Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba


Presa por vários arames
Fim do dia na ópera de Arame, uma das várias obras arquitectónicas originais e emblemáticas de Curitiba
Música e vinho
Três jovens animam a feira do bairro "italiano" de Santa Felicidade.
Casario colorido
Curitiba vista da torre panorâmica da Telepar, hoje pertença da operadora Oi.
Igreja “ucraniana”
A igreja ortodoxa de São Jorge, uma de várias erguidas pela comunidade cristã ortodoxa da cidade.
Olho de arquitecto
O Museu Oscar Niemeyer ou olho do arquitecto como é mais informalmente conhecido pelos curitibenses.
Histórico e menos histórico
Contraste extremo na arquitectura do centro da capital do Paraná.
Sem pressas
Pai e filho repousam na sombra de um dos inúmeros jardins da cidade.
Dia de Mercadinho
Frequentadores animam o mercado do Largo da Ordem, uma das zonas mais antigas de Curitiba.
Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Os dias maléficos de chuva tinham finalmente dado de si.

Prendados por um sol sub-tropical radiante, aventuramo-nos numa feira realizada no bairro “italiano” de Santa Felicidade.

Ali, desfasado dos transeuntes pelo visual anacrónico, um trio pitoresco toca clássicos rurais vinícolas da Ligúria.

Anima-nos um acordeão e uma viola, e um vocalista de boina que, durante toda a actuação, adopta uma pose tão fidedigna como o traje e conserva uma mão no bolso enquanto, com a outra, segura um copo de vinho.

Música e vinho

Três jovens animam a feira do bairro “italiano” de Santa Felicidade.

Em grande parte moradores da capital “europeia” do Brasil, os transeuntes reconhecem-se na atmosfera que o pequeno trio recria. Passeiam-se e espreitam cada uma das bancas com interesse redobrado.

Convivem e provam o que mais os atrai, incluindo pinhões dos mais variados tipos.

A Origem Colonial Portuguesa de Curitiba. Entre Araucárias

Curitiba foi fundada por colonos portugueses, em 1693, entre milhares de pinheiros araucária imponentes. O seu próprio nome advém dessa abundância. Os indígenas tupi chamavam-lhe a terra dos pinhões.

Curitiba, Paraná, Araucária

Uma das araucárias que, em tempos, preencham as zonas elevadas do estado do Paraná.

Os portugueses ainda tentaram instituir Vila da Nossa Senhora da Luz dos Pinhais mas, a meio do século XVIII, era já o nome tupi que vigorava.

Por essa altura, a faixa costeira da zona era pouco povoada. A economia dos poucos pioneiros portugueses e dos caboclos aqui e ali em conflito com os nativos baseava-se na venda de madeira e na pecuária.

Mas, a partir de 1853, por decreto do Imperador D. Pedro II, a região assegurou a autonomia face à província de São Paulo.

Curitiba, Paraná, gravura Frade

Gravura de um missionário activo no sul do Brasil.

A falta de mão-de-obra provava-se então de tal forma prejudicial que o governador encorajou a vinda de forasteiros e aderiu ao programa oficial de fomento à imigração europeia.

O velho continente mantinha-se assolado pela desigualdade social e por sucessivas guerras que alimentavam a pobreza. Como era de esperar, milhares de almas ansiosas por incentivos semelhantes, zarparam em direcção ao Atlântico do Sul.

E o Influxo Migratório Multicultural que se Seguiu

Em 1871, chegaram ao Paraná 164 famílias de polacos, seguidos de genoveses e de ucranianos, estes últimos reforçados por duas levas distintas após o fim de ambas Grandes Guerras.

Igreja "ucraniana"

A igreja ortodoxa de São Jorge, uma de várias erguidas pela comunidade cristã ortodoxa da cidade.

Nesses períodos, instalaram-se mais alemães, suíços, eslavos, suecos e franceses, bem como árabes provenientes do Líbano e da Síria, holandeses, japoneses e espanhóis, para mencionar apenas as comunidades mais representadas.

O primeiro dos fluxos conferiu um estímulo decisivo no aproveitamento da terra fértil.

Os recém-chegados plantaram-na com café, erva mate e soja em vastas áreas até do interior do estado.

A Segunda Vaga e a Recente Inversão da Migração

Curitiba está situada no cimo de um grande desfiladeiro que surgia na rota que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul. Numa altura em que o café e a criação de gado despontavam, também se assumiu como uma paragem incontornável dos gaúchos e suas manadas.

A meio do século XIX, uma nova vaga de portugueses juntou-se aos pioneiros que haviam ocupado a zona litoral de Paranaguá. Rumaram para o interior atraídos pelo estímulo das plantações de café e instalaram-se nas áreas actuais de Londrina, Maringá, Campo Mourão e Umuarana.

A ironia das ironias é que, hoje, quando nos encontramos com brasileiros que se mudaram para Portugal desde há vinte anos atrás, muitos daqueles que conhecemos e com quem falamos, são provenientes desse mesmo interior paranaense onde se limitavam a subsistir cada vez com mais dificuldades:

“ah vocês conhecem Iguaçu, Londrina também, sério?” pergunta-nos, surpreendido, o caixa de uma das frutarias de Benfica em que, durante o Verão, nos abastecemos de quando em quando. “vejam só que eu vivi toda a minha vida em Londrina, ali tão perto, e nunca deu pra ir a Iguaçu …

Na altura em que tivemos que decidir, o Brasil entrou numa crise séria.

Apesar de Curitiba estar bem acima de quase todo o país, nessa altura, já tínhamos conhecidos em Lisboa. Lisboa dava mais garantias.”

Curitiba: Cidade com uma das Qualidades de Vida Mais Elevadas do Brasil

Mais tarde, subimos à Torre de telecomunicações e panorâmica da Telepar (hoje Oi, ou ainda das Mercês) na companhia de uma funcionária do turismo local.

Já orientada em termos profissionais, Delianne não se esquiva a elogiar o cenário urbano em que cresceu, contra a lógica do caixa emigrante que conhecíamos em Portugal: “é um lugar especial, Curitiba.

Casario colorido

Curitiba vista da torre panorâmica da Telepar, hoje pertença da operadora Oi.

Quem consegue fazer vida boa aqui, tem muita sorte, mesmo. Quem dera que todas as cidades do Brasil fossem assim tão seguras e evoluídas.”

Desvendamos a frente de arranha-céus comedidos dispostos de forma mais ou menos improvisada no distrito comercial da quase megalópole, a prova mais evidente da sua já longa prosperidade.

Daquelas alturas, também nos é fácil constatar como os espaços verdes se tornaram numa espécie de fetiche em detrimento da mais selvagem especulação urbanística.

Curitiba, Paraná, Jardim

Pai e filho repousam na sombra de um dos inúmeros jardins da cidade.

Neles, mais que encontrar simples retiros de lazer, os moradores habituaram-se a conviver com o seu passado e com o dos seus concidadãos.

Tanto o brasileiro, como o anterior.

Um Legado Cultural e Étnico Indígena e dos Quatro Cantos do Mundo

Deixamos o mercadinho animado do Bairro da Felicidade e rumamos ao enorme Parque Tingui. O parque foi dedicado ao povo tupi-guarani.

Assim o prova a estátua de bronze do cacique Tindiquera colocada junto ao porta de entrada. A estátua reproduz o líder da tribo Tingui (“narizes afiados”) que controlava a região quando os primeiros portugueses ali aportaram.

Essa homenagem não invalida a presença do Memorial Ucraniano, uma igreja ortodoxa de madeira trazida do interior do estado para homenagear o fluxo de imigrantes ucranianos e que os seus descendentes continuam a visitar para lá deixar as suas preces e mensagens escritas.

Curitiba, Paraná, Memorial Ucraniano

Deparamo-nos com fenómenos semelhantes nos distintos bosques dos arredores atribuídos às diferentes comunidades da cidade: tanto são “alemães” e recontam a história dos irmãos Grimm, como se revelam “italianos” e abrigam uma enorme panela de polenta, como a que fervia na Feira do Bairro da Felicidade.

Há também um português, munido de oito pilares decorados por azulejos com versos de poetas lusófonos ilustres dos séculos XVI ao XX e que identificam os PALOP’s.

E um polonês, caso do baptizado em honra do papa João Paulo II após a sua visita à cidade em 1980.

Os Poloneses Prolíficos de Curitiba e do Paraná em Geral

Com o passar do tempo e o desconhecimento do continente europeu levou a que o curioso termo tivesse sido adaptado pelo povo para definir os brasileiros de cabelo e olhos claros oriundos do Leste da Europa, não necessariamente da Polónia.

O próprio Clemente, o anfitrião com sangue e “cantar” italiano que nos ajudou a explorar muito do estado do Paraná, recorria ao termo para explicar a normalidade de famílias que mais pareciam ter saído de Kiev ou de Kalininegrado. “Ué, são poloneses, né?

O Brasil não é só os vossos descendentes, negro, índio e mulato. Os poloneses cá do sul são isso assim.”

Quando o pretexto não é o étnico, Curitiba edifica e requalifica em nome das artes, se assim se justificar, sem qualquer pretexto, desde que a obra contribua para a dignificação da cidade e dos curitibanos.

Ópera de Arame, Niemeyer e o Ambiente Futurista de Curitiba

Onde existia uma velha pedreira, o município construiu, em ferro e vidro, a exuberante Ópera de Arame inspirada na de Paris.

Presa por vários arames

Fim do dia na ópera de Arame, uma das várias obras arquitectónicas originais e emblemáticas de Curitiba

Passamos pelo Jardim Botânico Fanchette Rischbieter, onde uma estufa reluzente é o coração de um espaço com cerca de 25 hectares que concentra os atributos da flora regional e as principais plantas do Brasil.

E no estilo arrojado que tornou famoso o autor, o museu Óscar Niemeyer – ou “do olho”, como é conhecido localmente – surge semi-suspenso pela sua sofisticação arquitectónica.

arquitectura, arquitetura, design, obras de arquitectura do mundo, arquitectos, arquitetos, arquitectura & design, arquitectura monumental

O Museu Oscar Niemeyer ou olho do arquitecto como é mais informalmente conhecido pelos curitibenses.

Estes são alguns exemplos.

A riqueza patrimonial e o dinamismo de Curitiba parecem não ter limites. Em jeito de recompensa, em 2003, a UNESCO elegeu-a como a Capital Americana da Cultura.

O prémio actuou como incentivo extra. Daí para cá, muitas mais foram as obras e eventos que o continuaram a justificar e a dar sentido aos dias atarefados dos residentes que sustentam o quinto maior PIB do Brasil.

A contar pelas estações-tubo de autocarro futuristas em que aguardamos bem abrigados da chuva, pela quantidade de ciclistas que percorrem a vasta rede de ciclovias local, diríamos mais facilmente que estávamos no Japão ou em Berlim que numa capital de estado brasileira.

Histórico e menos histórico

Contraste extremo na arquitectura do centro da capital do Paraná.

Curitiba é um caso à parte.

Ao contrário do que se passou com a vizinha São Paulo, com o Rio de Janeiro e também com a mais jovem Brasília, até há algumas décadas atrás, Curitiba tinha crescido e chegado a quase 2 milhões de habitantes de forma quase imaculada.

Hoje, apesar de ter cedido à pressão populacional e à invasão de algumas favelas, continua a destacar-se por uma qualidade de vida e diversidade que é única no território brasileiro e que respeita os seus próprios antecedentes históricos.

Curitiba, Paraná, painel azulejo

Pintura em azulejo dá mais vida a Curitiba.

Entre tantos jardins e monumentos arrojados, arranjamos tempo para passar a Praça Tiradentes, admiramos a Catedral Metropolitana e avançamos pelo túnel pedestre até ao velho Largo da Ordem.

Ali, muitos dos edifícios seculares da cidade foram restaurados e aprimorados e o calçadão negro serve de base para mais um mercado, este belo e amarelo.

Dia de Mercadinho

Frequentadores animam o mercado do Largo da Ordem, uma das zonas mais antigas de Curitiba.

É a cor da maior parte do casario que o cerca e das bancas em que alguns vendedores montam os seus negócios, bem mais confortáveis que dezenas de outros comerciantes de roupa e livros usados que os expõem directamente no chão para consulta e regateio de centenas de acocorados.

Logo ao lado, uma loja desvia-nos, por momentos, a atenção da feira e da sua encantadora genuinidade.

A calçada portuguesa que a precede, o seu nome e a mercancia em que se especializaram, dizem-nos, uma vez mais, muito de Curitiba: “Gepetto: Brinquedos”.

Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Visitantes nos Jameos del Água
Arquitectura & Design
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Indígena Coroado
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
patpong, bar go go, banguecoque, mil e uma noites, tailandia
Cidades
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Cultura
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Cruzeiro Navimag, Puerto Montt a Puerto-natales, Chile
Em Viagem
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
Vanuatu, Cruzeiro em Wala
Étnico
Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Celebração Nahuatl
História

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Ilhas
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Natureza
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
bandeira argentina no lago-glaciar perito moreno-argentina
Parques Naturais
Perito Moreno, Argentina

O Glaciar Que Resiste

O aquecimento é supostamente global mas não chega a todo o lado. Na Patagónia, alguns rios de gelo resistem.De tempos a tempos, o avanço do Perito Moreno provoca derrocadas que fazem parar a Argentina
Transpantaneira pantanal do Mato Grosso, capivara
Património Mundial UNESCO
Pantanal do Mato Grosso, Brasil

Transpantaneira, Pantanal e Confins do Mato Grosso

Partimos do coração sul-americano de Cuiabá para sudoeste e na direcção da Bolívia. A determinada altura, a asfaltada MT060 passa sob um portal pitoresco e a Transpantaneira. Num ápice, o estado brasileiro de Mato Grosso alaga-se. Torna-se um Pantanal descomunal.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Espantoso
Praias

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Religião
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Walter Peak, Queenstown, Nova Zelandia
Sociedade
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Vida Selvagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.