Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang


Direcções de Mustang
Placa fornece direcções aos caminhantes e condutores da região do Mustang
Kagbeni e Sangdachhe Himal
Panorâmica de Kagbeni com a montanha Sangdachhe Himal em fundo, Circuito Annapurna
A Grande Gompa de Kagbeni
A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling na na base das montanhas que envolvem Kagbeni, Circuito Annapurna.
Jovem Budista
Jovem aluno lê sob o sol da região do Mustang, Nepal
O duo “Dragon Hotel”
Empregados do "Dragon Hotel" de Kagbeni.
Ritual
Fiel faz girar rocas budistas da gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagbeni
Budismo ao Sol
Alunos estudam num terraço do mosteiro Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagbeni
Mãe e Filhos
Mãe e filhos na loja de Kagbeni da família, Mustang
Fiel Budista
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Mosteiro no Desfiladeiro
A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling acima do desfiladeiro do rio Kali Gandaki.
Iaques
Iaques num curral de Kagbeni, Mustang, Nepal
Kag Chode Thupten Samphel Ling
Edifício mais recente anexo à gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagbeni
Formas de Kagbeni
Edifícios de Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal
Pasto para Iaques
Moradora de Kagbeni com forragem, Circuito Annapurna
Habitante Felpudo
Ovelha a uma porta de Kagbeni, Mustang, Circuito Annapurna
Ao Sol
Jovem moradora passa por uma rua parcialmente iluminada de Kagbeni, Circuito Annapurna
Cimos de Kagbeni
Cimo do edifício mais recente do mosteiro Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagabeni
A Parte Moderna do Mosteiro
O edifício mais recente complementar da gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagbeni
A Ponte Possível
Caminhante atravessa o rio Kali Gandaki por uma ponte improvisada.
Tarefas do Dia
Moradora junto de chafariz improvisado
Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.

Sobre a 1h30 da tarde, vencemos o derradeiro meandro da estrada Muktinath Sadak.

Por muito que nos tentássemos abstrair, voltarmos a carregar as mochilas com o seu peso máximo sobre as costas.

O facto de termos cumprido boa parte do caminho a descer e sobre asfalto, gera um desgaste inesperado que parecia redobrar uma fome já intensa.

Entre nós, alguém tinha retido a informação de uma boa pousada, em Kagbeni.

Placa fornece direcções aos caminhantes e condutores da região do Mustang

Placa fornece direcções aos caminhantes e condutores da região do Mustang

Encontramo-la acima da povoação, com vista privilegiada sobre uma vastidão de arrozais verdejantes, o casario secular e o vale fluvial adiante. Chamava-se “Dragon Hotel”.

O Acolhimento Providencial do “Dragon Hotel”

Os quartos parecem-nos bem, não que alguma vez tivéssemos sido exigentes, como, até então, o tínhamos sido com os banhos. O casal ao serviço promete-nos que os duches funcionam com água quente e bem.

Afiança-nos que, esses, eram problemas lá das terras mais altas dos Annapurnas. Kagbeni era maior, menos elevada e, sobretudo naquela altura do ano, as canalizações não gelavam, como até poderia acontecer no Inverno. Por si só, a explicação soa-nos a alívio.

Falham, no entanto, em perceber a urgência do almoço. Em vez de o apressarem, contam-nos mais sobre o alojamento. “… este hotel foi construído por um nepalês de cá que trabalhou quinze anos no Japão, na Toyota de Nagoya. Quando voltou, aplicou quase tudo o que tinha ganho na sua construção, em pedra e cimento, nada de madeira!”

Nós, a Sara, o Manel e o Josh partilhávamos o mesmo tipo de apetite voraz. Sem sequer o combinarmos, sentamo-nos à mesa sem que os donos nos tivessem chamado.

Tagarelamos a forte ritmo, sobre tudo um pouco, incluindo a partida da Sara e do Manel que tinham voo internacional de Kathmandu daí a dois dias e que, como tal, deviam chegar a Jomson o quanto antes, para, de lá, apanharem o autocarro para Pokhara.

Mais de uma hora de cavaqueira após termos feito o pedido, por fim, o casal do “Dragon Hotel” traz a comida para a mesa. Pelo que víamos, tinha valido a espera.

Empregados do "Dragon Hotel" de Kagbeni.

Empregados do “Dragon Hotel” de Kagbeni.

Noutra situação, os hambúrgueres vegetarianos com batatas caseiras fritas poderiam provar-se coisa pouca. Ali, depois de quase quinze dias a comermos os mesmos pratos elementares, souberam-nos a recompensa.

Findo o repasto, despedimo-nos da Sara e do Manel, já sob uma chuvada e trovoada que lhes atormentou a viagem para Jomson e com que não estávamos a contar.

A tormenta também furta a Kagbeni o seu abastecimento de electricidade. Pelas quatro da tarde, confrontados com uma bátega e um escurecer antecipado pelas nuvens carregadas, decidimos adiarmos a descoberta de Kagbeni.

Beneficiava-nos o facto de podermos estender o Circuito dos Annapurnas tanto quanto quiséssemos.

Deitamo-nos cedo.

Périplo pof Kagbeni, com Veneração da Sua Gompa Secular

Despertamos às seis e meia. Três quartos de hora depois, já descíamos para o centro da povoação.

Kagbeni revela-se diminuta, mas labiríntica.

Desenvolveu-se em volta do cerne religioso da gompa (mosteiro tibetano) Kag Chode Thupten Samphel Ling, fundado, em 1429, por Tenpai Gyaltsen, um erudito do clã Xáquia a que pertenceu também Siddharta Gautama, o “grande sábio dos xáquias”, mais conhecido por Buda.

A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling na na base das montanhas que envolvem Kagbeni, Circuito Annapurna.

A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling na na base das montanhas que envolvem Kagbeni, Circuito Annapurna.

Encontramos o edifício original da gompa num quase cubo de tom de tijolo, imposto ao sopé de uma encosta íngreme e terrosa, com a companhia de uma edificação mais moderna.

Segundo explica uma publicação local, o longo nome Kag Chode Thupten Samphel Ling tem como significado “mosteiro do lugar para parar e desenvolver concentração nos ensinamentos do senhor Buda.”

Ora, até meio do século XVIII, o mosteiro acolhia cerca de cem monges budistas provenientes de doze aldeias circundantes.

Cruzamo-nos com uns poucos, cinco ou seis, em vaivéns entre um edifício e o outro, sendo que, no secundário, mantinham tarefas de responsabilidade.

Jovem aluno lê sob o sol da região do Mustang, Nepal

Jovem aluno lê sob o sol da região do Mustang, Nepal

Começamos por espreitar a gompa.

Sumptuosa, de atmosfera lúgubre apenas iluminada pela janela solitária na sua fachada e por uma série de velas.

Desse breu, sobre o altar do templo, destacam-se as estátuas de bronze de Buda, ladeado pelos seus discípulos Sariputra, Maudgalanya e por outras divindades.

Depressa descobrimos dezenas de jovens alunos submetidos à tarefa aturada em que se traduz o nome do mosteiro.

A maior parte, numa sala de aula com janelas abertas ao exterior.

Alunos estudam num terraço do mosteiro Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagbeni

Alunos estudam num terraço do mosteiro Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagbeni

Uns poucos, a estudarem num terraço solarengo, sobre tapetes, com uma vista desafogada em redor culminada pelo pico da montanha Sangdachhe Himal (6.403m), uma das intermédias do Nepal.

O Labirinto de Pedra e Barro de Kagbeni

Contada mais de uma hora no mosteiro, partimos para as ruas e ruelas em que se multiplicou Kagbeni, na sua zona mais antiga, entre lares antigos feitos de madeira e barro seco, reforçado por secções fulcrais de pedra.

Terraços e estandartes budistas de casas tradicionais de Kagbeni

Terraços e estandartes budistas de casas tradicionais de Kagbeni

Dos cimos de muitos destes lares ondulam ao vento estandartes budistas, alguns brancos, outros, multicolores.

Quase todos, junto a pilhas de lenha providenciais.

Cruzamo-nos com alguns dos cerca de seiscentos moradores da povoação, entregues ao seu dia-a-dia.

Uma mulher prestes a entrar num curral, carrega um fardo de erva seca.

Moradora de Kagbeni com forragem, Circuito Annapurna

Moradora de Kagbeni com forragem, Circuito Annapurna

Outra, lava algo num chafariz próximo da sua casa.

Um grupo menos atarefado põe a conversa em dia, com a bênção do totem local da fertilidade feminina, moldada em barro, de olhos e seios bem esbugalhados.

Mulheres conversas próximo de um totem da feminidade de Kagbeni.

Mulheres conversas próximo de um totem da feminidade de Kagbeni.

Cruzamo-nos com ovelhas deambulantes.

Umas ruelas depois, com uma mulher que fala ao telefone junto ao totem oposto, o da fertilidade masculina, representado por um guerreiro de espada e pénis hirtos.

Mulher de Kagbeni conversa ao telefone com um totem da masculinidade em fundo

Mulher de Kagbeni conversa ao telefone com um totem da masculinidade em fundo

Nos arredores, sem surpresa, deambulam iaques.

Kagbeni tem, inclusive, um tal de hotel Yac Donalds tornado famoso pela colagem não só ao nome, como à identidade gráfica da marca de fast junk food.

Há Séculos na Confluência do rio Gandaki com o Kali

Na região, Kagbeni também é tratada por “ghaak”, o termo para uma junção apertada.

Na sua íntegra, o nome oficial de Kagbeni resume a confluência do rio Kali (ka) com o Gandaki (g..a), ambos provenientes de terras mais altas e sagrados, tanto para Budistas como para Hindus.

Kagbeni ter-se-á desenvolvido, de início, assente na sua função primordial de taxação monárquica das caravanas de sal que circulavam entre o Tibete, a Índia, Manang e Dolpa, no oeste do Nepal.

Mais tarde, também como escala do caminho peregrino para o templo de Muktinath por que tínhamos passado no dia anterior.

Os habitantes da povoação original, bem mais antiga, mudaram-se já por duas vezes, dizem os anciãos que, em ambos os casos, devido a acontecimentos e actividades paranormais que só tiveram término quando, por fim, se instalaram no lugar actual.

Mãe e filhos na loja de Kagbeni da família, Mustang

Mãe e filhos na loja de Kagbeni da família, Mustang

Monções Descontroladas e Enxurradas Devastadoras

Distintos fenómenos, desta feita naturais, voltaram a apoquentar as suas gentes.

Em Agosto de 2023, em plena época de monção, o afluente Kag do rio Gandaki transbordou das chuvas copiosas que caíram dias a fio.

A enxurrada fez desaparecerem oito edifícios.

Edifícios de Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal

Edifícios de Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal

No total, dezanove ficaram seriamente destruídos, num dano para Kagbeni que se considera irreparável.

E, no entanto, quando por lá andámos, em Março, até mesmo o grande Gandaki que se agiganta durante o degelo e as monções, parecia um qualquer riacho a sulcar um mar de seixos e brita.

Rio Kali Gandaki, diminuído pela época seca já avançada

Rio Gandaki, diminuído pela época seca já avançada

A determinada altura, resolvemos descer para o leito do rio nas traseiras da povoação.

Uma ponte mal-arranjada de sacos de areia, troncos e tábuas permitia vencer os dois braços por que o caudal principal se dividia.

Cruzamo-los, para cá e para lá.

O suficiente para admirarmos o casario e o mosteiro que o encerrava no fundo do desfiladeiro, agora, com muito mais da montanha Sangdachhe Himal visível.

Panorâmica de Kagbeni com a montanha Sangdachhe Himal em fundo, Circuito Annapurna

Panorâmica de Kagbeni com a montanha Sangdachhe Himal em fundo, Circuito Annapurna

A espaços, um ou outro morador da região passava por nós, apontado a Kagbeni.

O Limiar Proibitivo (pelo preço) do ex-Reino do Alto Mustang

Satisfeitos com o panorama, mudamo-nos para a margem esquerda do rio, aquela em que instalou o povoado.

Damos com um novo caminho no limiar de Kagbeni e com um sinal negro, com letras amarelas que sustentava um “aviso importante”.

Dali em diante, estaríamos a entrar numa área restrita do Alto Mustang.

Cartaz anuncia as regras de acesso ao ex-Reino do Alto Mustang

Cartaz anuncia as regras de acesso ao ex-Reino do Alto Mustang

As autoridades concediam excepção e passagem a três lugares, todos pouco distantes.

O acesso para além destes pontos, carecia de uma autorização especial. Segundo havíamos apurado, com um custo de 500 usd, por pessoa, para dez dias.

Exorbitante, se comparado com os permits do Circuito Annapurna, é módico se tivermos em conta o histórico de absoluta interdição desta região, em tempos conhecida por Reino de Lo e que tém capital na cidade murada de Lo Manthang.

O Alto Mustang manteve-se como reino até 2008, o ano em que o suserano Nepal passou de monarquia a república e obrigou a monarquia subalterna a ajustar-se.

Os seus muitos séculos de clausura fazem com que a região a norte de Kagbeni preserve as tradições e dialectos tibetanos ancestrais.

Cimo do edifício mais recente do mosteiro Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagabeni

Cimo do edifício mais recente do mosteiro Kag Chode Thupten Samphel Ling, Kagabeni

Com a China a impor os modos da civilização Han ao vasto Tibete, também o Alto Mustang muda. Ao mesmo tempo, a fama de mistério do antigo reino tem atraído mais e mais visitantes, sobretudo ocidentais.

Naquele momento, com o sinal pela frente, seduz-nos a ideia de adicionarmos ao périplo pelos Annapurnas uma embaixada a Lo Manthang.

Só que estávamos a viajar pela Índia e Nepal havia quatro meses.

Os mil dólares e os dez dias extra iam condicionar outros planos e lugares imperdíveis.

Mantemos esse ensejo.

Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

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Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

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Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
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Sociedade
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
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Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.