Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro


AS Ferroviário
Grafismo ilustra o CHEPE EXPRESS nas letras tridimensionais que identificam as Barrancas del Cobre.
O Cavalo de Ferro
Composição do CHEPE Express dá entrada na estação de El Divisadero.
Luz no Escuro
Passageiras iluminam a passagem do CHEPE EXPRESS num dos muitos túneis do percurso até Los Mochis.
Vista Apertada
Passageiro filma o trajecto sobre carris do CHEPE Express.
Vista sobre o Passado
Passageiros apreciam a paisagem do estado mexicano de Chihuahua a partir do fundo da composição do CHEPE EXPRESS.
Travessia a Trote
Cavalos cruzam a linha férrea pouco depois da passagem do CHEPE Express.
Vista de Deserto
Passageira desfruta de uma bebida na única carruagem de janelas abertas do CHEPE EXPRESS.
Cavalo de Ferro II
Máquina da composição do CHEPE EXPRESS, a chegar a El Divisadero.
A Caminho do Pacífico
Linha férrea percorrida pelo CHEPE EXPRESS, a passar entre cactos altivos.
Desfiladeiro do Septentrión
CHEPE EXPRESS serpenteia a meia encosta do vasto canyon do rio Septentrión.
Passem de Nível
Uma das raras passagens de nível na vastidão ressequida do estado de Sinaloa.
Viagem Paralela
Motociclistas acompanham a marcha do CHEPE EXPRESS à beira do rio Fuerte.
Puente Santa Bárbara
A longa composição do CHEPE EXPRESS a cruzar a ponte de Santa Bárbara, no canyon de Septentrión.
Fim da Linha
Ocaso em pleno estado de Sinaloa, já na iminência da estação de El Fuerte.
O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.

Os mexicanos sempre simpatizaram com diminutivos e com o sufixo ito.

Quando confrontados com o código CHP, de Chihuahua – Pacífico e com a inviabilidade de tratarem tamanho comboio por trenzito, acabaram por se render ao apodo carinhoso de El Chepe.

Tal como planeado no fim do século XIX, o Chepe tem a sua estação de partida (ou chegada) interior em Chihuahua. Apesar de termos passado dois dias na capital do estado homónimo, questões estratégicas da exploração da região, ditaram que viéssemos a embarcar no El Chepe, em versão Express e duas estações para sudoeste, na de El Divisadero.

Para lá saímos do Hotel Mirador, às 8h15 da manhã. Antes das 9h, estamos uma vez mais sobre o limiar das Barrancas del Cobre, a examinarmos as letras tridimensionais, garridas e icónicas com que se tornou moda, os lugares da América Latina se identificarem.

Na estação de El Divisadero, sobre o abismo do grande canyon mexicano, as letras estavam decoradas com um panorama intermitente do que mais caracterizava a zona.

Do B ao segundo R, de Barranca, os sulcos profundos do barranco e o seu teleférico. Do R ao C, personagens e a vida indígena Rarámuri. Do C para a direita, imagens de uma composição do Chepe.

Por algum tempo, os passageiros do dia entretiveram-se a encavalitar-se nas letras e a celebrar a sua visita. Quando se aproximou a hora de chegada do comboio, trocaram o passatempo por um alinhamento ansioso, algo frenético, sobre a plataforma.

Por Fim, o Embarque para Bordo do Chepe – Ferrocarril Chihuahua al Pacífico

O Chepe apareceu um pouco antes das dez, de um meandro de carris duplos, ladeado por pinheiros.

Embarcamos em Classe Executiva. Por pertencermos também à dos repórteres de viagem, concedem-nos um acesso excepcional mas providencial ao denominado vagón terraza, o único com janelas sem vidros, abertas aos cenários e ao vento.

Entusiasmados com esta benesse, pressionados pela urgência de um lugar que nos permitisse fotografar, mal ouvimos a dissertação de Maurício Navarro, o RP a bordo.

Sentamo-nos a contento, num dos últimos assentos laterais, com acesso à janela traseira da composição. Ali instalados, ajustamo-nos ao seu fluir ribombante e aos panoramas de pinhal que depressa sentimos passar de verdejante a constante.

A floresta de pinheiros que envolvia El Divisadero, parecia eternizar-se.

Para quebrarmos a sua monotonia, concentramo-nos no rasto de carris que o comboio deixava para trás, a determinada altura, com passagens escurecidas, com o seu quê de fantasmagóricas, pelos túneis sucessivos que permitiram abrir caminho na orografia acidentada da Sierra Madre Occidental.

Um casal agasalhado para o vento frígido, adoça a paisagem com licor de natas, do irlandês.

De tempos a tempos, os empregados da carruagem, também ela bar, trazem outras bebidas aos restantes passageiros.

Uma Escala Urbanizada na Pino-Vastidão da Sierra de Tarahumara

Por alturas de San Rafael, por momentos, o Chepe deixa os túneis e a serrania sem fim. Entra numa planura habitada em que, antes e após a passagem da composição, vários moradores usam o caminho de ferro como o seu caminho.

Na estação de San Rafael, os carris multiplicam-se. Ali parados, vemos mulheres Rarámuri aproximarem-se sobre a gravilha. Duas delas, carregadas de cestos e outros artefactos recém-produzidos.

Todas se aproximam da última carruagem em vestidos ou camisas cor-de-rosa que contrastam com o negrume poeirento do solo. Uma das vendedoras ainda tenta a sua sorte nas carruagens finais. Sem sucesso.

Um apito potente anuncia o retomar da viagem. O Chepe prossegue uma vez mais pela serra pejada de pinhais e pelos túneis que a esventram.

A Passagem da Floresta Alpina, aos Desfiladeiros Sub-Tropicais do Septentrión

Ajusta-se aos meandros do rio Septentrión que seguimos até, sem aviso, entrarmos em desfiladeiros com visuais tropicais, em vez de alpinos, a que uma inesperada profundidade luxuriante devolve um dramatismo comparável ao das Barrancas del Cobre de que tínhamos partido.

A estação de Bahuichivo fica, de igual modo, para trás. O rio flui por um vale e leito pedregoso, salpicado de lagoas cristalinas em que chegamos a vislumbrar peixes.

A essa translucidez, sucede-se novo túnel, o La Pera, o 49º e um dos mais longos do percurso, com 937m sob a montanha, numa volta de 180º em que, consoante o sentido, sobe ou desce trinta e poucos metros.

Quando dele saímos, damos de caras com o barranco profundo do Septentrión, 1600 metros de desfiladeiro arredondado, medidos do leito fluvial ao cimo das falésias supremas.

A linha em que seguimos ganha a companhia de outras, um conjunto classificado como “retroceso Temóris”.

Uma delas cruza o rio amplo por uma ponte em ferradura, longa a condizer (237m), baptizada como Puente Santa Bárbara.

O nome fará sentido a dobrar durante a época das chuvas, curta, mas fulminante destas paragens.

Usual em Agosto e Setembro, a espaços, agravada pelos vendavais, bátegas, raios e trovões gerados pelos furacões vindos do Pacífico.

Em cada tempestade que se aventura Sierra Madre Occidental adentro, a linha ferroviária do Chepe, sofre os danos e as interrupções de serviço necessárias aos trabalhos de recuperação.

Logo, regressa ao serviço grandioso e providencial que lhe foi destinado.

A Necessidade e o Engenho de Albert Kimsey Owen

Desde o início do séc. XIX, comerciantes e empresários do litoral noroeste mexicano, da Sierra Madre Occidental e das terras altas a oriente sofriam os prejuízos de não poderem escoar os seus produtos nos sentidos inversos, sobretudo para o Golfo da Califórnia e o Oceano Pacífico, de onde poderiam embarcar para portos internacionais.

Numa época em que o cavalo de ferro se confirmava um meio de transporte revolucionário, Albert Kimsey Owen, um aventureiro e engenheiro com preponderância política apresentou, no Senado dos Estados Unidos, um projecto de linha ferroviária que ligaria o Texas ao litoral de Topolobampo.

Tratava-se duma baía que o havia deslumbrado e em que viria a fundar a primeira de várias Utopia Socialist Colonies, no estrangeiro, organizada em modo cooperativo, à imagem da de New Harmony, antes constituída no estado de Indiana.

Chegamos a 1880. O apoio dos generais Grant e Butler e de outras figuras político-militares dos E.U.A. facilitaram a concessão do Presidente do México de então, General Manuel González, de 3220 km ferroviários e de 16 milhões de dólares. A obra teve início em Fevereiro de 1885.

Na mente de Owen, a ferrovia estimularia o comércio entre as duas nações e a criação de um entreposto comercial prodigioso, a que chamaria de Pacific City.

O projecto depressa se viu barrado por um sortido de dificuldades.

O relevo provou-se muito mais complicado de vencer do que estimado. Os custos extrapolaram o subsídio mexicano.

Quando requisitou fundos adicionais ao governo dos Estados Unidos, Owen confrontou-se com a destrutiva e dispendiosa Guerra da Secessão norte-americana.

Em apenas um ano, o seu projecto colapsou.

O Concretizar Arrastado do Projecto Ferrocarril Chihuahua al Pacífico

Recuperou-o, em 1897, um concidadão de Owen. Foster Higgins – assim se chamava – mentor da Companhia del Ferrocarril del Rio Grande, Sierra Madre y Pacífico.

Com os anos, outras companhias se sucederam, cada qual responsável por tramos complementares do trajecto inicial, incluindo o ainda hoje emblemático Chihuahua – Creel.

Em 1940, o governo mexicano comprou os direitos de duas companhias gestoras de tramos complementares. Injectou verbas astronómicas e empregou os melhores engenheiros mexicanos e estrangeiros.

Como resultado tardio, em 1961, inaugurou boa parte do trecho (mexicano) da ferrovia original, entre Ojinaga (Chihuahua) e Topolobampo (Sinaloa), a mesma em que continuávamos a viajar.

Pelas Planícies Quentes de Sinaloa, Rumo ao Pacífico

Do barranco majestoso e luxuriante da zona de Temóris, o Chepe Express prossegue por terras mais baixas, planas e, à medida que se aproximava da costa, secas e abafadas.

Passamos a avançar por rectas sem fim, ladeadas de cardones de braços ao alto e de arbustos espinhosos.

Por essa altura, o vagon terraza já quase nos era exclusivo. Das suas janelas desertas, acompanhamos as marchas paralelas de motociclistas e condutores de pick-ups.

Junta-se-nos o rio Fuerte, engrossado pela junção do Verde e do Urique, ambos chegados das já longínquas Barrancas del Cobre.

O Chepe volta a deter-se, na cidade histórica de El Fuerte, em que inúmeros passageiros inauguram, todos os anos, as suas viagens no sentido inverso. Uns dias depois, haveríamos de a conquistar.

Nesse fim de tarde, já quase noite, desembarcamos em Los Mochis, a meros 24 km de Topolobampo, a inspiração utópica de Albert Kimsey Owen.

A razão de ser do seu sonho mexicano sobre carris.

 

Onde Ficar nas Barrancas del Cobre e em El Fuerte

hotelmirador.mx            hotelposadadelhidalgo.com

+52 (668) 812 1613                      +52 (668) 893 11 94

Sobre Carris

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No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
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Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Treasures, Las Vegas, Nevada, Cidade do Pecado e Perdao
Arquitectura & Design
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Cerimónias e Festividades
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Casario de Gangtok, Sikkim, Índia
Cidades
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Jingkieng Wahsurah, ponte de raízes da aldeia de Nongblai, Meghalaya, Índia
Cultura
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Bark Europa, Canal Beagle, Evolucao, Darwin, Ushuaia na Terra do fogo
Em Viagem
Canal Beagle, Argentina

Darwin e o Canal Beagle: no Rumo da Evolução

Em 1833, Charles Darwin navegou a bordo do "Beagle" pelos canais da Terra do Fogo. A sua passagem por estes confins meridionais moldou a teoria revolucionária que formulou da Terra e das suas espécies
Capacete capilar
Étnico
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
História
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Banco improvisado
Ilhas
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Natureza
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Abutres em modo de ventilação, a usar a brisa suave acima da savana
Parques Naturais
PN Kruger, África do Sul

O Parque Nacional Ancião da África do Sul

Parte da sua área actual já era protegida antes da viragem para o século XX. Decretado, em 1926, o primeiro parque nacional da nação arco-íris, o PN Kruger continuou a expandir-se. Hoje, o sétimo maior de África, abriga o ansiado Big Five e, no que diz respeito a vida selvagem, uma imensidão de espécies mais.
Thira, Santorini, Grécia
Património Mundial UNESCO
Fira, Santorini, Grécia

Fira: Entre as Alturas e as Profundezas da Atlântida

Por volta de 1500 a.C. uma erupção devastadora fez afundar no Mar Egeu boa parte do vulcão-ilha Fira e levou ao colapso a civilização minóica, apontada vezes sem conta como a Atlântida. Seja qual for o passado, 3500 anos volvidos, Thira, a cidade homónima, tem tanto de real como de mítico.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Sociedade
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Vida Selvagem
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.