Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval


Casal Gótico
Estátuas destacam-se da arquitectura gótica da igreja de Santa Maria Mayor, o principal templo católico de Valderrobres.
Dourado de Matarraña
Iluminação nocturna faz destacar o dourado dos edíficios principais da praça central de Valderrobres.
Um súbdito do tempo
Visitante percorre uma ala sombria do velho castelo de Valderrobres.
Gran La Fresneda
Casario denso e antigo que preenche a encosta suave em que se instalou La Fresneda.
Rua acima
Idoso esforça-se por subir uma ladeira íngreme de Valderrobres.
À beira rio
Varandas tipicas do casario nas margens do rio Valderrobres.
Fé nas alturas
A Ermida de Santa Bárbara, nas imediações de La Fresneda.
Comércio Abrigado
Vendedor e cliente numa mercearia tradicional de nome M.Manero, em La Morella.
Formas ovinas
Rebanho de ovelhas compacto pasta nas imediações de La Fresneda.
Poder nas alturas
Castelo medieval sobrepõe-se ao casario antigo de La Morella, uma cidade muralhada da comunidade valenciana.
Valderrobrenses vindos de Longe
Dois emigrantes equatorianos moradores de Valderrobres apanham sol sobre a ponte medieval da cidade.
Em Maestrazgo
Rochedos elevados de El Maestrazgo, no interior da província de Aragão.
Pôr-do-sol salgado
Dia termina e tinge de rosa as grandes salinas nas imediações de Alcanar.
Urbanismo da Idade Média
Casario de Valderrobres coroado pelo seu edifício medieval mais imponente, o castelo.
Gran La Fresneda II
Seccção do casario denso e antigo que preenche a encosta suave em que se instalou La Fresneda.
Aragão em fogo
Sol põe-se com grande impacto cromático sobre a superfície rochosa de El Maestrazgo, no sul de Aragão.

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

Marcar o quilómetro zero de uma viagem para uma antiga estação de comboio tem que se lhe diga. O privilégio calhou à La Parada del Compte, nas proximidades de Torre del Compte que, em 1973, depois de quase dois séculos a receber o Tren de La Val de Zafán, foi condecorada com um letreiro “Estación Cerrada a la Circulación” e votada ao abandono.

Tal como por Portugal, em Espanha, essas injustiças ferroviárias já há muito tinham passado à história mas, ao passearem pela comarca de Matarraña, José Maria Naranjo e Pilar Vilés pararam na zona, encantaram-se com a paisagem em redor e agarraram a oportunidade. José Maria era, ele próprio, parte de uma quarta geração de ferroviários. Ao inteirar-se da liquidação praticada pela RENFE e com algum apoio do Governo de Aragão, partiu a todo o vapor para o projecto de transformar a não tarda nada ruína numa estação dos sentidos.

O enquadramento natural ajudou. A nova Parada del Compte hoteleira surge cercada de uma fauna e flora mediterrânica, refrescada pela ribeira del Matarraña que mantém os campos verdes e mata a sede aos rebanhos que os costumam frequentar. As vistas mais longínquas também não ficam atrás. Para sudeste, olivais e pinhais vastos. A sul, a vila de Torre del Compte e os Ports de Beceit-Tortosa, um maciço montanhoso escarpado.

Apesar do conforto físico e espiritual assegurado pelo Parada del Compte, estava na hora de regressar à estrada. A viagem em que nos tínhamos metido era outra, feita no tempo. Em volta, esperava-nos a comarca de Matarraña, um reduto medieval irrigado pelo rio homónimo e seus afluentes em terras de oliveiras e amendoeiras que teimava em resistir à invasão do grande público espanhol.

O motor do carro nem chega a aquecer quando se justifica a primeira paragem. Temos Torre del Compte pela frente e, mesmo sem donzela para salvar, parece-nos impossível fugir ao apelo.

A povoação surge, como que em equilíbrio, no topo de uma encosta com 500 metros de altura. Conserva uma boa parte do seu recinto amuralhado e uma das seis portas de acesso primitivas. Uma destas portas, a de San Roque, dá para a calle com o mesmo nome, uma das mais belas da vila, delimitada por casas solarengas caiadas e com pisos superiores dotados de galerias de arcos.

Percorremo-la de princípio ao fim, passamos um vendedor ambulante de frutas e vegetais, a fachada da igreja e outras menos imponentes.  Depois de arriscar um ou outro desvio, encontramos o miradouro que procurávamos, sobre o vale do rio Matarraña. Apreciamos a paisagem quando nos interpela um local: “Também têm seca por lá?”.

Nestes pueblos, as notícias saltam de varanda em varanda e a informação de que éramos portugueses dada, há meia hora, numa curta conversa à entrada da vila, quase nos ultrapassou a caminho da outra extremidade. “É mais ou menos como cá.” retribuímos. Por agora, nada de especial. Quando nos aproximarmos mais do Verão é que se vai ver.” A resposta pareceu deixar o interlocutor intrigado.

Regressamos ao asfalto com o plano de visitar a capital da comarca, Valderrobres, não sem antes fazer uma escala estratégica em La Fresneda. O troço até lá é curto mas deixa confirmar que, por estes lados, campo e povoações ainda têm os seus próprios espaços. Vamos para onde formos, curva após curva, sucedem-se pomares sem fim e mais olivais e amendoais. À parte, como quem não tem nada a ver com o cenário bucólico e continua apenas a perscrutar o horizonte em busca dos exércitos infiéis, lá estão as fortalezas, as torres das igrejas e seus casarios. 

La Fresneda resultou da convivência das ordens militares del Temple e Calatrava e religiosa de los Mínimos, num território em que, apesar da presença da Santa Inquisição, acabaram por se encaixar, também, muçulmanos e judeus.

Lado a lado com toda a sua beleza, grandiosidade e autenticidade histórica, desse passado de frágil separação entre a luz e as trevas, subsiste ainda uma atmosfera mística. Abriga-se nas várias igrejas e na ermida de Santa Bárbara (isolada num ermo e protegida por ciprestes centenários) e atinge o auge na Casa Consistorial, cujos níveis inferiores escondem o cárcere mais terrífico da comarca. É uma classificação de que só se desdenha até se saber que as suas masmorras são formadas por vários níveis interligados por um alçapão, através do qual os carrascos atiravam os presos, de grande altura, para o mais profundo. Aqui, o famoso “I wasn't expecting the Spanish Inquisition” da trupe Monty Python, ainda faria menos sentido. 

Retornamos à luz e à estrada. Pouco depois, já vislumbramos os contornos elevados dos inevitáveis castelo e igreja locais. Além da capital, Valderrobres é o coração da comarca. A cidade é dividida em dois pelo mesmo Matarraña que nos tem vindo a acompanhar. Numa margem, fica o monumental casco antigo, na outra, o anexo moderno. A uni-las, estende-se uma elegante ponte de pedra que conduz à porta da fortaleza, em que se detecta facilmente uma dupla função.

Por cima do arco, no seu nicho de pedra, está um São Roque peregrino que, de joelho esquerdo descoberto (sinal de saber gnóstico), há séculos dá as boas-vindas a quem vem por bem. Alguns metros acima, surge um mata-cães, estrategicamente colocado para a empresa de desmotivar exércitos inimigos, fossem fiéis ou infiéis. Tudo indica que, nestes tempos de paz e turismo, seja o santo quem mais trabalho tem. Passada a porta, descobre-se a Plaza Mayor e, nela, esplanadas repletas de visitantes e valderrobrenses em pleno festim.

Logo ao lado, fica o Fonda de la Plaza, um restaurante-estalagem típico em que Trini Gil e Sebastian Gea continuam a honrar a tradição secular da fonda (espécie de estalagem medieval) e o título de edifício mais antigo de Valderrobres.  Como qualquer nativo se prontificaria a confirmar, cumprem o seu desígnio na perfeição. “Todos os dias, servimos bandejas sem fim dos melhores manjares da comarca!” O menu deixa bem claro de quais falam: conejo escabechado, espalda rellena ou ternasco asado que, se o cliente concordar, saem acompanhados pelos melhores vinhos da região e são seguidos de sobremesas divinais: almendrats, casquets ou o melocoton al viño.

Para levar ao extremo a cotação deste restaurante genuíno, há que esclarecer que, em Matarraña, as fondas são quase uma instituição. Ao longo do tempo, sempre ocuparam lugares na base das povoações, onde poupavam aos viajantes as subidas íngremes e asseguravam calor, boa comida e companhia.

Deixamos para trás a Plaza Mayor e embrenhamo-nos nas ruelas de Valderrobres que alternamos com escadarias a caminho do topo da encosta. Mais alguns degraus e surge o cume, esmagado pela presença dominante do castelo palácio e da igreja gótica de Santa Maria. Chegamos apenas a tempo de uma visita não guiada, enriquecida por um pôr-do-sol sem cerimónias. Com o fim do dia, o palácio fecha. 

Já de noite, passamos Fuentespalda em direcção a Monroyo. Nove quilómetros depois, cortamos para Ráfales. Como já esperávamos, Ráfales revela-se mais um pueblo no cume de uma colina, com um casco antigo imaculado, em que se destacam a Plaza Mayor, as igrejas e uma Casa Consistorial com mais masmorras. 

Tudo o que é demais enjoa e, como tal, na manhã seguinte, optamos por explorar um pouco dos arredores campestres. Atravessamos a vila com o objectivo de espreitar o limite de El Estrets, um maciço de rocha impressionante, daqueles a que só os alpinistas sabem dar valor. De onde estamos, veem-se os penhascos, mas a distância retira-lhes grandiosidade. Mudamos de planos. Decidimos deixar Matarraña e irmos directo para La Morella, província de Castellon. Sinuoso, este trajecto avança ao longo de densos pinhais e, adiante, tem que vencer os declives do El Maestrazgo, numa área que a altitude vai tornando fria e inóspita.

Depois de uma longa subida, 25 km após Monroyo, dá-se finalmente com o que, no deserto, poderia ser miragem. A mais de 1000 metros acima do nível do mar, como que a coroar uma colina, surge um castelo tosco com vários níveis de muralhas que se adaptam às formas de uma base rochosa. 

Somos obrigados a reconhecer que, assim a cru, a descrição não se afastara o suficiente do que tínhamos vindo a encontrar e cuja repetição nos fez apressar a visita de Ráfales. No entanto, pela sumptuosidade épica do enquadramento, Morella conseguiu activar-nos, de novo, o imaginário medieval.  

Já a pé, à medida que nos aproximamos das muralhas, não resistimos a vislumbrar, nas inúmeras excursões recém-chegadas de autocarro, exércitos mouros. Aceleramos o passo para vermos se ainda conseguíamos apreciar a cidade antes da invasão.

As diferenças saltam à vista. Talvez devido ao domínio mais prolongado dos Muçulmanos (até 1232), o casario é branco e, porque a encosta se espraia suavemente, as ruas e praças são algo mais largas e arejadas. Sente-se também o dedo do turismo. Ao contrário do que se passava em Matarraña, lojas de recuerdos não faltam. Espreitamos os postais. Há um em particular que nos capta a atenção: Morella nevada. Parece duplamente fascinante. Começamos a magicar um regresso invernal. “A zona é alta e gélida grande parte do ano. Apanhá-la com neve não devia ser complicado”. É mais um projecto de retorno para a lista. Este deve entrar lá para quinquagésimo lugar. Mesmo assim, nunca se sabe.

De volta à realidade, constatamos que está outra vez na hora de mudar de ares. A última noite foi programada para a costa. De Morella até lá conduzimos 65 km que interrompemos apenas uma ou duas vezes para fotografar da beira da estrada. Seguimos em direcção a Vinaròs cujo centro evitamos e continuamos rumo a Alcanar. Ao km 1059 de uma tal de ruta N-340, damos com o pequeno letreiro da Finca Tancat de Codorniu. O desvio conduz a um mar de laranjais que encobre a vista para o Mediterrâneo e tudo resto, mas a estrada apertada lá nos deixa no sítio certo. Acabamos por dar entrada numa antiga mansão de veraneio de Alfonso XII, um Borbón que, no século XIX, conquistou o cognome de Pacificador.

A Espanha Medieval tinha-nos deixado de rastos. Seguimos o mote do rei e dedicámo-nos à paz e ao descanso. 

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Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

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Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

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Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

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Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
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Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
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Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
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PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
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O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
La Palma, Canárias

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Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
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Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
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A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
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Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
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Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Parada e Pompa
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A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Noite ilumina a margem do Mar Cáspio e as Flame Towers de Baku
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Baku, Azerbaijão

A Metrópole que Despontou com o Petróleo do Cáspio

Em 1941, Hitler ditou o Azerbaijão um dos objectivos da Operação Barbarossa. O motivo foi a mesma abundância de ouro negro e gás natural que propulsionou a opulência da capital azeri sobre o Mar Cáspio. Baku tornou-se a grande metrópole do Cáucaso. Numa longa fusão entre Comunismo e Capitalismo. Entre o Leste e o Ocidente.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Cultura
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Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
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A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
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A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
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História
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
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Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
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Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
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Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
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Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
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O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
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Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Cândia, Dente de Buda, Ceilão, lago
Religião
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Vida Selvagem
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.