Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal


Árvore Sagrada
Mulheres no Poço
Praia de Nhiquim
O Pescador do Oleado
Pelada Poeirenta
Varela Guiné Bissau, peixe-guitarra
Peixe-Guitarra Pesado
Varela Guiné Bissau, ocaso tropical
Ocaso Tropical
Compradora de Peixe
Manada da Floresta
Mas laterite
Litoral Ameaçado
Laterite vs Flora
Já quase Senegal
Fim da Faina
Escolha com Critério
Tronco acima
Tempo de Damas
O Costureiro
Litoral em Recessão
Banca da Gasosa
Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.

Assim ditou o isolamento rural deste recanto noroeste da Guiné Bissau.

Cumprido o regresso fluvial e de motorizada da tabanca de Elalab, chegamos a Susana e depressa apuramos que já não devia passar nenhum toca-toca proveniente de São Domingos. A alternativa era só uma: o duo de motoqueiros que nos tinha trazido do embarcadouro.

Varela distava 16km de Susana, cinco vezes mais que o que tínhamos acabado de percorrer, apertados, sobre as motas de Hilário e de um colega, com as mochilas de fotografia entre nós e eles e as malas atadas sobre a grade porta-bagagens.

Assim mesmo, num equilíbrio precário afectado pelos desníveis da pseudo-estrada, uma hora depois, chegamos à entrada de Varela. Recebe-nos alguns moradores e, não tarda, Valentina Kasumaya.

A presença da família de Valentina em Varela vem de há muito.

A sua avó materna era guineense, em tempos, proprietária do terreno em que o pai italiano e a mãe guineense-corsa de Valentina geriram a pousada Chez Helene, hoje, inactiva.

Ao invés, na Casa Aberta, Valentina e a sua equipa não param.

O duche generoso e o jantar com que nos mimam deixam-nos outros. Um sono imaculado recupera-nos de vez da itinerância desgastante em que andávamos, da descoberta de Cachéu e de Elalab.

Praia de Varela: em Recessão, mas Imensa

Despertamos sobre a aurora. Pouco depois, saímos para o caminho arenoso que serpenteia pela floresta e palmar, entre casas de tabanca pouco concentradas.

O trilho deixa-nos sobre o início do areal a sul da aldeia.

Àquela hora, não víamos sinal de pescadores, apenas umas poucas pirogas ao alcance da maré

De acordo, seguimos ao longo do areal, rumo a norte.

Aproximamo-nos de um promontório no prolongamento da povoação. Por ali, com a terra bem mais exposta ao Atlântico, o areal resume-se ao concedido pelo recuo da maré, na base de falésias íngremes e ocres.

A subida do nível dos mares tem-nas afectado e feito desabar, ao ponto de expor as raízes de palmeiras-de-óleo e poliões portentosos, de deixar as árvores numa verticalidade condenada.

Contornamos troncos retorcidos de outras, já derrubadas, encaixados entre os fragmentos de laterite que cobrem vastas zonas da beira-mar.

Caminhamos encurralados entre o Atlântico e os paredões alaranjados, de olho nas vagas e de uma subida inesperada do mar que tínhamos tudo para controlar.

Conquistamos uma derradeira secção, entre vertentes desabadas e grandes rochas. A norte, para lá da sombra da floresta sobranceira estendia-se uma enseada aberta de que não chegávamos a perceber o fim.

Pelo que nos sinalizava o mapa, devia ser aquela a praia principal de Varela, mais ou menos a meias com a de Nhiquim.

A Norte de Varela, o Areal Contíguo de Nhiquim

Uns poucos sulcos revelavam a desembocadura de trilhos provindos do interior.

Não obstante, a praia parecia-nos reservada. A nós, a umas poucas águias-pesqueiras desagradas com a intrusão que representávamos.

E a outras tantas tartarugas visitantes de que, de quando em quando, percebíamos as cabeças-periscópio.

Por fim, sem que o esperássemos, na base de um palmeiral diminuto, mas cerrado, detectamos a presença de um nativo já cinquentão que, com recurso a arneses, subia a uma copa pejada de frutas oleosas.

Saudamo-nos. Perguntamos-lhe se está a correr bem a recolha. “Tudo bom. Pena não haver mais umas palmeiras destas…” afiança-nos, num português que depressa percebemos quase só crioulo.

Despedimo-nos com um “até já” que, pela quantidade de praia que tínhamos para norte, sabíamos ter tudo para demorar.

Dos domínios de Varela, passamos aos de Nhiquim, ditados pela presença de tabancas homónimas e próximas. Aos poucos, os paredões ocres perdem altura e significado.

Alinham-se com a superficialidade do areal mais alvo, dissolvem-se numa profusão de arbustos e gramíneas amareladas.

Segundo nos viria a explicar Valentina, nem só a subida do mar e a erosão fragilizava a superfície ocre em redor.

As Areias Pesadas e Hipervaliosas de Varela

Há muito que se sabia que a região de Varela era rica em areias pesadas, repletas de zircónio, um mineral de valor elevado.

Sem qualquer estudo ambiental, uma empresa russa inaugurou a sua extração, levando à contaminação das águas de que se servem as tabancas.

As consumidas directamente, as que irrigam as suas bolanhas e as que fluem para os manguezais por ali abundantes.

Pois, essa extração durou algum tempo, com a anuência de contratos duvidosos com o governo de Bissau. “Mas quando os nativos começaram a ver as suas bolanhas destruídas, isso, passou todos os limites.

Nos últimos tempos, eram chineses quem procuravam continuar a extracção mas dá-me a ideia que os líderes daqui os travaram. Vamos ver até quando”.

Continuamos praia de Nhiquim acima.

Aqui e ali, com pausas para mergulhos refrescantes. Vários quilómetros depois, chegamos a uma zona em que o areal se enfiava no oceano e formava uma lagoa marinha com duas entradas exíguas.

Por Fim, a Iminência de Cap Skirring e do Senegal

Naquela altura, parecia-nos provável tratar-se do areal mais longo da Guiné Bissau, rivalizado com o do norte de Bubaque, eventualmente algum outro de Canhambaque ou outra ilha Bijagós

A mais setentrional, à entrada de um braço de mar na iminência do Cabo Roxo, já sobre a fronteira com o Senegal e a pouca distância da estância balnear de Cap Skirring, em que viríamos a passar o Natal e uns dias.

Invertemos caminho, o regresso, pautado por ainda mais mergulhos na água tépida.

Atingidas as ruínas feias de cimento que um qualquer projecto turístico abandonou às vagas, flectimos para o interior. Só então, inauguramos a descoberta da povoação.

Depois do Regresso, à Descoberta da Varela Povoação

Predominam na região de Varela, como em redor, os Felupes, um subgrupo étnico dos Diolas predominante em boa parte do Noroeste da Guiné Bissau e região senegalesa de Casamança.

Pois, eram, sobretudo, felupes as gentes com que nos cruzávamos, em redor da mesquita rosada de minarete amarelo.

Entre cabanas e casas remediadas, umas tantas, legadas pelos colonos portugueses após o período colonial.

Por ali, um costureiro migrado da Guiné Conacri criava roupa a partir de tecidos tradicionais africanos.

Conversa puxa conversa, em francês, conseguimos que nos indicasse onde estava a árvore mais famosa de Varela, uma estranha palmeira com tronco rasteiro, que se tinha enfiado entre as raízes de uma outra árvore e, aos poucos, enrolado sobre si mesmo.

Tal era o fenómeno vegetal, que os moradores de Varela a consideravam sagrada.

Varela e um Aguerrido Futebol Empoeirado

Nessa tarde, mesmo em frente à Casa Aberta, damos com um dos jogos de futebol mais estranhos que alguma vez vimos.

Num campo improvisado no interior escuro da floresta, sobre uma areia acinzentada, um grupo de miúdos disputava a bola com a atitude guerreira própria dos felupes.

Era tal a poeirada que levantavam que, nuns breves instantes, nos vimos obrigados a tapar a boca e o nariz com roupa que tínhamos de sobra.

Intrigava-nos, assim, o como sobreviviam a respirar aquele pó concentrado durante uma hora (ou mais) a fio. Nesse espanto, reparamos que, a espaços, o sol que descia a ocidente, penetrava na floresta.

Ao incidir na poeira, gerava feixes de luz dançantes que tornavam a pelada ainda mais deslumbrante.

De acordo, para gaudio da miudagem, instalamo-nos a acompanhá-los.

Quando o sol pára de incidir, deixamo-los. Decidia a partida uma aturada e dramática sequência de penalties.

Contados quase 20km, caminhados de mochilas carregadas, às costas, sobre areia que, amiúde, dava de si, reentramos na Casa Aberta já a arrastar-nos.

A precisarmos de cuidados recuperatórios semelhantes aos da véspera. Valentina prenda-nos com novo jantar divinal. Voltamos a dormir sem apelo.

O dia seguinte era o último que podíamos dedicar a Varela.

Domingo de Pesca e Faina, em vez de Descanso

Para nossa surpresa, nessa manhã de Domingo, quando voltamos a espreitar a praia a sul da Casa Aberta, encontramo-la numa azáfama de faina.

Uns poucos pescadores, tinham acabado de desembarcar, determinados a venderem a pescaria.

Auxiliares descarregavam e dividiam, a critério, espécimes de tudo um pouco.

Peixes-guitarra, peixe-coelho, raias, peixes-gato e até pequenos tubarões.

Mulheres enfiadas em capulanas coloridas, munidas de facas afiadas, amanhavam peixe atrás de peixe, para venda ou para consumo.

Finda a faina, os restos e a praia ficaram à mercê dos bandos de aves marinhas.

Aproveitamos para cirandar por recantos que ainda não tínhamos espreitado e por propriedades abandonadas acima da praia.

Os homens da aldeia entretinham-se a ver a final do Mundial do Qatar.

Pouco depois de a Argentina se sagrar campeã, volta a escurecer.

Na madrugada seguinte, viajamos para São Domingos. Cruzamos a fronteira para terras em tempos portuguesas, francesas, agora senegalesas, de Casamança.

 

COMO IR

1 – Voo Lisboa – Bissau com a Euroatlantic: flyeuroatlantic.pt  por a partir de 550€.

2 – Trajecto por estrada Bissau – São Domingos – Varela (4h)

 ONDE FICAR: 

Casa Aberta, Varela: facebook.com/casaabertakasumayaku/

Reservas pelo Whats App +245 966 640 180

Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau

A Pequena Bijagó que Acolheu um Grande Sonho

Criado na Costa do Marfim, o francês Laurent encontrou, no arquipélago das Bijagós, o lugar que o arrebatou. A ilha que partilha com a esposa portuguesa Sónia, aceitou-os e ao afecto que sentiam pela Guiné Bissau. Há muito que Kéré e as Bijagós encantam quem os visita.
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Bubaque, Bijagós, Guiné Bissau

O Portal das Bijagós

No plano político, Bolama subsiste capital. No âmago do arquipélago e no dia-a-dia, Bubaque ocupa esse lugar. Esta cidade da ilha homónima acolhe a maior parte dos forasteiros. Em Bubaque se encantam. A partir de Bubaque, muitos se aventuram rumo a outras Bijagós.
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Cruzeiro Africa Princess, 2º Orangozinho, Bijagós, Guiné Bissau

Orangozinho e os Confins do PN Orango

Após uma primeira incursão à ilha Roxa, zarpamos de Canhambaque para um fim de dia à descoberta do litoral no fundo vasto e inabitado de Orangozinho. Na manhã seguinte, navegamos rio Canecapane acima, em busca da grande tabanca da ilha, Uite.
Elalab, Guiné Bissau

Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim

São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
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Cerimónias e Festividades
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Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
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Cidades
Miami, Flórida, E.U.A.

A Porta de Entrada da América Latina

Não é só a localização privilegiada, entre um oceano exuberante e o verde dos Everglades, com a vastidão caribenha logo ali a sul. É o afago tropical, o do clima e o cultural e uma modernidade urbana exemplar. Cada vez mais em castelhano, num contexto latino-americano.
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O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
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Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
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Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
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Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
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O Atalho Egípcio para Marte

Numa altura em que a conquista do vizinho do sistema solar se tornou uma obsessão, uma secção do leste do Deserto do Sahara abriga um vasto cenário afim. Em vez dos 150 a 300 dias que se calculam necessários para atingir Marte, descolamos do Cairo e, em pouco mais de três horas, damos os primeiros passos no Oásis de Bahariya. Em redor, quase tudo nos faz sentir sobre o ansiado Planeta Vermelho.
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O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
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Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
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Pelas Terras (não muito) altas da Finlândia

A oeste do monte Sokosti (718m) e do imenso PN Urho Kekkonen, Saariselkä desenvolveu-se enquanto polo de evasão na Natureza. Chegados de Ivalo, é lá que estabelecemos base para uma série de novas experiências e peripécias. A uns 250km enregelantes a norte do Círculo Polar Árctico.
Sombra vs Luz
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O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Graciosa, Açores, Monte da Ajuda
Natureza
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
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Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Glaciar Meares
Parques Naturais
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
Submarino Vesikko
Património Mundial UNESCO
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Praias
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
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A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
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Sobre Carris
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Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Gatis de Tóquio, Japão, clientes e gato sphynx
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Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
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Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

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Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Vida Selvagem
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O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.