Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália


À sombra da falésia
Guia Chief sobre um pequeno promontório do Kings Canyon.
Uluru-Ayers Rock
Sagrado para os aborígenes Anangu do Red Centre, o rochedo de arcose Uluru tem 873 metros de altura e uma circunferência de 9.4 km.
Caminhada sob ameaça
Grupo caminha num trilho de Kata Tjuta, protegido das moscas infernais por redes.
Sombra e sol no Outback
Contornos de rochas do Red Centre desenhados contra um rasto de sol poente.
Morro de Pedra
Mais uma estranha protuberância rochosa de Kata Tjuta.
Líder em caqui
Guia Chief conduz um grupo de visitantes do parque nacional Kata Tjuta.
Verdura e secura
Uma árvore morta sobressai do cenário inóspito de Kata Tjuta.
Melodia aborigene
Nativo toca didjeridu.
Fila Australiana
Grupo percorre a superfície aquecida e árdua do Kings Canyon.
Por fim, repouso
Amigas descansam junto à lagoa de Garden of Eden, num desfiladeiro interior do Kings Canyon.
The Olgas
Os rochedos de Kata Tjuta iluminados ao pôr-do-sol.
Barracão Camel Outback Safaris
Abrigo de camelos arejado, num bar de beira de estrada de Erdlunda.
Avistamento
Dois visitantes perscrutam os rochedos avermelhados de Kata Djuta.
Rumo incerto
Casal isolado ou perdido percorre uma plataforma ocre do Kings Canyon.
Deserto do Outback
Chief examina a paisagem sobre dunas à beira da estrada, nas imediações de Erdlunda.
Kata Tjuta ou The Olgas
Os rochedos imponentes de Kata Tjuta a partir de um desfiladeiro à sombra.
Acidente aussie
Viajantes examinam o que terá sido o resultado de um acidente rodoviário fenomenal.
Aureola e Silhueta
A sombra monumental do rochedo Uluru/Ayers Rock.
Chief em Erdlunda
Guia Chief sai de um bar de beira de estrada, em Erldunda.
Canyon Real
Um dos desfiladeiro avermelhados do Kings Canyon.
O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.

Chief chega sobre a hora marcada.

Apressa-se a salvaguardar a integridade da sua imagem: “Disseram-me que vinham dois jornalistas. Que eu tinha que me apresentar e comportar em condições! Vamos lá ver o que se arranja”.

Apesar de originalmente da Nova Zelândia, a sua figura não podia ser mais ozzie. Ri-se sem complexo do topo do seu metro e noventa e pouco.

Veste uma camisa justa e uns mini-calções, ambos de caqui, gastos pelos quilómetros percorridos no deserto, sujos de nódoas que cabe ao tempo lavar. As botas de pele, amareladas, altas e poeirentas e um velho chapéu Akubra são os derradeiros apontamentos de um traje criado e retocado pelo Outback.

kings canyon, chief, promontorio, Red centre, coracao, Australia

Guia Chief sobre um pequeno promontório do Kings Canyon.

Se tivesse chegado na altura certa, Chief podia ter sido um dos pioneiros destemidos que desbravaram o interior da Austrália e ergueram a cidade de onde íamos partir à descoberta do Território do Norte.

Não foi por acaso que Alice Springs surgiu no centro geométrico da Austrália.

A Árdua Colonização do Red Centre Australiano

Na segunda metade do século XIX, grande parte do sul estava colonizado. O centro e parte do Norte eram ainda domínios incógnitos, ocupados em exclusivo pelos guardiões ancestrais aborígenes.

Em 1861-62, John McDouall Stuart liderou uma expedição ao coração do deserto. Acabaria por se tornar no primeiro europeu a atravessar a Austrália de sul a norte. E estabeleceu a rota que abriria caminho à linha de telégrafo programada para ligar Adelaide a Darwin e Darwin à Grã-Bretanha.

Mais tarde, a descoberta de ouro fluvial em grandes quantidades, a cerca de 100 km, deu origem a uma população fixa em redor de Stuart, como a colónia seria baptizada. O fim do ouro ditou que a povoação se deslocasse para próximo da estação do teleférico.

erdlunda, abrigo camelos, bar, estrada, Red centre, coracao, Australia

Abrigo de camelos arejado, num bar de beira de estrada de Erdlunda.

Essa povoação, por sua vez, foi chamada de Alice Springs, em honra da esposa do chefe dos correios e das nascentes que irrigavam o vasto oásis envolvente.

Eram tempos ásperos, dominados pela incerteza e em que a secura dominante da paisagem pedia soluções criativas. De acordo, as autoridades pioneiras resolveram importar camelos do noroeste da antiga Índia britânica – hoje Paquistão. Conduziam-nos, em longas caravanas, imigrantes das tribos Pathan, incorrectamente apelidados de cameleiros afegãos.

Estas caravanas resolveram por algum tempo o problema da falta de água. Com o passar dos anos, tornaram-se desnecessárias. Os camelos foram abandonados ou perdidos.

Multiplicaram-se e espalharam-se pelo deserto, de tal maneira que existem, hoje, em maior número, na Austrália, que em muitos países árabes.

Alice Springs: o Âmago Urbano do Red Centre

Alice – como é carinhosamente tratada – espraia-se ao longo do leito quase sempre seco do rio Todd. É feita de edifícios baixos, armazéns e complexos comerciais térreos que pouco ou nada bloqueiam o céu azul. Outros negócios dominantes são os bares, as agencias de turismo e as galerias de arte.

À primeira vista, tudo parece normal mas a presença aparentemente disfuncional da comunidade aborígene causa, neste entreposto turístico, mais desconforto que noutras localidades do Território do Norte.

nativo, aborigene, didjeridu, Red centre, coracao, Australia

Nativo toca didjeridu.

Prova-se difícil para os visitantes recém-chegados compreender porque passam o tempo sentados na relva dos jardins ou à frente de lojas e estações de serviço.

Custam a aceitar os modos primitivos e a sua incapacidade em lidar com a marginalização a que se viram votados pela civilização ocidental que os desenraizou sem retorno.

O Desenquadramento Aborígene na Sua Própria Terra

Aqui, como por toda a Austrália, o governo australiano desculpou-se e tenta redimir-se. Paga pelos pecados cometidos em dólares australianos e com a devolução de terras de que se apropriou durante o período em que manteve uma lei que equiparava os aborígenes à fauna e flora.

Aqui, como por toda a Austrália, as medidas estão longe de resolver o que quer que seja.

Durante o trecho inicial da viagem, Chief confessa: “… não faço sempre isto. Trabalho com a comunidade prisional aborígene de Alice Springs. Sou dos poucos que os conhece e aceita”.

Confessa ainda que, mesmo assim, tem dificuldade em responder às perguntas e observações preconceituosas dos turistas australianos e estrangeiros.

Tenta mentalizá-los do valor dos aborígenes explicando aos forasteiros, nos lugares mais emblemáticos, a fascinante cultura mitológica dos indígenas.

Uluru – Ayers Rock. A Sempre Controversa Questão da Ascensão

“Não posso acreditar nisto!”, repete Kevin uma última vez, após rogar uma série de pragas.

Assim que acorda e sai do seu swag (saco cama australiano), o pequeno coreano depara-se com a maior das frustrações. Depois de um ano a trabalhar em Sydney como um autómato, sonhava com o ponto alto da viagem: contemplar o Red Centre do topo do Uluru.

uluru, ayers rock, Red centre, coracao, Australia

Sagrado para os aborígenes Anangu do Red Centre, o rochedo de arcose Uluru tem 873 metros de altura e uma circunferência de 9.4 km.

Nessa manhã, o silvar estridente do bush australiano soava a más notícias.

Na tarde anterior, Chief, tinha sido bem claro. Em nome dos aborígenes Anangu, pedia a todos que não subissem.  Esclarecia ainda que só impediria quem o quisesse fazer caso as condições meteorológicas o determinassem.

Contra as previsões, em vez de acalmar, o vento aumentou durante a noite. Sobre a aurora, as autoridades do parque fecharam o acesso ao trilho e facilitaram a vida ao guia.

À primeira vista simples, o tema das ascensões ao Ayers Rock – como lhe chamaram os colonos de origem britânica em homenagem ao Chief Secretary da Austrália do Sul de 1873 – é, na realidade, bastante complexo.

Reflecte a relação melindrosa que os descendentes de colonos australianos mantêm com os indígenas.

bar, estrada, erdlunda, Red centre, coracao, Australia

Guia Chief sai de um bar de beira de estrada, em Erldunda.

Uluru – Ayers Rock: um Rochedo no Coração Partido da Austrália

Em 1983, o primeiro-ministro Bob Hawke prometeu devolver aquela terra em particular aos seus donos tradicionais. Concordou com um plano com dez pontos que incluía a proibição de escalada do Uluru.

À boa maneira política, a promessa depressa foi esquecida. Antes da restituição oficial, foram impostos noventa e nove anos de concessão em vez dos cinquenta pré-acordados com os aborígenes.

O acesso ao topo do Uluru acabou por ser permitido, por forma a não contrariar a vontade dos milhares de visitantes mais jovens ou simplesmente em boa forma física.

O Significado Espiritual de Uluru para os aborígenes Anangu

Os aborígenes Anangu, os protectores ancestrais do rochedo e do espaço circundante, não o escalam.

Evitam fazê-lo devido ao grande significado espiritual de Uluru. Segundo as suas crenças, passar no topo, um trilho do seu Dreamtime (o passado mitológico). Também proibiram a sua escaladas por uma questão de responsabilidade pela segurança de quem acolhem.

Ao longo dos anos, contra a vontade dos aborígenes, as subidas já causaram 35 vítimas. Em cada uma das fatalidades, os aborígenes manifestaram tristeza. Malgrado o pesar dos indígenas, os australianos são um povo habituado a conviver com a aventura e o risco. De acordo, à data, não estava prevista qualquer proibição total e absoluta que os rangers do parque pusessem em prática.

Situado no canto sudoeste do vasto Território do Norte, em pleno coração do Outback, este estranho monte-ilha de arcose, tão emblemático como homogéneo e compacto, sobreviveu a milhões de anos de erosão que apagaram do mapa um maciço envolvente gigantesco mas bem mais vulnerável ao desgaste.

Com 348m de altura máxima e 9.4km de circunferência, a formação é ainda mais intrigante por mudar de cor ao longo do dia e das estações do ano, à medida que diferentes espectros de luz nele incidem.

uluru, ayers rock, silhueta, Red centre, coracao, Australia

A sombra monumental do rochedo Uluru/Ayers Rock.

Negação da Superstição em redor de Uluru e o Arrependimento

Demasiados dos seus cerca de 400.000 visitantes anuais não resistem ao fascínio visual e mitológico do rochedo.

Mesmo alertados pelos guias sobre a maldição que assombra a vida de quem retira pedras do Uluru, preferem arriscar e cometem o delito.

Chief desenvolve-nos um dos seus temas preferidos, com um sarcasmo insuperável:  “… mais engraçado ainda é que, por descargo de consciência ou mera precaução, são vários os que se arrependem.

Depois, já nas suas casas, gastam mundos e fundos para as tentar devolver ao rochedo. Mandam-nas por correio para as agências com que viajaram e pedem-lhes que as reponham…”

Os obstáculos levantados pelas crenças aborígenes tjukurpa não se ficam, no entanto, por aí.

Em redor do monte de rocha sucedem-se as nascentes, cavernas, pequenos depósitos naturais de água e pinturas rupestres. Mas apesar da abundância de motivos, a fotografia é restringida em diversas secções em que os Anangu realizam rituais relacionados com o género e em que não admitem pessoas do sexo oposto.

erdlunda, chief, estrada, Red centre, coracao, Australia

Chief examina a paisagem sobre dunas à beira da estrada, nas imediações de Erdlunda.

O objectivo é evitar que se quebrem tabus milenares, por os indígenas virem inevitavelmente a encontrar imagens dos seus locais sagrados naquele a que chamam o mundo exterior.

Kata Djuta: o Outro Colosso Sagrado do Red Centre

A apenas 25km para oeste, acessível pela mesma Lasseter Highway que conduz ao Uluru/Ayers Rock e, depois, pela Luritja Road, impõe-se ao céu sempre azul do Red Centre um outro capricho da Terra Australis.

Trata-se de Kata Tjuta (dialecto aborígene pittjantjajara para “muitas cabeças”), uma sequência de enormes trinta e seis rochas vermelhas que cobrem uma área de quase 27 km² e têm como ponto mais alto os 1066m sobre o nível do mar do Monte Olga. 

Esta elevação, em particular, deu origem a “The Olgas”, o nome ocidental dado ao cenário.

No pico do Verão australiano, a meio da tarde, também aqui o sol castiga sem piedade.

kata tjuta, the olgas, por do sol, Red centre, coracao, Australia

Os rochedos de Kata Tjuta iluminados ao pôr-do-sol.

Contra toda o senso comum, revitaliza as infernais moscas do Outback que infernizam os visitantes durante as suas caminhadas por entre as rochas.

A fama dos insectos é tal que muitos chegam munidos de redes com que cobrem a cabeça e assim reforçam o exotismo marciano do lugar.

kata tjuta, moscas, proteccao, rede, grupo, Red centre, coracao, Australia

Grupo caminha num trilho de Kata Tjuta, protegido das moscas infernais por redes.

Dedicamos toda a manhã seguinte à exploração do Kings Canyon, um território escarpado e de visual Western situado na cordilheira George Gill, ainda a sudoeste de Alice Springs.

A nova caminhada começa com a conquista da Heart Attack Hill, assim baptizada devido à sua inclinação, imprópria para cardíacos.

Prossegue, por 5km, ao longo dos desfiladeiros, de mesetas labirínticas da “cidade” e das encostas e escadarias escavadas na rocha do Anfiteatro.

kings canyon, Red centre, coracao, Australia

Um dos desfiladeiro avermelhados do Kings Canyon.

Só a interrompemos, para descanso, à beira do Garden of Eden, um lago cercado de vegetação densa que quebra o domínio ocre da paisagem.

Dali, por fim, regressamos ao ponto de partida do circuito e a Alice Springs.

Na capital do Red Centre, esperava-nos outra longa mas fascinante etapa rodoviária: a metade norte da Stuart Highway.

acidente rodoviario, visitantes, Red centre, coracao, Australia

Viajantes examinam o que terá sido o resultado de um acidente rodoviário fenomenal.

Sydney, Austrália

De Desterro de Criminosos a Cidade Exemplar

A primeira das colónias australianas foi erguida por reclusos desterrados. Hoje, os aussies de Sydney gabam-se de antigos condenados da sua árvore genealógica e orgulham-se da prosperidade cosmopolita da megalópole que habitam.
Melbourne, Austrália

Uma Austrália "Asienada"

Capital cultural aussie, Melbourne também é frequentemente eleita a cidade com melhor qualidade de vida do Mundo. Quase um milhão de emigrantes orientais aproveitaram este acolhimento imaculado.
À Descoberta de Tassie, Parte 1 - Hobart, Austrália

A Porta dos Fundos da Austrália

Hobart, a capital da Tasmânia e a mais meridional da Austrália foi colonizada por milhares de degredados de Inglaterra. Sem surpresa, a sua população preserva uma forte admiração pelos modos de vida marginais.
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Wycliffe Wells, Austrália

Os Ficheiros Pouco Secretos de Wycliffe Wells

Há décadas que os moradores, peritos de ovnilogia e visitantes testemunham avistamentos em redor de Wycliffe Wells. Aqui, Roswell nunca serviu de exemplo e cada novo fenómeno é comunicado ao mundo.
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Atherton Tableland, Austrália

A Milhas do Natal (parte II)

A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
À Descoberta de Tassie,  Parte 2 - Hobart a Port Arthur, Austrália

Uma Ilha Condenada ao Crime

O complexo prisional de Port Arthur sempre atemorizou os desterrados britânicos. 90 anos após o seu fecho, um crime hediondo ali cometido forçou a Tasmânia a regressar aos seus tempos mais lúgubres.
Michaelmas Cay, Austrália

A Milhas do Natal (parte I)

Na Austrália, vivemos o mais incaracterístico dos 24os de Dezembro. Zarpamos para o Mar de Coral e desembarcamos num ilhéu idílico que partilhamos com gaivinas-de-bico-laranja e outras aves.
À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Horta, Faial, Cidade que dá o Norte ao Atlântico
Cidades
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Maiko durante espectaculo cultural em Nara, Geisha, Nara, Japao
Cultura
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Fuga de Seljalandsfoss
Em Viagem
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Silhuetas Islâmicas
Étnico

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Bonaire, ilha, Antilhas Holandesas, ABC, Caraíbas, Rincon
História
Rincon, Bonaire

O Recanto Pioneiro das Antilhas Holandesas

Pouco depois da chegada de Colombo às Américas, os castelhanos descobriram uma ilha caribenha a que chamaram Brasil. Receosos da ameaça pirata, esconderam a primeira povoação num vale. Decorrido um século, os holandeses apoderaram-se dessa ilha e rebaptizaram-na de Bonaire. Não apagaram o nome despretensioso da colónia precursora: Rincon.
Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau, do ar
Ilhas
Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau

A Pequena Bijagó que Acolheu um Grande Sonho

Criado na Costa do Marfim, o francês Laurent encontrou, no arquipélago das Bijagós, o lugar que o arrebatou. A ilha que partilha com a esposa portuguesa Sónia, aceitou-os e ao afecto que sentiam pela Guiné Bissau. Há muito que Kéré e as Bijagós encantam quem os visita.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Walter Peak, Queenstown, Nova Zelandia
Natureza
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Playa Nogales, La Palma, Canárias
Património Mundial UNESCO
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Morione romano em tricycle, festival moriones, Marinduque, Filipinas
Religião
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Mini-snorkeling
Sociedade
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Vida Selvagem
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.