Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico


Um cenário imponente
Casario de Cilaos, no sopé do Piton des Neiges e de outros picos afiados da caldeira.
Casal Dijoux
Casal de moradores da caldeira cirque Cilaos durante um passeio pelo centro histórico da povoação.
Sem pressas
Habitantes conversam no exterior da casa local de PMVs (jogos de sorte e de azar).
Sentido único
Um dos autocarros modernos e cor-de-rosa que servem Cilaos e as redondezas ocupa por completo um dos túneis que leva à caldeira.
No quase cimo da Reunião
O casario longínquo de Cilaos, perdido na vastidão verdejante da caldeira homónima.
Arquitectura Bourbon
Criança brinca no jardim de uma das peculiares vivendas históricas de Cilaos.
Vila a que não falta o pão
Pequena padeira algo subsumida por detrás do balcão que lhe serve de posto de trabalho.
Mundo de aventuras
Um grupo de praticantes de canyoning prepara-se para descer uma queda d' àgua vertiginosa.
Sem pressas II
Amigos convivem na rua principal de Cilaos.
Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.

Por alguma razão a estrada de acesso a Cilaos é única.

Aproveitou a secção excepcional em que as vertentes quase verticais do coração da ilha dão um pouco de si e, mesmo assim, só chegou ao seu interior com um esforço dantesco de engenharia que teve início em 1927 e 32 árduos quilómetros depois, terminou em 1937.

Antes da estrada, o acesso de e para a povoação, cravado na aresta da montanha era vertiginoso e de tal forma apertado que chegava a impossibilitar o cruzamento de caminhantes em sentidos distintos.

Os aldeãos que avançavam para as cidades da costa com carros de bois atafulhados de bens tinham que esperar em zonas estratégicas ou para elas recuar para assim permitir o fluxo das pessoas.

Como seria de esperar, as derrocadas e quedas mortais aconteciam com demasiada frequência.

Tomamos a ainda aventurosa RN5 à saída de Saint Louis, na costa sul da Reunião.  O percurso sinuoso do rio Bras de Cilaos serpenteia e estreita à medida que  nos aproximamos da sua nascente elevada. Estamos na época seca. Há um bom tempo que não chove a sério por estes lados.

O leito amplo e pedregoso que contemplamos um precipício abaixo do asfalto prova o quão avassalador e assustador às vezes se torna o caudal, se alimentado pelos dilúvios que todos os anos encharcam a ilha.

No seu âmago, o Cirque de Cilaos pode ser tão verdejante quanto extremo.

Cilaos, ilha da Reunião, caldeira

O casario longínquo de Cilaos, perdido na vastidão verdejante da caldeira homónima.

De 7 para 8 de Janeiro de 1966, o ciclone tropical Denise varreu parte do oceano Índico, incluindo a Reunião. Nesse período de 24 horas, a pluviosidade contou-se em 1825 mm, um recorde mundial absoluto.

Continuamos a subir. Sentimos, cada vez mais próximos, os gigantescos paredões cobertos de vegetação, a espaços, percorridos por véus de noiva gentis que quebram a homogeneidade do verde.

Por altura do Îlet Peter Both, detém-nos um autocarro cor-de-rosa mais lento que não tarda a fazer-se ao túnel local.

Temos a sensação que só por milagre se poderia enfiar naquela passagem subterrânea exígua.

O que é facto é que, mesmo entupindo-a na totalidade, o transporte sai para o outro lado da vertente, connosco na cola.

Cilaos, ilha da Reunião, tunel apertado

Um dos autocarros modernos e cor-de-rosa que servem Cilaos e as redondezas ocupa por completo um dos túneis que leva à caldeira.

Encosta numa paragem desviada do trecho principal e recolhe um grupo de jovens que discute e ouve música a altos berros.

Pouco depois de o ultrapassarmos, avistamos os cumes afiados do Piton Papangue e do Piton des Calumets.

Vencidos mais alguns esses, temos o Mare Séche à nossa esquerda, logo, damos com entrada da esquiva comunidade de Cilaos.

Por Fim, de Entrada na Remota Cilaos, confins da Ilha da Reunião

A tarde aproxima-se do fim. Os paredões íngremes que se impõem a toda a volta e só admitem o sol quando o astro anda por volta do zénite, precipitam a sombra e a escuridão.

Dessa feita, até tínhamos preparado a pernoita. Após algumas voltas ao quarteirão, encontramos a Casa Celina em que havíamos reservado um quarto. “Bon soir Monsieur, Madame, soyez bienvenus!” é tudo o que compreendemos sem esforço da jovem senhora que nos espera e recebe com simpatia mas um sotaque francês aparentemente nativo que depressa nos faz desesperar.

Persistimos e lá desbravamos o briefing exaustivo que nos tinha que transmitir.

Instalamo-nos, abrimos as janelas da varanda. Apreciamos a vista que o lusco-fusco nesse momento azulava. Temos pela frente o casario de Cilaos, feito quase só de vivendas coloridas e, a delimitar a rua principal, de alguns edifícios com um máximo de dois andares, no cômputo geral, com visuais pouco ou nada históricos, ou demasiado pitorescos ou fotogénicos.

Cilaos, ilha da Reunião, Chalet Arquitectura Bourbon

Criança brinca no jardim de uma das peculiares vivendas históricas de Cilaos.

Todos os astros do universo pareciam ter-se instalado no firmamento que uma rara ausência de nuvens exibia resplandecente. Saímos para compras rápidas de víveres. No regresso, jantamos à luz das estrelas.

O Piton des Neiges e a Caldeira Circundante de Cilaos

Sondamos as silhuetas do topo da velha cratera em que nos tínhamos metido, apostados em detectar o seu auge e o auge terrestre do oceano Índico, projectado das profundezas de uma das suas mais exuberantes ilhas.

Com uma altitude de 3069 m mas situado no mapa pouco acima do Trópico de Capricórnio, o Piton des Neiges atrai quantidades industriais de chuva.

Não se lhe conhecem, há muito, nevões visíveis quanto mais neves eternas. Tratam-se de fenómenos meteorológicos de tal forma raros na zona que se crê que o nome tenha prevalecido do último digno de registo, apreciado com espanto em 1735.

Habituados à vida numa Natureza descomunal, os habitantes da Reunião e grande parte dos visitantes deste improvável limite sul da União Europeia são ávidos randonneurs, caminhantes e aventureiros em formas físicas quase perfeitas que desafiam sempre que podem.

Cilaos, ilha da Reunião, canyoning

Um grupo de praticantes de canyoning prepara-se para descer uma queda d’ àgua vertiginosa.

Os mais extremos chegam a fazê-lo de formas surreais.

É o que acontece, todos os anos, durante o Grand Raid Réunion, igualmente conhecido por Diagonal dos Loucos tal é a dureza dos seus mais de 160km com quase 10 mil metros de desnível positivo e um tempo limite de término de 66 horas.

Dos Escravos marrons Foragidos ao Refúgio Actual de Cilaos

Os moradores pioneiros do Cirque de Cilaos também chegaram numa correria insana. Fugiam ilha acima pela liberdade, alguns até mesmo pela vida.

Nessa altura, a Reunião mantinha ainda o seu nome francês original de Île Bourbon, atribuído pelos primeiros colonos gauleses em honra da família real de então. Por volta de 1715, a exportação de café, em breve assistida por uma forte intensificação da escravatura, concedeu à ilha um estímulo económico determinante.

Os colonos franceses traziam os escravos da costa oriental africana mais próxima (incluindo Zanzibar e Moçambique) mas também de Madagáscar.

Os proprietários chamavam-lhes marrons ou noirs marrons. Como era apanágio dessa era, tratavam-nos de forma sub-humana e despertavam em muitos servos revoltados, a urgência da evasão.

Segundo reza a história, terão sido estes escravos, ou apenas um deles a baptizar Cilaos. Uma das teorias defende que o nome do lugar proveio da palavra malgaxe Tsilaosa que tem como significado “onde se está em segurança”. Uma tese concorrente vai mais longe.

Diz que o cirque ganhou o seu nome de um único escravo malgaxe chamado Tsilaos que nele se teria refugiado por algum tempo.

Cilaos a Îlet-à-Cordes pelas Estradas Extremas da Caldeira

O novo dia amanhece. Deixamos a Casa Celina preparados para explorar o quanto antes a povoação e o interior da caldeira. Começamos por percorrer a fascinante D242 que, se estende, até ao seu limite sudoeste, com um traçado próprio de montanha-russa.

Passamos por detrás da Église Notre-Dame-des-Neiges de Cilaos, percorremos o ziguezagueado inaugural da rota – de longe, o seu mais curioso e extremo.

Descemos em direcção ao leito do rio Bras de Cilaos, junto à Source Tête de Lion. Volvidos alguns quilómetros, detemo-nos para apreciar o casario agora longínquo de Cilaos.

Cilaos, ilha da Reunião, Casario Piton des Neiges

Casario de Cilaos, no sopé do Piton des Neiges e de outros picos afiados da caldeira.

Prosseguimos aos esses. Quase 15km depois, damos entrada numa povoação rural disseminada pelo relevo que lhe permitiu o assentamento. Parece-nos algo ressequida e incaracterística o que, naquele domínio em redor luxuriante, nos surpreende.

Mesmo assim, reconhecemos-lhe um encanto de retiro derradeiro que as paragens de autocarro modernas e deselegantes não chegam a anular e que protagoniza a história tornada comum de Cilaos. Tínhamos chegado a Îlet-à-Cordes.

Uns dias antes, na casa de campo de um casal de jovens anfitriões franceses, nos arredores de Saint Pierre, Guillaume, adepto incondicional de uma vida simples – como difundia uma sua t-shirt – tinha-nos aconselhado: “eu, se fosse a vocês não ficava em Cilaos.

Prefiro Îlet-à-Cordes, é muito mais genuíno.” Não tardámos a sentir que até poderia ter razão mas que, seguirmos a sua fobia pelas máculas da modernidade –  que o fazia, por exemplo, rejeitar Wifi em casa – iria comprometer os nossos planos de trabalho.

A Génese também ela Escrava de Îlet-à-Cordes

Com as suas vinhas, plantações de lentilhas, colmeias e outras produções biológicas exploradas por quase 431 moradores, Îlet-à-Cordes foi uma das primeiras povoações da Caldeira de Cilaos em que se refugiaram os escravos.

Boa parte dos moradores actuais preservam a sua genética.

Cilaos, ilha da Reunião, Casal Dijoux

Casal de moradores da caldeira cirque Cilaos durante um passeio pelo centro histórico da povoação.

Os marrons acediam à sua espécie de flanco de montanha com recurso a cordas que, uma vez instalados, removiam para que não deixassem rasto da sua presença, apesar de, ao invés, dali conseguirem avistar o mar e grande parte da costa sul da ilha.

Ainda assim, em 1751, o mais famoso dos caçadores de escravos da Réunião, Mussard, conseguiu aceder ao esconderijo. Lá encontrou dois campos de marrons, abateu três deles e confiscou um lote de armas e de utensílios.

Antes de nos dedicarmos a Cilaos, voltamos a passar por detrás da igreja da povoação e continuamos para estrada “irmã” da D242, a D241.

De Volta à Acolhedora Cilaos

Achamos aqueles lados que conduziam ao extremo oposto de Bras Sec bem menos apelativos que o caminho para Îlet-à-Cord.

Com excepção, claro está, para o início de um dos trilhos que conduzia ao cume do Piton des Neiges, uma ascensão de seis horas que a maior parte dos caminhantes inauguravam por volta da meia-noite, apontados a chegar ao topo a tempo do nascer mágico do sol.

Já tínhamos tido a nossa dose uns dias antes com a subida interminável de Le Maido ao Grand Bénard, dois outros cimos cruciais sobre as arestas dos Cirques. Estávamos prestes a entregar-nos à cansativa descoberta do Piton de la Fornaise, o vulcão activo da ilha.

Sem tempo para tudo, vimo-nos obrigados a rejeitar de vez a conquista do Piton des Neiges e a regressar ao acolhimento de Cilaos.

Com a maior parte dos caminhantes a recuperar em suas casas dos trilhos extenuantes, a povoação entregava-se à paz de um novo crepúsculo. Nós, rendemo-nos à fama do doce vinho local.

Cilaos, ilha da Reunião, casa PMVs

Habitantes conversam no exterior da casa local de PMVs (jogos de sorte e de azar).

Pegámos de estaca numa esplanada do centro e, antes que o estabelecimento encerrasse, pedimos dois copos e uma chamuça para cada um. “Só duas?” questionou a dona do bar como se o desejo não fizesse sentido. “Olhem que estas são das melhores chamuças da Reunião.

Não querem antes um conjuntinho de cada recheio? “Pouco ou nada nos esforçámos por recusar a oferta. Em vez, deliciámo-nos com o petisco e recarregámos energias para sairmos à descoberta da povoação.

A Diversidade Genética, a cada Passo por Cilaos

À imagem do que acontece na restante ilha, partilham-na, hoje, habitantes das mais distintas etnias: franceses, africanos, indianos, malgaxes, árabes e chineses, entre outros.

Cilaos, ilha da Reunião, padaria

Pequena padeira algo subsumida por detrás do balcão que lhe serve de posto de trabalho.

Enquanto percorríamos a rua principal e fazíamos novas compras na padaria e no supermercado local, algumas das combinações étnicas surreais que encontrávamos nas faces e cabelos dos residentes deixavam-nos abismados

Grandes trunfas encaracoladas e alouradas combinavam com peles café com leite e olhos de um azul profundo ou verde-água.

Outras, figuras marcadamente indianas, surpreendiam-nos com olhos amendoados, ausência de pálpebras e um ininteligível crioulo francófono, consequência da combinação genética com imigrados chineses.

Cilaos, ilha da Reunião, convívio

Amigos convivem na rua principal de Cilaos.

À imagem do que acontecia no resto da ilha, de igual forma na remota Cilaos a ilha fazia jus ao último dos baptismos.

Também ali, longe do litoral sempre sobrelotado de Boucan Canot, se provava uma exótica Reunião.

Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Malé, Maldivas

As Maldivas a Sério

Contemplada do ar, Malé, a capital das Maldivas, pouco mais parece que uma amostra de ilha atafulhada. Quem a visita, não encontra coqueiros deitados, praias de sonho, SPAs ou piscinas infinitas. Deslumbra-se com o dia-a-dia maldivano  genuíno que as brochuras turísticas omitem.
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Maupiti, Polinésia Francesa

Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
Saint-Pierre, Martinica

A Cidade que Renasceu das Cinzas

Em 1900, a capital económica das Antilhas era invejada pela sua sofisticação parisiense, até que o vulcão Pelée a carbonizou e soterrou. Passado mais de um século, Saint-Pierre ainda se regenera.
Fort-de-France, Martinica

Liberdade, Bipolaridade e Tropicalidade

Na capital da Martinica confirma-se uma fascinante extensão caribenha do território francês. Ali, as relações entre os colonos e os nativos descendentes de escravos ainda suscitam pequenas revoluções.
Piton de la Fournaise, Reunião

O Vulcão Turbulento da Reunião

Com 2632m, o Piton de la Fournaise, o único vulcão eruptivo da Reunião, ocupa quase metade desta ilha que exploramos, montanhas acima, montanhas abaixo. É um dos vulcões mais activos e imprevisíveis do oceano Índico e à face da Terra.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Corrida de camelos, Festival do Deserto, Sam Sam Dunes, Rajastão, Índia
Cerimónias e Festividades
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Cidades
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Eswatini, Ezulwini Valley, Mantenga Cultural Village
Cultura
Vale de Ezulwini, eSwatini

Em Redor do Vale Real e Celestial de Eswatini

Estendido por quase 30km, o vale de Ezulwini é o coração e a alma da velha Suazilândia. Lá se situa Lobamba, a capital tradicional e assento da monarquia, a pouca distância da capital de facto, Mbabane. Verdejante e panorâmico, profundamente histórico e cultural, o vale mantém-se ainda o cerne turístico do reino de eSwatini.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Em Viagem
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Mural de Key West, Flórida Keys, Estados Unidos
História
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Navala, Viti Levu, Fiji
Ilhas
Navala, Fiji

O Urbanismo Tribal de Fiji

Fiji adaptou-se à invasão dos viajantes com hotéis e resorts ocidentalizados. Mas, nas terras altas de Viti Levu, Navala conserva as suas palhotas criteriosamente alinhadas.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Inverno Branco
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Casario de Balestrand, Noruega
Natureza
Balestrand, Noruega

Balestrand: uma Vida Entre Fiordes

São comuns as povoações nas encostas dos desfiladeiros da Noruega. Balestrand está à entrada de três. Os seus cenários destacam-se de tal forma dos demais que atraíram pintores famosos e continuam a seduzir viajantes intrigados.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Viajante acima da lagoa gelada de Jökursarlón, Islândia
Parques Naturais
Lagoa Jökursarlón, Glaciar Vatnajökull, Islândia

Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
Campeche, México, Península de Iucatão, Can Pech, Pastéis nos ares
Património Mundial UNESCO
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Soufrière e Pitons, Saint Luci
Praias
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Estante Sagrada
Religião
Tsfat (Safed), Israel

Quando a Cabala é Vítima de Si Mesma

Nos anos 50, Tsfat congregava a vida artística da jovem nação israelita e recuperava a sua mística secular. Mas convertidos famosos como Madonna vieram perturbar a mais elementar discrição cabalista.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Sociedade
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Fazenda de São João, Pantanal, Miranda, Mato Grosso do Sul, ocaso
Vida Selvagem
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.