Morgan City, Luisiana, E.U.A.

A Cidade Cajun Movida a Petróleo e Camarão


Virgil no cimo da Mr. Charlie
Virgil Allen, sobre a plataforma de extracção petrolífera off-shore "Mr. Charlie"
Virgil Allen
Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.
Homenagem a Charles Morgan
Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.
The Municipality
A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA
Barcaças
Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City
Sala da “Mr. Charlie”
Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma "Mr. Charlie"
estatua-jared-young-sanders-morgan-city-luisiana-estados-unidos
Ciprestes e barbas-de-velho
Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City
O Campanário
Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City
Estátua no Brownell Memorial Park
Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City
A grande Igreja de Morgan
A maior igreja de Morgan City, Luisiana, Estados Unidos
Rita Mae’s
O restaurante Rita Mae's, humilde, mas incontornável, em Morgan City
Mr. Charlie II
A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie
Mansão de Morgan City
Mansão de Morgan City, Luisiana
Rio Atchafalaya
O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México
Motor de Submergível
Motor de um submergível de apoio à plataforma de extracção petrolífera Mr. Charlie
A “Mr. Charlie”
A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie
Farol de Southwest Reef
O Farol de Southwest Reef, margem do rio Atchafalaya oposta à de Morgan City.
Margem & Ponte
Margem do rio Atchafalaya, com uma das suas três pontes em vista.
Mural Atchafalaya
Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.
Situada no final do caminho do rio Atchafalaya para o Golfo do México, Morgan City foi prendada com marisco e ouro negro em fartura. Acolhe, inclusive, um festival que os celebra em simultâneo. Apesar de protagonizar a série paranormal “Ghosts of Morgan City”, esta cidade de cultura Cajun é sobretudo terra-a-terra e prolífica.

Em termos turísticos, Morgan não chega sequer aos calcanhares da fama universal da New Orleans de que provínhamos.

Tem os seus atributos. No fim do dia anterior, tínhamos explorado o grande pantanal do rio Atchafalaya. Começávamos o corrente com uma visita ao Museu Internacional do Petróleo local, erguido em função do pioneirismo de Morgan no ramo petrolífero.

Vanessa, a anfitriã da cidade, apresenta-nos Virgil Allen, ex-trabalhador, hoje, guia da plataforma de extracção off-shore em que se concentra o museu.

O Petroleum Museum de Morgan City e a Plataforma Petrolífera “Mr. Charlie”

Virgil traja um fato-de-macaco azul-escuro. Devido ao calor estival, mantém-no aberto em forma de decote em V, com as mangas arregaçadas bem acima dos cotovelos.

Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.

Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.

Seguimos-lhes os passos pesados das suas botas de trabalho reforçadas até às alturas da “Mr. Charlie”. Por escadas de ferro envelhecidas, atingimos uma lisura enferrujada antes usada como heliporto.

Amplia-se a vista a toda a volta. Sobretudo, a do rio Atchafalaya e do trio de pontes que ligam a margem em que se situa Morgan City à oposta, a da vizinha Berwick:

identificamos a mais emblemática ponte Long Allen, a gémea não idêntica de EJ “Lionel” Grizaffi e a de Berwick Bay.

O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México

O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México

Percorrem o panorama enormes barcaças provindas da capital Baton Rouge, que curvam no meandro em que o Atchafalaya ramifica para um tal de Bayou Schaffer, uma das centenas de bayous que sulcam o sul inundado do 18º estado dos E.U.A, o do Luisiana.

Do topo da plataforma, projecta-se para o céu azulão uma torre vermelha e branca.

A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie

A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie

Um Périplo Informativo pela “Mr. Charlie”

É a estrutura fulcral da plataforma, em que são colocadas e atarraxadas as brocas diamantíferas que perfuram o leito marinho.

Virgil revela-nos ainda a bóia usada para translado de trabalhadores em condições meteorológicas que inviabilizavam a aterragem dos helicópteros.

Mostra-nos os quartos e beliches, a sala de refeições, a de convívio e briefings, esta última, decorada com maquetes de petroleiros e de plataformas petrolíferas.

Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma "Mr. Charlie"

Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma “Mr. Charlie”

Se tínhamos iniciado o dia algo de pé atrás por se tratar de um museu, quanto mais apreendíamos da estrutura e da sua história, mais nos motivávamos.

“Bom, pode não parecer agora, mas esta torre abriu o caminho para um tipo de exploração petrolífera que se banalizou e que agora gera biliões de dólares.

Hoje, faz de museu, mas também cá se realizam sessões de treino de empresas que têm outras plataformas offshore”.

A Construção e Operação Pioneira da Primeira Plataforma Off-Shore

A Mr. Charlie foi construída entre 1952 e 1954, nos estaleiros Alexander de New Orleans, como uma teimosia de um jovem engenheiro de apelido Laborde.

Contra a rejeição das principais empresas de prospecção de petróleo e gás, insistiu que uma torre de extracção podia ser colocada numa espécie de barcaça fixa sobre postes e flutuadores massivos.

Laborde encontrou um investidor em Charles Murphy, o proprietário de uma empresa de prospecção independente de El Dorado, Arkansas. A empresa deste percebeu que a plataforma não só funcionaria como augurava um jackpot.

De facto, a Mr. Charlie provou-se a primeira plataforma transportável na íntegra, submersível e auto-suficiente do Mundo.

Entre 1952 e 1986, gerou centenas de poços no Golfo do México e a sul de Morgan City, num total superior a 700km perfurados, ao serviço de diversas outras petroleiras, entre as quais, a famosa Shell Oil.

Neste hiato, a Mr. Charlie operou com uma equipa de até 58 funcionários em águas com um máximo de 7 metros de profundidade,

Em 1986, a evolução tecnológica gerou plataformas instaláveis em águas com profundidades muito maiores. A Mr. Charlie deixou de fazer sentido e foi desactivada.

Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.

Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.

Morgan City e a Importância da Extração Petrolífera

Morgan City e as suas gentes beneficiaram dela, em termos de postos de trabalho directos e indirectos, durante 34 anos.

De acordo, determinados empresários petrolíferos locais, garantiram-lhe uma devida homenagem histórica, nas margens do Atchafalaya que nos entretínhamos a explorar.

A evolução tecnológica que se deu após 1986, causou um aumento exponencial e mundial de extracção petrolífera.

A que, devido ao fenómeno do aquecimento global, se seguiu uma determinação política norte-americana, quase sempre provinda do espectro Democrata (de esquerda), de limitar a extracção de petróleo e gás natural e investir noutras formas ditas ecológicas de produção energética.

Virgil não disfarça o desdém por estas políticas que colocaram um fim aos postos de trabalho com que ele e o filho contavam. Vemos, assim, em Virgil, à imagem da maior parte dos moradores do Luisiana profundo, um inequívoco apoiante de Donald Trump e do Partido Republicano.

Evitamos, todavia, metermo-nos nessa discussão que, além de o frustrar, tinha tudo para sobreaquecer. Mesmo se petroleira, Morgan tinha outros atributos. Estava na hora de os desvendarmos.

O restaurante Rita Mae's, humilde, mas incontornável, em Morgan City

O restaurante “Rita Mae’s”, humilde, mas incontornável, em Morgan City

O Gumbo do Restaurante “Rita Mae” e o Marisco Abundante em Redor de Morgan

Almoçamos no “Rita Mae’s”, um restaurante famoso pela genuinidade da velha vivendinha de madeira colorida em que funciona.

Pelo gumbo da casa, acompanhado de bolas de batata e pela espontaneidade irascível da empregada de serviço que quando lhe perguntamos como era a Chef Salad.

nos responde, indignada, “Sou só a empregada, como é que querem que saiba isso!”

Morgan City e a sua região são óbvias terras de gumbo e de marisco. O marisco integra, aliás, inúmeras receitas de gumbo destas partes do Luisiana, nem poderia ser de outra forma.

A indústria marisqueira local vem da ressaca financeira da Grande Depressão. Por essa altura, um jovem empresário da Flórida apostou em encontrar novas águas lucrativas.

Enviou um barco da sua frota de 24 navios, a testar as águas salobras e o mar a sul de Morgan City.

Ora, diz-se que o barco quase afundava com a quantidade surreal de marisco, predominantemente camarão que capturou.

Muitas mais embarcações zarparam da Flórida. Outras, foram construídas ou adaptadas para a nova, lucrativa actividade.

Centenas de madeireiros, caçadores, traficantes de peles e gente de outros ofícios em declínio afluíram de outras partes do Luisiana, da Flórida, do Texas, do Arkansas e até de Oklahoma.

Passaram a trabalhar na pesca marisqueira e afins, com rendimentos que eram o dobro, o triplo, e bem mais regulares e garantidos que os anteriores.

Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City

Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City

Eram pagos pelos donos das frotas, por novos estaleiros, por dezenas de armazéns frigoríficos, de bares, restaurantes e de negócios derivados, que se multiplicaram como os artrópodes avermelhados no Golfo do México.

Quando percorremos a marginal de Morgan City, lá encontrámos uns cinco ou seis barcos, os seus donos refastelados em cadeiras, confiantes que venderão o seu shrimp dê por onde der, como sempre fazem, sem intermediários.

A Génese Açucarada de Brashear City

Malgrado a relevância do petróleo e do marisco na vida de Morgan – que merece inclusive, um festival bi-temático realizado no Labour Day do 1º de Maio – foi o açúcar, em concreto a produção de cana-de-açúcar que esteve na génese de Morgan.

A meio do século XIX, Walter Brashear, um físico e fazendeiro do Kentucky adquiriu terras vastas da então conhecida por Tiger Island, assim tratada por agrimensores apontados pelo governo lá terem encontrado um tipo distinto de gato selvagem.

A produção de cana de Brashear correu de vento em popa. O fazendeiro mandou instalar vários moinhos para a processar. Ora, esta sua empreitada levou a muitas outras estruturas e à formação de uma população residente.

O lugar baptizado de Brashear City recebeu ainda um depósito militar das forças federadas e um forte protector da cidade. Ainda assim, em território sulista profundo, em Junho de 1863, as forças Confederadas capturaram-na.

Dois anos depois, os Confederados renderam-se. A cidade foi integrada nos Estados Unidos reunificados.

Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.

Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.

De Brashear a Morgan City ainda mais Prolífica

Em 1876, passou de chamar-se Brashear a Morgan City, em homenagem a Charles Morgan (1795-1878) um magnata e filantropo que investiu mundos e fundos na dragagem de um canal na Baía do Atchafalaya.

O novo canal viabilizou a passagem de navios para o Golfo do México e o oceano Atlântico.

Como esperado, depressa se provou providencial e altamente lucrativo.

Mansão de Morgan City, Luisiana

Mansão de Morgan City, Luisiana

Deu azo a muitas das mansões históricas, umas poucas supostamente assombradas porque passamos quando exploramos a cidade.

Ao longo da Brashear St, em redor do Lawrence Park e noutras partes.

Como não pode deixar de ser no sempre paranormal Luisiana, proliferam em Morgan e no imenso Atchafalaya circundante, histórias de espíritos e assombros, em casas, nem todas desabitadas.

Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City

Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City

Na senda dos mistérios dos pântanos e bayous, Morgan rendeu-se ao lucro provindo da mediatização dos seus fantasmas. Em 2019, uma série em particular, “Ghosts of Morgan City”, granjeou à cidade um inesperado acréscimo de notoriedade.

Vanessa reaparece, sem sobressaltos. Tinha terminado uma reunião na edilidade. Regressava ao nosso dispor.

A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA

A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA

O Lago Palourde, o Brownell Memorial Park e a Sua Carillon Tower.

Sobre a hora do calor e de uma já problemática fome, prenda-nos com um piquenique no Lake End Park, à beira do lago Palourde, um de vários que cercam a cidade e que, à imagem de New Orleans, a tornam vulnerável a passagem de furações.

Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City

Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City

Devoramos po’boys, sandes típicas de New Orleans, de camarão e peixe. Em seguida, contornamos o lago até ao Brownell Memorial Park & Carillon Tower.

Lá nos surpreende uma torre mandada erguer, em honra dos seus pais, por Claire Horatio Brownell, descendente das famílias pioneiras do Luisiana e aficionada inveterada de sinos e campanários.

Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City

Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City

O monumento destoava da paisagem de ciprestes e barbas-de-velho pendentes, uma óbvia extensão da que tínhamos explorado no fim da tarde anterior na bacia do Atchafalaya.

Revelou-se mais um dos incontáveis deslumbres que fazem da Cajun Coast e do sul do Luisiana, lugares à margem dos Estados Unidos.

 

COMO IR

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para Lafayette (2h) por, a partir de 150€, ida-e-volta.

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

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Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
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Vale da Morte, E.U.A.

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Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo – Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
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Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Homens dragam areia do leito do rio Sangha para pirogas plataforma.
Vida Selvagem
Expedição Ducret 1º:  OuéssoPN Lobéké, Rep. Congo; Camarões

A Subida Inaugural do rio Sangha

Durante uma hora, sobrevoamos a vastidão tropical imensa que separa a capital Brazzaville da pequena cidade ribeirinha de Ouésso. Das suas margens, ascendemos o rio Sangha até ao parque nacional camaronês de Lobéké, num cenário ainda com muito de “Coração das Trevas”.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.