Khiva, Uzbequistão

A Fortaleza da Rota da Seda que a União Soviética Aveludou


Pilares de fé
Rapariga entre as 213 colunas de madeira esculpida da mesquita de Juma.
Ásia Central “Afro”
Homem vestido com trajes tradicionais da estepe turquemena, incluindo um gorro de lã de ovelha tradicional usado pelos guerreiros da zona para se protegerem do frio intenso.
Al-Khwarizmi
A estátua inquisitiva de um famoso matemático e astrónomo nativo, desafiada pela presença atrevida de uma criança da cidade.
Em Roupa de Verão
Mulher em trajes tradicionais uzbeques, protegida do sol tórrido que incide na Ásia Central de Junho a fim de Agosto.
Semi-Minarete
Minarete menor de Kalta, planeado para atingir os 80 metros de altura mas que foi deixado a meio por um khan falecido e pelo sucessor que alegadamente não quis continuar a obra.
Estacionamento para camelo
Um camelo na sombra do interior de uma muralha da arca de Khuna.
Vista Suprema
Família contempla o casario de Khiva a partir da plataforma de observação do minarete da madraça de Islam Khodja.
Mini-minarete
Pormenor do topo de um minarete, com a majólica do minarete menor de Kalta em frente.
Tapete pouco mágico
Mãe e filha sacodem um tapete num terraço do limiar norte da fortaleza muralhada de Ichon Qala.
À vontade
Jovem uzbeque instala-se confortavelmente na cadeira de um fotógrafo de rua, junto a gorros de Inverno típicos da estepe da Ásia Central.
Crepúsculo usbeque
Silhueta de um minarete de uma antiga mesquita situada em frente do portal Oeste da muralha de Ichon Qala, a área fortificada de Khiva.
Nos anos 80, dirigentes soviéticos renovaram Khiva numa versão amaciada que, em 1990, a UNESCO declarou património Mundial. A URSS desintegrou-se no ano seguinte. Khiva preservou o seu novo lustro.

A tarde aproxima-se do fim. A azáfama apodera-se da praça em frente ao portal Oeste de Ichon Qala, a velha área muralhada de Khiva.

Uma multidão munida de baldes e bilhas disputa a água fornecida por uma bomba afundada numa falha do pavimento.

Equipas aguerridas de miúdos jogam à bola.

Outros, desafiam a paciência inesgotável da estátua de Al-Khwarizmi, um matemático, astrónomo e geógrafo nativo, nascido em 780.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Al-Khwarizmi

A estátua inquisitiva de um famoso matemático e astrónomo nativo, desafiada pela presença atrevida de uma criança da cidade.

No século XII, as traduções para latim do seu trabalho sobre os numerais indianos introduziram o sistema numérico decimal posicional ao Mundo Ocidental. Hoje, a escultura inquisitiva de bronze inspira aos infantes da cidade a um sem número de jogos e traquinices.

Voltamos ao interior das muralhas. Adicionamos o nosso movimento ao da Terra.

Com o ocaso, iminente. fazemos a pequena bola do sol encaixar-se entre as ameias e nas janelas um pouco mais abaixo, posicionadas sob duas cúpulas de grandes dimensões.

O acesso ao cimo dos adarves terminava às seis da tarde, muito mais cedo do que convinha a quem, como nós, queria admirar e registar o interior da cidade sob uma luz crepuscular.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, minarete ocaso

Silhueta de um minarete de uma antiga mesquita situada em frente do portal Oeste da muralha de Ichon Qala, a área fortificada de Khiva.

O Legado Incontornável da Corrupção Soviética

Num contacto anterior com a responsável pelas entradas indagámos se havia alguma forma de ela nos ajudar, até porque também o estaríamos a fazer para promover a sua cidade.

A mulher, volumosa, em uniforme de óbvia herança soviética e cabelos e alguns dentes dourados a condizer, puxa pelo seu melhor inglês e responde com indisfarçável frieza: “normalmente não posso fazer isto mas… estejam cá às 8h. Ah! E vai-vos custar 10.000 SUMs (meros 4€).

Damos uma volta pela cidade e encontramo-nos com Nilufar, a jovem guia uzbeque multilingue – falava uzbeque, russo, inglês, francês e um pouco de alemão – que nos ajudaria caso algum problema de última hora surgisse e nos transmitiria uma lição de história recém-aprendida, no topo das muralhas.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda,

Vista da fachada ocidental da muralha com o minarete menor de Kalta em destaque por detrás do pórtico principal.

A matriosca apareceu do outro lado da praça e não perdeu tempo: “já não apanhei o meu marido em casa e vim de táxi. Tenho que vos pedir mais 5000 SUMs.”

A Incredulidade e Desilusão de Nilufar

Nilufar vira-a sair de um velho Lada conduzido por um homem e em que seguiam também, atrás, três miúdos. Foi-lhe fácil concluir tratar-se da sua família.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, mulher uzbeque

Mulher em trajes tradicionais uzbeques, protegida do sol tórrido que incide na Ásia Central de Junho a fim de Agosto.

E que a funcionária estava a apenas a inflacionar o lucro retirado ao alegado favor.

A guia, que nascera no ano em que a U.R.S.S. se dissolvera, tudo fazia para evitar a discussão com aquela mulherzona mais que feita que a oprimia e intimidava.

Sem conseguir disfarçar a desilusão, esboçou um pranto que procurámos de imediato compreender e estancar: “mas, afinal, o que foi Nilufar?” começamos por lhe perguntar.

“Nós sempre aprendemos na escola que na União Soviética não existiam subornos ou este tipo de coisas. Agora vocês chegam de tão longe e vejo-me logo metida numa aldrabice destas. Sinto-me envergonhada.”

Tentámos desmistificar a doutrina impingida pelos professores da sua geração e das anteriores com a suavidade possível. Nilufar parece conformar-se com a aspereza da nossa versão. Acalma-se, ganha coragem para voltar a enfrentar a guardiã que não se amansa por nada deste mundo

“Olhem que têm que se despachar!” alerta-nos de dedo esticado.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, arca de Khuna

Mãe e filho cruzam uma praça quase deserta em frente à arca de Khuna de Ichon Qala.

Pagamos-lhe a quantia exigida e atravessamos a arca de Khuna, a residência fortalecida interior dos governantes seculares da cidade.

Prosseguimos para o topo do limiar ocidental das muralhas de Khiva. Pouco depois, chega mais uma dupla de clientes fora de horas da senhora.

Em vez de pensarmos no que haveríamos de pensar, dedicámo-nos ao cenário esplendoroso.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Islam Khodja

O minarete de Islam Khodja projectado de uma das madraças mais diminutas da cidade.

A Elegância Majólica da Fortaleza de Khiva

Para diante, repetiam-se os paredões, as ogivas, os frontões e minaretes de sucessivas madraças.

Num tom predominante de areia torrada apenas quebrado pelos azuis e verdes elegantes da majólica islâmica típica daquelas paragens da Ásia Central.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, minarete

Pormenor do topo de um minarete, com a majólica do minarete menor de Kalta em frente.

Atrás da última, estendia-se um casario térreo da mesma dominante, misturado com verde de vegetação que quase nunca o suplantava.

Como a contemplávamos então, Khiva pouco tinha que ver com o que chegou a ser no seu apogeu.

A História Grandiosa de Khiva, em Plena Rota da Seda

De acordo com os arqueólogos, terá sido fundada nos séculos V ou IV b.C.

Pouco depois, já era conhecida como um dos entrepostos da Rota da Seda que ligava Roma à China, na linha de outros empórios de renome casos de Samarcanda e Bukhara.

No século XIV, o explorador e geógrafo árabe Ibn Batuta visitou-a, provavelmente chegado numa caravana de camelos.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, camelo

Um camelo na sombra do interior de uma muralha da arca de Khuna.

Louvou o cuidado incansável com que o seu regente mantinha a lei e a ordem apesar de, como narrou: “a cidade estar tão cheia de gente que era praticamente impossível encontrar o caminho na multidão.”

À imagem do que aconteceria a grande parte da zona, Genghis Khan varreu-lhe o passado. No fim do século XVI, descendentes do imperador mongol formaram um khanato.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, ancião

Ancião muçulmano à entrada do portal leste da fortaleza de Ichon Qala.

Escolheram Khiva para capital.

Khiva transformou-se num mercado esclavagista que perdurou mais de três séculos na realidade e no imaginário atormentado dos povos da região.

A maior parte dos escravos eram trazidos por guerreiros tribais turquemenos do deserto de Karakum ou por congéneres das estepes do actual Cazaquistão.

Uns e outros sequestravam quem tivesse o azar de viver ou de viajar nas imediações.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, tapete

Mãe e filha sacodem um tapete num terraço do limiar norte da fortaleza muralhada de Ichon Qala.

A Khiva Muralhada do Actual Uzbequistão

Hoje, Khiva acolhe mais de 50 mil habitantes livres. Destes, só 3000 vivem dentro das muralhas.

Alguns, prosperam a cobrar aos forasteiros o privilégio de se fotografarem em trajes de guerra dessa época.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, foto cussaque

Homem em trajes da estepe turquemena, incluindo um gorro de lã de ovelha usado pelos guerreiros para se protegerem do frio intenso.

Assentam o negócio em poltronas de madeira e  casacos de khan, sabres históricos e, o adereço mais espampanante, os gorros de grande volume feitos de lã de ovelha que protegiam os guerreiros do frio atroz da estepe.

Alguns, optavam por tigres de borracha ou de peluche, colocados em molduras vistosa de rosas de plástico com a função de captar o sector feminino dos transeuntes.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, foto com tigre

Amigas posam num cenário improvisado por um fotógrafo de rua para os visitantes de Khiva.

Já depois de aderirmos à modalidade tradicional, ascendemos pacientemente os 118 degraus em caracol.

Chegamos aos 45 metros de altura da plataforma de observação, no topo do minarete mais elevado da cidade, que se projecta de uma das suas madraças mais diminutas, a de Islam Khodja.

Partilhamos esse cimo apertado com uma família tradicional uzbeque.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Islam Khodja

Família contempla o casario de Khiva a partir da plataforma de observação do minarete da madraça de Islam Khodja.

A Cidade de Génese Islâmica em Vias de Recuperar o Islamismo

No processo da formação da U.R.S.S., logo após a Revolução de Outubro, a integração de Khiva na República Socialista Soviética Uzbeque representou uma aniquilação de toda e qualquer forma de expressão religiosa.

Sobretudo do predominante islamismo

Enquanto percorríamos as ruas da fortaleza, quase despidas de qualquer forma corriqueira de vida, seria impensável não o percebermos.

Estão ausentes os magotes de jovens aprendizes da fé em Alá, como os do Paquistão ou do vizinho Afeganistão. Das dezasseis madraças e muitas mesquitas, só uma ou outra funcionavam como tal.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, mesquita de Juma

Rapariga entre as 213 colunas de madeira esculpida da mesquita de Juma.

As restantes, os palácios, mausoléus e outros edifícios históricos formavam um museu ao ar livre a que os poucos habitantes e os visitantes e comerciantes uzbeques e de outras partes da Ásia Central emprestam a genuinidade possível.

Ainda assim, ficámos alojados num tal de “Orient Star” que é nem mais nem menos que uma grande madraça  adaptada a hotel.

Cansados de calcorrear as ruas e ruelas sob o calor intenso do Verão precoce desta Ásia continental, recolhemos aos aposentos já com os astros no firmamento.

Saímos para o pátio no centro da madraça. Ali, ficamos a contemplar o céu estrelado com a alienação espacial de um Al-Khwarizmi em pleno estudo.

Até que nos fartamos da inacção e saímos a investigar um feixe de luz azulada que se elevava sobre a estrutura do edifício.

Na fachada principal, damos com uma semi-torre azul que recebia a base da iluminação. Perguntamos a um empregado de serviço à entrada do hotel do que se tratava afinal aquela estranha obra.

Ao que nos responde: ” Ah, isso ilumina o minarete de Kalta.

Khiva, Uzbequistão, Fortaleza, Rota da Seda, Kalta Minor

Minarete menor de Kalta, planeado para atingir os 80 metros de altura mas que foi deixado a meio por um khan falecido e pelo sucessor que alegadamente não quis continuar a obra.

Era suposto ser o maior de Khiva com uns 80 metros mas o Khan morreu e o que se seguiu não o quis completar.

Diz-se que percebeu que os muezins iriam poder ver as mulheres do seu harém do topo e que, por isso, não deu seguimento à construção. Acreditem se quiserem.”

Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Fortalezas

O Mundo à Defesa - Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Mar de Aral, Uzbequistão

O Lago que o Algodão Absorveu

Em 1960, o Mar de Aral era um dos quatro maiores lagos do mundo mas projectos de irrigação secaram grande parte da água e do modo de vida dos pescadores. Em troca, a URSS inundou o Uzbequistão com ouro branco vegetal.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Massada, Israel

Massada: a Derradeira Fortaleza Judaica

Em 73 d.C, após meses de cerco, uma legião romana constatou que os resistentes no topo de Massada se tinham suicidado. De novo judaica, esta fortaleza é agora o símbolo supremo da determinação sionista
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
auto flagelacao, paixao de cristo, filipinas
Cerimónias e Festividades
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Cidade sem lei, Transito de Hanoi, Sob a Ordem do Caos, Vietname
Cidades
Hanói, Vietname

Sob a Ordem do Caos

Hanói ignora há muito os escassos semáforos, outros sinais de trânsito e os sinaleiros decorativos. Vive num ritmo próprio e numa ordem do caos inatingível pelo Ocidente.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Músicos de etnia karanga jnunto às ruínas de Grande Zimbabwe, Zimbabwe
Cultura
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Em Viagem
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Étnico
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Chania Creta Grécia, Porto Veneziano
História
Chania, Creta, Grécia

Chania: pelo Poente da História de Creta

Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Monumento Cap 110
Ilhas
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Pitões das Júnias, Montalegre, Portugal
Natureza
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Parques Naturais
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Egipto Ptolomaico, Edfu a Kom Ombo, Nilo acima, guia explica hieróglifos
Património Mundial UNESCO
Edfu a Kom Ombo, Egipto

Nilo Acima, pelo Alto Egipto Ptolomaico

Cumprida a embaixada incontornável a Luxor, à velha Tebas e ao Vale dos Reis, prosseguimos contra a corrente do Nilo. Em Edfu e Kom Ombo, rendemo-nos à magnificência histórica legada pelos sucessivos monarcas Ptolomeu.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Vista da Casa Iguana, Corn islands, puro caribe, nicaragua
Praias
Corn Islands-Ilhas do Milho, Nicarágua

Puro Caribe

Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
Páscoa Seurassari, Helsínquia, Finlândia, Marita Nordman
Religião
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Vida Selvagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.