Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos


O cimo de telha de Piri
Vista dos sucessivos telhados nas imediações da Rua do Rosário
Sombras de fé
Holofote faz projectar sombras dos fiéis contra a Igreja de Nª Srª do Rosário
Piri Dourada
Iluminação de Piri nos tons dourados que combinam com o Ciclo do Ouro que deu origem à cidade
Camisetas contra troncos-nus
Uma peladinha à beira do Rio das Almas
Paisagem de Piri
Rua Abaixo
Joia de trabalho
Um dos muitos joalheiros de Pirinópolis trabalha um fio.
O ocaso dourado de Pirenópolis
Fim do dia aloura por completo as silhuetas difusas da cidade.
Western Brasileiro
Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, sobre o Rio das Almas, o rio de que foi extraído o ouro que financiou Pirenópolis.
Caminho da fé
Morador conduz uma charrete pela frente da igreja da Nª Srª do Rosário
Paepalanthus ou caliandra
Chuveirinho destacado do cerrado em redor de Pirenópolis, Goiás, Brasil
Cris na oficina
Cristiano Costa trabalha em jóias com recurso a elementos naturais do Cerrado.
Fachada & Buritizeiros
A fachada da igreja de Nª Srª do Rosário acompanhada das suas palmeiras buritizeiras
Igreja Nª Srª Rosário-Pirenópolis-Goiás-Brasi
A principal igreja de Pirenópolis destaca-se do casario colonial e da vegetação.
Lojinha Azul
Telhados Portugueses de Pirenópolis
Casario de Pirenópolis tal como visto do cimo de uma das torres da igreja d Nª Srª do Rosário.
Palmeiras acima do Casario
Enorme buritizeiros parecem vigiar a vida de Pirenópolis.
Banho equino
Rapazes banham-se e a alguns cavalos no rio das Almas, logo ao lado da ponte do Carmo.
De serviço
Cozinheiras da Fazenda Babilónia preparam uma refeição
Em plena Petrocidade
Guias internam-se na Cidade de Pedra
Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.

Alguns dos muitos dias em Pirenópolis, passamo-los alojados num hotel instalado na encosta contrária à do velho centro.

É do miradouro privilegiado dos seus terraços que admiramos o casario secular.

Dali, percebemos melhor como se adaptou à serrania verdejante de Pireneus, como se imiscuiu e integrou na vegetação tropical: nos buritis, nos coqueiros, nos tamarindos.

A simbiose da sua história com a serra e o Cerrado imenso em redor explica, aliás, porque uma passarada exótica faz parte da vida local, com destaque para os exuberantes, esquivos e sempre atarefados tucanos.

De quando em quando, estas aves também trepadoras sobrevoam-nos a grande velocidade, acima de ruas, ruelas becos e avenidas delimitadas por casinhas térreas e alguns casarões.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário e casario de Pirenópolis, Goiás, Brasil

A igreja de Pirenópolis, de Nª Srª do Rosário destaca-se do casario colonial e da vegetação que envolve Pirenópolis.

Casario Colonial e uma Natureza Providencial

Em Piri, os edifícios têm paredes brancas. Têm molduras de portas e janelas coloridas, cobertas por telha portuguesa, parte delas ainda moldada nas coxas dos escravos.

Sejam ou não lares, quase todas as construções foram financiadas pelo ouro extraído do rio das Almas e bacia envolvente.

A época seca do estado de Goiás e do imenso Planalto Central brasileiro estava em vigor havia mais de um mês. Dia após dia, caminhamos para o centro de Pirenópolis sob um céu azulão, aqui e ali, sarapintado de novelos tresmalhados de nebulosidade.

Descemos a rua do Carmo. Atravessamos a velha ponte homónima, ainda hoje de madeira vermelha e branca, anunciada por candeeiros parisienses.

Daqueles lampiões elegantes que, entre proveitos de ouro, diamantes e café, se convencionou iluminarem as povoações brasileiras abastadas.

Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, Pirenópolis, Goiás, Brasil

Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, sobre o Rio das Almas, o rio de que foi extraído o ouro que financiou Pirenópolis.

Para cá, para lá, de olho no caudal esverdeado do Almas, constatamos como, em Pirenópolis, os tempos se fundiram de forma harmoniosa.

Em plena temporada da longa Festa do Divino Espírito Santo local – uma das mais exuberantes à face da Terra – vemos-nos forçados a dar passagem a caravanas de cavaleiros trajados segundo a moda hípica de há dois ou três séculos.

Do outro lado do Almas, já em plena avenida Beira-Rio, damos com uma pelada aguerrida: camisetas contra troncos-nus, sobre o pelado irregular oposto ao Beco da Cadeia.

Peladinha em Pirenópolis, Goiás, Brasil

Uma peladinha à beira do Rio das Almas

O Âmago Religioso e Social da Igreja de Nª Srª do Rosário

Fazemo-nos à Rua do Rosário, a via de fé da cidade que conduz à Igreja de Nª Senhora do Rosário, a primeira e maior edificação religiosa do Estado de Goiás.

Esta igreja foi erguida entre 1732 e 1736, no auge da abundância aurífera.

Foi prendada com tal sumptuosidade que, tendo em conta os parâmetros da região, começou a ser vista como uma verdadeira catedral.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Pirenópolis, Goiás, Brasil

A fachada da igreja de Nª Srª do Rosário acompanhada das suas palmeiras buritis

Marcou – como ainda marca – o centro geográfico e social da cidade, para o que contribui o duo divinal de grandes palmeiras buritis que já quase fazem parte da fachada.

Lá vemos serem erguidos a custo os mastros quase tão altos como os buritis que ostentam os estandartes da Festa do Divino Espírito Santo. Lá se realizam missas atrás de missas, casamentos, baptizados, comunhões, ensaios musicais e tantos outros eventos.

Lá admiramos o teatro espontâneo das sombras dos crentes que assistiam a um fogo-de-artifício distante.

Entre os projectores e as paredes alvas da igreja, e ao dos participantes numa procissão eminente que não tarda a sumir-se no dourado resplandecente, algo extraterrestre, da nave.

Sombra de crentes de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Holofote faz projectar sombras dos fiéis contra a Igreja de Nª Srª do Rosário

Nascida do ouro desviado aos Goyás

 O arraial que deu origem à Pirenópolis abençoada dos nossos dias resultou da determinação de bandeirantes portugueses:

Amaro Leite, Urbano do Couto Menezes, este, companheiro de Bartolomeu Bueno da Silva, filho de um bandeirante português homónimo.

Bartolomeu Bueno da Silva, pai, foi autor de tantas atrocidades cometidas sobre os Goyas que este grupo de indígenas o apodou de Anhanguera, velho diabo, no seu dialecto.

Bartolomeu da Silva – o filho – obteve do governador da Província de São Paulo a concessão do território dos Goyas em redor de Meia-Ponte.

Assim ficou conhecida a zona depois de uma inundação do Rio Almas ter destruído metade da ponte que o permitia cruzar.

Banho equino no Rio das Almas, Pirenópolis, Goiás, Brasil

Rapazes banham-se e a alguns cavalos no rio das Almas, logo ao lado da ponte do Carmo.

O Ouro Lucrativo das Almas

Em troca, o governador exigiu que as minas de ouro fossem exploradas por portugueses. Para o cumprir, o Anhanguera filho – entretanto instalado na Vila Boa (hoje, Goiás Velho)  – terra da escritora Cora Coralina – incumbiu Manuel Rodrigues Tomar de fundar um arraial.

Seguiu-se a prospecção. Ao longo do rio das Almas, o ouro surgiu em grande quantidade.

Fez milionários vários colonos portugueses. Financiou a expansão da povoação de Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte, e a construção de quatro igrejas.

Meia Ponte ganhou um inesperado impulso civilizacional.

E começou a competir com Vila Boa no estatuto de cidade mais abastada do estado de Goiás. Assim foi, até 1800.

Rua colonial dourada em Pirenópolis, Goiás, Brasil

Iluminação de Piri nos tons dourados que combinam com o Ciclo do Ouro que deu origem à cidade

O Inevitável Declínio Financeiro de Pirenópolis

Na viragem para o século XIX, o ouro já escasseava. As rotas comerciais de Goiás passaram a centrar-se noutra vizinha, Anápolis. Muitos dos habitantes emigraram.

Noventa anos depois, Meia Ponte foi rebatizada de Pirenópolis.

Piri só recuperou do marasmo a partir de 1960. Primeiro, com a construção quase messiânica de Brasília, carente de matérias-primas, em particular do quartzito abundante em redor de Pirenópolis.

Decorridos outros vinte anos, comunidades em busca de vida alternativa rejuvenesceram a notoriedade de Piri.

Para lá atraíram migrantes e visitantes vindos da nova capital brasileira.

Casario de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Casario de Pirenópolis tal como visto do cimo de uma das torres da igreja d Nª Srª do Rosário.

Cercam Pirenópolis sítios e fazendas com pastos conquistados ao cerrado, salpicados de boiada, de termiteiros e ipês amarelos ou de um cor-de-rosa inverosímil.

A Fazenda Produtora de Estórias da Babilónia

Num dos nossos vários dias pirenopolinos, acordamos cedo. Encontramo-nos com Dª Telma que nos leva à sua fazenda Babilónia, a mais emblemática da região, situada a 24 km do centro de Pirenópolis.

Emulamos, assim, o programa de visita do nosso viajado pai da democracia, ex-presidente Mário Soares. “Se querem saber, eu achei ele bem simpático, sincero, muito “terra a terra” afiança-nos Dª Telma.

“Me pareceu daquelas pessoas que dá vontade de abraçar. E, isto, mesmo se ele recusou um suco de tamarindo e outro de maracujá do seu café da manhã.

Um tava demasiado amargo, o outro demasiado doce, dizia ele.”

Cozinheiras da Fazenda Babilónia preparam uma refeição

Com mais de dois séculos de história, a Fazenda Babilónia foi – antes de mudar de donos – o engenho de cana-de-açúcar de São Joaquim, um dos maiores do Brasil numa altura em que nele trabalhavam centenas de escravos.

Os actuais proprietários respeitaram a estrutura e o aspecto colonial.

Em 1965, a fazenda foi nomeada Património Histórico.

Continua a servir o mesmo café da manhã colonial goiano delicioso e variado tomado pelo saudoso bochechas.

A Pirenópolis dos Pireneus, do Cerrado e da Cidade de Pedra

Novo dia, novas explorações. Encontramo-nos com Cristiano Costa, à data Presidente da Associação dos Guias, no CAT- Centro de Atendimento ao Turista.

Filho orgulhoso de Pirenópolis, Cris coloca-se de imediato ao dispor. Nos tempos que se seguem, entre passeios, caminhadas e soluções logísticas, ele, o irmão Tilapa e Kike Palma – um amigo de ambos – revelar-se-iam providenciais no acompanhamento da Festa do Divino Espírito Santo que levámos a cabo.

Para dizer a verdade, em muito mais do que fizemos em Pirenópolis.

Cris quis mostrar-nos um dos seus lugares favoritos em redor de Piri. Ávidos por tudo o que fosse novo, aderimos de imediato ao repto.

Na manhã seguinte, bem cedo, integramos uma pequena comitiva a que se juntaram os seus colegas Eduardo e Jorginho.

De início a bordo de um jipe, penetramos no Parque Estadual da Serra dos Pireneus, por um caminho que se desenrola entre os emblemáticos Morro do Cabeludo e os Três Picos: o Pai (1385m), o Filho e o Espírito Santo.

Chuveirinho do cerrado em redor de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Chuveirinho destacado do cerrado em redor de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Já a mais de 50km de Piri, acima dos mil metros de altitude, passamos a caminhar entre buritis, cactos e chuveirinhos (Paepalanthus, caliandras ou sempre-vivas), plantas emblemáticas do Cerrado, com flores brancas que parecem gotas d’água.

A Cidade de Pedra do Cerrado

Por fim, damos com o destino da jornada. A Cidade de Pedra local é considerada a mais vasta e labiríntica do Brasil.

Situada para lá dos Três Picos, esta obra de arte geológica foi legada pela erosão de arenito e quartzito.

Cidade de Pedra, arredores de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Guias internam-se na Cidade de Pedra

Ditaram testes de carbono 14 que se terá começado a formar há cerca de 800 milhões de anos, com início no período pré-cambriano.

A Cidade de Pedra surge numa área de cerrado rupestre preenchida por formações rochosas de grandes dimensões, algumas, verdadeiros pináculos recortados que há muito desafiam a gravidade.

Em 1871, aquele que se crê ter sido o primeiro homem a deixar uma descrição escrita do lugar, o médico e naturalista francês Francois Trigant des Genettes viu bastante mais.

Cidade mas não Tanto

Alvitrou que a Cidade de Pedra deveria ser uma espécie de Atlântida perdida, com muralhas fortificadas, praças, ruas, ruínas de estátuas, de templos, teatros e palácios, lares e até túmulos.

Daí para cá, pouco terá mudado. Com a “cidade” diante e bastante tempo para a contemplar, chegámos à conclusão que a imaginação do naturalista tinha pouco de natural.

Suplantava em larga escala a de Cris e dos colegas que, de tempos a tempos, nos chamavam atenção para determinadas formas familiares: o orangotango, a bruxinha, entre tantos outros.

De início, a excentricidade da língua portuguesa de Cris divertia-nos. Fazia-nos lembrar as falas de Urtigão, o famoso personagem campestre dos livrinhos Disney brasileiros.

À imagem de muitos dos goianos sem estudos aturados, Cris trocava os eles (Ls) pelos erres. Mas não só. Ao mesmo tempo, atropelava a concordância de número a torto a direito.

De acordo, para proferir “as bicicletas”, dizia “as bicicreta”.

Cristiano Costa no seu atelier joalheiro de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Cristiano Costa trabalha em jóias com recurso a elementos naturais do Cerrado.

Os Joalheiros Prodigiosos de Pirenópolis

Podiam faltar a Cristiano Costa melhores oportunidades, mas nunca a determinação. Além de guiar forasteiros, Cris criava joias num mini-estúdio artesanal que tinha há muito montado na casa em que co-habitava com a família.

Chegou a mostrar-nos como, com muita paciência e minúcia, combinava ametistas, topázios, turmalinas, esmeraldas, águas-marinhas – com sementes, metais e outros materiais.

Não era o único a fazê-lo, em Pirenópolis. À falta de outros empregos, muitos Pirenopolinos tornaram-se joalheiros e desenham as suas próprias obras de arte.

Os melhores, acabam por fornecer as lojas locais, as de outros pontos do Brasil e até mesmo do estrangeiro. Piri conta com em redor de cem ateliês.

Emprega cerca de 300 artesãos, alguns com estilos próprios prodigiosos.

Ourives em acção em Pirenópolis, Goiás, Brasil

Um dos muitos joalheiros de Pirinópolis trabalha um fio.

Um período em que o negócio quase sempre prospera são os derradeiros dias da Festa do Divino Espírito Santo, quando as Cavalhadas da cidade têm lugar no Cavalhódromo local:

cavaleiros cristãos contra Mouros, pouco importa se estamos no coração da América do Sul.

Pôr-do-sol sobre Pirenópolis, Goiás, Brasil

Fim do dia aloura por completo as silhuetas difusas da cidade.

Na manhã seguinte, como acontece ano após ano, os infiéis saíram derrotados.

Os Cavaleiros entraram em modo de repouso.

Piri voltou a viver na paz absoluta do Divino Espírito Santo.

Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Pirenópolis, Brasil

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Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
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Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
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Goiás Velho, Brasil

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Florianópolis, Brasil

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Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
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Miranda, Brasil

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HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
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Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
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A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

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Cilaos, ilha da Reunião, Casario Piton des Neiges
Património Mundial UNESCO
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Praias
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Bufalos, ilha do Marajo, Brasil, búfalos da polícia de Soure
Sociedade
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.