persistentes das monções e o degelo das terras altas pausaram faz três meses.

O seu caudal desfila vagaroso e barrento, paralelo à longa marginal da cidade. “Este é o único rio masculino da Índia, repetem, orgulhosos, os guias residentes. Filho de Brahma, criador do Universo, e da mulher do sábio Shantanu, criança que assumiu a forma de água.”

Ao contemplarmos o cenário quase só natural a norte, limitado ao rio e a uma linha de montanhas comedidas, cedemos ao pensamento de que Brahma se apressou a meter folga. E, no entanto, basta invertermos a direcção para constatarmos que, em Guwahati, os seus serviços se sucedem como nunca.

De momento, os habitantes ficam-se pelo milhão, número, na megapopulosa Índia, inexpressivo. Mas não é a demografia actual que impressiona, por estes lados, é a sua evolução.

A este ritmo de migração e de aumento populacional estima-se que já em 2025 ascenderão a três milhões os moradores da cidade. O casario salpicado de vegetação tropical e o tráfico infernal de Guwahati expandem-se de acordo.

Casario de Guwahati, em Assam, Índia

O casario de Guwahati, a sul do rio Bramaputra. Guwahati uma das cidades que mais cresce no mundo.

Durante vários dias, vivemos a grande urbe de Assam a partir da sua artéria aorta, esclerosada de todos os negócios imagináveis, de hotéis de luxo a bancas que servem chás masala ao copinho sem parar e assim espevitam as inúmeras almas hindus (85%), muçulmanas (13%), jainistas e cristãs (ambas menos de 1%) que a disputam, entorpecidas pela rotina e – por altura da nossa visita – pela ocasional névoa invernosa.

GS Road – Uma Encruzilhada Frenética do Nordeste Indiano

Faz sentido que esta GS Road promovida a estrada, se revele a mais disputada. Como as suas iniciais indiciam, atravessa boa parte de Guwahati e prossegue para Shillong, a capital de Meghalaya, o estado indiano vizinho e cristão por excelência que precede o Bangladesh e a Baía de Bengala.

Da aurora, à noite bem escura, percorrem as suas duas vias separadas por um gradeamento motoretas, riquexós motorizados, carros e autocarros, ciclistas, pedestres, carroças e até algumas vacas sagradas e outro gado tresmalhado. Às horas de ponta, a artéria congestiona com gravidade só vista.

A maior parte dos condutores vitimados é, no entanto, hindu. A sua forma devota e paciente de acatar tal mundano destino evita que sucumbam a ataques de nervos ou de fúria.

Em vez, mantêm-se atentos ao tráfego e conquistam cada centímetro de estrada com uma fascinante sofreguidão contida.

Rickshaws e scooters na GS Road, Guwahati, Assam, Índia

Rickshaws e scooters na GS Road, Guwahati, Assam, India

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Uma Região que Combate o Retiro Geográfico

Também Guwahati tem onde chegar. A cidade é o motor do desenvolvimento do Nordeste Indiano, um conjunto de estados quase enclaves da Índia, encerrados entre o Bangladesh a oeste, o reino do Butão a norte e o Myanmar a leste.

Conscientes do relativo desvio geográfico face ao vasto “triângulo” indiano, as suas autoridades envidam todos e mais alguns esforços compensatórios.

Uns dias antes de lá aterrarmos, passavam na TV partidas de Portugal no Campeonato de Futebol de Sub-17. Só in loco nos apercebemos que Guwahati as havia acolhido. Não tinham ainda sido removidos os cartazes e painéis promocionais desse evento, já vários outros conviventes anunciavam torneios internacionais de badminton.

Culturistas de todo o mundo exibiam o físico inchado em competições disputadas, realizadores, os seus filmes num festival de cinema, agentes e operadores de viagem concentravam-se numa feira de turismo, isto para mencionar apenas algumas das realizações promocionais de 2017.

Uma força comprometida de empresários e funcionários locais agradece o emprego e os rendimentos gerados por tamanho dinamismo. O jovem Panku Baruah e uma colega são só dois deles. A organização do evento em que participamos incumbira as suas empresas de assistir os convidados internacionais.

Panku e Lena – Um Casal Pitoresco de Colegas

Durante três ou quatro dias, acompanham-nos, determinados a nos resolver toda e qualquer dificuldade. À despedida, Panku revela-nos e a outros jornalistas um segredo.

“Vou-vos contar uma coisa. Eu e a Lena estamos noivos. Vamos casar entretanto.” Alguns dos participantes mostram-se surpreendidos e felicitam-no.

Casal no templo de Kamakhya, Guwahati, Assam, Índia

Casal deixa uma estátua escarlate de Ganesh que acabou de oferendar algumas moedas.

Para outros, em boa parte femininos, não parecia haver novidade no comunicado. “Bem me parecia que era ternura a mais para só trabalharem juntos” sibilam línguas intriguistas do sul europeu.

Panku mostrava-se rejubilante. Segundo a ordem indiana e assamesa das coisas, o matrimónio realizar-se-ia com mais ou menos pompa, por certo tão garrido quanto festivo.

O casal haveria de gerar rebentos e de contribuir, assim, para o crescimento imparável de Guwahati. Tudo sob os auspícios mais ou menos tântricos de Kamakhya, cujo reverenciado santuário, à imagem de incontáveis famílias e parceiros, voltariam a visitar.

Algo macabra como acontece tantas vezes no âmbito do hinduísmo, a origem mitológica do tempo condiz com a realidade cómico – às vezes trágica – de muitas famílias indianas.

A Relação Mitológica algo Macabra de Shiva e Sati

Segundo narra a lenda, Sati a esposa de Shiva, desiludiu o seu pai e deus-rei Daksha com uma má escolha de marido.

Quando Daksha levou a cabo uma tal de cerimónia Yajna de devoção, não convidou nem Shiva nem Sati. Furiosa, Sati atirou-se ao fogo da cerimónia do pai, consciente de que isto tornaria a cerimónia impura. Shiva viu-se atordoado pela dor e raiva da perda da mulher.

Colocou Sati sobre um ombro e deu início à sua dança cómica da destruição. Prometeu não se deter enquanto o corpo não tivesse apodrecido.

Receosos da sua própria aniquilação, outros deuses rogaram a Vishnu que acalmasse Shiva. O Vishnu também protagonista nos templos cambojanos de Angkor enviou um dos seus chacras em forma de disco para destruir o cadáver de Sati.

Detalhe do templo de Kamakhya, em Guwahati, Assam, Índia

Pomba e escultura femininas, ambas tingidas de vermilhão, em Kamakhya

Caíram 52 (segundo outras interpretações 108) pedaços do seu corpo em diferentes partes do Subcontinente, Tibete, Bangladesh, Nepal e Paquistão.

A vagina aterrou na colina de Nimachal, que viria a ser adorada pelos hindus em geral, em especial pelos crentes e praticantes do shakti, a veneração tântrica do poder espiritual feminino.

O riquexó que lá nos conduzia ainda só tinha chegado a meio da elevação mas já depreendíamos a peculiaridade do lugar.

Fiéis hindus no templo Kamakhya de Guwahati, estado de Assam, Índia

Crentes hindus oram envoltos em névoa de incenso.

Uma ruela pejada de lojas de artefactos religiosos, percorrida por crentes vestidos com os seus melhores trajes tradicionais, conduzia a um pórtico cuidado por guardas que, claro está, nos obrigam a remover os sapatos.

Templo de Kamakhya: o Grande Santuário do Desejo e da Fertilidade

É, assim, descalços que inauguramos a visita ao templo de Kamakhya, bem mais demorada e deslumbrante do que alguma vez pudéssemos esperar.

Kamakhya é o principal de um complexo de dez templos individuais dedicados ao mesmo número de Grandes Sabedorias (Mahavidyas) do hinduísmo.

Templo de Kamakhya de Guwahati, estado de Assam, Índia

O templo peculiar de Kamakhya que combina uma cúpula hemisférica com uma estrutura cruciforme.

Surge encaixado numa plataforma ladeada por uma bancada em jeito de ghat, se tivermos em conta a ausência de rio. Foi renovado e alterado por várias vezes entre os séculos VIII e XVIII, de tal maneira que tem hoje um formato peculiar, com uma espécie de campânula hemisférica dourada assente numa base cruciforme.

Começamos por subir a um extremo da bancada e por dali apreciarmos o edifício e uma “assistência” de fiéis que lá repousavam e meditavam numa curiosa partilha do espaço com cabras, cães e pombos. Desse cimo, apreciamos o movimento de tantos outros para cá e para lá do edifício.

Piscina da Divina Bendição: Tanque de Banhos e Reservatório do Hinduísmo

Constatamos que o complexo é refrescado por uma Piscina da Divina Bendição, um tanque que acolhia uma colónia de grandes tartarugas, esse sim, cercado por ghats e dividido em dois.

Uma sua metade era dedicada à limpeza do complexo. Na outra, os fiéis purificam-se antes de prosseguirem para o interior do templo.

Fiel hindu ora no templo de Kamakhya, Guwahati, estado de Assam, Índia

Devota ora perante uma conjunto de figuras monolíticas e vermelhas de deuses hindus.

Os crentes que por lá passavam autónomos, borrifavam a cabeça e as faces com alguma da água. Após o que se dedicavam a preces e oferendas a uma quadra de pequenas representações divinas monolíticas e escarlates.

Outros, chegavam na companhia de sacerdotes do templo de Kamakhya que os guiavam numa cerimónia bem mais elaborada.

Já um bando de miúdos usava o reservatório com sérios fins balneares, entregues a mergulhos acrobáticos e natações remediadas.

Para diversão do funcionário local, que os parecia invejar mas se via obrigado a expulsá-los de cada vez que novo grupo de fiéis chegava.

Rapazes a banhar-se na piscina da bendição do templo de Kamakhya, estado de Assam, Índia

Rapazes banham-se na metade da Piscina da Piscina da Divina Bendição, onde os crentes de devem purificar antes de entrar no edifício principal do templo de Kamakhya.

Da Piscina da Divina Purificação, a passagem ao recinto sagrado do templo de Kamakhya era tudo menos imediata. No fim-de-semana em que estávamos, o número de pretendentes aumentava a olhos vistos.

Encontramo-los, alinhados numa longa e sinuosa passagem gradeada, com aspecto de prisão momentânea, se bem que colorida por saris lustrosos e animada por um convívio respeitoso.

Fiéis hindus no templo de Kamakhya, estado de Assam, Índia

Grupo garrido de devotos hindus aguarda a sua vez de seguir para o interior do templo Kamakhya.

A Vulva Sagrada de Garbhagriha

Enfiados naquele estranho corredor, os crentes aproximam-se, aos poucos, da Garbhagriha, a zona mais sagrada do templo de Kamakhya, uma pequena câmara escura acessível por uma escadaria íngreme de pedra. No interior, há uma laje em que se aninha uma depressão com 25 cm em forma de vulva.

Lá são proibidas as fotos, mas é esta escultura avermelhada, humedecida em permanência por água de uma nascente subterrânea, que vemos os fiéis hindus e do Tantra tocarem, sentirem e idolatrarem como a deusa do desejo sexual e da criação Kamakhya.

Em Junho, em plena época húmida da monção do subcontinente, Guwahati e o templo de Kamakhya recebem ainda um festival anual, o Ambubachi Mela, que celebra o ciclo anual de menstruação da deusa.

Os crentes acreditam que, por esta altura, o poder criativo e de gestação da sua menstruação se torna transferível a todos os devotos.

Cabrito segue sacerdote Hindu, Templo de Kamakhya, Guwahati, Índia

Cabrito segue um sacerdote ao longo de uma fachada esculpida de Kamakhya

Como ao rio Bramaputra que surge tingido de vermelho, mais pelo pigmento vermelhão lá colocado pelos escolares hindus que propriamente devido a sangue gerado pelo período da deusa. Isto, apesar de milhares de devotos preferirem acreditar na versão sobrenatural.

O próprio templo e a crença de que se rodeia é visto, por muitos fiéis mais esclarecidos, como milagroso. Em Kamakhya, a fé não surge centrada em redor do habitual panteão dos deuses hindus.

Não existem sequer verdadeiras estátuas para idolatrar. Mais que isso. Um pouco por toda a Índia, a menstruação continua a ser vista como um tabu, algo desprezível que é suposto ser evitado nas conversas.

Pois, em Guwahati e na colina de Nimachal, assumiu um improvável estatuto divino. Mesmo que, como acontece com a maior parte dos templos indianos, muitas famílias continuem a proibir as adolescentes e mulheres de o visitarem durante os seus períodos de menstruação.

Há muito que a espiritualidade indiana convive com estas suas contradições. Tão cedo não irá mudar.

Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.

Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Treasures, Las Vegas, Nevada, Cidade do Pecado e Perdao
Arquitectura & Design
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Cerimónias e Festividades
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
Cidades
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Silhuetas Islâmicas
Cultura

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

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Desporto
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Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
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Em Viagem
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A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
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Étnico
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
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O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club
História
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Canhões e Corridas de Cavalos na Velha Savannah Barbadiana

Nos séculos XVIII e XIX, Bridgetown acolheu o Quartel-General do Exército e da Marinha da Grã-Bretanha para as Índias Ocidentais. Em 1966, após 300 anos, Barbados conquistou a sua independência. A Garrison e, em particular, o relvado-hipódromo no seu âmago exaltam o vigor da jovem nação.
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A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
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A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
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O Grande Pântano do Sul Americano Profundo

Por alguma razão os indígenas o tratavam por “rio longo”. A determinado ponto, o Atchafalaya espraia-se num pântano feito de lagoas ligadas por canais, salpicadas de ciprestes, carvalhos e tupelos. Exploramo-lo, entre Lafayette e Morgan, Luisiana, no caminho para a sua foz do Golfo do México.
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Ponte u bein, Amarapura, Myanmar
Património Mundial UNESCO
Ponte u-BeinMyanmar

O Crepúsculo da Ponte da Vida

Com 1.2 km, a ponte de madeira mais antiga e mais longa do mundo permite aos birmaneses de Amarapura viver o lago Taungthaman. Mas 160 anos após a sua construção, U Bein está no seu crepúsculo.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Mahé Ilhas das Seychelles, amigos da praia
Praias
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Religião
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Gatis de Tóquio, Japão, clientes e gato sphynx
Sociedade
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Glaciar Meares
Vida Selvagem
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.