Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde


Burrico
Moradores de Cachaço e outros dos muitos burricos da Brava.
Dona di Brava
Moradora anciã da Brava.
Casario & Ilhéus
Núcleo de casas no cimo de uma crista do norte da Brava.
Martins & Martins
Bravenses conversam próximo do Bar Martins & Martins.
Recanto Rugoso
Recanto dramático mas urbanizado da Brava.
Convívio
Moradores de Cachaço conversam em frente a um lar.
Lares no Verde
Casas da Brava envoltas de bananeiras, papaieiras e restante vegetação tropical.
Hiace à Vista
Carrinha Hiace percorre uma das velhas estradas calçadas da Brava.
Burrico II
Burro junto a um depósito de água virado para o oceano a norte da Brava.
Vislumbre Fajã da Água
Primeira vista da Fajã d'Água de quem vem do interior da Brava.
As Curvas da Fajã
Vista mais próxima da Fajã d'Água, com a sua marginal a separar o casario do oceano.
Pescadores da Fajã
Pescadores tentam içar um barco para o cimo da enseada, a salvo das ondas.
Enseada da Fajã da Água
Embarcações ancoradas na enseada da Fajã d'Água.
Marginal da Fajã
Casario da Fajã d'Água ao longo da marginal apertada da povoação.
Trio dos Cabritos
Jovens bravenses junto a cabras e cabritos numa casa do norte da ilha.
Duo-a-Remos
Pescadores a bordo de um barco a remos.
Pouso da Passarinha
Uma passarinha, espécie endémica de algumas ilhas de Cabo Verde, incluindo a Brava, Fogo e Santiago.
Complicações da Pesca
Pescadores da Fajã d'Água preparam-se para colocar um barco de pesca a salvo das vagas.
O Caminho para a água
Morador da Brava conduz um burro carregado de garrafões de água.
Cabritos x2
Jovem bravense segura dois dos cabritos de que cuida, numa casa aterraçada da ilha.
Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.

Cabo Verde tem os seus tempos. O da chegada do ferry “Liberdadi” da Cidade da Praia, ilha de Santiago, acumulou três horas de atraso.

“Escusam de ir já para o porto. Ficam aqui no terraço a apreciar a vista e a beber qualquer coisa. Quando virem o barco aparecer detrás do sul do Fogo, então, descem, sem pressas.”

O conselho dos donos do hotel Xaguate poupa-nos a uma espera desesperante. Não poupou ao balouçar intenso do ferry em boa parte da navegação entre São Filipe e a aldeia piscatória de Furnas.

Fruto de sucessivos percalços, desembarcamos na Brava eram quase onze e meia da noite. Sentíamo-nos cansados a condizer.

Quando descobrimos que, sem a termos pedido, tínhamos uma Hiace da pousada à espera, a inesperada boleia sossega-nos. Já instalados, aproveitamos o embalo do “Liberdadi” no fundo das mentes. Adormecemos num ápice.

Com o amanhecer, retomamos a saga Hiace. Por mais que procurássemos, não havia um único carro para alugar em toda a Brava.

O rapaz da recepção diz-nos que o seu tio Joaquim nos podia safar. Vinte minutos depois, o Sr. Joaquim aparece com uma velha van. Hiace, claro está.

Até então, tínhamos conduzido um pouco de tudo em Cabo Verde, a determinada altura, com preferência para as poderosas pick ups de que, desde a estreia quase forçada, em Santo Antão, tínhamos ficado adeptos.

Reconhecíamos a popularidade das Hiaces, em Cabo Verde. Tinham-nos poupado a diversas caminhadas demasiado longas. Não contávamos era com nos tornarmos condutores de uma, para mais, idosa, cheia de teimosias.

E de manhas.

Ao confirmarmos a falta de alternativas, conformamo-nos. Instalamo-nos, meio perdidos no habitáculo excessivo, receosos de que os travões da carripana cedessem numa das sucessivas ladeiras paredes-meias com precipícios da ilha.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Da Base de Nova Sintra, à Descoberta da Brava

Deixamos Nova Sintra, a capital, para mais tarde.

Numa primeira fase, em plena ascensão das vertentes que sucedem a Cova Rodela, vemos o casario da capital estender-se pelo declive suave do leste, submisso à imponência da montanha-vulcão do Fogo.

São brancas as casas da Brava, as de Nova Sintra e as restantes, adornadas por bananeiras, por papaieiras, agaves e vegetação afim daqueles confins da Macaronésia em que as passarinhas esvoaçam e saltitam.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

São lares feitos de paredes alvas, de telhas de barro cozido, como o de tantas aldeolas e lugarejos da antiga metrópole.

A meio do século XVI, de lá chegaram sobretudo minhotos. Acompanharam-nos madeirenses, também eles aliciados pelo Atlântico ainda mais desconhecido.

Não foram os primeiros moradores da ilha, longe disso.

No final do século XV, os descobridores e comerciantes lusos já usavam a Brava como um entreposto de escravos, complementar do principal da Ribeira Grande, actual Cidade Velha de Santiago.

A Descoberta Portuguesa da Ilha Brava

Ganhou suficientes simpatizantes para se popularizar a ideia de que Dja Braba foi achada no dia 24 de Junho de 1462, por Diogo Afonso, escudeiro de D. Fernando, filho adoptado e herdeiro do Infante D. Henrique e um dos marinheiros ao serviço do Navegador.

Quase no fim de Setembro do mesmo ano, D. Afonso V selou uma carta régia que versava “asi e pela guisa que lhe temos dada a outras sete ilhas que Diego Affomsso, seu escudeiro achou através do Cabo Verde”.

Entre elas, contavam-se as cinco ilhas mais a oeste do arquipélago cabo-verdiano: São Nicolau, São Vicente, Santo Antão, São João (Brava) e os ilhéus Branco e Raso.

Passaram mais de oitenta anos sem que a ilha de São João fosse colonizada de forma organizada. Em 1489, no entanto, já a habitavam alguns aventureiros.

O Povoamento Intensificado com a Migração Forçada da Ilha do Fogo

Um deles foi Lopo Afonso, escudeiro de D. João II. O “Principe Perfeito” doou-lhe e aos seus herdeiros toda e qualquer mina de ouro, prata, cobre ou enxofre lá existente, como recompensa pelos muitos serviços por ele prestados.

Metais preciosos foram coisa que Lopo Afonso e descendentes nunca encontraram na ilha. E abandonaram-na.

Húmida e viçosa, de forma contrastante das ilhas áridas de São Vicente e do Sal, em vez, a ilha de São João provou-se, um reduto imaculado de criação de gado.

Duas décadas mais tarde, D. João III, concedeu a sua exploração para cultivo de algodão, desde que garantissem a protecção do gado que proliferava nas montanhas e vales humedecidos, apascentado por alguns dos escravos que, no entretanto, a ilha passou a traficar.

A determinada altura, a Brava contava com mais de duas mil cabeças de vacas, cabras, ovelhas e cavalos. Por muito que pastassem, pouco ou nada afectavam o seu visual quase luxuriante, o visual que nos remete de volta para o baptismo da capital.

Em pleno século XVII, povoaram-na em catadupa habitantes da vizinha Fogo, em fuga das erupções cada vez mais regulares e ameaçadoras do vulcão massivo da ilha.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Aos Altos e Baixos, em Busca da Esquiva Fajã de Baixo

Na diminuta Brava, o grande calçadão ervado e murado bifurca. Insinuavam-se, a norte, recortes afiados da ilha, marcados contra o anil do Atlântico que o tecto de bruma seca invernal tornava nevoento.

Algures entre o contorno setentrional da Brava e o horizonte, os ilhéus Grande, de Cima, os Secos e o do Rombo salpicavam o oceano.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Casario alvo da Brava disseminado pela paisagem verdejante da illha.

A bifurcação gera em nós indecisão. O desafogo e o apelo azulado do mar acabam por nos seduzir. Seguimos pela direita, na direcção de Sorno a que a estrada nunca chega.

Ao vencermos um de tantos meandros, entre agaves aguçados, cruzamo-nos com um duo inesperado.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Um morador caminhava lado a lado com um burro carregado de bidões de água.

A nossa passagem, na Hiace de que por certo conhecia o proprietário, suscita uma surpresa que prefere dissimular. “Vão até à Fajã?” pergunta-nos. “É bonito, aquilo lá.”

Numa ilha com meros 67km2 seria difícil falharmos um dos seus recantos imperdíveis. Haveríamos de lá descer.

No entretanto, desperta-nos a atenção uma casa sobranceira, branca, de molduras e portadas azuis, também ela espalmada contra o fundo condizente de céu e de mar.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Percebemos movimento sobre o terraço que a completava. Decidimos investigar. Quando lá chegamos, um grupo de jovens bravenses conversa ao sol.

De quando em quando, aconchegam dois cabritos recém-nascidos. Tito, Daniel, Vitinho e Jim trazem erva que as cabras adultas devoram em três tempos.

Brava ilha Cabo Verde, MacaronésiaO calor refractado pelas paredes ajudava a amornar uma tagarelice com que os rapazes não contavam mas que alimentam de uma timidez curiosa.

Entendemos o quão importantes eram as cabras e os cabritos para a sua sobrevivência, como o era o burrico felpudo que nos olhava de soslaio, preso a um velho tanque de água.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Uns minutos depois, chegamos à encosta sobranceira à Ponta Cajau Grande. Após um esse apertado e escavado na vertente rochosa, temos a visão inaugural da Fajã.

Descida à Enseada Abrigada e Quente de Fajã de Baixo

Primeiro, a da enseada escarpada no seu topo.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Mais abaixo, do fundo socalcado, pejado de palmeiras e de coqueiros destacados acima do casario. Completamos os ziguezagues para a marginal que o separa do mar.

Protegida dos alísios pela configuração e profundidade da baía, a Fajã requentava. Mesmo em pleno Inverno, a espécie de estufa que lá constatamos justificava a proliferação e a saúde da vegetação tropical.

Também servia para explicar o facto de a marginal estar quase deserta.

Deviam ser quase duas da tarde. Esfomeados, sondamos os restaurantes e bares mais próximos, o Flowers of the Bay, o Bar dy Nos. E outros.

Ansiávamos por um peixe grelhado, uma cachupa, por uma refeição bravense ou caboverdiana que fosse.

Por fim, aparece alguém do interior escuro de um estabelecimento. “A esta hora? Só temos bebidas. Se tivessem ligado para cá antes de saírem de Nova Sintra, tínhamos preparado algo.

Nós só fazemos comida quando temos clientes garantidos. E vocês estão a chegar em época ainda muito baixa.” Voltamos a conformar-nos. Agradecemos e pedimos bebidas para levar.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Caminhamos marginal fora, até ao velho aeroporto da Esperadinha, inaugurado em 1992, fechado em 2004 quando se percebeu que os ventos que fustigavam aquele norte da Brava eram demasiado traiçoeiros.

Regressamos ao âmago da Fajã. Por essa hora, já anima a baía alguma actividade piscatória.

Acompanhamos um grupo de homens que lutavam contra as vagas, aflitos para depositarem sobre os seixos secos, não rolantes de basalto, um pequeno barco artesanal.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

E vemos outros a estenderem uma rede nas imediações de um veleiro por ali fundeado.

De Regresso às Terras Altas da Ilha da Brava

Com o sol prestes a sumir-se para trás das vertentes a oeste e com tanto da ilha por desbravar, regressamos ao seu cimo.

De novo por terras de Cova Joana, seguimos pela continuação da via que antes tínhamos rejeitado, rumo a Nª Srª do Monte, pelas alturas do Pico das Fontaínhas (976m) que nenhum outro ponto da ilha supera.

Passamos junto a Escovinha e a Campo Baixo. Alguns quilómetros em esforço da Hiace adicionais, damos entrada em Cachaço.

Por onde a estrada se fica.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Casas da Brava envoltas de bananeiras, papaieiras e restante vegetação tropical.

É famoso o queixo de cabra do Cachaço.

Bem mais notório que a casa em que os nativos afiançam que o poeta bravense Eugénio Tavares se refugiava para compor as mornas que Cabo Verde continua a cantarolar.

Eugénio de Paula Tavares terá escrito que “da Brava para qualquer ponto, os ventos são sempre de proa, o mar é sempre picado, as correntes sempre contrárias, o céu sempre toldado e prenhe de ameaças. Mas o regresso é a fresta, o mar é de rosas e os ventos de feição.”

Aos moradores de Cachaço, a névoa que ameaçava velar o povoado, já pouco ou nada inquietava.

Recebem-nos com uma estranheza que se converte em tagarelice desenfreada, com um grupo deles sentado em frente a uma casa, para variar, esverdeada e com um duo de camponeses bem-dispostos, que dá de beber a um burro sedento.

Brava ilha Cabo Verde, Macaronésia

Por fim, a névoa pendente apodera-se da povoação e dos montes.

Com o receio de a termos que completar às cegas, antecipamos a descida para Nova Sintra, a capital assim baptizada devido as alegadas similitudes com a vila saloia.

Fim de Tarde Animado em Nova Sintra

Em Nova Sintra, renovava-se e celebrava-se a sua habitual jovialidade.

Em pleno dia dos namorados, sob os bigodes de bronze de Eugénio de Paula Tavares, adolescentes descarados roubavam flores do jardim público. E, a umas dezenas de metros do lugar do crime, ofereciam-nas às caras-metades.

O Carnaval estava à porta. Nem o romantismo florido do dia, poupava os adolescentes aos ensaios diários para os desfiles de daí a uns dias, animados por bombos, tambores, estranhas pandeiretas rectangulares e por máscaras esculpidas de cascas de cocos.

Nova Sintra, Brava, Cabo Verde, mascaras tropicais

Já à margem desta comoção, devoramos uma cachupa, pobre mas providencial, no restaurante junto ao coreto do centro. Extasiados, rendidos à escuridão que se instalara, refugiamo-nos no bar da pousada.

Lá nos entregamos a um jogo internacional do Benfica que concentrava um público entusiasta. João Gonçalves, o “Jiji” da recepção mostra-se intrigado com a nossa integração.

Quando damos por ela, debatemos com o anfitrião as aventuras e desventuras da colonização e descolonização de Cabo Verde: “Mas, tendo em conta a ligação tão forte que ainda mantemos, achas que tinha feito sentido uma solução como a dos Açores e da Madeira?”, questionamo-lo, desafiados pelo contexto.

Jiji não está com meias medidas. “Não, o que de mau se passou em Cabo Verde e na Guiné nunca foi comparável e foi demasiado para podermos admitir algo assim.”

O Glorioso triunfou por 1-0 sobre o Borussia de Dortmund. Nessa noite, todos bebemos ponchas. Todos celebrámos a complexa Portugalidade.

Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia

Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
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Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
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Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
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Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
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A Cidade Maltesa com Mais Malta

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Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
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Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
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Neve sem Fim na Ilha do Fogo

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Literatura
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Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Natureza
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Walvis Bay, Namíbia, baía, dunas
Parques Naturais
Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

Da maior cidade costeira da Namíbia ao limiar do deserto do Namibe de Sandwich Harbour, vai um domínio de oceano, dunas, nevoeiro e vida selvagem sem igual. Desde 1790, que a profícua Walvis Bay lhe serve de portal.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Património Mundial UNESCO
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Mangal entre Ibo e ilha Quirimba-Moçambique
Praias
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Religião
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
San Cristobal de Las Casas, Chiapas, Zapatismo, México, Catedral San Nicolau
Sociedade
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Maria Jacarés, Pantanal Brasil
Vida Selvagem
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.