New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Ao Ritmo da Música Orleaniana


Protecção Musical II
Polícia abre caminho a uma banda de rua contratada para homenagear uma aniversariante.
Cores da Música
Cantora exuberante anima um dos muitos bares da Bourbon Street.
Pianista Amariscado
Obra criativa numa casa de arte moderna de New Orleans
Músicos em Parada
Estátua homenageia os músicos de rua que há muito animam New Orleans.
Protecção Musical
Polícia abre caminho a uma banda de rua contratada para homenagear uma aniversariante.
Flagboy Giz
Flagboy Giz canta numa exibição do Nola Festival.
O Grande Pops
Estátua de Louis Armstrong no parque com o seu nome.
Tributo a Doctor John
Mural homenageia Doctor John, na Frenchmen Street.
Banda Púrpura
Mural exibe músicos de Jazz, acima de um parque de estacionamento de New Orleans.
Mural sobre Tijolo
Mural Jazz it Up, sobre uma parede antiga da cidade.
Música à La Carte
Músicos de jazz animam clientes de um restaurante
Preservation Hall
O Letreiro do Preservation Hall, New Orleans
Música de Rua
Banda toca junto a um dos edifícios mais fotografados de New Orleans
Banda de Bronze
Músicos de Bronze, na Bourbon Street
Jazz it Up
Um dos muitos murais com motivos musicais de New Orleans
Baile na Bourbon Street
Danças que despontam com frequência na Bourbon Street.
New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, o jazz deu o tom a novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, temos o privilégio de apreciar de tudo um pouco.

Com o fim da tarde e o escurecer, acendem-se as luzes do pórtico em arco.

A entrada para o Louis Armstrong Park destaca-se no fundo da St. Ann Street, visível de umas três ou quatro esquinas, se não mais.

Às quintas, as autoridades celebram a história e a vitalidade musical de New Orleans com um evento recorrente e no tom certo.

Tendo em conta a profusão de tocadores de instrumentos e vocalistas, só na cidade e arredores, como das bandas que formam, o Jazz in the Park fez-se e faz-se por si só.

Obra criativa numa casa de arte moderna de New Orleans

Pela apetência genuína dos músicos locais de se exibirem, de prendarem os espectadores, tantos deles também instrumentistas, com o jazz reciclado e renovado da Big Easy.

Quando não é o Jazz in the Park, são outros concertos, festivais e exibições que animam a miríade de bares e salas de espectáculos, sobretudo as do French Quarter e da “rival” Frenchmen Street.

Não só.

Danças que despontam com frequência na Bourbon Street.

“Buddy” Bolden e Louis Armstrong: os Nomes Primordiais de New Orleans

Ditou a fama e relevância de Louie – ou de Pops ou de Satchmo, como era também tratado – que o espaço verde recebesse o seu nome.

Como recebeu o aeroporto internacional de New Orleans, o único no Mundo baptizado em honra de um músico de jazz, dos poucos que mantêm o sistema de som a passar clássicos de jazz, incluindo os mais afamados, de Armstrong.

Estes baptismos podiam ter calhado a outras figuras incontornáveis da cena jazzística da Cidade Crioula.

Um dos muitos murais com motivos musicais de New Orleans

A começar por Charles “Buddy” Bolden, antecessor de Louis Armstrong, considerado, de forma mais ou menos unânime, o criador da música original que, decorrido algum tempo, viria a ser apelidada de Blues e de Jazz.

Entre 1898 e 1906 – ano em que Louis Armstrong fez cinco anos – “Buddy” Bolden foi considerado o rei da música negra de New Orleans.

Por essa altura, tocava uma corneta, nem sequer a trompete com que Pops veio a recalibrar e a refinar o Jazz. Armstrong considerou “Buddy” Bolden “um génio muito à frente de todos os outros, demasiado prodigioso para o seu tempo”. E, isto, sem que “Buddy” Bolden tenha, alguma vez, gravado a sua música.

King “Buddy” tocava a sua corneta com tal ritmo e intensidade que chegava a levar os dançarinos e quem o acompanhava a um êxtase difícil de controlar.

O talento de “Buddy” Bolden, de Jelly Roll Morton e discípulos, chegou aos ouvidos dos proprietários de bordéis, salões e salas de dança de New Orleans. Sobretudo os de Storyville, o bairro local da prostituição, entre 1897 a 1917.

Neste ano, a marinha e o exército dos E.U.A., apreensivos com a corrupção dos seus militares, forçaram as autoridades de New Orleans a fecharem os bordéis.

Músicos de jazz animam clientes de um restaurante

Subsistiram os cabarets, restaurantes, salões de dança, speakeasies e as casas de jogo e de prostituição apostadas em evadir os frequentes raides policiais.

Foi nesse ambiente ainda caótico, num estilo para sempre conotado com o jazz, que Louis Armstrong aperfeiçoou melodias que encheu com a sua voz áspera, mais tarde qualificada como Scat.

Da geração jazzística seguinte, veio a destacar-se o “Rei dos Swingers”, Louis Prima, de sangue italiano.

Músicos de Bronze, na Bourbon Street

Os especialistas em jazz consideram este duo branco e negro de “Louis” o responsável pelo reconhecimento do jazz em redor do Mundo.

Quando, no dia seguinte, cirandamos em redor do lago no âmago do parque, acima e abaixo da ponte que o cruza, deparamo-nos com a estátua de Armstrong, trompete na mão esquerda baixa, um lenço na direita, erguida.

Estátua de Louis Armstrong no parque com o seu nome.

A Congo Square e os Primórdios da Música Orleaniana

Sobre a raia com a Congo Square, damos com uma outra estátua de bronze de uma das bandas de rua que, amiúde, percorrem as ruas do French Quarter e, por lá, entre aniversários, Mardi Gras e funerais, geram frenesins reminiscentes dos de King Buddy.

Se o acto corneteiro de “Buddy Bolden” se revelou pioneiro, devemos também sublinhar que surgiu de um contexto apurado desde 1719, o ano em que aportaram na Ilha Dauphin (leste de New Orleans) os navios negreiros, “Aurore” e o “Duc du Maine” com os primeiros dos cerca de 12.000 escravos forçados a servir na colónia de Luisiana, boa parte deles, em New Orleans.

Há uma razão secular para o Louis Armstrong Park ter incluído a Congo Square.

Com o passar dos anos, foi este o lugar adaptado pelos escravos e seus descendentes livres para se reunirem, aos Domingos, o dia em que o podiam fazer.

Lá se encontravam, munidos de tambores, guizos de gado, banzas (precursores do banjo), balafones, mbiras, maracas e outros.

Prendados com a liberdade que aquele retiro lhes concedia, combinaram sons e ritmos evocativos das terras africanas de que provinham.

Com canções introduzidas pelos colonos brancos, com frequência, hinos de trabalho e gritos de campo, temas espirituais animistas e os gospels cristãos entoados em coros de igrejas.

Com o tempo e a abolição da escravatura, as influências dos índios da região, as chegadas de Cuba e com os milhares de imigrantes europeus, ditaram a génese da prolífica música orleaniana: o estilo dixieland.

Estátua homenageia os músicos de rua que há muito animam New Orleans.

A tradição das charangas.

Com o século XX, a Emancipação dos Blues e do Jazz

A partir de 1910, a sua “catalogação” como jazz colocou os sons e ritmos de New Orleans num escaparate distinto do ragtime, então hiperpopular nos Estados Unidos.

A liberdade e profusão artística de New Orleans descambou num número surreal de bandas.

A determinada altura, tão abundantes e estridentes que um jornal diário da cidade publicou um artigo lamuriento, a queixar-se da sua culpa na infernização da cidade.

Ora, para bem dos admiradores de música em redor da Terra, essa infernização acentuou-se e diversificou-se.

O Letreiro do Preservation Hall, New Orleans

Com a participação, às tantas, emblemática de salas como o incontornável Preservation Hall, o jazz conquistou uma antes inesperada adulação.

Detectamo-a também expressa num sortido de murais de rua garridos e hiperbólicos que nos deslumbram.

Mural exibe músicos de Jazz, acima de um parque de estacionamento de New Orleans.

A Realidade Musical Actual da Big Easy

Hoje, os músicos de jazz da cidade cobram bem para tocarem junto a comensais.

Ou, como testemunhámos por ocasião do aniversário de uma forasteira prendada pela cara-metade, enquanto First Lines deambulantes.

De tal forma respeitadas que dois polícias sobre motorizadas lhes garantem e aos seguidores passagens seguras pelas esquinas do French Quarter.

Polícia abre caminho a uma banda de rua contratada para homenagear uma aniversariante.

Os músicos menos conceituados, esses, instalam-se nas ruas do bairro francês.

Tocam pelo prazer de tocar e por uns poucos dólares. Em busca da fama que New Orleans granjeou a tantos outros.

À saída de umas compras, vemos um trio de contrabaixo, viola e clarinete instalar-se entre o supermercado e a casa mais famosa da cidade, a LaBranche House, com varandas pejadas de plantas que despontam das armações de ferro.

No seu pleno, o lugar seria perfeito. Só que decorrem trabalhos. A rua está cheia de andaimes.

Mesmo assim, centenas de transeuntes detêm-se e assistem.

Uns poucos, recompensam os músicos.

Banda toca junto a um dos edifícios mais fotografados de New Orleans

O jazz da Big Easy renovou-se e renova-se dia após dia, nas ruas, bares e salas.

Do Jazz ao Funk, ao Rap, ao Hip-Hop e Tudo Junto

A partir do jazz, a cidade gerou uma série de novos estilos. A devoção artística e comercial das suas gentes pela música, fez multiplicar os estúdios de gravação e os agentes.

Artistas de outras partes dos E.U.A. reconheceram o talento de New Orleans.

Cantora exuberante anima um dos muitos bares da Bourbon Street.

Recorreram às suas salas de gravação vezes sem conta.

Paredes meias com talentos da casa emergentes como Fats Domino, o talentoso e multifacetado Allen Toussaint que forneceu criatividade a inúmeros outros nomes, a Aaron Neville e aos The Meters, estes, considerados pioneiros do funk, a par com James Brown.

Numa parede da Frenchmen Street, damos com um mural enorme.

Homenageia um ídolo da cidade mais recente (1941-2019), Dr. John, músico sem-fronteiras que se moveu pelos blues, jazz e funk, até ao R&B.

Mural homenageia Doctor John, na Frenchmen Street.

Com o “filho” da cidade, Lil Wayne, New Orleans deu um contributo inolvidável para a afirmação do rap sulista dos E.U.A.

Como pudemos acompanhar no Fried Chicken Festival da cidade, Big Freedia protagoniza e promove o Bounce um estilo de hip hop dançado com as ancas e o rabo que se diz originário da Big Easy.

No campo do Indie Pop, têm-se destacado os The Revivalists.

Em dois palcos distintos, um ao ar livre e outro numa sala escura, temos ainda o privilégio de descobrir nomes e sons que nos soam os mais peculiares e inesperados.

Flagboy Giz, e o Hip Hop com Génese Indía de New Orleans

Ambos espectáculos são liderados por Flagboy Giz, um orleaniano com sangue indígena que idolatra New Orleans, o Mardi Gras e tudo o que destaca a cidade das demais.

Com óbvio desprezo para a gentrificação e o excesso de forasteiros que dela se servem sem interesse genuíno.

Flagboy Giz canta numa exibição do Nola Festival.

Assistimos a actuações de Flagboy Giz, acompanhado dos The Wild Tchoupitoulas e do seu próprio filho, ainda nem adolescente.

Malgrado o calor húmido, admiramo-los enfiados em trajes tradicionais do Mardi Gras, debaixo de cocares garridos e enormes e de máscaras faciais que evocam o quão temidos foram os Tchoupitoulas na sua luta contra os invasores europeus.

Flagboy Giz, os The Wild Tchoupitoulas e a realidade musical índia de New Orleans formam um tema a que não temos como resistir.

Em breve, vamos dedicar-lhes o seu próprio artigo.

 

COMO IR

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para New Orleans (1h30) por, a partir de 150€, ida-e-volta.

Onde Ficar:

The Mercantile Hotel:

themercantilehotelneworleans.com

Tel.: +1 504 558 1914-1914

Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Grand Canyon, E.U.A.

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Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
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Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
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De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
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Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
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Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
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Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
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A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
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Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

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Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
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O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
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Arquitectura & Design
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
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Cerimónias e Festividades
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Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
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Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
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Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
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Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
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De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

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Entre a Lealdade e a Liberdade

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O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
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Com a chegada dos dias quentes, hordas de visitantes Han apoderam-se da Muralha da China, a maior estrutura criada pelo homem. Recuam à era das dinastias imperiais e celebram o protagonismo recém-conquistado pela nação.
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Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
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Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Cataratas Victória, Zâmbia, Zimbabué, Zambeze
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O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
Mulheres no forte de Jaisalmer, Rajastão, India
Património Mundial UNESCO
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Monumento do Heroes Acre, Zimbabwe
Personagens
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
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Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
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Religião
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Vida Selvagem
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.