Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana


A solo
Guia Saturnino na margem da Laguna de Oviedo.
Barcos-espelho
Barcos usados na Laguna de Oviedo reflectidos na água lisa e salgada.
Uma lagoa espinhosa
Encosta repleta de cactos, acima do plano salgado da Laguna de Oviedo.
Voo em duo
Flamingos adultos levantam voo da Laguna Oviedo, seu habitat natural.
Iguana saltadora
Iguana regressa à segurança do solo do Cayo Iguana.
Saturnino & Hector
Dois dos guias da Asociación de Guias de la Naturaleza de Oviedo.
Íbises vs Garças
Íbis e garças partilham um ilhéu-aviário da lagoa.
Momento flamingo-balnear
Grupo de flamingos percorre a água salina da Laguna Oviedo.
Recorte da Laguna Oviedo
Litoral recortado, pejado de cactos.
Iguana Ocre
Uma das muitas iguanas que disputam o Cayo Iguana Laguna de Oviedo.
Uma Descolagem abrupta
Garça descola da vegetação de um dos ilhéus da Laguna de Oviedo.
A pente fino
Flamingos vasculham a água rasa e salina da lagoa.
A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.

Desde pouco depois das seis da manhã que percorríamos o litoral sudoeste da República Dominicana com partida da Casa Bonita e o Km. 17 da Carretera de la Costa, com paragens sempre que não resistíamos ao encanto dos lugares e das pessoas porque passávamos.

Decorridas duas horas e meia, atingimos as imediações do Centro de Visitantes da Laguna de Oviedo com fome e a precisarmos de renovar energias. Carlos, o condutor e guia seguia em sintonia connosco.

De acordo, em vez de desviar de imediato para a via que lá nos levaria, avançou umas centenas de metros adicionais na ruta 44 e estacionou mesmo à entrada de um negócio de beira de estrada que conhecia de vários anos de visitas à lagoa e de ginjeira. A mercearia da beira da estrada chamava-se colmado Alba. 

Ditou o passar dos anos que os dominicanos adaptassem às pequenas lojas de víveres e outros produtos para a casa, o termo castelhano – e também usado em Espanhacolmado. O vocábulo deriva do verbo colmar, sinónimo de “encher”, “completar” mas também, de um modo mais figurativo, “satisfazer”.

De acordo, Dona Alba, a proprietária, serviu-nos cafés de termo, bem quentes mas muito mais açucarados do que estávamos habituados a saborear. Para o caminho, ainda trouxemos duas Maltas, bebida gaseificada de malte que tínhamos a impressão (não a certeza) que tínhamos bebido a última vez numa longínqua última visita à Venezuela de Outubro de 2013.

Guia, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Guia Saturnino na margem da Laguna de Oviedo.

Por Fim, a Chegada à Longínqua Laguna de Oviedo

Carlos termina o café. Remata a empanada da sua satisfação. Despedimo-nos de Alba e do rapaz que a ajudava no estabelecimento. Dali, ao Centro de Visitantes instalado à margem do limiar nordeste da lagoa, não tardaram sequer dois minutos.

Lá nos recebem Saturnino (Nino) Santana e o colega Héctor, de nome oficial Juan Carlos Jiménez. São os dois nativos das redondezas, membros já com historial da Asociación de Guias de la Naturaleza de Oviedo.

Saturnino saúda Carlos com sentimento. Logo, assume o protagonismo do duo. Conduz-nos à frente de um mapa afixado e inaugura as explicações essenciais à exploração e ao conhecimento da laguna em cujas margens ambos cresceram, uma lagoa, há que sublinhá-lo bem sublinhado, mais que incomum, extravagante.

De entre as várias singularidades da Laguna de Oviedo salta à vista, no mapa, a língua de terra longilínea e insignificante que a separa do vasto Mar das Caraíbas. “É essa mesma proximidade que faz a lagoa salgada como é o que lhe dá a cor que tem e a torna especial por várias outras razões. Daqui a nada já vão perceber e sentir aquilo de que estamos a falar.” afiança-nos Saturnino.

Daquele recanto do Centro de Visitantes caminhamos em direcção à margem. Pelo caminho, passamos por uma vara de porcos domésticos entretida a escavar raízes num pedaço de terra ensopada à sombra de coqueiros. O corpo de água esverdeada da lagoa jazia, imóvel, ali ao lado.

Barcos, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Barcos usados na Laguna de Oviedo reflectidos na água lisa e salgada.

A Hora Ainda Fresca do Embarque

Subimos a um pequeno molhe de madeira. Logo, a bordo de um de vários pequenos barcos a motor com tejadilho sustido por barras em forma de xis. Durante mais de três horas, esse tejadilho, elementar mas providencial, protegeu-nos do sol inclemente que ali castiga a vegetação e evapora a água pouco profunda (1.5m).

Só quando zarpamos observamos algum movimento na superfície da lagoa. À medida que nela nos internamos, cruzamo-nos com as primeiras aves em voo: Um trio de garças brancas, dois íbis. Ao longe, a silhueta distendida, quase anguina de um flamingo solitário.

Contornamos uma península rochosa. Do lado de lá, a margem mais próxima é promovida a vertente, uma verdadeira encosta forrada de arbustos verdejantes de que se destacam cactos com ramificações intrincadas.

Hector aponta o barco a uma das vinte e quatro ilhotas disseminadas pelos 23km2 da lagoa. À medida que nos aproximamos contraluz, a quantidade de silhuetas de íbis, garças de outras espécies de passarada aumenta. Hector dá a volta ao ilhéu.

Íbises e garças, Laguna de Oviedo, República Dominicana,

Íbis e garças partilham um ilhéu-aviário da lagoa.

Íbis, Garças, Flamingos e Cia.

Aos poucos, as silhuetas transformam-se em imagens perfeitas das aves empoleiradas no cimo dos galhos e cactos que preenchiam aquela intrigante ilha aviário.

Dali, avançamos em direcção a El Salado, uma área subdividida da lagoa, contida por um braço de areia elevado. Saturnino dá-nos indicação para fazermos silêncio e para espreitarmos para lá desse braço, à distância.

A água é ali bem mais rasa que aquela em que navegávamos. Ainda sem brisa, espelhava a vegetação acima em tons viçosos de verde.

Deixamos o barco para um lodaçal típico das áreas de manguezal. Subimos para cima do banco de areia e camuflamo-nos atrás do mato denso e espinhoso que se erguia acima das nossas cinturas.

Através de uma abertura no mato escolhida a dedo, avistamos uma área daquela sub-lagoa salpicada de manchas rosadas que se moviam quase em câmara lenta.

Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana

Flamingos vasculham a água rasa e salina da lagoa.

Não estávamos sequer na época do ano em que ali afluem em maior número mas, mesmo assim, a Laguna de Oviedo acolhia uma colónia abundante de flamingos migrantes.

Aproximamo-nos o mais possível sem os fazermos debandar. Apreciamos as suas persistentes prospecções dos crustáceos que lhes dão a cor. E, claro está, fotografamo-los. Satisfeitos com a incursão, regressamos ao barco e à companhia de Hector.

Das Aves aos Répteis da Laguna de Oviedo

Havia já algum tempo que a lagoa nos prendava com a sua paisagem e com o avistamento de aves. No percurso seguinte, Saturnino e Hector trataram de quebrar essa falsa monotonia. “Sabem que quando nós éramos miúdos, gostávamos de ir até àquela mesma parte da lagoa, enchíamos os corpos de lama e ficávamos assim por ali a passear, a conversar enquanto a lama nos tratava da pele.

Guias, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Dois dos guias da Asociación de Guias de la Naturaleza de Oviedo.

Nessa altura, era mais uma traquinice. Mas, a verdade é que com o passar dos anos e a vinda cá de alguns famosos da República Dominicana, os banhos de lama da Laguna de Oviedo se tornaram populares.

Agora, recebemos grupos que chegam quase mais pelo tratamento de pele que pela fauna e flora.”

Não era de certeza o nosso caso. Saturnino sabia-o. De tal maneira que ele e Hector não tardaram a ancorar o barco num tal de Cayo Iguana. Outra das 24 ilhas da lagoa.

Damos apenas uns dez passos sobre a sua superfície meio terrosa meio rochosa quando confirmamos a lógica do baptismo que recebera. Saturnino tinha arrancado umas cerejas selvagens de uma árvore. Não precisou sequer de as exibir.

Iguana, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Uma das muitas iguanas que disputam o Cayo Iguana da Laguna de Oviedo.

Três ou quatro iguanas detectaram a intrusão da comitiva de humanos e apressam-se a estabelecer contacto. Saturnino oferece-lhes as cerejas. Várias mais aparecem, vagarosas, mas nem tanto assim. Surgem do interior do mato, competitivas e ansiosas de devorar um daqueles inesperados petiscos.

A determinada altura, vemo-nos num estranho convívio com iguanas do tipo rinoceronte (cyclura cornuta) e Ricord (cyclura ricordi). A cena faz-nos sentir na já bem velha série televisiva de ficção científica “V”, em que alienígenas humanóides e reptilíneos se infiltram aos poucos e acabam por dominar a Terra.

Iguana em salto, Laguna de Oviedo, República Dominicana

Iguana regressa à segurança do solo do Cayo Iguana.

Regresso Pela Orla Marinha da Lagoa

Por essa altura, tínhamos ultrapassado e de que maneira o tempo previsto para a volta na Laguna de Oviedo. Em vez de se mostrarem importunados, Saturnino e Hector revelam-nos um derradeiro recanto da lagoa, a sua zona de Los Pichiriles. Ali, avistamos novo bando prolífico de flamingos.

Flamingos em voo, Laguna Oviedo, República Dominicana

Flamingos adultos levantam voo da Laguna Oviedo, seu habitat natural.

Admiramo-los na sua elegância pernalta mas também em várias descolagens, momentos de incrível beleza coreográfica quando em duos e trios, sincronizam os seus movimentos e chegam a voar num modo que nos parece clonado.

Em Los Pichiriles, estamos o mais perto do Mar das Caraíbas de todo o itinerário ziguezagueante que havíamos cumprido.

Ali, na iminência do oceano, percebemos melhor que nunca o fenómeno que tinha gerado a hipersalinidade da lagoa. Com o tempo, a barreira de calcário que em tempos manteve a lagoa isolada, cedeu à erosão e tornou-se permeável à entrada de água marinha.

Flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana

Grupo de flamingos percorre a água salina da Laguna Oviedo.

Enquanto o influxo de água salgada oscila sobretudo com as marés e as correntes, a entrada da água doce depende da chuva que cai directa sobre a lagoa e dos caudais que para lá fluem provindos da Serra de Bahoruco. A cor extravagante da lagoa deve-se aos sedimentos arrastados pela entrada subterrânea da água marinha.

Regressamos ao Centro de Visitantes, despedimo-nos dos cicerones e ficamos uma vez mais entregues a Carlos. O regresso iria demorar pelo menos mais duas horas. Com tempo e um sinal de internet que ia e vinha, decidimos investigar o único aspecto da Lagoa de Oviedo que nos continuava a intrigar: o seu nome.

O Porquê Histórico de “Oviedo”

Sabíamos que andávamos em terras do Parque Nacional Jaragua, parte da província de Pedernales que faz fronteira com o sul do Haiti. Num ápice, descobrimos que a pequena cidade que servia a laguna, Oviedo, era a mais austral da República Dominicana.

Litoral da Laguna de Oviedo, República Dominicana.

Litoral recortado, pejado de cactos.

Tanto a lagoa como a província mantêm o baptismo dado em honra de Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdez, polígrafo e cronista de Cristóvão Colombo, o incontornável primeiro visitante europeu destas paragens das Américas.

A Oviedo dominicana actual teve como génese um dos mais antigos povoados de Hispaniola. Há que ter, no entanto, em conta que a cidade sofreu um importante translado.

Em 1966, o furacão Inês arrasou-a quase por completo. O presidente dominicano de então, Joaquín Antonio Balaguer decretou que fosse reerguida noutro lugar, mais afastado da Laguna de Oviedo e protegido das fúrias ciclónicas do Caribe.

Mesmo em plena época de furacões desta região, continuávamos bafejados pela sorte. Os que apareciam a Oeste das Antilhas subiam a norte em vez de avançar para Oeste sobre Porto Rico e Hispaniola ou, ainda mais a ocidente, sobre Cuba. Os dias sucediam-se com céu azul, solarengos a condizer.

Pelo menos até às quatro e meia, cinco da tarde, hora em que as nuvens se precipitavam do Mar das Caraíbas sobre a serrania de Bahoruco e ali descarregavam a humidade acumulada durante as horas de sol a pique e calor intenso.

Carlos entregou-nos de volta à Casa Bonita bem antes da chuvarada dessa tarde.

Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Mar Morto, Israel

À Tona d'água, nas Profundezas da Terra

É o lugar mais baixo à superfície do planeta e palco de várias narrativas bíblicas. Mas o Mar Morto também é especial pela concentração de sal que inviabiliza a vida mas sustém quem nele se banha.

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão
Cidades
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Cultura
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Manatee Creek, Florida, Estados Unidos da América
Em Viagem
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Moradora de Nzulezu, Gana
Étnico
Nzulezu, Gana

Uma Aldeia à Tona do Gana

Partimos da estância balnear de Busua, para o extremo ocidente da costa atlântica do Gana. Em Beyin, desviamos para norte, rumo ao lago Amansuri. Lá encontramos Nzulezu, uma das mais antigas e genuínas povoações lacustres da África Ocidental.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, Pirenópolis, Goiás, Brasil
História
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirenéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Visitante, Michaelmas Cay, Grande Barreira de Recife, Australia
Ilhas
Michaelmas Cay, Austrália

A Milhas do Natal (parte I)

Na Austrália, vivemos o mais incaracterístico dos 24os de Dezembro. Zarpamos para o Mar de Coral e desembarcamos num ilhéu idílico que partilhamos com gaivinas-de-bico-laranja e outras aves.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Cowboys basotho, Malealea, Lesoto
Natureza
Malealea, Lesoto

A Vida no Reino Africano dos Céus

O Lesoto é o único estado independente situado na íntegra acima dos mil metros. Também é um dos países no fundo do ranking mundial de desenvolvimento humano. O seu povo altivo resiste à modernidade e a todas as adversidades no cimo da Terra grandioso mas inóspito que lhe calhou.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile
Parques Naturais
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Fortaleza de Massada, Israel
Património Mundial UNESCO
Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Praias
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
ocupação Tibete pela China, Tecto do Mundo, As forças ocupantes
Religião
Lhasa, Tibete

A Sino-Demolição do Tecto do Mundo

Qualquer debate sobre soberania é acessório e uma perda de tempo. Quem quiser deslumbrar-se com a pureza, a afabilidade e o exotismo da cultura tibetana deve visitar o território o quanto antes. A ganância civilizacional Han que move a China não tardará a soterrar o milenar Tibete.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Vida Selvagem
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.