Morgan City, Luisiana, E.U.A.

A Cidade Cajun Movida a Petróleo e Camarão


Virgil no cimo da Mr. Charlie
Virgil Allen, sobre a plataforma de extracção petrolífera off-shore "Mr. Charlie"
Virgil Allen
Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.
Homenagem a Charles Morgan
Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.
The Municipality
A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA
Barcaças
Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City
Sala da “Mr. Charlie”
Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma "Mr. Charlie"
estatua-jared-young-sanders-morgan-city-luisiana-estados-unidos
Ciprestes e barbas-de-velho
Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City
O Campanário
Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City
Estátua no Brownell Memorial Park
Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City
A grande Igreja de Morgan
A maior igreja de Morgan City, Luisiana, Estados Unidos
Rita Mae’s
O restaurante Rita Mae's, humilde, mas incontornável, em Morgan City
Mr. Charlie II
A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie
Mansão de Morgan City
Mansão de Morgan City, Luisiana
Rio Atchafalaya
O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México
Motor de Submergível
Motor de um submergível de apoio à plataforma de extracção petrolífera Mr. Charlie
A “Mr. Charlie”
A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie
Farol de Southwest Reef
O Farol de Southwest Reef, margem do rio Atchafalaya oposta à de Morgan City.
Margem & Ponte
Margem do rio Atchafalaya, com uma das suas três pontes em vista.
Mural Atchafalaya
Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.
Situada no final do caminho do rio Atchafalaya para o Golfo do México, Morgan City foi prendada com marisco e ouro negro em fartura. Acolhe, inclusive, um festival que os celebra em simultâneo. Apesar de protagonizar a série paranormal “Ghosts of Morgan City”, esta cidade de cultura Cajun é sobretudo terra-a-terra e prolífica.

Em termos turísticos, Morgan não chega sequer aos calcanhares da fama universal da New Orleans de que provínhamos.

Tem os seus atributos. No fim do dia anterior, tínhamos explorado o grande pantanal do rio Atchafalaya. Começávamos o corrente com uma visita ao Museu Internacional do Petróleo local, erguido em função do pioneirismo de Morgan no ramo petrolífero.

Vanessa, a anfitriã da cidade, apresenta-nos Virgil Allen, ex-trabalhador, hoje, guia da plataforma de extracção off-shore em que se concentra o museu.

O Petroleum Museum de Morgan City e a Plataforma Petrolífera “Mr. Charlie”

Virgil traja um fato-de-macaco azul-escuro. Devido ao calor estival, mantém-no aberto em forma de decote em V, com as mangas arregaçadas bem acima dos cotovelos.

Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.

Virgil Allen, anfitrião do Petroleum Museum de Morgan City.

Seguimos-lhes os passos pesados das suas botas de trabalho reforçadas até às alturas da “Mr. Charlie”. Por escadas de ferro envelhecidas, atingimos uma lisura enferrujada antes usada como heliporto.

Amplia-se a vista a toda a volta. Sobretudo, a do rio Atchafalaya e do trio de pontes que ligam a margem em que se situa Morgan City à oposta, a da vizinha Berwick:

identificamos a mais emblemática ponte Long Allen, a gémea não idêntica de EJ “Lionel” Grizaffi e a de Berwick Bay.

O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México

O rio Atchafalaya na sua passagem por Morgan City, a caminho do Golfo do México

Percorrem o panorama enormes barcaças provindas da capital Baton Rouge, que curvam no meandro em que o Atchafalaya ramifica para um tal de Bayou Schaffer, uma das centenas de bayous que sulcam o sul inundado do 18º estado dos E.U.A, o do Luisiana.

Do topo da plataforma, projecta-se para o céu azulão uma torre vermelha e branca.

A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie

A plataforma de extracção petrolífera off-shore Mr. Charlie

Um Périplo Informativo pela “Mr. Charlie”

É a estrutura fulcral da plataforma, em que são colocadas e atarraxadas as brocas diamantíferas que perfuram o leito marinho.

Virgil revela-nos ainda a bóia usada para translado de trabalhadores em condições meteorológicas que inviabilizavam a aterragem dos helicópteros.

Mostra-nos os quartos e beliches, a sala de refeições, a de convívio e briefings, esta última, decorada com maquetes de petroleiros e de plataformas petrolíferas.

Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma "Mr. Charlie"

Recanto da sala de convívio e briefings da plataforma “Mr. Charlie”

Se tínhamos iniciado o dia algo de pé atrás por se tratar de um museu, quanto mais apreendíamos da estrutura e da sua história, mais nos motivávamos.

“Bom, pode não parecer agora, mas esta torre abriu o caminho para um tipo de exploração petrolífera que se banalizou e que agora gera biliões de dólares.

Hoje, faz de museu, mas também cá se realizam sessões de treino de empresas que têm outras plataformas offshore”.

A Construção e Operação Pioneira da Primeira Plataforma Off-Shore

A Mr. Charlie foi construída entre 1952 e 1954, nos estaleiros Alexander de New Orleans, como uma teimosia de um jovem engenheiro de apelido Laborde.

Contra a rejeição das principais empresas de prospecção de petróleo e gás, insistiu que uma torre de extracção podia ser colocada numa espécie de barcaça fixa sobre postes e flutuadores massivos.

Laborde encontrou um investidor em Charles Murphy, o proprietário de uma empresa de prospecção independente de El Dorado, Arkansas. A empresa deste percebeu que a plataforma não só funcionaria como augurava um jackpot.

De facto, a Mr. Charlie provou-se a primeira plataforma transportável na íntegra, submersível e auto-suficiente do Mundo.

Entre 1952 e 1986, gerou centenas de poços no Golfo do México e a sul de Morgan City, num total superior a 700km perfurados, ao serviço de diversas outras petroleiras, entre as quais, a famosa Shell Oil.

Neste hiato, a Mr. Charlie operou com uma equipa de até 58 funcionários em águas com um máximo de 7 metros de profundidade,

Em 1986, a evolução tecnológica gerou plataformas instaláveis em águas com profundidades muito maiores. A Mr. Charlie deixou de fazer sentido e foi desactivada.

Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.

Mural decora a marginal de Morgan City, Luisiana.

Morgan City e a Importância da Extração Petrolífera

Morgan City e as suas gentes beneficiaram dela, em termos de postos de trabalho directos e indirectos, durante 34 anos.

De acordo, determinados empresários petrolíferos locais, garantiram-lhe uma devida homenagem histórica, nas margens do Atchafalaya que nos entretínhamos a explorar.

A evolução tecnológica que se deu após 1986, causou um aumento exponencial e mundial de extracção petrolífera.

A que, devido ao fenómeno do aquecimento global, se seguiu uma determinação política norte-americana, quase sempre provinda do espectro Democrata (de esquerda), de limitar a extracção de petróleo e gás natural e investir noutras formas ditas ecológicas de produção energética.

Virgil não disfarça o desdém por estas políticas que colocaram um fim aos postos de trabalho com que ele e o filho contavam. Vemos, assim, em Virgil, à imagem da maior parte dos moradores do Luisiana profundo, um inequívoco apoiante de Donald Trump e do Partido Republicano.

Evitamos, todavia, metermo-nos nessa discussão que, além de o frustrar, tinha tudo para sobreaquecer. Mesmo se petroleira, Morgan tinha outros atributos. Estava na hora de os desvendarmos.

O restaurante Rita Mae's, humilde, mas incontornável, em Morgan City

O restaurante “Rita Mae’s”, humilde, mas incontornável, em Morgan City

O Gumbo do Restaurante “Rita Mae” e o Marisco Abundante em Redor de Morgan

Almoçamos no “Rita Mae’s”, um restaurante famoso pela genuinidade da velha vivendinha de madeira colorida em que funciona.

Pelo gumbo da casa, acompanhado de bolas de batata e pela espontaneidade irascível da empregada de serviço que quando lhe perguntamos como era a Chef Salad.

nos responde, indignada, “Sou só a empregada, como é que querem que saiba isso!”

Morgan City e a sua região são óbvias terras de gumbo e de marisco. O marisco integra, aliás, inúmeras receitas de gumbo destas partes do Luisiana, nem poderia ser de outra forma.

A indústria marisqueira local vem da ressaca financeira da Grande Depressão. Por essa altura, um jovem empresário da Flórida apostou em encontrar novas águas lucrativas.

Enviou um barco da sua frota de 24 navios, a testar as águas salobras e o mar a sul de Morgan City.

Ora, diz-se que o barco quase afundava com a quantidade surreal de marisco, predominantemente camarão que capturou.

Muitas mais embarcações zarparam da Flórida. Outras, foram construídas ou adaptadas para a nova, lucrativa actividade.

Centenas de madeireiros, caçadores, traficantes de peles e gente de outros ofícios em declínio afluíram de outras partes do Luisiana, da Flórida, do Texas, do Arkansas e até de Oklahoma.

Passaram a trabalhar na pesca marisqueira e afins, com rendimentos que eram o dobro, o triplo, e bem mais regulares e garantidos que os anteriores.

Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City

Barcaças encostadas à margem do rio Atchafalaya em que se situa Morgan City

Eram pagos pelos donos das frotas, por novos estaleiros, por dezenas de armazéns frigoríficos, de bares, restaurantes e de negócios derivados, que se multiplicaram como os artrópodes avermelhados no Golfo do México.

Quando percorremos a marginal de Morgan City, lá encontrámos uns cinco ou seis barcos, os seus donos refastelados em cadeiras, confiantes que venderão o seu shrimp dê por onde der, como sempre fazem, sem intermediários.

A Génese Açucarada de Brashear City

Malgrado a relevância do petróleo e do marisco na vida de Morgan – que merece inclusive, um festival bi-temático realizado no Labour Day do 1º de Maio – foi o açúcar, em concreto a produção de cana-de-açúcar que esteve na génese de Morgan.

A meio do século XIX, Walter Brashear, um físico e fazendeiro do Kentucky adquiriu terras vastas da então conhecida por Tiger Island, assim tratada por agrimensores apontados pelo governo lá terem encontrado um tipo distinto de gato selvagem.

A produção de cana de Brashear correu de vento em popa. O fazendeiro mandou instalar vários moinhos para a processar. Ora, esta sua empreitada levou a muitas outras estruturas e à formação de uma população residente.

O lugar baptizado de Brashear City recebeu ainda um depósito militar das forças federadas e um forte protector da cidade. Ainda assim, em território sulista profundo, em Junho de 1863, as forças Confederadas capturaram-na.

Dois anos depois, os Confederados renderam-se. A cidade foi integrada nos Estados Unidos reunificados.

Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.

Homenagem a Charles Morgan, o propulsionador de Morgan City.

De Brashear a Morgan City ainda mais Prolífica

Em 1876, passou de chamar-se Brashear a Morgan City, em homenagem a Charles Morgan (1795-1878) um magnata e filantropo que investiu mundos e fundos na dragagem de um canal na Baía do Atchafalaya.

O novo canal viabilizou a passagem de navios para o Golfo do México e o oceano Atlântico.

Como esperado, depressa se provou providencial e altamente lucrativo.

Mansão de Morgan City, Luisiana

Mansão de Morgan City, Luisiana

Deu azo a muitas das mansões históricas, umas poucas supostamente assombradas porque passamos quando exploramos a cidade.

Ao longo da Brashear St, em redor do Lawrence Park e noutras partes.

Como não pode deixar de ser no sempre paranormal Luisiana, proliferam em Morgan e no imenso Atchafalaya circundante, histórias de espíritos e assombros, em casas, nem todas desabitadas.

Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City

Estátua no Brownell Memorial Park, lago Palourde, Morgan City

Na senda dos mistérios dos pântanos e bayous, Morgan rendeu-se ao lucro provindo da mediatização dos seus fantasmas. Em 2019, uma série em particular, “Ghosts of Morgan City”, granjeou à cidade um inesperado acréscimo de notoriedade.

Vanessa reaparece, sem sobressaltos. Tinha terminado uma reunião na edilidade. Regressava ao nosso dispor.

A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA

A edilidade de Morgan City, estado de Luisiana, EUA

O Lago Palourde, o Brownell Memorial Park e a Sua Carillon Tower.

Sobre a hora do calor e de uma já problemática fome, prenda-nos com um piquenique no Lake End Park, à beira do lago Palourde, um de vários que cercam a cidade e que, à imagem de New Orleans, a tornam vulnerável a passagem de furações.

Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City

Ciprestes no lago Palourde, Brownell Carillion Park, Morgan City

Devoramos po’boys, sandes típicas de New Orleans, de camarão e peixe. Em seguida, contornamos o lago até ao Brownell Memorial Park & Carillon Tower.

Lá nos surpreende uma torre mandada erguer, em honra dos seus pais, por Claire Horatio Brownell, descendente das famílias pioneiras do Luisiana e aficionada inveterada de sinos e campanários.

Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City

Campanário do Brownell Carillon Park, Morgan City

O monumento destoava da paisagem de ciprestes e barbas-de-velho pendentes, uma óbvia extensão da que tínhamos explorado no fim da tarde anterior na bacia do Atchafalaya.

Revelou-se mais um dos incontáveis deslumbres que fazem da Cajun Coast e do sul do Luisiana, lugares à margem dos Estados Unidos.

 

COMO IR

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para Lafayette (2h) por, a partir de 150€, ida-e-volta.

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Valdez, Alasca

Na Rota do Ouro Negro

Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Arquitectura & Design
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
patpong, bar go go, banguecoque, mil e uma noites, tailandia
Cidades
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Pitões das Júnias, Montalegre, Portugal
Cultura
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Casinhas miniatura, Chã das Caldeiras, Vulcão Fogo, Cabo Verde
Étnico
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã “Francês” à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Composição sobre Nine Arches Bridge, Ella, Sri Lanka
História
PN Yala-Ella-Candia, Sri Lanka

Jornada Pelo Âmago de Chá do Sri Lanka

Deixamos a orla marinha do PN Yala rumo a Ella. A caminho de Nanu Oya, serpenteamos sobre carris pela selva, entre plantações do famoso Ceilão. Três horas depois, uma vez mais de carro, damos entrada em Kandy, a capital budista que os portugueses nunca conseguiram dominar.
Visitantes nos Jameos del Água
Ilhas
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Camiguin, Filipinas, manguezal de Katungan.
Natureza
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Parques Naturais
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Vulcão Teide, Tenerife, Canárias, Espanha
Património Mundial UNESCO
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Praias
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Religião
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Mini-snorkeling
Sociedade
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.