Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos


O cimo de telha de Piri
Vista dos sucessivos telhados nas imediações da Rua do Rosário
Sombras de fé
Holofote faz projectar sombras dos fiéis contra a Igreja de Nª Srª do Rosário
Piri Dourada
Iluminação de Piri nos tons dourados que combinam com o Ciclo do Ouro que deu origem à cidade
Camisetas contra troncos-nus
Uma peladinha à beira do Rio das Almas
Paisagem de Piri
Rua Abaixo
Joia de trabalho
Um dos muitos joalheiros de Pirinópolis trabalha um fio.
O ocaso dourado de Pirenópolis
Fim do dia aloura por completo as silhuetas difusas da cidade.
Western Brasileiro
Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, sobre o Rio das Almas, o rio de que foi extraído o ouro que financiou Pirenópolis.
Caminho da fé
Morador conduz uma charrete pela frente da igreja da Nª Srª do Rosário
Paepalanthus ou caliandra
Chuveirinho destacado do cerrado em redor de Pirenópolis, Goiás, Brasil
Cris na oficina
Cristiano Costa trabalha em jóias com recurso a elementos naturais do Cerrado.
Fachada & Buritizeiros
A fachada da igreja de Nª Srª do Rosário acompanhada das suas palmeiras buritizeiras
Igreja Nª Srª Rosário-Pirenópolis-Goiás-Brasi
A principal igreja de Pirenópolis destaca-se do casario colonial e da vegetação.
Lojinha Azul
Telhados Portugueses de Pirenópolis
Casario de Pirenópolis tal como visto do cimo de uma das torres da igreja d Nª Srª do Rosário.
Palmeiras acima do Casario
Enorme buritizeiros parecem vigiar a vida de Pirenópolis.
Banho equino
Rapazes banham-se e a alguns cavalos no rio das Almas, logo ao lado da ponte do Carmo.
De serviço
Cozinheiras da Fazenda Babilónia preparam uma refeição
Em plena Petrocidade
Guias internam-se na Cidade de Pedra
Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.

Alguns dos muitos dias em Pirenópolis, passamo-los alojados num hotel instalado na encosta contrária à do velho centro.

É do miradouro privilegiado dos seus terraços que admiramos o casario secular.

Dali, percebemos melhor como se adaptou à serrania verdejante de Pireneus, como se imiscuiu e integrou na vegetação tropical: nos buritis, nos coqueiros, nos tamarindos.

A simbiose da sua história com a serra e o Cerrado imenso em redor explica, aliás, porque uma passarada exótica faz parte da vida local, com destaque para os exuberantes, esquivos e sempre atarefados tucanos.

De quando em quando, estas aves também trepadoras sobrevoam-nos a grande velocidade, acima de ruas, ruelas becos e avenidas delimitadas por casinhas térreas e alguns casarões.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário e casario de Pirenópolis, Goiás, Brasil

A igreja de Pirenópolis, de Nª Srª do Rosário destaca-se do casario colonial e da vegetação que envolve Pirenópolis.

Casario Colonial e uma Natureza Providencial

Em Piri, os edifícios têm paredes brancas. Têm molduras de portas e janelas coloridas, cobertas por telha portuguesa, parte delas ainda moldada nas coxas dos escravos.

Sejam ou não lares, quase todas as construções foram financiadas pelo ouro extraído do rio das Almas e bacia envolvente.

A época seca do estado de Goiás e do imenso Planalto Central brasileiro estava em vigor havia mais de um mês. Dia após dia, caminhamos para o centro de Pirenópolis sob um céu azulão, aqui e ali, sarapintado de novelos tresmalhados de nebulosidade.

Descemos a rua do Carmo. Atravessamos a velha ponte homónima, ainda hoje de madeira vermelha e branca, anunciada por candeeiros parisienses.

Daqueles lampiões elegantes que, entre proveitos de ouro, diamantes e café, se convencionou iluminarem as povoações brasileiras abastadas.

Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, Pirenópolis, Goiás, Brasil

Cavaleiros cruzam a Ponte do Carmo, sobre o Rio das Almas, o rio de que foi extraído o ouro que financiou Pirenópolis.

Para cá, para lá, de olho no caudal esverdeado do Almas, constatamos como, em Pirenópolis, os tempos se fundiram de forma harmoniosa.

Em plena temporada da longa Festa do Divino Espírito Santo local – uma das mais exuberantes à face da Terra – vemos-nos forçados a dar passagem a caravanas de cavaleiros trajados segundo a moda hípica de há dois ou três séculos.

Do outro lado do Almas, já em plena avenida Beira-Rio, damos com uma pelada aguerrida: camisetas contra troncos-nus, sobre o pelado irregular oposto ao Beco da Cadeia.

Peladinha em Pirenópolis, Goiás, Brasil

Uma peladinha à beira do Rio das Almas

O Âmago Religioso e Social da Igreja de Nª Srª do Rosário

Fazemo-nos à Rua do Rosário, a via de fé da cidade que conduz à Igreja de Nª Senhora do Rosário, a primeira e maior edificação religiosa do Estado de Goiás.

Esta igreja foi erguida entre 1732 e 1736, no auge da abundância aurífera.

Foi prendada com tal sumptuosidade que, tendo em conta os parâmetros da região, começou a ser vista como uma verdadeira catedral.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Pirenópolis, Goiás, Brasil

A fachada da igreja de Nª Srª do Rosário acompanhada das suas palmeiras buritis

Marcou – como ainda marca – o centro geográfico e social da cidade, para o que contribui o duo divinal de grandes palmeiras buritis que já quase fazem parte da fachada.

Lá vemos serem erguidos a custo os mastros quase tão altos como os buritis que ostentam os estandartes da Festa do Divino Espírito Santo. Lá se realizam missas atrás de missas, casamentos, baptizados, comunhões, ensaios musicais e tantos outros eventos.

Lá admiramos o teatro espontâneo das sombras dos crentes que assistiam a um fogo-de-artifício distante.

Entre os projectores e as paredes alvas da igreja, e ao dos participantes numa procissão eminente que não tarda a sumir-se no dourado resplandecente, algo extraterrestre, da nave.

Sombra de crentes de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Holofote faz projectar sombras dos fiéis contra a Igreja de Nª Srª do Rosário

Nascida do ouro desviado aos Goyás

 O arraial que deu origem à Pirenópolis abençoada dos nossos dias resultou da determinação de bandeirantes portugueses:

Amaro Leite, Urbano do Couto Menezes, este, companheiro de Bartolomeu Bueno da Silva, filho de um bandeirante português homónimo.

Bartolomeu Bueno da Silva, pai, foi autor de tantas atrocidades cometidas sobre os Goyas que este grupo de indígenas o apodou de Anhanguera, velho diabo, no seu dialecto.

Bartolomeu da Silva – o filho – obteve do governador da Província de São Paulo a concessão do território dos Goyas em redor de Meia-Ponte.

Assim ficou conhecida a zona depois de uma inundação do Rio Almas ter destruído metade da ponte que o permitia cruzar.

Banho equino no Rio das Almas, Pirenópolis, Goiás, Brasil

Rapazes banham-se e a alguns cavalos no rio das Almas, logo ao lado da ponte do Carmo.

O Ouro Lucrativo das Almas

Em troca, o governador exigiu que as minas de ouro fossem exploradas por portugueses. Para o cumprir, o Anhanguera filho – entretanto instalado na Vila Boa (hoje, Goiás Velho)  – terra da escritora Cora Coralina – incumbiu Manuel Rodrigues Tomar de fundar um arraial.

Seguiu-se a prospecção. Ao longo do rio das Almas, o ouro surgiu em grande quantidade.

Fez milionários vários colonos portugueses. Financiou a expansão da povoação de Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte, e a construção de quatro igrejas.

Meia Ponte ganhou um inesperado impulso civilizacional.

E começou a competir com Vila Boa no estatuto de cidade mais abastada do estado de Goiás. Assim foi, até 1800.

Rua colonial dourada em Pirenópolis, Goiás, Brasil

Iluminação de Piri nos tons dourados que combinam com o Ciclo do Ouro que deu origem à cidade

O Inevitável Declínio Financeiro de Pirenópolis

Na viragem para o século XIX, o ouro já escasseava. As rotas comerciais de Goiás passaram a centrar-se noutra vizinha, Anápolis. Muitos dos habitantes emigraram.

Noventa anos depois, Meia Ponte foi rebatizada de Pirenópolis.

Piri só recuperou do marasmo a partir de 1960. Primeiro, com a construção quase messiânica de Brasília, carente de matérias-primas, em particular do quartzito abundante em redor de Pirenópolis.

Decorridos outros vinte anos, comunidades em busca de vida alternativa rejuvenesceram a notoriedade de Piri.

Para lá atraíram migrantes e visitantes vindos da nova capital brasileira.

Casario de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Casario de Pirenópolis tal como visto do cimo de uma das torres da igreja d Nª Srª do Rosário.

Cercam Pirenópolis sítios e fazendas com pastos conquistados ao cerrado, salpicados de boiada, de termiteiros e ipês amarelos ou de um cor-de-rosa inverosímil.

A Fazenda Produtora de Estórias da Babilónia

Num dos nossos vários dias pirenopolinos, acordamos cedo. Encontramo-nos com Dª Telma que nos leva à sua fazenda Babilónia, a mais emblemática da região, situada a 24 km do centro de Pirenópolis.

Emulamos, assim, o programa de visita do nosso viajado pai da democracia, ex-presidente Mário Soares. “Se querem saber, eu achei ele bem simpático, sincero, muito “terra a terra” afiança-nos Dª Telma.

“Me pareceu daquelas pessoas que dá vontade de abraçar. E, isto, mesmo se ele recusou um suco de tamarindo e outro de maracujá do seu café da manhã.

Um tava demasiado amargo, o outro demasiado doce, dizia ele.”

Cozinheiras da Fazenda Babilónia preparam uma refeição

Com mais de dois séculos de história, a Fazenda Babilónia foi – antes de mudar de donos – o engenho de cana-de-açúcar de São Joaquim, um dos maiores do Brasil numa altura em que nele trabalhavam centenas de escravos.

Os actuais proprietários respeitaram a estrutura e o aspecto colonial.

Em 1965, a fazenda foi nomeada Património Histórico.

Continua a servir o mesmo café da manhã colonial goiano delicioso e variado tomado pelo saudoso bochechas.

A Pirenópolis dos Pireneus, do Cerrado e da Cidade de Pedra

Novo dia, novas explorações. Encontramo-nos com Cristiano Costa, à data Presidente da Associação dos Guias, no CAT- Centro de Atendimento ao Turista.

Filho orgulhoso de Pirenópolis, Cris coloca-se de imediato ao dispor. Nos tempos que se seguem, entre passeios, caminhadas e soluções logísticas, ele, o irmão Tilapa e Kike Palma – um amigo de ambos – revelar-se-iam providenciais no acompanhamento da Festa do Divino Espírito Santo que levámos a cabo.

Para dizer a verdade, em muito mais do que fizemos em Pirenópolis.

Cris quis mostrar-nos um dos seus lugares favoritos em redor de Piri. Ávidos por tudo o que fosse novo, aderimos de imediato ao repto.

Na manhã seguinte, bem cedo, integramos uma pequena comitiva a que se juntaram os seus colegas Eduardo e Jorginho.

De início a bordo de um jipe, penetramos no Parque Estadual da Serra dos Pireneus, por um caminho que se desenrola entre os emblemáticos Morro do Cabeludo e os Três Picos: o Pai (1385m), o Filho e o Espírito Santo.

Chuveirinho do cerrado em redor de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Chuveirinho destacado do cerrado em redor de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Já a mais de 50km de Piri, acima dos mil metros de altitude, passamos a caminhar entre buritis, cactos e chuveirinhos (Paepalanthus, caliandras ou sempre-vivas), plantas emblemáticas do Cerrado, com flores brancas que parecem gotas d’água.

A Cidade de Pedra do Cerrado

Por fim, damos com o destino da jornada. A Cidade de Pedra local é considerada a mais vasta e labiríntica do Brasil.

Situada para lá dos Três Picos, esta obra de arte geológica foi legada pela erosão de arenito e quartzito.

Cidade de Pedra, arredores de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Guias internam-se na Cidade de Pedra

Ditaram testes de carbono 14 que se terá começado a formar há cerca de 800 milhões de anos, com início no período pré-cambriano.

A Cidade de Pedra surge numa área de cerrado rupestre preenchida por formações rochosas de grandes dimensões, algumas, verdadeiros pináculos recortados que há muito desafiam a gravidade.

Em 1871, aquele que se crê ter sido o primeiro homem a deixar uma descrição escrita do lugar, o médico e naturalista francês Francois Trigant des Genettes viu bastante mais.

Cidade mas não Tanto

Alvitrou que a Cidade de Pedra deveria ser uma espécie de Atlântida perdida, com muralhas fortificadas, praças, ruas, ruínas de estátuas, de templos, teatros e palácios, lares e até túmulos.

Daí para cá, pouco terá mudado. Com a “cidade” diante e bastante tempo para a contemplar, chegámos à conclusão que a imaginação do naturalista tinha pouco de natural.

Suplantava em larga escala a de Cris e dos colegas que, de tempos a tempos, nos chamavam atenção para determinadas formas familiares: o orangotango, a bruxinha, entre tantos outros.

De início, a excentricidade da língua portuguesa de Cris divertia-nos. Fazia-nos lembrar as falas de Urtigão, o famoso personagem campestre dos livrinhos Disney brasileiros.

À imagem de muitos dos goianos sem estudos aturados, Cris trocava os eles (Ls) pelos erres. Mas não só. Ao mesmo tempo, atropelava a concordância de número a torto a direito.

De acordo, para proferir “as bicicletas”, dizia “as bicicreta”.

Cristiano Costa no seu atelier joalheiro de Pirenópolis, Goiás, Brasil

Cristiano Costa trabalha em jóias com recurso a elementos naturais do Cerrado.

Os Joalheiros Prodigiosos de Pirenópolis

Podiam faltar a Cristiano Costa melhores oportunidades, mas nunca a determinação. Além de guiar forasteiros, Cris criava joias num mini-estúdio artesanal que tinha há muito montado na casa em que co-habitava com a família.

Chegou a mostrar-nos como, com muita paciência e minúcia, combinava ametistas, topázios, turmalinas, esmeraldas, águas-marinhas – com sementes, metais e outros materiais.

Não era o único a fazê-lo, em Pirenópolis. À falta de outros empregos, muitos Pirenopolinos tornaram-se joalheiros e desenham as suas próprias obras de arte.

Os melhores, acabam por fornecer as lojas locais, as de outros pontos do Brasil e até mesmo do estrangeiro. Piri conta com em redor de cem ateliês.

Emprega cerca de 300 artesãos, alguns com estilos próprios prodigiosos.

Ourives em acção em Pirenópolis, Goiás, Brasil

Um dos muitos joalheiros de Pirinópolis trabalha um fio.

Um período em que o negócio quase sempre prospera são os derradeiros dias da Festa do Divino Espírito Santo, quando as Cavalhadas da cidade têm lugar no Cavalhódromo local:

cavaleiros cristãos contra Mouros, pouco importa se estamos no coração da América do Sul.

Pôr-do-sol sobre Pirenópolis, Goiás, Brasil

Fim do dia aloura por completo as silhuetas difusas da cidade.

Na manhã seguinte, como acontece ano após ano, os infiéis saíram derrotados.

Os Cavaleiros entraram em modo de repouso.

Piri voltou a viver na paz absoluta do Divino Espírito Santo.

Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
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O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
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Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
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Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
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Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
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O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Homer, Alasca, baía Kachemak
Em Viagem
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Remadores Intha num canal do Lago Inlé
Étnico
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A Deslumbrante Birmânia Lacustre

Com uma área de 116km2, o Lago Inle é o segundo maior lago do Myanmar. É muito mais que isso. A diversidade étnica da sua população, a profusão de templos budistas e o exotismo da vida local, tornam-no um reduto incontornável do Sudeste Asiático.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Sesimbra, Vila, Portugal, Vista do alto
História
Sesimbra, Portugal

Uma Vila Tocada por Midas

Não são só a Praia da Califórnia e a do Ouro que a encerram a sul. Abrigada das fúrias do ocidente atlântico, prendada com outras enseadas imaculadas e dotada de fortificações seculares, Sesimbra é, hoje, um porto de abrigo piscatório e balnear precioso.
Champagne Beach, Espiritu Santo, Vanuatu
Ilhas
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Natureza
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Bwabwata Parque Nacional, Namíbia, girafas
Parques Naturais
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
Carrinha no Jossingfjord, Magma Geopark, Noruega
Património Mundial UNESCO
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Balo Praia Creta, Grécia, a Ilha de Balos
Praias
Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Sombra vs Luz
Religião
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Ponte u bein, Amarapura, Myanmar
Sociedade
Ponte u-BeinMyanmar

O Crepúsculo da Ponte da Vida

Com 1.2 km, a ponte de madeira mais antiga e mais longa do mundo permite aos birmaneses de Amarapura viver o lago Taungthaman. Mas 160 anos após a sua construção, U Bein está no seu crepúsculo.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Pisteiro San em acção na Torra Conservancy, Namibia
Vida Selvagem
Palmwag, Namíbia

Em Busca de Rinocerontes

Partimos do âmago do oásis gerado pelo rio Uniab, habitat do maior número de rinocerontes negros do sudoeste africano. Nos passos de um pisteiro bosquímano, seguimos um espécime furtivo, deslumbrados por um cenário com o seu quê de marciano.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.