Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema


Vista do Morro do Pai Inácio
As mesetas da Chapada Diamantina vistas do cimo do Morro do Pai Inácio.
Sobre o Morro do Pai Inácio
Casal brasileiro estuda um desfiladeiro profundo da Chapada Diamantina.
Na base da Chapada
Prado baixo cobre um dos desfiladeiros da Chapada Diamantina.
Salto fingido
Guia Negão finge um salto depois de contar a visitantes a lenda do Pai Inácio.
Natação em águas cristalinas
Visitante nada na Pratinha, uma lagoa com visual marinho apesar de estar a mais de 300km do Oceano Atlântico.
Arco natural
Visitantes banham-se numa lagoa a caminho da cachoeira do Sossego.
Ioga de férias
Forasteira exercita poses de Ioga no Ribeirão do Meio.
Paredão Milenar
Velha formação rochosa em frente ao Morro do Pai Inácio.
Conserto
Nativo troca telhas de uma casa típica de Igatu.
Rua de Igatu
Casario colorido da aldeia mineira de Igatu.
Anjo
Escultura de anjo à entrada de um cemitério em Igatu.
Catinga crepuscular
Sol põe-se sobre a catinga da Chapada Diamantina.
Gruta
Guia ilumina a entrada da gruta da Lapa Doce.
Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas

A caminhada prova-se bem mais curta do que esperávamos.

Favorecido pela magreza e pelo treino de inúmeras subidas, Negão chega ao topo sem arfar, instala-se sobre uma pedra arredondada e deixa-nos à vontade para explorarmos os recantos repletos de cactos da meseta.

Tivemos, dali, a primeira de várias panorâmicas a 360º da Chapada Diamantina e a noção inaugural da sua inesperada imponência. Um desfiladeiro coberto de prado prolonga-se a perder de vista, bem marcado pelas encostas dos pequenos planaltos opostos.

Outros canyons elevados do vasto Sertão anunciam-se à distância numa sequência que aparenta não ter fim. Cenários deste tipo são quase sempre esculpidos por erosões de grande intensidade.

A Chapada não fugiu à regra.

vista morro pai inacio, chapada diamantina, bahia gema, brasil

As mesetas da Chapada Diamantina vistas do cimo do Morro do Pai Inácio.

A Génese Geológica e Diamantífera da Chapada Diamantina

Há mais de 600 milhões de anos, muito antes da fragmentação do supercontinente Pangeia, esta região era adjacente à zona da actual Namíbia, ainda hoje uma das mais importantes reservas diamantíferas do Mundo.

Os diamantes locais foram cristalizados naquela área, misturados com seixos e arrastados para a profundeza do mar que cobria aquilo que é agora o interior do Brasil. Com o passar do tempo, o mar recuou.

O seu leito transformou-se numa camada de pedra conglomerada que aprisionou as gemas. Mais tarde, essa camada foi elevada pelas movimentações tectónicas e exposta a um intenso desgaste que depositou os diamantes no leito dos rios, à espera dos pioneiros felizardos.

Rocha milenar, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Velha formação rochosa em frente ao Morro do Pai Inácio.

Um pouco mais seca – talvez numa época de chuva rara – o cenário que temos perante os olhos poderia ter-se revelado perfeito para acolher cenas de “Westerns Spaghetti”. A região da Chapada Diamantina manteve-se um verdadeiro “faroeste” durante séculos a fio.

Nesse período, foi povoada pelos índios Maracás.

Estes, atacavam os aventureiros e colonos que chegavam atraídos por notícias da primeira das riquezas achada, o ouro.

Mais tarde, com a descoberta de diamantes, não demorou muito até que milhares de bandeirantes e prospectores, comerciantes e colonos, jesuítas, contrabandistas e prostitutas das mais variadas origens ali acorressem.

Surgiram povoações sem rei nem lei com dimensões e uma concentração de habitantes crescentes.

conserto Telhado, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Nativo troca telhas de uma casa típica de Igatu.

As balas resolviam qualquer conflito que emergisse.

De acordo, os coronéis com mais influência e jagunços ao seu serviço concentravam o poder e impunham a sua vontade à força da violência e da tortura.

A Estória Contada Vezes Conta do Escravo Pai Inácio

O episódio que Negão conta aos visitantes do seu monte alisado chega-nos como uma prova teatralizada da rudeza daquela era. O tom das suas frases é quente. O sotaque, do interior sertanense da Bahia: “Oi pessoal, junta aí próximo da falésia p’rá ouvir que a história é boa!”.

Composta a plateia, o narrador conta que em tempos idos, vivia na Chapada um escravo a quem tratavam por Pai Inácio. Pai Inácio namorava, às escondidas, a filha do seu senhor.

Pose Ioga, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Forasteira exercita poses de Ioga no Ribeirão do Meio.

Mas este, não tardou a inteirar-se do caso. Enviou vários capangas em perseguição do infractor que teve que se refugiar naquele mesmo morro em que estávamos.

Só que alguém informou os capangas do esconderijo. Quando menos esperava, o escravo deu por si entre os perseguidores e o abismo. A situação pedia uma saída drástica, de preferência genial. Pai Inácio esteve à altura das exigências.

Sob a pressão das espingardas e pistolas, gritou que preferia morrer em liberdade a ser chacinado às mãos do senhor.

Abriu o seu guarda-chuva, saltou do morro e continuou a fuga, incólume, para nunca mais ser visto.

Negão sempre levou o seu trabalho a peito e a determinada altura, a narrativa já pedia algo que a ilustrasse. O guia encontrou um artifício à altura do desfecho da novela.

Quando chega ao clímax da acção, Negão atira-se para baixo e deixa a audiência boquiaberta.

Salto Negao, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Guia Negão finge um salto depois de contar a visitantes a lenda do Pai Inácio.

Momentos depois, alguns dos visitantes abeiram-se do precipício e desvendam que o salto (repetido várias vezes por dia) terminava numa saliência um ou dois metros abaixo que o grupo não conseguia ver.

Segundo a lenda, o escravo foi-se de vez.

Deixou a Chapada entregue à sua prospecção cada vez mais desalmada.

prado de Feno, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Prado baixo cobre um dos desfiladeiros da Chapada Diamantina.

Os Diamante e Prospectores que Subsistem na Chapada

Nos leitos dos rios, acastanhados pelo ferro, mineiros gananciosos encontravam gemas em quantidades surpreendentes.

Abriam novos trilhos para zonas antes inacessíveis em redor das povoações que cresciam a olhos vistos: Lençóis (da Bahia), Mucugê, Palmeiras e Andaraí, entre outras de igual elegância colonial mas menor dimensão e importância.

Descemos do morro e seguimos em direcção ao vale estreito do Mucugêzinho. Ali, temos o primeiro contacto com os leitos ainda filtrados pelos prospectores mais persistentes da região.

No Poço do Diabo, a água revela gradações ferrosas de laranja. Nesse e noutros caudais apertados, passamos por mineiros.

cachoeira sossego, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Visitantes banham-se numa lagoa a caminho da cachoeira do Sossego.

Trabalham debruçados sobre as margens, a agitar cascalho sobre as suas peneiras, como almas semi-retiradas do mundo, movidas tanto pelo desenquadramento social como pela esperança de enriquecer a contradizer o passado.

São raros os casos de sucesso. A maior parte dos moradores da Chapada preferem apostas com maiores probabilidades de êxito. No momento, o turismo prova-se a mais garantida.

Em 1995, sob a pressão dos mesmos grupos ambientais que conseguiram a criação do parque nacional e travaram uma já longa destruição do ecossistema local, o governo proibiu a extracção diamantífera não tradicional.

Apesar de nem tudo ser ainda perfeito, a natureza passou a ser tratada como o bem mais precioso da zona.

E os visitantes e viajantes brasileiros e estrangeiros afluíram à Chapada Diamantina em grande número.

Casal Canyon, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Casal brasileiro estuda um desfiladeiro profundo da Chapada Diamantina.

Os Novos Caminhos Turísticos da Chapada Diamantina

Depois da longa época de estagnação, migração e pobreza que se seguiu ao fim da mineração, a população local vê com bom olhos esta nova invasão, concorrente com a de outras paragens da costa da Bahia como o Morro de São Paulo.

Também deseja lucrar com a revelação da sua abençoada terra natal.

lagoa Pratinha, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Visitante nada na Pratinha, uma lagoa com visual marinho apesar de estar a mais de 300km do Oceano Atlântico.

Nos dias que lhe dedicamos, caminhamos dezenas de quilómetros por dia.

Chegamos aos lugares mais emblemáticos da Chapada: o Ribeirão do Meio, o rio Lençóis e a cachoeira da Primavera, o Salão de Areias, a cachoeira do Sossego, a gruta do Lapão e o pântano de Marimbus e o seu quilombo Remanso.

Outros aventureiros empenham-se ainda mais.

Cumprem itinerários guiados desgastantes mas recompensadores como o que conduz à cachoeira da Fumaça, a mais longa do Brasil, com 420m de altura, a que chegam três dias depois da partida.

Ou entregam-se ao Grande Circuito que perfaz 100km, cumpridos em cinco dias, oito, caso se queira investigar a velha aldeia diamantífera de Xique-Xique Igatu.

Casario Igatu, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Casario colorido da aldeia mineira de Igatu.

Certos nativos não precisam de se dar a este trabalho.

Os cientistas chegaram à conclusão que parte da água da bacia do Amazonas, colocada sob pressão contra o oceano Atlântico, acaba por encontrar e escavar caminhos alternativos.

Alimenta aquíferos que alcançam o Nordeste brasileiro. Esta água liberta-se.

Irriga mais a Chapada do que a área em redor porque a rocha ali característica é quase impermeável mas propícia à formação de brechas “estruturais”.

Incursão ao SubMundo das Grutas da Lapa Doce e da Torrinha

Por uma questão de probabilidade, as entradas de algumas destas brechas encontram-se nos “sítios” de moradores felizardos. Acabamos por seguir dois destes proprietários promotores às profundezas das da Lapa Doce e da Torrinha.

Conduzem-nos por estas galerias gigantescas, à luz de um robusto candeeiro estilo Petromax que mudam de um ombro para o outro.

Gruta, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Guia ilumina a entrada da gruta da Lapa Doce.

Em simultâneo, tímidos e algo pressionados pelo peso nova profissão, passam-nos informação enciclopédica recém-memorizada e o nome de cada secção subterrânea: “aqui, os senhores podem ver o Pão de Açúcar.

Essa daí é a “Cortina” e agora temos a “Água Viva”.

Quando voltamos à superfície, um pôr-do-sol resplandecente ridiculariza a luz ténue que nos tinha revelado aquele pedaço de inframundo.

Avermelha a paisagem e escurece as silhuetas da floresta de cactos “mandacarus” do grande Sertão, formas vegetais características da Chapada Diamantina.

Por do sol, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Sol põe-se sobre a catinga da Chapada Diamantina.

Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul

Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Serra Dourada, Goiás, Brasil

Onde o Cerrado Ondula Dourado

Um dos tipos de savana da América do Sul, o Cerrado estende-se por mais de um quinto do território brasileiro que abastece de boa parte da água doce. Situado no âmago do Planalto Central e do estado de Goiás, o do Parque Estadual Serra Dourada resplandece a dobrar.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Safari
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Hinduismo Balinês, Lombok, Indonésia, templo Batu Bolong, vulcão Agung em fundo
Cerimónias e Festividades
Lombok, Indonésia

Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
São Tomé, cidade, São Tomé e Príncipe, ruela do Forte
Cidades
São Tomé (cidade), São Tomé e Príncipe

A Capital dos Trópicos Santomenses

Fundada pelos portugueses, em 1485, São Tomé prosperou séculos a fio, como a cidade porque passavam as mercadorias de entrada e de saída na ilha homónima. A independência do arquipélago confirmou-a a capital atarefada que calcorreamos, sempre a suar.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Cultura
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Camboja, Angkor, Ta Phrom
Em Viagem
Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor

Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso
Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée
Étnico
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Promessa?
História
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Ilhas
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Natureza
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Submarino Vesikko
Património Mundial UNESCO
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Praias
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Religião
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Erika Mae
Sociedade
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Vida Selvagem
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.