Willemstad, Curaçao

O Coração Multicultural de Curaçao


Handelskade e Ponte Rainha Emma
A marginal handelskade para lá da ponte móvel rainha Emma.
estátua Dr. Efrain Jonckeer
Estátua de Efrain Jonckeer em Otrobanda contempla o bairro de Punda.
Mansão de Otrobanda
Edifício majestoso transformado em hotel, nas imediações do museu Kurá Hulanda.
Ponte Rainha Emma
Pedestres aguardam a ligação completa da ponte móvel Rainha Emma.
Arquitectura Excêntrica
Edifícios dispares e excêntricos de Punda.
Handelskade I
As linhas arquitectónicas "holandesas" da Handelskade.
Museu Kurá Hulanda
Fachada do museu do esclavagismo Kurá Hulanda, situado em Otrobanda.
Ocaso sobre a Ponte Rainha Emma
Pedestres sobre a ponte rainha Emma, com o sol a pôr-se a ocidente de Curaçao.
Palácio do Governo
O Palácio Governamental protegido pelas velhas muralhas da cidade.
Rua de Otrobanda
Arquitectura "holandesa" menos imponente numa via de Otrobanda.
Estátua da Rainha
Monumento à rainha Emma na zona de Pietermaai.
Arte de Rua
Mural com relevo num recanto de Punda.
Edifício Penha
O edifício-sede de Penha, uma companhia de perfumes e afins que opera desde 1708.
Átrio da Sinagoga
Visitante num pátio cercado de lápides da sinagoga de Curaçao
A Sinagoga de Curaçao
Visitante fotografa o interior da sinagoga de Curaçao, a mais antiga das Américas.
Telhados e Fachadas
Conjunto arquitectónico de Pietermaai.
Mural do Mercado
Citação e figura de uma personagem ilustre de Curaçao.
Raízes em África
Escultura de África no interior do museu Kurá Hulanda.
Esclavagismo e Tortura
Guia exibe um instrumento usado na era esclavagista de Curaçao.
Mural de Punda
Uma das muitas obras de arte de rua que embelezam Punda e outros bairros de Willemstad
Uma colónia holandesa das Caraíbas tornou-se um grande polo esclavagista. Acolheu judeus sefarditas que se haviam refugiado da Inquisição em Amesterdão e Recife e assimilou influências das povoações portuguesas e espanholas com que comerciava. No âmago desta fusão cultural secular esteve sempre a sua velha capital: Willemstad.

Provou-se quase imediata a sensação de intimidade com a nova escala do périplo caribenho que havíamos inaugurado quase quatro meses antes.

Tínhamos aterrado, fazia uma meia-hora, provindos de Port of Spain, Trinidad. Na deslocação entre o aeroporto e o centro de Willemstad, metemo-nos numa carrinha estilo Hiace, daquelas bem populares e económicas, que acolhe passageiros pelo caminho.

Sentados em lugares dianteiros, escutamos os diálogos entre as passageiras de todos os dias e o condutor, que as conhecia de ginjeira. De conversa de ocasião, a interacção evoluiu para tagarelice. Sem que o esperássemos, quanto mais os ouvíamos mais nos parecia identificarmos sons e palavras.

Evitamos precipitar-nos. No entanto, entre tantas outras expressões e termos do crioulo local, continuaram a repetir-se “tá bom” e “tio”, estes, bem mais que alguns outros.

Quando chegamos ao destino final de Otrobanda, estávamos convictos a dobrar da influência do português no papiamento, o dialecto oficial de Curaçao e de Aruba, também falado em Bonaire, a ilha B” do famoso trio ABC do Caribe Holandês.

Otrobanda. A Caminho de Punda

Saímos na derradeira paragem de OtroBanda. Tínhamos marcado alojamento numa das ruas de Punda mas, com o mapa estudado, sabíamos que era curta a distância entre ambas.

Metemo-nos a caminho. Pouco depois, confrontamo-nos com o canal de Sint Annabaai que nos separava de Punda.

A sudeste, como em redor, o céu mantinha-se limpo e azulão, condizente com a atmosfera seca e ventosa que se fazia sentir. Percorriam-no, apenas, caravanas velozes de pequenas nuvens brancas.

Este firmamento em fundo reforçava a elegância arquitectónica e, àquela distância, sobretudo cromática, da Handelskade, a marginal encerrada por uma linha de prédios históricos exuberantes.

Willemstad, Curaçao, Punda, Handelskade

Metemo-nos pela ponte móvel Rainha Emma que, nos dias seguintes, haveríamos de cruzar vezes sem conta. Sentimos, pela primeira vez, o seu estranho menear.

A ponte deixa-nos de frente para o que nos pareceu o mais intrincado dos edifícios do conjunto.

O Penha faz de sede de um dos comerciantes de produtos de beleza pioneiros das Caraíbas, de portas abertas desde 1708.

Willemstad, Curaçao, Punda, Penha

Surge à entrada da espécie de centro comercial histórico instalado ao longo da Breedestraat, a via por que prosseguimos a caminhada.

Damos entrada nos aposentos já sobre as quatro da tarde. Com trabalho de “tipo escritório” por completar e os dias em Curaçao ainda em aberto, já não saímos.

O dia seguinte amanhece igual. Aproveitamo-lo ao máximo, com deambulações longas e aturadas por praticamente todas as ruas e ruelas, para começar, as da Punda em redor.

Willemstad, Curaçao, Mural de Punda

O Principal Entreposto Esclavagista da Holanda no Atlântico

Ditaram o tempo e a história que Willemstad se desdobrasse em áreas bem demarcadas. Essa sua diversidade só lhe granjeia interesse.

Punda foi a primeira zona a surgir, a partir de 1634, o ano em que os holandeses conquistaram Curaçao aos espanhóis. O seu nome derivou do holandês de punt, a Ponta.

Ciosos de que Espanha – ou outro qualquer rival colonial – poderia almejar a ilha, os novos donos apressaram-se a erguer muralhas.

Willemstad, Curaçao, Punda, Palácio do Governo

Três décadas mais tarde, até à abolição holandesa do esclavagismo, Willemstad manteve-se o principal polo de comércio de escravos da Holanda, capturados ou adquiridos no litoral oeste de África, vendidos para os restantes territórios coloniais das Caraíbas e das Américas, não só os holandeses.

Willemstad, Curaçao, otrobanda, Kurá HulandaEste comércio fez aumentar a população de Punda a grande ritmo. O potencial da colónia atraiu novos comerciantes.

Século XVI: a Chegada dos Judeus Sefarditas ainda em Fuga da Inquisição

No final do século XV, o rei D. Manuel decretou a expulsão de todos os judeus que não se convertessem ao catolicismo. Em 1497, cerca de vinte mil judeus concentraram-se no porto de Lisboa, decididos a partir.

Muitos, rumaram ao norte da Europa, sobretudo Alemanha e Países Baixos. Dos Países Baixos, uma parte, atravessou o Atlântico e instalou-se na Nova Holanda, o território do norte do Brasil ocupado e explorado pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais.

No contexto complexo de disputa do norte do Brasil entre Portugal, a Holanda e Espanha, Portugal prevaleceu. Na sequência, o Tribunal do Santo Ofício Português dedicou-se a identificar e a castigar os judeus que tinham fugido da sua acção na Europa.

Willemstad, Curaçao, Punda, Lápides da Sinagoga

Milhares de sefarditas recém-chegados à Nova Holanda voltaram a fugir. Muitos, rumaram a Nova Amesterdão (mais tarde, Nova Iorque). Outros, dispersaram-se por colónias caribenhas e das Índias Ocidentais. A começar por Curaçao.

A componente portuguesa e crioula-portuguesa do dialecto papiamento advém da linguagem introduzida pelos judeus sefarditas, dos dialectos falados pelos escravos chegados de territórios portugueses, da actual Guiné-Bissau de Cabo Verde e até de São Tomé e Príncipe.

Os judeus instalaram-se e aos seus prolíficos negócios em Punda.

A Expansão para fora do Domínio Muralhado de Punda

Com eles, o número de lares e edifícios comerciais aumentou sobremaneira.

De tal forma, que as autoridades se viram obrigadas a aprovar a expansão da colónia para fora das muralhas, a uma distância de cerca de 500 metros que permitisse aos canhões do Forte Amesterdão alvejar navios ao largo, sem edifícios pelo meio.

Essa nova povoação, Pietermaai, estendeu-se para sudeste de Punda e do braço de mar de Waaigat que a delimita a norte.

Willemstad, Curaçao, Telhados e fachadasDia após dia, deambulamos por ambos.

Confirmamos em Punda, o perfil mais urbano de Willemstad, repleto de prédios de quatro e cinco andares de corres garridas, culminados por águas furtadas com fachada recortada, numa óbvia transposição da arquitectura de Amesterdão e de outras partes da metrópole holandesa.

E, a despontar do conjunto, a sinagoga de Curaçao, erguida pelos judeus sefarditas chegados da Holanda e do Brasil, hoje, a sinagoga mais antiga das Américas, com piso de areia, como se tornou hábito nas Caraíbas.

Willemstad, Curaçao, Punda, Sinagoga de Curaçao

Lá nos sentamos e acompanhamos a dissertação de um rabi norte-americano que a desbobinava tim-tim por tim-tim a cada novo grupo de visitantes.

As Vivendas Seculares de Pietermaai e os Prédios “holandeses” de  Punda

Em Pietermaai, predominam as vivendas, envelhecidas, senhoras de uma deslumbrante decadência colonial. Algumas, foram transformadas em bares e restaurantes que combinam mobília velha, mas elegante com murais, pinturas e outras decorações criativas.

Willemstad é, toda ela, uma deslumbrante galeria de arte de rua, repleta de murais tridimensionais, que aproveitam as formas de contadores de água e outros recursos criativos inspiradores.

Willemstad, Curaçao, Punda, arte de rua

Devido aos preços hiperinflacionados, a sua marginal está reservada aos passageiros dos cruzeiros.

Mais para dentro, os inevitáveis franchises multinacionais também marcam presença. Malgrado as sucessivas marés de turistas desembarcados, Willemstad preserva alguns recantos antigos e genuínos.

A tasquinha que anuncia petiscos de kuminda krioyo que identificamos sem grande esforço: os pastechi, serbes i refresco, pan ku krokèt, ku frikandel ou ku hotdog.

Noutros estabelecimentos, a excêntrica sopa tradicional de iguana também servida na Plasa Bieu!, a extensão gastronómica do Old Market.

Willemstad, Curaçao, Punda, Mural do Mercado

O Influxo de Migrantes Venezuelanos e da sua Cultura

Há uns poucos anos, este mercado contava com uma ala flutuante de frutas e vegetais sobre as águas de Waigaat que  dependia da chegada de produtos e de vendedores da vizinha Venezuela.

Deixou de funcionar quando o presidente Nicolas Maduro ordenou o fecho das fronteiras com as ilhas ABC. Condenados pela miséria que se alastra na sua nação, os venezuelanos continuam a chegar, muitos deles (quase todos) por meios ilegais.

Instalam-se e enriquecem o caldeirão étnico e cultural secular de Curaçao.

Willemstad, Curaçao, Punda, Ocaso atrás da Ponte Rainha Emma

Ao entardecer, sentados numa das esplanadas da Handelskade, ouvimos alguns deles tagarelar no castelhano suave do sul do Caribe.

E, pouco depois, prendarem os clientes com uma cantoria generosa de rumba, reggaeton e outros sucessos latino-americanos.

Por essa altura, devido a uma qualquer necessidade da navegação, as autoridades portuárias mantinham a ponte móvel recolhida. A substituí-la, colocaram ao dispor um pequeno ferry com convés elevado.

Agradados com a variante, cumprimos a viagem no seu cimo.

Uma e outra vez. Para cá e para lá, até nos fartarmos.

Travessia à Descoberta de Otrobanda e de Scharloo

Por fim, desembarcarmos à descoberta de Otrobanda, o bairro oposto de Punda, seu rival quase espelhado se bem que sem o mesmo deslumbre arquitectónico do lado de lá da Sint Anna Bay, tratado por “lado hispânico”, por conta do perfil dos seus habitantes.

Lá visitamos o museu antropológico Kurá Hulanda, que exibe e explica a história do tráfico esclavagista do Atlântico. Guia-nos Yflen Florentina, ela própria, descendente dos escravos radicados em Curaçao.

Willemstad, Curaçao, otrobanda, Kurá HulandaSubimos a níveis mais elevados de Otrobanda, entre vivendas arejadas, aqui e ali, à conversa com os seus moradores, às tantas, com tentativas esforçadas de empregarmos uma ou outra expressão do papiamento.

Até que escurece. Descemos de volta para a Sint Anna Bay. Da sua beira, admiramos a iluminação artificial da frente de Handelskade destacar-se do crepúsculo.

Willemstad, Curaçao, Punda, Ponte móvel Rainha Emma

Voltamos a passar para lá, pela ponte que está de novo operacional. Regressamos às margens de Waigaat.

Aventuramo-nos por Scharloo, o quarto bairro de Willemstad, na génese, uma plantação abandonada onde, mais tarde, os mercadores judeus abastados ergueram as suas villas.

Evoluiu, assim, para se tornar o sector grãfino da cidade, até que, por volta de 1960, entrou noutro dos deliciosos declínios da ilha.

Lá nos sentamos numa esplanada popular. Lá saboreamos cervejas Brion geladas. Tínhamos o tempo por nossa conta. Willemstad e Curaçao mereciam muito mais.

Willemstad, Curaçao, Punda, Handelskade ao anoitecer

Maho Beach, Sint Maarten

A Praia Caribenha Movida a Jacto

À primeira vista, o Princess Juliana International Airport parece ser apenas mais um nas vastas Caraíbas. Sucessivas aterragens a rasar a praia Maho que antecede a sua pista, as descolagens a jacto que distorcem as faces dos banhistas e os projectam para o mar, fazem dele um caso à parte.
Saba, Holanda

A Misteriosa Rainha Holandesa de Saba

Com meros 13km2, Saba passa despercebida até aos mais viajados. Aos poucos, acima e abaixo das suas incontáveis encostas, desvendamos esta Pequena Antilha luxuriante, confim tropical, tecto montanhoso e vulcânico da mais rasa nação europeia.
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
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Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.
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Ilha Margarita ao Parque Nacional Mochima: um Caribe bem Caribenho

A exploração do litoral venezuelano justifica uma festa náutica de arromba. Mas, estas paragens também nos revelam a vida em florestas de cactos e águas tão verdes como a selva tropical de Mochima.
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Little Havana, E.U.A.

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Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
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Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
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Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

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Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Safari
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Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
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Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
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Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
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Cerimónias e Festividades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
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Cidades
Iraklio, CretaGrécia

De Minos a Menos

Chegamos a Iraklio e, no que diz respeito a grandes cidades, a Grécia fica-se por ali. Já quanto à história e à mitologia, a capital de Creta ramifica sem fim. Minos, filho de Europa, lá teve tanto o seu palácio como o labirinto em que encerrou o minotauro. Passaram por Iraklio os árabes, os bizantinos, os venezianos e os otomanos. Os gregos que a habitam falham em lhe dar o devido valor.
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Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Um contra todos, Mosteiro de Sera, Sagrado debate, Tibete
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Sera, o Mosteiro do Sagrado Debate

Em poucos lugares do mundo se usa um dialecto com tanta veemência como no mosteiro de Sera. Ali, centenas de monges travam, em tibetano, debates intensos e estridentes sobre os ensinamentos de Buda.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
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Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
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A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
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O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

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Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
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Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
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Rancho Salto Yanigua, República Dominicana, pedras de mineração
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À descoberta do noroeste dominicano, ascendemos à Montaña Redonda de Miches, recém-transformada num insólito apogeu de evasão. Desse cimo, apontamos à Bahia de Samaná e a Los Haitises, com passagem pelo pitoresco rancho Salto Yanigua.
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Picos florestados, Huang Shan, China, Anhui, Montanha Amarela dos Picos Flutuantes
Património Mundial UNESCO
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Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
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Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
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Praias
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Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
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Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
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Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
imperador akihito acena, imperador sem imperio, toquio, japao
Sociedade
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Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
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Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Homens dragam areia do leito do rio Sangha para pirogas plataforma.
Vida Selvagem
Expedição Ducret 1º:  OuéssoPN Lobéké, Rep. Congo; Camarões

A Subida Inaugural do rio Sangha

Durante uma hora, sobrevoamos a vastidão tropical imensa que separa a capital Brazzaville da pequena cidade ribeirinha de Ouésso. Das suas margens, ascendemos o rio Sangha até ao parque nacional camaronês de Lobéké, num cenário ainda com muito de “Coração das Trevas”.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.