Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha


De novo na ribalta
O Teatro Amazonas resplandece no coração histórico de Manaus.
Memória de borracha
Caboclo Sôr Tom reconstitui o processamento secular da seiva da árvore-da-borracha.
Selva de barcos
Embarcações tradicionais dos rios Negro e Solimões ancoradas numa doca de Manaus.
Teatral Lateral
Fachada lateral do Teatro Amazonas o edifício cultural supremo de Manaus e da Amazónia.
Meio da tarde
Transeuntes passeiam na Praça de São Sebastião, a que acolheu o Teatro Amazonas.
“Bar do Armando”
Convivas na esplanada de um bar de um emigrante português de Coímbra recém-falecido.
Romance Fluvial
Casal conversa sobre a plataforma flutuante que acolhe o Bar da Denise e o Sopão do Tio Jorge.
Au Bon Marché
Legado da era de riqueza e fausto em plena selva da Amazónia, o estabelecimento Au Bon Marché
Manaus Mercantil
Uma das fachadas do velho mercado Adolpho Lisboa, junto à marginal do rio Negro.
Assalto á peixaria
Peixeiros no sector de peixe do mercadão de Manaus, onde se vendem os afamados peixes amazónicos: pacu, pirarucu, tambaqui etc.
Uma alfândega bela e amarela
O edifício elegante e histórico da aduana de Manaus, a espreitar o caudal vasto do rio Negro.
De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.

Do 12º andar de um tal de hotel Taj Mahal, o horizonte recuava várias dezenas de quilómetros.

Desvendava-nos o Teatro Amazonas no seu entorno secular: o vasto rio Negro a oeste, antecedido por uma curiosa mescla de casario histórico e Manaus, de vegetação tropical exuberante da Amazónia e de torres habitacionais ou de escritórios projectadas bem acima.

Lá longe, insinuava-se a ponte moderna sobre o Rio Negro e uma raia de habitação marginal, quanto mais distante, mais disforme e abarracada.

Não estávamos hospedados naquele hotel pelo que fizemos estender o favor da subida panorâmica até mais não.

Provou-se o suficiente para assistirmos ao anoitecer a instalar-se, a praça a encher-se de gente e a animar-se, samba ou sertanejo a ressoarem, esplanadas à pinha inundadas de cervejinha e de conversas sem cerimónias nem fim.

Esplanada do Bar do Armando, Manaus, Brasil

Convivas na esplanada de um bar de um emigrante português de Coímbra recém-falecido

A Capital cada vez mais Cosmopolita da Amazónia

Nos dias que correm, Manaus é este mundo represado, euro-tropical e muito mais. Expandiu-se da sua beira-rio e invadiu 11.500 km2 de floresta amazónica.

Uma comitiva exígua de colonos intrépidos e receosos da vastidão em que os haviam metido e, em particular, dos nativos hostis, transformou-se numa população multiétnica e multicultural de 2.600.000 almas entregues à selva, a urbana de Manaus, não a natural em redor.

Quem vem dar a estas paragens depressa se intriga sobre o que as tornou possíveis.

Após a restauração da Independência e da velha rivalidade colonial, os portugueses viram-se beneficiários da União Ibérica que aproveitaram para tomarem conta do interior do Brasil. Também se mantiveram alerta contra as pretensões dos rivais hispânicos de sempre e das dos holandeses, estes, com quartel-general no Suriname.

Em 1668, construíram o forte de São José da Barra do Rio Negro, no coração da Amazónia e junto à confluência de duas das suas mais importantes artérias, o Negro e o Solimões. Ergueram-no em rocha e argila com o auxílio dos indígenas e de mestiços. Muitos, acabaram por ali se fixar.

Chegados os fazendeiros portugueses e os seus escravos, a população aumentou de forma exponencial.

De tal maneira, que vários grupos missionários alinharam no investimento evangélico da capela de Nª Senhora da Conceição, entretanto nomeada padroeira da povoação.

A Animação de Fim de Tarde da Praça de São Sebastião

Num outro fim de tarde, os bancos de jardim da Praça de São Sebastião são ocupados por jovens amigas cafuzas, de pele quase negras, olhos amendoados e cabelos escorridos como os dos indígenas de tantas tribos nativas da selva circundante.

Praça de São Sebastião, Manaus, Brazil

Transeuntes passeiam na Praça de São Sebastião, a que acolheu o Teatro Amazonas.

Um casal chinês de meia idade ralha aos filhos em mandarim, estes ignoram-nos e bulham em português abrasileirado. Várias bancas da mini-feira que por ali se instalou são exploradas por pequenos comerciantes indianos ou com raízes no Médio Oriente.

O Bar do Armando, com os seus cabeçudos do festival Bumba Meu Boi e uma grande bandeira portuguesa, lado a lado com a brasileira, entre outras, menores, de outros países pertence à Igreja mas é há muito explorado por uma família lusa.

Enquanto serve cervejinhas ao balcão, o empregado Oriane explica-nos melhor como.

“O sôr Armando faleceu faz tempo. Agora quem ficou com o bar foi a filha. Mas a família dele era patrícia a sério. Eu creio que vieram lá do lado de… como se chama mesmo… ah é isso, é Coimbra.”

Um festival cultural evolui em frente ao teatro. Ali, um grupo coral juvenil entoa êxitos musicais recentes da Disney: Rei Leão, Pocahontas e afins. Por essa hora, a missa termina na Igreja de São Sebastião. Os crentes juntam-se à multidão e rendem-se ao apelo profano da noite.

Tão sagrado como inconveniente, o padre havia ordenado um encerramento explosivo da eucaristia. Os foguetes rebentam acima do templo, iluminam a sua torre pontiaguda e os sinos em não menos histérico repique.

Em dueto, o ribombar da pólvora seca e o badalar do campanário infernizam a noite, sobretudo a vida do grupo coral que, com tanto ruído, canta pró boneco. No interior do teatro, ao invés, uma audiência endinheirada delicia-se, sem interferências, com uma ópera grandiosa.

O Teatro Símbolo da Riqueza Borracheira da Amazónia

Há muito que o Teatro Amazonas é o edifício amazonense dos edifícios.

O mais importante símbolo civilizacional de todo o estado. E, no entanto, foi uma mera árvore da Amazónia – a Hevea brasiliensis – que o viabilizou e que, durante mais de um século, fez de Manaus uma improvável “Paris na Selva”.

Teatro do Amazonas, Manaus, Brazil

Fachada lateral do Teatro Amazonas o edifício cultural supremo de Manaus e da Amazónia.

No século XVIII, vários colonos e cientistas tinham já reparado em como os indígenas usavam a seiva solidificada dessa árvore para impermeabilizar calçado e vestuário, entre outros fins.

As primeiras amostras chegaram a França e o seu uso europeu foi inaugurado em 1803, em suspensórios, elásticos de soutiens e outros. Mais tarde, a empresa americana Goodyear descobriu o processo de vulcanização e a borracha dotou os pneus de veículos que, a Ford não tardou a vender em massa.

Após a Cabanagem, a população de Manaus aumentara mas a selva densa e ensopada em redor, a inexistência de metais ou pedras preciosas e os 1600km a que se situava da foz do Amazonas e do litoral barravam o seu desenvolvimento.

Até que, no fim do século XVIII, o culminar da Revolução Industrial na Europa e América do Norte reclamou mais e mais borracha, comodidade híper-valiosa exclusiva da Amazónia.

Borracha: a Matéria-Prima que Mudou a Amazónia e o Mundo

Investidores europeus e das Américas afluíram para a selva de que Manaus era o único entreposto digno desse nome. Instalaram-se na cidade ou em fazendas. Compraram vastas parcelas de selva que preencheram com plantações da árvore-da-borracha.

Ávidos de mão-de-obra, forçaram os indígenas a assegurar a extracção. Em certas áreas, os nativos – pouco talhados à submissão e a tarefas repetitivas que não lhes faziam qualquer sentido – não resistiram à escravatura, à brutalidade e às doenças disseminadas pelos colonos.

Reconstituição da estração da borracha, arredores de Manaus, Brasil

Caboclo Sôr Tom reconstitui o processamento secular da seiva da árvore-da-borracha

Morreram aos milhares. Indiferentes, os novos Barões da Borracha limitaram-se a empregar uma vaga de recém-chegados desejosos de se submeter aquelas provações.

Em 1877, uma terrível seca assolou o Nordeste Brasileiro, sobretudo o estado do Ceará. Muitos nordestinos migraram para a que sonhavam como “Terra da Fortuna”. Lá habitaram cabanas precárias nos arrabaldes da cidade e, entregues ao ilusório sufoco do latex, continuaram a enriquecer os barões. Manaus beneficiou por tabela.

A Ostentação Afrancesada da Milionária Manaus

Foi promovida a capital borracheira do mundo, viu-se dotada de energia eléctrica e de tantos outros luxos, antes de muitas cidades europeias. O francês e os modos afrancesados eram a moda ostentatória da época. Quem não falasse francês ou se comportasse afim, sentia-se diminuído perante os co-cidadãos.

Quando passeamos pelas ruas vetustas, cosmopolitas e sobrepovoadas de Manaus, a prova dessa velha francofonia surge, bem óbvia, na arquitectura e até nos nomes dos estabelecimentos de outros tempos.

Entre outras, uma fachada de prédio de esquina, toda ela rendilhada, impinge-nos um belo e amarelo “Au Bon Marche”.

Antiga loja Au Bon Marché, Manaus, Brasil

Legado da era de riqueza e fausto em plena selva da Amazónia, o estabelecimento Au Bon Marché

Sob o pseudónimo de Robin Furneaux, Frederick Robin Smith, um historiador britânico, descreveu a abundância deste período. “Nenhuma extravagância, por mais absurda, detinha os barões da borracha. Se um comprava um enorme iate, outro exibia leões amestrados na sua propriedade e um terceiro daria champanhe aos seus cavalos.”

Enquanto somos guiados pelos recantos do teatro-ópera da Amazónia, percebemos melhor como se revelou o mais faustoso destes caprichos.

Terá sido proposto em 1881, em plena Belle Époque. Propô-lo António Fernandes Junior que teve a visão de uma jóia cultural no coração da floresta amazónica e conseguiu a aprovação da Casa dos Representantes.

O projecto foi levado a cabo por um gabinete de engenharia e arquitectura de Lisboa e a construção seguiu a cargo de um arquitecto italiano.

A condizer, inaugurou-o La Gioconda, de Amilcare Ponchielli.

Barcos ancorados em Manaus, Brasil

Embarcações tradicionais dos rios Negro e Solimões ancoradas numa doca de Manaus

1912 – O Início de um Inevitável Declínio

Chegado o ano de 1912, os barões “brasileiros” da borracha não puderam sequer assistir à maior das suas tragédias.

Sem que ninguém soubesse, o explorador inglês Sir Henry Wickam, transpôs dezenas de milhares de pés da árvore-da-borracha para territórios britânicos com clima semelhante ao da Amazónia, menos isolados e com custos de produção, por comparação, reduzidos. O monopólio brasileiro depressa murchou.

Viciada na opulência, Manaus viu-se em declínio e abandonada por todos os que puderam partir.

O teatro fechou para boa parte do século XX, à sombra do colapso da iluminação que, antes assegurada por geradores, passou a ser alimentada, à mão e candeeiro a candeeiro, por gordura dos famigerados manatins amazónicos.

O casario resplandecente ficou entregue ao tempo e à humidade, o mesmo vapor clorofilino que nos faz suar a bom suar enquanto admiramos a deliciosa decadência da zona ribeirinha-portuária da cidade:  a azáfama do Mercado Municipal Adolpho Lisboa (baptizado em honra de um dos mais estimados prefeitos de Manaus) e a frota garrida de navios que asseguram o transporte pelas artérias fluviais da Amazónia.

Entretanto rebentou a 2ª Guerra Mundial. O Império Nipónico ocupou os principais territórios asiáticos produtores de borracha. Despoletou, assim, um segundo boom amazónico que pouco mais durou que o conflito e não evitou o agravamento de um vazio demográfico da região amazónica.

A Zona de Franca e a Recuperação Recente de Manaus

Volvidos vinte anos, um governo brasileiro mais atento e obcecado pela modernização dos confins do país fez de Manaus uma zona franca. Atribui-lhe fortes estímulos financeiros e tornou-a acessível por uma rede de novas estradas. Gerou assim, um fluxo de investimento que atraiu milhões de novos habitantes, como o investimento, nacionais e estrangeiros.

Manaus confirmou-se uma das urbes mais populosas da nação e um dos seus principais polos turísticos. Provou-se, até, suficientemente importante para acolher a sempre polémica e esbanjadora construção de um novo estádio de futebol e se assumir como uma das sedes do Mundial FIFA de 2014.

Inúmeras indústrias substituíram a antes exclusiva exportação da borracha e, na actualidade, asseguram a expansão constante da cidade.

A Nova Fama do Teatro de Manaus

O teatro, esse, recuperou a sua aura, no início dos anos 80. Por essa altura, o realizador Werner Herzog divulgou-o no seu épico “Fitzcarraldo”. Hoje de culto, o filme abordava a história de Brian Sweeney Fitzgerald, um empreendedor e amante de ópera irlandês residente em Iquitos, quando também esta cidade peruana prosperava à conta da exportação de borracha.

Mais romântico que empreendedor, Fitzgerald perseguiu um plano lunático de construir uma ópera à imagem da mais conceituadas da Europa numa zona de selva com acesso fluvial atroz, habitada por indígenas intratáveis.

Sem querermos desvendar o desfecho, dessa sua era proveitosa em diante, Iquitos evoluiu para a capital peruana da borracha e, mais tarde, da Amazónia Peruana. Ainda assim, hoje, abriga menos de 500.000 habitantes.

Teatro de Manaus, Brasil

O Teatro Amazonas resplandece no coração histórico de Manaus

O único teatro-ópera da Amazónia sul-americana é o Teatro Amazonas.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
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Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Totem, Sitka, Viagem Alasca que já foi da Rússia
Cidades
Sitka, Alasca

Sitka: Viagem por um Alasca que Já foi Russo

Em 1867, o czar Alexandre II teve que vender o Alasca russo aos Estados Unidos. Na pequena cidade de Sitka, encontramos o legado russo mas também os nativos Tlingit que os combateram.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Cultura
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Em Viagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Em plena costa do Ouro
História
Elmina, Gana

O Primeiro Jackpot dos Descobrimentos Portugueses

No séc. XVI, Mina gerava à Coroa mais de 310 kg de ouro anuais. Este proveito suscitou a cobiça da Holanda e da Inglaterra que se sucederam no lugar dos portugueses e fomentaram o tráfico de escravos para as Américas. A povoação em redor ainda é conhecida por Elmina mas, hoje, o peixe é a sua mais evidente riqueza.
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Ilhas
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Natureza
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Em espera, Mauna Kea vulcão no espaço, Big Island, Havai
Parques Naturais
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Playa Nogales, La Palma, Canárias
Património Mundial UNESCO
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Viti Levu, Fiji Ilhas, Pacifico do Sul, recife coral
Praias
Viti Levu, Fiji

Ilhas à Beira de Ilhas Plantadas

Uma parte substancial de Fiji preserva as expansões agrícolas da era colonial britânica. No norte e ao largo da grande ilha de Viti Levu, também nos deparámos com plantações que há muito só o são de nome.
Solovestsky Outonal
Religião
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Sociedade
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Vida Selvagem
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.