Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema


Vista do Morro do Pai Inácio
As mesetas da Chapada Diamantina vistas do cimo do Morro do Pai Inácio.
Sobre o Morro do Pai Inácio
Casal brasileiro estuda um desfiladeiro profundo da Chapada Diamantina.
Na base da Chapada
Prado baixo cobre um dos desfiladeiros da Chapada Diamantina.
Salto fingido
Guia Negão finge um salto depois de contar a visitantes a lenda do Pai Inácio.
Natação em águas cristalinas
Visitante nada na Pratinha, uma lagoa com visual marinho apesar de estar a mais de 300km do Oceano Atlântico.
Arco natural
Visitantes banham-se numa lagoa a caminho da cachoeira do Sossego.
Ioga de férias
Forasteira exercita poses de Ioga no Ribeirão do Meio.
Paredão Milenar
Velha formação rochosa em frente ao Morro do Pai Inácio.
Conserto
Nativo troca telhas de uma casa típica de Igatu.
Rua de Igatu
Casario colorido da aldeia mineira de Igatu.
Anjo
Escultura de anjo à entrada de um cemitério em Igatu.
Catinga crepuscular
Sol põe-se sobre a catinga da Chapada Diamantina.
Gruta
Guia ilumina a entrada da gruta da Lapa Doce.
Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas

A caminhada prova-se bem mais curta do que esperávamos.

Favorecido pela magreza e pelo treino de inúmeras subidas, Negão chega ao topo sem arfar, instala-se sobre uma pedra arredondada e deixa-nos à vontade para explorarmos os recantos repletos de cactos da meseta.

Tivemos, dali, a primeira de várias panorâmicas a 360º da Chapada Diamantina e a noção inaugural da sua inesperada imponência. Um desfiladeiro coberto de prado prolonga-se a perder de vista, bem marcado pelas encostas dos pequenos planaltos opostos.

Outros canyons elevados do vasto Sertão anunciam-se à distância numa sequência que aparenta não ter fim. Cenários deste tipo são quase sempre esculpidos por erosões de grande intensidade.

A Chapada não fugiu à regra.

vista morro pai inacio, chapada diamantina, bahia gema, brasil

As mesetas da Chapada Diamantina vistas do cimo do Morro do Pai Inácio.

A Génese Geológica e Diamantífera da Chapada Diamantina

Há mais de 600 milhões de anos, muito antes da fragmentação do supercontinente Pangeia, esta região era adjacente à zona da actual Namíbia, ainda hoje uma das mais importantes reservas diamantíferas do Mundo.

Os diamantes locais foram cristalizados naquela área, misturados com seixos e arrastados para a profundeza do mar que cobria aquilo que é agora o interior do Brasil. Com o passar do tempo, o mar recuou.

O seu leito transformou-se numa camada de pedra conglomerada que aprisionou as gemas. Mais tarde, essa camada foi elevada pelas movimentações tectónicas e exposta a um intenso desgaste que depositou os diamantes no leito dos rios, à espera dos pioneiros felizardos.

Rocha milenar, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Velha formação rochosa em frente ao Morro do Pai Inácio.

Um pouco mais seca – talvez numa época de chuva rara – o cenário que temos perante os olhos poderia ter-se revelado perfeito para acolher cenas de “Westerns Spaghetti”. A região da Chapada Diamantina manteve-se um verdadeiro “faroeste” durante séculos a fio.

Nesse período, foi povoada pelos índios Maracás.

Estes, atacavam os aventureiros e colonos que chegavam atraídos por notícias da primeira das riquezas achada, o ouro.

Mais tarde, com a descoberta de diamantes, não demorou muito até que milhares de bandeirantes e prospectores, comerciantes e colonos, jesuítas, contrabandistas e prostitutas das mais variadas origens ali acorressem.

Surgiram povoações sem rei nem lei com dimensões e uma concentração de habitantes crescentes.

conserto Telhado, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Nativo troca telhas de uma casa típica de Igatu.

As balas resolviam qualquer conflito que emergisse.

De acordo, os coronéis com mais influência e jagunços ao seu serviço concentravam o poder e impunham a sua vontade à força da violência e da tortura.

A Estória Contada Vezes Conta do Escravo Pai Inácio

O episódio que Negão conta aos visitantes do seu monte alisado chega-nos como uma prova teatralizada da rudeza daquela era. O tom das suas frases é quente. O sotaque, do interior sertanense da Bahia: “Oi pessoal, junta aí próximo da falésia p’rá ouvir que a história é boa!”.

Composta a plateia, o narrador conta que em tempos idos, vivia na Chapada um escravo a quem tratavam por Pai Inácio. Pai Inácio namorava, às escondidas, a filha do seu senhor.

Pose Ioga, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Forasteira exercita poses de Ioga no Ribeirão do Meio.

Mas este, não tardou a inteirar-se do caso. Enviou vários capangas em perseguição do infractor que teve que se refugiar naquele mesmo morro em que estávamos.

Só que alguém informou os capangas do esconderijo. Quando menos esperava, o escravo deu por si entre os perseguidores e o abismo. A situação pedia uma saída drástica, de preferência genial. Pai Inácio esteve à altura das exigências.

Sob a pressão das espingardas e pistolas, gritou que preferia morrer em liberdade a ser chacinado às mãos do senhor.

Abriu o seu guarda-chuva, saltou do morro e continuou a fuga, incólume, para nunca mais ser visto.

Negão sempre levou o seu trabalho a peito e a determinada altura, a narrativa já pedia algo que a ilustrasse. O guia encontrou um artifício à altura do desfecho da novela.

Quando chega ao clímax da acção, Negão atira-se para baixo e deixa a audiência boquiaberta.

Salto Negao, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Guia Negão finge um salto depois de contar a visitantes a lenda do Pai Inácio.

Momentos depois, alguns dos visitantes abeiram-se do precipício e desvendam que o salto (repetido várias vezes por dia) terminava numa saliência um ou dois metros abaixo que o grupo não conseguia ver.

Segundo a lenda, o escravo foi-se de vez.

Deixou a Chapada entregue à sua prospecção cada vez mais desalmada.

prado de Feno, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Prado baixo cobre um dos desfiladeiros da Chapada Diamantina.

Os Diamante e Prospectores que Subsistem na Chapada

Nos leitos dos rios, acastanhados pelo ferro, mineiros gananciosos encontravam gemas em quantidades surpreendentes.

Abriam novos trilhos para zonas antes inacessíveis em redor das povoações que cresciam a olhos vistos: Lençóis (da Bahia), Mucugê, Palmeiras e Andaraí, entre outras de igual elegância colonial mas menor dimensão e importância.

Descemos do morro e seguimos em direcção ao vale estreito do Mucugêzinho. Ali, temos o primeiro contacto com os leitos ainda filtrados pelos prospectores mais persistentes da região.

No Poço do Diabo, a água revela gradações ferrosas de laranja. Nesse e noutros caudais apertados, passamos por mineiros.

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Visitantes banham-se numa lagoa a caminho da cachoeira do Sossego.

Trabalham debruçados sobre as margens, a agitar cascalho sobre as suas peneiras, como almas semi-retiradas do mundo, movidas tanto pelo desenquadramento social como pela esperança de enriquecer a contradizer o passado.

São raros os casos de sucesso. A maior parte dos moradores da Chapada preferem apostas com maiores probabilidades de êxito. No momento, o turismo prova-se a mais garantida.

Em 1995, sob a pressão dos mesmos grupos ambientais que conseguiram a criação do parque nacional e travaram uma já longa destruição do ecossistema local, o governo proibiu a extracção diamantífera não tradicional.

Apesar de nem tudo ser ainda perfeito, a natureza passou a ser tratada como o bem mais precioso da zona.

E os visitantes e viajantes brasileiros e estrangeiros afluíram à Chapada Diamantina em grande número.

Casal Canyon, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Casal brasileiro estuda um desfiladeiro profundo da Chapada Diamantina.

Os Novos Caminhos Turísticos da Chapada Diamantina

Depois da longa época de estagnação, migração e pobreza que se seguiu ao fim da mineração, a população local vê com bom olhos esta nova invasão, concorrente com a de outras paragens da costa da Bahia como o Morro de São Paulo.

Também deseja lucrar com a revelação da sua abençoada terra natal.

lagoa Pratinha, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Visitante nada na Pratinha, uma lagoa com visual marinho apesar de estar a mais de 300km do Oceano Atlântico.

Nos dias que lhe dedicamos, caminhamos dezenas de quilómetros por dia.

Chegamos aos lugares mais emblemáticos da Chapada: o Ribeirão do Meio, o rio Lençóis e a cachoeira da Primavera, o Salão de Areias, a cachoeira do Sossego, a gruta do Lapão e o pântano de Marimbus e o seu quilombo Remanso.

Outros aventureiros empenham-se ainda mais.

Cumprem itinerários guiados desgastantes mas recompensadores como o que conduz à cachoeira da Fumaça, a mais longa do Brasil, com 420m de altura, a que chegam três dias depois da partida.

Ou entregam-se ao Grande Circuito que perfaz 100km, cumpridos em cinco dias, oito, caso se queira investigar a velha aldeia diamantífera de Xique-Xique Igatu.

Casario Igatu, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Casario colorido da aldeia mineira de Igatu.

Certos nativos não precisam de se dar a este trabalho.

Os cientistas chegaram à conclusão que parte da água da bacia do Amazonas, colocada sob pressão contra o oceano Atlântico, acaba por encontrar e escavar caminhos alternativos.

Alimenta aquíferos que alcançam o Nordeste brasileiro. Esta água liberta-se.

Irriga mais a Chapada do que a área em redor porque a rocha ali característica é quase impermeável mas propícia à formação de brechas “estruturais”.

Incursão ao SubMundo das Grutas da Lapa Doce e da Torrinha

Por uma questão de probabilidade, as entradas de algumas destas brechas encontram-se nos “sítios” de moradores felizardos. Acabamos por seguir dois destes proprietários promotores às profundezas das da Lapa Doce e da Torrinha.

Conduzem-nos por estas galerias gigantescas, à luz de um robusto candeeiro estilo Petromax que mudam de um ombro para o outro.

Gruta, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Guia ilumina a entrada da gruta da Lapa Doce.

Em simultâneo, tímidos e algo pressionados pelo peso nova profissão, passam-nos informação enciclopédica recém-memorizada e o nome de cada secção subterrânea: “aqui, os senhores podem ver o Pão de Açúcar.

Essa daí é a “Cortina” e agora temos a “Água Viva”.

Quando voltamos à superfície, um pôr-do-sol resplandecente ridiculariza a luz ténue que nos tinha revelado aquele pedaço de inframundo.

Avermelha a paisagem e escurece as silhuetas da floresta de cactos “mandacarus” do grande Sertão, formas vegetais características da Chapada Diamantina.

Por do sol, chapada diamantina, bahia gema, brasil

Sol põe-se sobre a catinga da Chapada Diamantina.

Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul

Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Serra Dourada, Goiás, Brasil

Onde o Cerrado Ondula Dourado

Um dos tipos de savana da América do Sul, o Cerrado estende-se por mais de um quinto do território brasileiro que abastece de boa parte da água doce. Situado no âmago do Planalto Central e do estado de Goiás, o do Parque Estadual Serra Dourada resplandece a dobrar.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
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O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
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A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
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Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
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Arquitectura & Design
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O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
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Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
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A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

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Chania: pelo Poente da História de Creta

Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
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A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
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A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
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O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
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Quando voamos através de mais que 3 fusos horários, o relógio interno que regula o nosso organismo confunde-se. O máximo que podemos fazer é aliviar o mal-estar que sentimos até se voltar a acertar.
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No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
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Sensações vs Impressões

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Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
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Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
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Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Sombra vs Luz
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O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Montezuma e Malpaís, melhores praias da Costa Rica, Catarata
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De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
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Outono
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

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Mulher atacamenha, Vida nos limites, Deserto Atacama, Chile
Parques Naturais
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A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
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Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
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Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Singapura, ilha Sucesso e Monotonia
Sociedade
Singapura

A Ilha do Sucesso e da Monotonia

Habituada a planear e a vencer, Singapura seduz e recruta gente ambiciosa de todo o mundo. Ao mesmo tempo, parece aborrecer de morte alguns dos seus habitantes mais criativos.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Pesca, Caño Negro, Costa Rica
Vida Selvagem
Caño Negro, Costa Rica

Uma Vida à Pesca entre a Vida Selvagem

Uma das zonas húmidas mais importantes da Costa Rica e do Mundo, Caño Negro deslumbra pelo seu ecossistema exuberante. Não só. Remota, isolada por rios, pântanos e estradas sofríveis, os seus habitantes encontraram na pesca um meio embarcado de fortalecerem os laços da sua comunidade.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.