Malealea, Lesoto

A Vida no Reino Africano dos Céus


Cowboys basotho
Cavaleiros basotho a cavalo dos resistentes cavalos basuto com os chapéus e cobertores tradicionais da nação.
O Pastor
Tumelo Monare de olho no seu grande rebanho de ovelhas.
Celeiro da nação
Um dos muitos vales cerealíferos do Lesoto, nas imediações de Malealea.
Amigas de igual
Duas raparigas na escola da aldeia, com os uniformes coloridos usados por todos os alunos.
Trabalho meio feito
Monare, no cimo do vale do rio Makhaleng já com a sua pilha de lenha bem pesada.
VW Parking
VW Golf estacionado entre duas casas típicas de Malealea.
Escondidas fáceis
Crianças brincam no meio do milho que desponta nas imediações da sua escola.
Caminhada no Reino dos Céus
Moradora de Malealea percorre um trilho da povoação entre plantações de cereais.
Amigos de igual
Miúdos brincam junto a uma parede da escola com uma pintura legendada da bandeira do Lesoto.
A tempo do frio
Mulheres recolhem lenha no vale do rio Makhaleng com o fim de aquecerem mais uma noite frígida que se aproxima.
Maternidade Basoto
Mulher trabalha com o bebe bem preso às costas, à moda do sul de África.
O Lesoto é o único estado independente situado na íntegra acima dos mil metros. Também é um dos países no fundo do ranking mundial de desenvolvimento humano. O seu povo altivo resiste à modernidade e a todas as adversidades no cimo da Terra grandioso mas inóspito que lhe calhou.

O camião em que seguíamos já só subia desde a já longínqua fronteira de Maseru Bridge em que a nação sul-africana envolvente comunica com a capital do Lesoto e dá passagem aos seus domínios ainda mais elevados.

Quase 75km depois, a via asfaltada ramifica numa outra de terra mal e porcamente batida, repleta de pequenos calhaus, altos e baixos e crateras deixadas pelas chuvas de há uns tempos.

Uma placa branca com mensagem em inglês a vermelho alerta para o que aí vem: “mulheres apertem os vossos soutiens, homens coloquem as coquilhas. Apertem os cintos de segurança e tirem as dentaduras. A estrada que se aproxima é acidentada”.

O sol dá os últimos sinais da sua graça. Doura o vale amplo em redor, já de si amarelado pela farta cobertura cerealífera, feita de minifúndios rectangulares aqui e ali salpicados de lares térreos elementares. Tão bucólico e sedativo se revela o cenário que disfarça os solavancos cada vez mais bruscos.

Celeiro da nação, Malealea, Lesoto

Um dos muitos vales cerealíferos do Lesoto, nas imediações de Malealea.

Salva-nos a chegada já crepuscular a Malealea, a aldeia que ficara de nos receber.

O Acolhimento Providencial de Malealea

Algures entre 1900 e a 1ª Guerra Mundial, um inglês de nome Mervyn Smith resolveu lá estabelecer um pequeno entreposto comercial. Decorridos, oitenta e seis anos, o casal mosotho (do Lesoto) Mick e Di Jones, comprou o que dele restava e transformou-o numa pousada.

Por essa altura, não faziam ideia daquilo em que se estavam a meter. A estrada era bem pior que a de agora, recomendada apenas a veículos com tracção às quatro rodas e dos mais robustos. À imagem da sua pátria resiliente, enfrentaram as dificuldades com determinação e engenho.

Acabaram por se ver recompensados.

O Malealea Lodge é, hoje, um trunfo do reino. Acolhe visitantes de todo o mundo uns atrás dos outros. Por norma, por lá param apenas os interessados na África profunda, como é esta do Lesoto, mesmo se 80% do país fica acima dos 1800 metros e o seu ponto mais alto reside nos 3482m de Thebana Ntlenyana, a “Pequena e Bonita Montanha”, assim a trata o povo.

O Calor do Elevado Lesotho. Em Redor da Fogueira

O ocaso encerra o seu exibicionismo cromático e o dia esfria a grande ritmo. O lodge recebe-nos à volta da BOMA, acrónimo de British Officers Military Administration, com os tempos, adaptado à zona – por norma preparada para contar com uma fogueira – onde os hóspedes convivem ao final do dia.

Conotada com os tempos coloniais, a BOMA tornou-se um tema que divide as gerações seguintes, em especial as gentes que trabalham em lodges e outros alojamentos em que esta área assume um papel social incontornável. Mas o Malealea Lodge tinha mais com que se preocupar.

A começar com a integração dos habitantes carenciados da povoação e arredores no seu projecto turístico.

Sentamo-nos em frente ao fogo. Apreciamos o espectáculo a decorrer do outro lado das suaves labaredas. Primeiro, um grupo coral com vozes poderosas. Logo, uma banda que nos dá a conhecer temas tradicionais em tudo distintos tocados com instrumentos criados, à mão, pelos seus elementos: uma bateria de bidons, guitarras de pau e afins.

Além de nos surpreender e entreter, a sua exibição relembrou-nos como, com a devida predisposição mental, se consegue quase sempre fazer muito com pouco. Recebidas as boas-vindas naquele jeito de festival abreviado, recolhemos à rondavel que nos tinha sido atribuída, nos fundos florestados da propriedade.

Estávamos exaustos da longa viagem com origem nas montanhas sul-africanas de Drakensberg. Às nove da noite já a electricidade havia sido desligada. Tomamos duches rápidos à luz da vela e aterramos para um sono  mais longo que os anteriores.

Lesoto: as Dificuldades de um País Africano de Alta-Montanha

Acordamos ao nascer do sol com o habitual grasnar estridente dos íbis. Pouco depois, voltamos a ter electricidade, garantida por um gerador. O fornecimento nacional está longe de chegar àquelas paragens semi-esquecidas, só mais uma das vulnerabilidades do Lesoto.

Por irónico que pareça, o país obtém grande parte das suas receitas dos cerca de 240.000 carates de diamantes anuais extraídos de quatro minas e com a água que exporta para a ressequida África do Sul, canalizada do ambicioso Lesotho Highlands Water Project. Têm-se provado manifestamente parcas.

Cerca de 40% da população do país vive abaixo da Linha Internacional de Pobreza de 1.25 dólares americanos diários. A maior parte dos lares sobrevive com base na agricultura de subsistência. Alguns deles, conseguem mais que subsistir apenas e só graças ao dinheiro remitido às famílias pelos emigrantes na África do Sul e noutras paragens.

Como se não bastasse a penúria, o Lesoto foi ainda tolhido pela praga HIV/SIDA. Por volta de 2010, o país tinha uma prevalência de em redor de 24% dos seus habitantes. Em certas áreas urbanas, cerca de metade das mulheres foram infectadas.

Mulher, Malealea, Lesoto

Moradora de Malealea percorre um trilho da povoação entre plantações de cereais.

De acordo, a esperança de vida oficial do Lesoto é, ainda hoje, de pouco mais de quarenta anos.

O flagelo do HIV/SIDA levou a visitas de Bill Clinton e de Bill Gates, em 2006. Através do apoio das suas fundações, ambos conseguiram uma ligeira melhoria nas estatísticas.

Ainda assim, a catástrofe está longe de ser resolvida.

Mulher basoto, Malealea, Lesoto

Monare, no cimo do vale do rio Makhaleng já com a sua pilha de lenha bem pesada.

Malealea: uma Comunidade com Muito de Tribal

No campo montanhoso em redor de Malealea quase não nos apercebemos da sua latente expressão mas constatamos outras das provações porque os nativos passam. Deixamos o lodge com o sol a regressar, tímido, àquelas alturas rugosas. Em redor, quase todas as casas foram erguidas em pedra e argila seca.

Têm como telhados ora coberturas de palhota, ora folhas finas de zinco, em qualquer dos casos, pressionadas por grandes calhaus que as preparam para os dias mais invernosos, em que vento furioso sopra Lesoto acima. Grandes cactos são usados como limitadores das propriedades e até das ruas.

Entre os lares e estes cactos, vagueiam porcos e cães domésticos. Para nosso espanto, no meio de duas casas, uma rectangular, outra ogival e ocres como o solo que as sustenta, repousa um Volkswagen Golf azul-escuro, já velhinho, igual ao que conduzimos em Lisboa, aquele, ali, supomos que fruto de muitos anos de trabalho expatriado.

VW Parking, Malealea, Lesoto

VW Golf estacionado entre duas casas típicas de Malealea.

Logo ao lado, à porta do seu pequeno domicílio igualmente argiloso, Regina lava roupa num pequeno alguidar verde.

Miriam, com apenas nove meses, contempla-nos embrulhada num babygrow cor-de-rosa e, em parte, na saia em que a mãe a mantém às costas, à boa moda africana.

Malealea, Lesoto, Mãe e bébe

Mulher trabalha com o bebe bem preso às costas, à moda do sul de África.

Lesoto e os Seus Ágeis Cavaleiros sob os Chapéus e Cobertores da Nação

Continuamos a deambular pela povoação. Mal deixamos o fulcro habitacional, encontramos os milheirais fartos que alimentam a aldeia. Dois ou três jovens conduzem vacas no sentido contrário e um outro ultrapassa-nos a galope de um dos cavalos basuto ágeis da nação.

O Lesoto é um país de cavaleiros. Numa altura em que os Zulus e os primeiros colonos holandeses da zona (Voortrekkers) se confrontavam, o seu território actual acabou por receber cavalos da Cidade do Cabo como despojos de guerra. Esses cavalos tinham sido trazidos pela Companhia Holandesa das Índias Orientais.

Foram cruzados com outros equídeos árabes ou persas. Os mantidos na Cidade do Cabo tornaram-se maiores e seriam considerados de superior qualidade. Banidos deste aperfeiçoamento genético e forçados a longas montadas em terrenos difíceis, os Basuto são, ainda hoje, menores mas mais resistentes e corajosos.

Os homens basotho sabem que podem contar com eles até no pino do Inverno, quando as temperaturas chegam aos -20º, e as montanhas e os trilhos ficam cobertos de neve e gelo.

Então, mas não só, os cavaleiros montam os seus cavalos sob os chapéus cónicos e icónicos mokorotlo que têm lugar no centro da bandeira nacional.

Cowboys basotho, Malealea, Lesoto

Cavaleiros basotho a cavalo dos resistentes cavalos basuto com os chapéus e cobertores tradicionais da nação.

Fazem-no embrulhados nos não menos emblemáticos cobertores seanamarena. Estes cobertores foram introduzidos nas terras altas do Lesoto por mercadores britânicos.

Os nativos adaptaram-nos. Nos dias que correm, os também são usados na produção de cerveja tradicional e como presentes dados pelos noivos à família das noivas.

Quando uma mulher fica grávida, aninha-se num cobertor, como forma de simbolizar a vida que gesta.

Com o tempo, os cobertores tornaram-se de tal forma significativos que os seus novos designs têm que ser autorizados pela família real que tomou conta da antiga Basutolândia após a independência da Grã-Bretanha, em 1966.

Aprendizagem Uniforme, numa Escola Sofrível

Passamos por uma escola frequentada por dezenas de jovens da nação, estes vestidos de uniformes que combinam pulôveres vermelhos com calções e saias ora vermelhas mais claras, ora amarelas.

Alunas, Malealea, Lesoto

Duas raparigas na escola da aldeia, com os uniformes coloridos usados por todos os alunos.

Está na hora do recreio. A nossa presença concentra as atenções.

Ainda assim, com excepção pela atracção pelas máquinas fotográficas e pelos retratos que produzimos, vários dos miúdos altivos optam por não interromper as brincadeiras com que se entretinham, alguns junto a uma pintura legendada da bandeira do Lesotho: “Azul para chuva; branco para paz e verde para prosperidade”.

Alunos de igual, Malealea, Lesoto

Miúdos brincam junto a uma parede da escola com uma pintura legendada da bandeira do Lesoto.

Espreitamos uma das salas de aula vazias e comprovamos uma vez mais, pela precariedade e pela sujidade acumulada no chão, como o último dos princípios continua por conquistar.

À saída, cruzamo-nos com a professora Benedicta que veste um casaco de cabedal negro e segura uma mala também de couro, dourada.

Não conseguimos evitar que a discrepância entre as suas vestes aprimoradas e, pelo menos, a falta de limpeza das salas de aula, nos perturbe.

Caminhada em Redor de Malealea e do rio Makhaleng

Da escola, descemos em direcção ao vale semi-ressequido do rio Makhaleng, atrás de um grupo de forasteiros a cavalo de basutos. Contornamos os meandros do rio, entre mais milheirais e campos de milho-miúdo e de outros dos cereais silvestres que por ali proliferavam.

Alunos milheiral, Malealea, Lesoto

Crianças brincam no meio do milho que desponta nas imediações da sua escola.

Os cenários preservam-se dourados durante as três horas que caminhamos por caminhos também de cabras, até chegarmos a Botsoela, uma queda d’água com caudal gélido em que nos refrescamos.

Reemergimos das profundezas do vale para a orla de Malealea com o sol uma mais vez a abandonar aquelas alturas. Várias mulheres recolhem lenha para aquecer a noite que se anuncia.

Um rapazito de uns seis ou sete anos vê-se aflito para acartar um tronco quase tão pesado como ele encosta acima.

A tempo do frio

Mulheres recolhem lenha no vale do rio Makhaleng com o fim de aquecerem mais uma noite frígida que se aproxima.

Conscientes de quanto importava a ajuda que prestava à mãe, resolvemos compensar a sua pequenez. A senhora agradece. Acabamos por nos fotografar com eles junto à pilha de galhos e troncos que ali haviam reunido.

Algumas lajes de granito acima, encontramos Tumelo Monare, embrulhado num cobertor garrido mas de gorro em vez de chapéu mokorotlo.

O jovem pastor apascentava o seu rebanho de ovelhas. “Isto é um rebanho a sério.” elogiamo-lo. “Quantas são?” perguntamos-lhe. “Tumelo responde-nos sem hesitar: “São 157!” “Cento e cinquenta e sete ovelhas fazem um rico rebanho!” retorquimos ainda em modo de cumprimento.

O pastor estava consciente da prosperidade que ali guardava. Devolve-nos um sorriso orgulhoso.

O Pastor, Malealea, Lesoto

Tumelo Monare de olho no seu grande rebanho de ovelhas.

Já informados de com quanto por dia sobrevivia uma boa parte da população basotho, ficamos a contemplar as cento e tal ovelhas como a verdadeira fortuna lanzuda e que representavam.

Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Cabo da Boa Esperança - Cape of Good Hope NP, África do Sul

À Beira do Velho Fim do Mundo

Chegamos onde a grande África cedia aos domínios do “Mostrengo” Adamastor e os navegadores portugueses tremiam como varas. Ali, onde a Terra estava, afinal, longe de acabar, a esperança dos marinheiros em dobrar o tenebroso Cabo era desafiada pelas mesmas tormentas que lá continuam a grassar.
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Victoria Falls, Zimbabwe

O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Treasures, Las Vegas, Nevada, Cidade do Pecado e Perdao
Arquitectura & Design
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
Cidades
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Silhuetas Islâmicas
Cultura

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Tsitsikamma Parque Nacional
Em Viagem
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil
Étnico
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Promessa?
História
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Willemstad, Curaçao, Punda, Handelskade
Ilhas
Willemstad, Curaçao

O Coração Multicultural de Curaçao

Uma colónia holandesa das Caraíbas tornou-se um grande polo esclavagista. Acolheu judeus sefarditas que se haviam refugiado da Inquisição em Amesterdão e Recife e assimilou influências das povoações portuguesas e espanholas com que comerciava. No âmago desta fusão cultural secular esteve sempre a sua velha capital: Willemstad.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Caminhada sobre a orla, vulcão villarrica, Pucon, Chile
Natureza
Vulcão Villarrica, Chile

Ascensão à Cratera do Vulcão Villarrica, Sempre em Actividade

Pucón abusa da confiança da natureza e prospera no sopé da montanha Villarrica.Seguimos este mau exemplo por trilhos gelados e conquistamos a cratera de um dos vulcões mais activos da América do Sul.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Hipopótamo na Lagoa de Anôr, Ilha de Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Parques Naturais
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Atenas, Grécia, Render da Guarda na Praça Sintagma
Património Mundial UNESCO
Atenas, Grécia

A Cidade que Perpetua a Metrópolis

Decorridos três milénios e meio, Atenas resiste e prospera. De cidade-estado belicista, tornou-se a capital da vasta nação helénica. Modernizada e sofisticada, preserva, num âmago rochoso, o legado da sua gloriosa Era Clássica.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Varela Guiné Bissau, praia de Nhiquim
Praias
Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Djerba, Ilha, Tunísia, Amazigh e os seus camelos
Religião
Djerba, Tunísia

A Ilha Tunisina da Convivência

Há muito que a maior ilha do Norte de África acolhe gentes que não lhe resistiram. Ao longo dos tempos, Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Árabes chamaram-lhe casa. Hoje, comunidades muçulmanas, cristãs e judaicas prolongam uma partilha incomum de Djerba com os seus nativos Berberes.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Casamentos em Jaffa, Israel,
Sociedade
Jaffa, Israel

Onde Assenta a Telavive Sempre em Festa

Telavive é famosa pela noite mais intensa do Médio Oriente. Mas, se os seus jovens se divertem até à exaustão nas discotecas à beira Mediterrâneo, é cada vez mais na vizinha Old Jaffa que dão o nó.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.