La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer


Um Apocalipse Televisionado
Uma instalação a condizer com a mediatização da montanha Cumbre Vieja junto ao cume do vulcão San António.
Flora vulcânica
Vegetação exuberante instalada de forma precária sobre um campo de lava do oeste de La Palma.
De Las Nieves entre Palmeiras
A iglésia de Las Nieves, uma das várias igrejas de La Palma, uma ilha fortemente católica.
O Vizinho San Juan
Caminhada Negra
Visitantes de La Palma caminham no trilho que contorna a cratera do vulcão San António
Litoral de lava
Costa rugosa de La Palma, recortada por pequenos cabos de lava solidificada
Flora vulcânica II
Flores garridas crescem no sopé de uma encosta coberta de lava do oeste de La Palma
Uma de muitas Crateras
Secção da cratera do vulcão San António, com casario de uma povoação das imediações em fundo.
“À Diaz su Pátria”
Crianças brincam em redor da estátua do sacerdote Manuel Díaz Hernández, um pároco com grande protagonismo no século XIX da vida eclesiástica das Canárias.
Caldeira do Taburiente
Um pinhal denso cobre a encosta da Caldeira do Taburiente, uma das formações vulcânicas supremas de La Palma.
Natureza viva
Vacas pastam sobre um prado viçoso a meio-caminho da caldeira do Taburiente
Conversa de Praça
Dois moradores entretêm-se a falar na base do cruzeiro que assinala primeira comemoração da conquista da ilha de San Miguel de La Palma.
Natureza Viva
Pormenor das folhas de pinheiro, abundantes em redor da caldeira de Taburiente
De Cratera a Pinhal
Pinheiros crescem a partir da cratera do San António, um dos vários dispostos ao longo do Cumbre Vieja.
De saída
Senhora retira um quadro do interior da igreja de Nª Señora de Las Nieves
Pasto sobre Lava
Vacas pastam num ervado viçoso com divisões feitas com muros de pedra vulcânica, em La Palma.
A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.

Andamos pelo centro de Santa Cruz de La Palma.

Termina uma missa a decorrer no interior da igreja de El Salvador e os crentes regressam à luz ténue do dia cinzento e a um saudável convívio secular.

Francis – o guia que temos durante alguns percursos pela ilha confirma-nos a religiosidade dos palmeros e também o seu amor pela boa-vida, de preferência ao ar livre: “Nós cá em La Palma somos provavelmente dos europeus mais latino-americanos que existem.

Temos o segundo melhor tabaco do mundo, a seguir ao de Cuba, claro. Também somos grandes adeptos de fumar “puros” e da salsa, da rumba e de outros ritmos caribenhos.

Em La Palma não existem discotecas. O que há é música de rua e, na maior parte das vezes, ao vivo.”

Viagem na História de Santa Cruz de La Palma, Canárias, Campanário da Igreja de San Salvador

A torre de pedra vulcânica da Igreja de San Salvador, num extremo da Plaza de España.

Para quem visita a mais ocidental das ilhas Canárias pela primeira vez, torna-se difícil de dizer quais dos dois aspectos ocupa mais a mente dos moradores.

Seja como for, os palmeros têm boas razões para se entregarem à fé de alma e coração.

O Vulcanismo Potencialmente Arrasador da ilha de La Palma

Segundo uma parte considerável da comunidade científica, vivem paredes meias com uma gigantesca bomba-relógio de que ninguém decifrou ainda o prazo de detonação.

O dia seguinte amanhece ainda mais plúmbeo mas a chuva acaba por não nos perturbar o trajecto até ao Parque Nacional La Caldera de Taburiente.

Cumbre Vieja, La Palma, erupção, Tsunami, Caldeira do Taburiente

Um pinhal denso cobre a encosta da Caldeira do Taburiente, uma das formações vulcânicas supremas de La Palma.

Atravessamos um túnel escavado na montanha que Francis nos afiança que os nativos tratam por del Tiempo: “É que é quando entramos do lado de lá e o tempo está mau, é quase garantido que, no oposto, vai estar bom.”

Subimos gradualmente a encosta até atingirmos uma secção coberta de pinheiros viçosos, a que a luz solar satura de um verde-amarelado excêntrico.

Dali, avistamos os contornos supremos da caldeira do grande vulcão de La Palma, percorridos por uma caravana de nuvens que os ventos predominantes conseguem forçar para dentro da cratera.

Tendo em conta a beleza extasiante e a paz natural que se vive, interrogamo-nos como terão reagido os palmeros ao inesperado alarmismo mediático e globalizado em volta da sua ilha-mãe.

O Grande Salto das Esperadas Erupções a um Tsunami Apocalíptico

Após o tsunami do sudoeste asiático de 25 de Dezembro de 2004, os media apressaram-se a encontrar possíveis sucessores.

A BBC, em particular, divulgou o documentário “Megatsunami, Onda da Destruição” assente na teoria a que chegaram Stephen N. Ward e Simon Day.

O duo desenvolveu uma simulação computorizada dos efeitos de um eventual desabamento da vertente oeste do vulcão Cumbre Vieja (1949 m) sobre o oceano Atlântico, despoletado por uma grande erupção.

A simulação estimava que a derrocada geraria enorme ondas.

Poderiam ter, na origem, 900 metros de altura.

Após três horas, atingiriam a Península Ibérica – a norte – com cerca de 5 metros mas, depois de mais de seis horas de travessia, ainda chegariam às ilhas das Caraíbas, várias delas tão ou mais vulcânicas.

São os casos de Montserrat, do vulcão Soufrière Hills. Da Martinica e o seu Pelée, de Guadalupe e de Saint Lucia – para mencionar uns poucos exemplos.

Atingiriam ainda os litorais opostos da América do Norte e do Sul, com entre 10 a 15 metros onde provocariam uma destruição avassaladora.

Desde 2005, os media aproveitaram ao máximo o potencial de angariação de audiência e transformaram este estudo científico numa mega-erupção de sensacionalismo.

Mais e mais canais, revistas e websites usaram a teoria da dupla para desenvolver documentários e artigos.

Quase sempre apostados na histeria fácil, com os norte-americanos na liderança deste carnaval, divulgadores de imagens hollywoodescas de ondas gigantes a engolirem a inevitável ilha de Manhattan.

O Vulcão Bomba-Relógio Cumbre Vieja e as suas Várias Crateras

O Cumbre Vieja manteve-se impávido e sereno. Em 19 de Setembro de 2021, voltou a entrar em erupção e a 10 de Outubro (data de revisão deste texto) assim se mantinha.

Cumbre Vieja, La Palma, vulcão, erupção

Da altitudes intermédias porque andávamos, ascendemos em direcção a Roque de Los Muchachos, a 2426 metros.

Ali, estamos sobre um dos pontos mais elevados das Canárias e de toda a Macaronésia que, por essa razão, acolheu um dos melhores observatórios espaciais do hemisfério norte, a par com o do monte Mauna Kea, vizinho do vulcão Kilauea que gera a maior parte dos rios de lava da Big Island.

Um manto de nuvens abaixo impede-nos de avistar os cenários de La Palma, Tenerife e o vulcão supremo El Teide.

Sem alternativas, avançamos para norte e aproximamo-nos da costa ocidental que percorremos em quase toda a extensão.

Por povoações pitorescas mas também através de campos de lava até nos aproximarmos à exacta área de La Palma que pode ceder a qualquer altura e que suscitou toda a comoção.

Cumbre Vieja, La Palma, erupção, Tsunami, Flora vulcânica

Vegetação exuberante instalada de forma precária sobre um campo de lava do oeste de La Palma.

Passamos o casario colorido de Los Canários e Fuencaliente.

Pouco depois, estamos a ascender a uma nova cratera, desta feita a do vulcão San António, uma das várias que surgem sobre a longa encosta do Cumbre Vieja.

O cone é negro, coberto de uma terra de lava sobreposta por velhas erupções.

A contrastar, brotam do fundo da sua cratera pequenos pinheiros destemidos.

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Pinheiros crescem a partir da cratera do San António, uma das várias dispostas ao longo do Cumbre Vieja.

Por si só, o cenário é digno de espanto mas a coisa não fica por aí.

Uma Instalação de Saudosismo Mobiliário junto ao Cume do San António

Caminhamos ao longo de um trilho estreito que dá a volta à cratera e damos com uma qualquer instalação de arte que alguém provisoriamente deixara exposta sobre o solo.

Um centro de sala da década de 50 – ou, vá lá que seja, 60 – destacava-se da negritude dominante.

Compunham-no um sofá, um abajour, um tapete, um velho rádio de madeira e, sobre este, uma TV do mesmo material e da mesma época.

Cumbre Vieja, La Palma, erupção, Tsunami,Um Apocalipse Televisionado

Uma instalação a condizer com a mediatização da montanha Cumbre Vieja junto ao cume do vulcão San António.

O mistério adensa-se, como a névoa que paira, à distância, sobre o mar, em caso de derrocada, o receptador da vasta encosta abaixo de nós e o culpado do Apocalipse atlântico que se seguiria.

No passado, outros deslizamentos de terras poderiam ter gerado uma enorme destruição não fosse a área em que se deram ser praticamente desabitada.

Em 9 de Julho de 1958, um dos frequentes sismos de grande intensidade do Alasca provocou o deslizamento de uma encosta da baía de Lituya.

Os 30 milhões de km3 de terra desprendidos criaram uma onda que atingiu os 500 metros de altura.

O Receado Colapso da Costa Sul de La Palma e o Polémico e Temido Cataclismo

Ora, a suceder-se, o desprendimento do Cumbre Vieja soltaria 500 milhões de km3.

A onda provocada iria dispersar-se por uma área incomparavelmente mais ampla que a da baía alasquense.

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Visitantes de La Palma caminham no trilho que contorna a cratera do vulcão San António

Vemos, para sul, o Teneguia, outro sub-vulcão do Cumbre Vieja, chamemos-lhe assim –  o último não submarino de La Palma a entrar em erupção, em 1971, com uma das actividades vulcânicas mais ténues e curtas de que houve registo nas Canárias.

Nos últimos tempos, tem sido o vizinho vulcão El Hierro a assumir o protagonismo. Desde meio de 2011, sofreu quase 10.000 tremores de terra causados por actividade do magma na base da ilha.

Alguns têm-se aproximado dos 4.5 na escala de Richter, valores que já forçaram as autoridades a proibir a pesca em redor e até a desviar o trânsito de partes mais sensíveis de El Hierro.

Os media não perderam tempo.

Nos últimos meses, voltaram a alertar para o risco eminente de colapso do Cumbre Vieja e de tsunami, provocado por uma entrada em erupção por alastramento da actividade intensa de um – ou vários – dos vulcões de El Hierro, a apenas 128 km de distância.

Dali, do topo do San António, a única coisa que vimos precipitar-se no mar foi o sol quase escarlate que o Atlântico engoliu sem qualquer oscilação.

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Secção da cratera do vulcão San António, com casario de uma povoação das imediações em fundo.

Naquele momento, tínhamos mais com que nos preocupar que a mera destruição da civilização que conhecíamos. A noite caía e o frio começava a incomodarmos.

Por fim, na segunda quinzena de Setembro de 2021, o Cumbre Vieja entrou em erupção e, até à data, gerou um fluxo destruidor de lava que arrasou centenas de casas.

A Natureza é caprichosa. Esperamos para ver.

Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma

Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
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Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
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Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
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Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
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