Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito


Ancião Intrigado
Ancião à entrada duma rua deserta de Marpha
O Portal da Aldeia
Portal budista-tibetano de entrada em Marpha
O mosteiro Tashi Lha Khang
Vista de Marpha com o mosteiro Tashi Lha Khang em destaque
Recreio Budistta
Noviços brincam no pátio do mosteiro Tashi Lha Khang
Monges no mosteiro Tashi Lha Khang
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Censura Infantil
Duas gerações de moradores de Marpha
Estupa Trabalhada
Pequena estupa trabalhada em folha de ouro no mosteiro Tashi Lha Khang
Chorten da Encosta
Chorten adicionado a uma encosta da aldeia, diz-se que como tentativa de erradicar uma epidemia de lepra
marpha-mustang-nepal-campones-carregado-fardo
Curral ao Sol
Equinos num curral solarengo de Marpha
Hotel Sunrise & Outros
Letreiros de negócios numa rua mais turística de Marpha
Rumo ao Sol
Jovens estudantes saem de uma ruela sombria de Marpha
Moto-Anciã
Anciã de Marpha e uma motorizada na sua rua
Em Espera
Moradora de Marpha à porta de uma casa tradicional da aldeia
O cimo do Mosteiro
Elementos budistas no telhado do mosteiro Tashi Lha Khang
Lide do Cabelo
Mulher penteia o cabelo no terraço repleto de lenha da sua casa
Trio Embrenhado
Moradores de Marpha acompanham uma intervenção na rede de electricidade da aldeia
Aula Budista
Aula budista no mosteiro Tashi Lha Khang
Buda e Cia
Sala de veneração do mosteiro Tashi Lha Khang, com a imagem de Buda em fundo
Recanto Mal Arrumado
Recanto mal arrumado do mosteiro Tashi Lha Khang
Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.

Ainda em Kagbeni, a espera matinal por um transporte que nos levasse na direcção de Jomsom, atinge as duas horas.

Deixa-nos saturados. Aparece um carro no sentido contrário, o de Muktinath.

O condutor aborda-nos. “O autocarro já passou. Agora vai ser difícil apanharem outro. Se quiserem, posso ligar a uma pessoa que tem um jipe. Por 1800 rúpias (cerca de 11€), ele leva-vos lá.” Aceitamos de imediato.

Cinco minutos depois, o jipe aparece. Nuns poucos mais, chegamos às imediações de Jomsom, uma povoação situada nas margens do rio Gandaki, por ali, tão dilatado que mais parece um lago. Jomsom acolhe um dos aeroportos principais daqueles confins setentrionais do Nepal.

Com o tempo, a relevância dessa infra-estrutura trouxe um desenvolvimento e modernização que não víamos fazia quase meio mês.

Caminhada de Jomsom até Marpha, pelas Margens do Gandaki

O condutor deixa-nos numa margem do Gandhaki que encurtava a caminhada em falta. Cumprimos os 5km para Marpha, numa hora e quarenta e cinco minutos.

Um primeiro trecho, ao longo das margens áridas e pedregosas do Gandaki. Do rio, seguimos por caminhos rurais, muitos deles murados. Desnivelamos menos de 100 metros dos 2760m a que se situa Jomsom.

Encontramos Marpha recolhida no vale Kali Gandaki, com o seu casario disposto contra encostas baixas da cordilheira Dhaulagiri que ali tem mais próximas as montanhas Dhamphus (6012m) e Tukuche (6920m).

A certo ponto, uma via estreita, de terra batida, dá lugar a outra, já com perfil de rua e pavimento feito de pedras quase lisas, de tom claro e que leva ao âmago da aldeia.

A meio da tarde, damos com a “Paradise Guest House” que, ainda em Kagbeni, um americano do Colorado nos tinha aconselhado.

E uma Volta Inaugural por Marpha

Instalamo-nos. Damos uma volta inaugural por Marpha.

Ancião à entrada duma rua deserta de Marpha

Ancião à entrada duma rua deserta de Marpha

Ruela após ruela, reconhecemos a sua arquitectura peculiar, dos lares de pedra empilhada e pintada de branco, quase todos dotados de terraços com pilhas de lenha armazenadas nas orlas.

Ascendemos na vertente. Ao mesmo tempo, afastamo-nos, em busca de uma perspectiva panorâmica.

Tanto, que cruzamos o portal de acesso à aldeia, do lado oposto àquele por que tínhamos entrado.

É branco. Dão-lhe cor linhas de bandeirolas tibetanas lung ta.

Subimos o mais que podemos.

Vista panorâmica de Marpha das alturas do mosteiro Tashi Lha Khang

Vista panorâmica de Marpha

Por fim, conquistamos uma vista geral de Marpha.

Apreciamos o casario estendido aba adentro, coroado pelo mosteiro Tashi Lha Khang da seita tibetana Nyingma, o grande templo do povoado e que dele sobressai num tom quase grená.

A Espiritualidade Sobranceira do mosteiro Tashi Lha Khang

Mais distantes, percebíamos ainda os pomares de maçãs e outras plantações próximas da vertente oposta, do rio Gandaki e do seu afluente Thak Kola.

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

O mosteiro Tashi Lha Khang conta com mais de dois séculos.

Abriga uma colecção de 225 livros tibetanos sagrados e forma boa parte dos jovens de Marpha.

Sala de veneração do mosteiro Tashi Lha Khang, com a imagem de Buda em fundo

Sala de veneração do mosteiro Tashi Lha Khang, com a imagem de Buda em fundo

A partir de 1960, passou a desempenhar uma função agregadora crucial para a civilização tibetana.

A Invasão do Tibete e o Refúgio de Tibetanos, também em Marpha

Em 1950, a China invadiu o Tibete. Forçou quase 130 mil tibetanos a uma diáspora viabilizada sobretudo pela Índia, pelo Nepal e pelo Butão.

Marpha tem cerca de 1600 habitantes.

A menos de meia-hora a pé, na margem oposta do Gandaki, dotado de uma escola primária e de um centro de saúde, o campo de refugiados de Tserok abriga cerca de duzentos tibetanos sem grandes esperanças de voltarem às suas casas.

Por fundamentos da espiritualidade e logística do acolhimento, o campo foi instalado junto a um mosteiro homónimo.

Erguido no século XVI, numa antiga rota de comércio de sal, o também conhecido como mosteiro Chhairo é anterior ao de Tashi Lha Khang.

Elementos budistas no telhado do mosteiro Tashi Lha Khang

Elementos budistas no telhado do mosteiro Tashi Lha Khang

É, na realidade, o primeiro mosteiro da seita budista-tibetana Nyingma da região de Mustang.

Essa rota de sal que, em parte, seguia os meandros do rio Gandaki deixou de fazer sentido quando, determinada a estancar a circulação de activistas da libertação do Tibete, a China encerrou a sua fronteira com o Nepal.

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

Pormenor de uma porta do mosteiro Tashi Lha Khang

A comunidade budista thakali local, minoritária, mas considerada uma das mais abastadas do Nepal, fez o que pôde para integrar os refugiados tibetanos na vida da aldeia.

Cada família tibetana tem direito a um talhão de terra para cultivo.

Vendedores numa das ruas do cerne de Marpha

Vendedores numa das ruas do cerne de Marpha

Trabalham nas lojas do centro.

Apoiam a actividade turística em geral, amiúde, como guias e carregadores nas muitas caminhadas que passam por Marpha, que de lá partem para outros lugares nepaleses meritórios.

A Capital Nepalesa da Maçã

De regresso, voltamos a cruzar o pórtico da aldeia.

Damos passagem a uma caravana de equídeos com sacas sobre os lombos.

Portal budista-tibetano de entrada em Marpha

Portal budista-tibetano de entrada em Marpha

Conduzem-na um trio de proprietários, três de vários criadores de mulas e pequenos cavalos, que lucram com a sua venda e aluguer para os mais distintos serviços.

Num domínio, como Marpha, cercado de pomares e outras produções rurais, a necessidade deste gado é premente, com frequência, para transporte de maçãs. Marpha é, afinal, a capital nepalesa da maçã.

Equinos num curral solarengo de Marpha

Equinos num curral solarengo de Marpha

Produz compotas e licores e o famoso brandy de Marpha, tudo derivado dos seus frutos, preciosos, numa vastidão montanhosa em que esse tipo de alimentos frescos escasseia.

Ao longo dos séculos, Marpha e a etnia thakali que a povoa foram quase sempre contemplados com abastança e bem-estar.

A Fé Budista-Tibetana que Erradicou uma Epidemia de Lepra

Existem, todavia, relatos de um período negro em que uma epidemia de lepra flagelou a aldeia e que nenhuma tentativa para a erradicar parecia ter sucesso.

Desse flagelo terá resultado outro dos santuários budista-tibetanos locais.

Chorten adicionado a uma encosta da aldeia, diz-se que como tentativa de erradicar uma epidemia de lepra

Chorten adicionado a uma encosta da aldeia, diz-se que como tentativa de erradicar uma epidemia de lepra

Um chorten adicionado a uma vertente íngreme e rochosa, uma pintura branca e vermelha destacada acima e à direita do mosteiro Tashi Lha Khang, complementada com chortens de dimensões normais abaixo da base a que os crentes podem aceder para aí desfiarem as suas preces.

Reza a história que o responsável pela inusitada obra terá sido um monge da povoação vizinha de Tukuche.

Esse monge aconselhou as gentes de Marpha a ali erguerem o chorten, que se o fizessem e lá orassem e levassem a cabo determinados rituais, a lepra desapareceria.

Os thakali de Marpha seguiram o conselho. A lepra soçobrou.

A aldeia regressou à sua conhecida fecundidade.

Letreiros de negócios numa rua mais turística de Marpha

Letreiros de negócios numa rua mais turística de Marpha

Escurece.

A Noite e Novo Amanhecer

Regressamos à “Paradise Guest House”. Jantamos com a companhia de Kofi Josua (nós, chamávamos-lhe Josh) e duma australiana com quem nos tínhamos cruzado na ascensão de há uns dias ao Ice Lake (4600m), acima de Brakka  (3470m).

Enquanto saboreamos tartes de maça cobertas com creme de ovos, falamos de experiências passadas no trecho crucial e mais exigente do percurso, o que vai de Manang ao desfiladeiro de Thorong La, aos 5416 metros, o seu ponto supremo e mais arriscado.

Falamos de mal de altitude, de salvamentos dispendiosos de helicóptero e de outros males que nunca nos chegaram a afectar.

A previsão meteorológica contemplava chuva para o dia seguinte. Poderia, aliás, ser duradoura.

Estranhamos. Marpha surge numa zona envolta de montanhas que bloqueiam a chegada de nuvens carregadas. Até mesmo nos meses de monção, que geram fortes inundações noutras partes do Nepal, chove pouco.

Vista de Marpha com o mosteiro Tashi Lha Khang em destaque

Vista de Marpha com o mosteiro Tashi Lha Khang em destaque

É a prevalência de dias solarengos, associada à irrigação garantida pelos rios iminentes que substancia a abundância das maçãs e de outras frutas.

Terminamos as tartes. Conversamos mais um pouco. Vencidos pelo cansaço, vamo-nos deitar. Tal como suspeitávamos que aconteceria, o dia seguinte amanhece solarengo, sem grandes sinais de que o sol se sumisse.

Tomamos um pequeno-almoço um pouco mais acelerado que o normal, não fosse a meteorologia fazer das suas. Ainda antes das 8h, regressamos às ruas de Marpha.

Voltamos a passar pelo mosteiro.

Noviços brincam no pátio do mosteiro Tashi Lha Khang

Noviços brincam no pátio do mosteiro Tashi Lha Khang

Uma Vida Nepalesa Harmoniosa

Uns poucos noviços brincam num pátio afundado em que o sol começa a incidir.

Abençoa-os uma encruzilhada de bandeirolas de oração estendidas entre um mastro central e os telheiros da estrutura alpendrada, aberta para o céu.

Numa das salas do piso superior, um jovem monge agasalhado do frio, com um gorro ainda a cobrir-lhe a cabeça, ensina uma turma diminuta e disciplinada.

Aula budista no mosteiro Tashi Lha Khang

Aula budista no mosteiro Tashi Lha Khang

Numa varanda próxima, outro grupo, desocupado da aprendizagem, debate um qualquer tema juvenil, costas voltadas para as centenas de terraços dos lares de Marpha, para as bandeiras budistas-tibetanas que lá ondulam ao vento.

Descemos rumo ao cerne turístico e comercial da aldeia.

Pelo caminho, passamos por uma ruela. Anima-a a presença de dois técnicos que se esforçam para restabelecer o abastecimento de electricidade.

Moradores de Marpha acompanham uma intervenção na rede de electricidade da aldeia

Moradores de Marpha acompanham uma intervenção na rede de electricidade da aldeia

Moradores saem, fazem perguntas. Voltam a entrar. Uns poucos, preferem assegurar-se que o trabalho fica feito.

Acompanham os técnicos, com o que nos parecem frequentes bitaites.

Acima desta comoção, mais preocupada com a saúde da sua longa cabeleira, uma mulher estica-a e penteia-a sem tréguas.

Mulher penteia o cabelo no terraço repleto de lenha da sua casa

Mulher penteia o cabelo no terraço repleto de lenha da sua casa

Sabíamos, quase certo, que, por volta da uma da tarde, um autocarro passaria por Marpha, destinado a Pokhara.

Partida de Marpha e o Fim Antecipado do Circuito Annapurna

Embarcamos com a mente aberta, preparados para sairmos em Ghasa ou na zona de águas termais de Tatopani, em que, em tempos, muitos dos caminhantes do circuito Annapurna paravam para descontraírem os músculos e a mente do esforço diário a que as caminhadas os tinham obrigado.

Só que, sucessivas épocas de monção agravadas pela incursão de furações tinham causado inúmeras derrocadas e outros danos na estrada F042 que se ajusta ao leito do rio Gandaki. Como consequência, na via e não só, sucediam-se zonas de obras e entulho, maquinaria e outras máculas na paisagem.

Quantos mais quilómetros percorríamos mais nos desapontávamos com o que aparecia e nos desmotivávamos da perspectiva de prolongarmos o Circuito Annapurna naquelas condições.

Chegamos a Ghasa. O cenário mantinha-se semelhante.

E o mesmo na iminência de Tatopani. Já íamos com treze dias a caminhar. Com mais de quinze em volta dos Annapurnas se contássemos com a viagem até Besisahar, a noite lá passada e a ligação, também em jipe, até Chame, onde começámos a andar.

Em Tatopani, decidimos que preferíamos manter, imaculadas, as memórias dos muitos trechos entre Chame e Marpha e das povoações e lugares inolvidáveis pelo caminho.

Seguimos até Pokhara.

 

 Como Ir

Reserve o seu programa de viagem do Nepal com o operador QUADRANTE VIAGENS: quadranteviagens.pt  Tel. +351 256 33 11 10

e-mail: [email protected]

Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
auto flagelacao, paixao de cristo, filipinas
Cerimónias e Festividades
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Chihuahua, cidade do México, pedigree, Deza y Ulloa
Cidades
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Kigurumi Satoko, Templo Hachiman, Ogimashi, Japão
Cultura
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
voos baratos, comprar voos baratos, bilhetes de avião baratos,
Em Viagem
Viajar Não Custa

Compre Voos Antes de os Preços Descolarem

Conseguir voos baratos tornou-se quase uma ciência. Fique a par dos princípios porque se rege o mercado das tarifas aéreas e evite o desconforto financeiro de comprar em má hora.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Étnico
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Celebração Nahuatl
História

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Ilhas
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
silhueta e poema, cora coralina, goias velho, brasil
Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Monteverde, Costa Rica, quakers, Reserva Biológica Bosque Nuboso, caminhantes
Natureza
Monteverde, Costa Rica

O Refúgio Ecológico que os Quakers Legaram ao Mundo

Desiludidos com a propensão militar dos E.U.A., um grupo de 44 Quakers migrou para a Costa Rica, nação que havia abolido o exército. Agricultores, criadores de gado, tornaram-se conservacionistas. Viabilizaram um dos redutos naturais mais reverenciados da América Central.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
viajantes contemplam, monte fitz roy, argentina
Parques Naturais
El Chalten, Argentina

O Apelo de Granito da Patagónia

Duas montanhas de pedra geraram uma disputa fronteiriça entre a Argentina e o Chile.Mas estes países não são os únicos pretendentes.Há muito que os cerros Fitz Roy e Torre atraem alpinistas obstinados
ilha de Praslin, cocos do mar, Seychelles, Enseada do Éden
Património Mundial UNESCO

Praslin, Seychelles

 

O Éden dos Enigmáticos Cocos-do-Mar

Durante séculos, os marinheiros árabes e europeus acreditaram que a maior semente do mundo, que encontravam nos litorais do Índico com forma de quadris voluptuosos de mulher, provinha de uma árvore mítica no fundo dos oceanos.  A ilha sensual que sempre os gerou deixou-nos extasiados.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Conversa ao pôr-do-sol
Praias
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Religião
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Substituição de lâmpadas, Hidroelétrica de Itaipu watt, Brasil, Paraguai
Sociedade
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Vida Selvagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.