Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas


Convívio à porta
Cristo é a bussola
Dessana
Perfil de Boto
Um Botos do Negro
Fim do Fogo
Grelhado a bordo
A comunidade Dessana
Avisos de navegação
Dolores pinheiro
Negro vs Solimões
O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.

É Domingo.

Pouco passa das 8h30. Em plena época seca, Manaus e o Amazonas despertam levemente polvilhado de nuvens, no que dizia respeito a chuva, apenas e só decorativas. Uma boa parte dos seus habitantes estão longe de despertar.

Não é o caso do Sr. Francisco, o guia que nos acolhe e aos restantes passageiros no barco e inaugura uma intensa narração multilingue. Zarpamos da doca logo em frente à velha Alfândega e Guardamoria, com o rio tão raso quanto, em Setembro e Outubro, o estio enxuto da região o costuma tornar.

Navegamos rio Negro acima. Passamos sob a enorme Ponte Jornalista Phelippe Daou que cruza o Negro e permite à via AM-070 fluir da grande cidade para o interior ocidente da Amazónia e no sentido contrário. A ponte foi inaugurada em Outubro de 2011, pela Presidente de então da República Brasileira, Dilma Roussef, que prometeu aos políticos locais que a Zona Franca de Manaus se prolongaria por mais meio século com todos os benefícios fiscais e comerciais de que tem beneficiado.

A conurbação de quatro municípios próximos e a intensificação do progresso destas paragens em tempos remotas e temidas do Brasil, depressa se fez sentir, contra a essência natural e luxuriante da Amazónia. Por mais que disso nos quiséssemos abstrair, a verdade era que o tour em que participávamos navegava no mesmo rumo.

Rio Negro acima à Procura dos golfinhos da Amazónia

O primeiro dos objectivos da digressão embarcada era encontrar botos-cor-de-rosa, os golfinhos do Amazonas, algo que a massificação do turismo em redor de Manaus tornou quase garantido. Os botos continuam à solta nas águas do Negro e afluentes.

Só que agora, para facilitar a vida aos empresários do turismo e aos seus clientes, os nativos operam pequenas plataformas de acolhimento dos mamíferos: tanto os cetáceos como os humanos que lá afluem para com eles conviverem.

Desembarcamos numa delas. Um caboclo desce uma escadaria curta para cima de um tabuado submerso. Ali, pega num pequeno peixe e agita-o debaixo de água. Para espanto do Sr. Francisco, os botos ignoram o repto. Não porque se tivessem afastado de forma autónoma. O chamariz de uma plataforma concorrente desviava-os.

Com o tempo, estes golfinhos habituaram-se que, àquelas horas, conseguiam alimento sem esforço. Bastava, para isso, que se aproximassem das plataformas e cirandassem entre as pernas dos visitantes, vulneráveis às carícias e contactos que quase todos lhes dedicam para sentirem a incrível textura da sua pele.

Boto cor-de-rosa tingido pela água ocre do rio Negro.

“Cuidado com ele mininas, vocês não querem surpresas, pois não?” Atira uma das passageiras a outras e assim gera uma risada comunal quase histérica. “Oi, ele tá aí bem junto de você, foge já daí, garota”, riposta uma segunda.

O contacto com os botos pode ser uma novidade excitante para quem chega de outras partes do Brasil e do mundo. Mas é comum entre os brasileiros – principalmente os do norte do país – uma lenda dedicada a estas criaturas.

Reza esta lenda que os botos-rosados se transformam em jovens elegantes vestidos de branco e que usam chapéu, de maneira a disfarçarem a narina que, ainda segundo a lenda, tal metamorfose não costuma mudar. Pois, acontece que, durante a época das Festas Juninas, esse rapaz seduz as moças sem par.

Leva-as ao fundo do rio e, com frequência, engravida-as. A velha lenda justificou até que, quando jovens aparecem em festas, de chapéu, lhes seja dito para o tirarem para assim provarem que não são botos. É também a razão de ser da expressão “é filho (a) do boto”, aplicada a filhos com pai desconhecido.

Mais uma Espécie Ameaçada

No plano da realidade, à imagem do que acontece com tantas outras espécies, são os humanos que vetam os botos a uma aflitiva fragilidade existencial. Bem mais grave que a intrusão dos visitantes da Amazónia, têm-se provado os costumes dos seus habitantes.

Malgrado o estatuto de espécie protegida, a inacessibilidade da Amazónia viabiliza que, todos os anos, sejam abatidos milhares de espécimes. As autoridades ambientais apuraram que os pescadores os capturam porque a sua carne é ideal para servir de isco do piracatinga (Calophysus macropterus), uma espécie de peixe-gato com grande valor comercial.

Sobretudo por este motivo, estimou-se que a cada dez anos, os botos-cor-de-rosa diminuem para metade. Ainda que resistam em boa parte da Amazónia incluindo no rio Araguaia – mas aquém do vasto Pantanal -, como as fêmeas tem uma única cria de quatro em quatro ou cinco em cinco anos, as perspectivas de recuperação da espécie são pouco animadoras.

Mesmo que a invasão turística dos humanos aos seu habitat se tenha provado um mal menor, agentes do Ibama destacados para Manaus marcam presença nas plataformas, encarregues de controlar o tempo que cada grupo passa com os botos-cor-de-rosa e de limitar a sua interacção com os animais.

Um nativo das imediações do rio Negro alimenta um boto (golfinho da Amazónia).

De início, a agente presente sobre a nossa plataforma limita-se a tirar notas num qualquer caderno mas, quando algumas das donzelas insistem em prolongar o namoro com os botos, a oficial não se furta a cortar-lhes as vazas e a forçar a sua saída de água.

Visita à Comunidade Indígena Dessana-Tukana

Regressamos a bordo. Sr. Francisco anuncia novo trecho. Navegamos do meio do Negro até uma praia fluvial recolhida e ressequida. Ainda do barco, detectamos várias malocas e outros edifícios de menores dimensões, todos eles erguidos com troncos e revestidos de palhota seca.

A mais próxima parece meio afundada na areia descoberta pelo recuar do rio. Caminhamos até à sua entrada. Lá nos recebe um nativo da pequena comunidade Tukana que agrupa indígenas originários da zona do Alto Rio Negro de São Gabriel da Cachoeira, a 850 km, junto à fronteira com a Colômbia.

É esse o âmago cultural de um vasto território de selva amazónica em que convivem vinte e seis etnias distintas que  partilham uma mesma família linguística, a Tukana. A comunidade que visitamos, integra apenas cinco delas: a Desana, a Tukana, Tuiúca, Bará e Makuna.

Nativo da comunidade indígena Dessana-Tucana, nas margens do Rio Negro.

Sob um grande cocar feito de penas vermelhas e azuis que nos parecem de arara, Tutuia, o nativo com os traços indígenas mais marcados e perfil de cacique carismático, dá-nos as boas-vindas. Primeiro em Tukano, depois em português, com vários galos a cantarem à desgarrada, em fundo.

Em seguida, encaminha-nos para o interior sombrio da maloca, que os nativos usam como casa de sabedoria ou medicina tradicional. Lá arde um fogo pajé que os anfitriões alimentam a resina, de maneira a protegerem de maleitas e maldades, os seus espíritos e os dos visitantes.

Tutuia termina as boas-vindas e a apresentação da comunidade. Logo, passa o protagonismo a quatro outros nativos, todos homens, já que o ritual que que se segue é proibido a mulheres e crianças.

Jurupari: um Culto Esotérico do Mal

Os nativos inauguram um ritual de Jurupari, tocado com instrumentos de sopro feitos de paxiula, uma palmeira da Amazónia que produz um som característico. Tocam-no para cá e para lá no interior da maloca, de uma porta à outra e para trás. Produzem um movimento e uma reverberação que se provam místicos e nos deixam intrigados.

Tínhamos razões para tal. Jurupari define um complexo culto mitológico dos povos indígenas da Amazónia. É o mal em pessoa, origem de outros demónios secundários com os mais diversos nomes, consoante as diferentes tribos e etnias.

Quando os portugueses e os espanhóis chegaram às terras amazónicas, no século XVI, perceberam que se tratava do principal culto dos nativos. Preocupados com a sua popularidade e com a concorrência às personagens e crenças bíblicas, os missionários tudo fizeram para o associarem ao diabo cristão.

A música misteriosa de Jurupari continua a seduzir-nos. Até que a sua dança obscura dá lugar a outra em tudo contrastante, que segue o som de flautas de madeira amazónicas, se desenrola em circulo em vez de em trajectos rectilíneos e conta já com mulheres e crianças.

Jovens nativos numa das entradas da casa de sabedoria e medicina tradicional da Comunidade Indígena Dessana-tucana.

O tempo precioso entre a comunidade Tukana extinguiu-se. Reeembarcarmos. Desta feita, viajamos Negro abaixo, na direcção de Manaus. Voltamos a passar debaixo da Ponte Jornalista Phelippe Daou e deixamos para trás a área vasta de casario ribeirinho da cidade.

Rio Negro abaixo, ao Encontro do Encontro das Águas

Aproximamo-nos de uma grande língua de rio que ali dissimulava uma fronteira. Do nosso lado, continuava a fluir o rio Negro. Do lado de lá, deslizava um outro.

A determinada altura, à água de visual Coca-Cola do Negro, com muito pouco sedimento mas imensa matéria-prima vegetal dissolvida, ganha a companhia da do Solimões, assim baptizaram os exploradores ibéricos o trecho superior do rio Amazonas.

Esta última, surge com um tom caramelo conferido pela quantidade e diversidade de sedimentos (areia, lama e lodo) que o Solimões acumula na sua descida desde as longínquas encostas da cordilheira dos Andes.

Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil

Pequena embarcação navega sobre o Encontro das Águas, alguns quilómetros a jusante de Manaus.

Por cerca de 6km, os dois caudais fluem lado a lado, num enigmático orgulho fluvial que a ciência não teve problema em deslindar.

Entre ambos, quase tudo é diferente: o rio Negro desliza a apenas 2km/h. O Solimões flui entre 4 e 6km/h. A água do Negro tem uma temperatura de 28ºC. Já a do Solimões mede apenas 22ºC.

Como tal, a densidade de ambos os caudais prova-se bastante distinta. A peculiaridade físico-química de cada qual faz com que demorem a aceitar-se e a misturar-se no caudal único do Baixo Amazonas – o grande Rio Mar que, até desaguar no verdadeiro mar do Atlântico, para leste de Belém, ainda acolhe “encontros” similares.

Junto a Manaus, a resistência de ambos é ilustrada pelos tons concorrentes da água mas não só. Instalados sobre o convés superior do barco, vulneráveis ao sol tropical tórrido que sempre que se liberta reforça o fenómeno, apreciamos as formas curvilíneas e da fronteira do Encontro das Águas. E também os remoinhos cor-de-café que, de quando em quando, o  combate entre ambas as forças gerava.

Um manto mais denso de nebulosidade volta a ocultar o sol.  O Sr. Francisco e a tripulação do barco já estavam connosco há quase oito horas. A um Domingo, ansiavam mais que nunca o seu próprio reencontro com as famílias. De acordo, invertemos mais uma vez o rumo.

Contra a nossa vontade e a do Negro, regressamos a Manaus.

 

A TAP – flytap.pt  voa directamente de Lisboa para várias cidades brasileiras. Em termos de horas de voo, as mais convenientes para chegar a Manaus são, por esta ordem: a)  Fortaleza ou Brasília b) São Paulo e Rio de Janeiro.  c) via Miami, Estados Unidos.

Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
Arquitectura & Design
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Acra, Gana, Flagstaff House
Cidades
Acra, Gana

A Capital no Berço da Costa do Ouro

Do desembarque dos navegadores portugueses à independência em 1957, sucederam-se as potências que dominaram a região do Golfo da Guiné. Após o século XIX, Acra, a actual capital do Gana, instalou-se em redor de três fortes coloniais erguidos pela Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca. Nesse tempo, cresceu de mero subúrbio até uma das megalópoles mais pujantes de África.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Mini-snorkeling
Cultura
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Em Viagem
Lago Inlé, Myanmar

Uma Agradável Paragem Forçada

No segundo dos furos que temos durante um passeio em redor do lago Inlé, esperamos que nos tragam a bicicleta com o pneu remendado. Na loja de estrada que nos acolhe e ajuda, o dia-a-dia não pára.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Étnico
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
História
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal
Ilhas
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Santiago, ilha, Cabo Verde, São Jorge dos Órgãos
Natureza
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Hell's Bend do Fish River Canyon, Namíbia
Parques Naturais
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
A Toy Train story
Património Mundial UNESCO
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Viti Levu, Fiji Ilhas, Pacifico do Sul, recife coral
Praias
Viti Levu, Fiji

Ilhas à Beira de Ilhas Plantadas

Uma parte substancial de Fiji preserva as expansões agrícolas da era colonial britânica. No norte e ao largo da grande ilha de Viti Levu, também nos deparámos com plantações que há muito só o são de nome.
Páscoa Seurassari, Helsínquia, Finlândia, Marita Nordman
Religião
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Vida Selvagem
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.