Sydney, Austrália

De Desterro de Criminosos a Cidade Exemplar


Bar sobre o grande estuário
Vida nocturna num bar com vista para o estuário e a Sydney Harbour Bridge.
Uma Inspiração em grande formato
Raparigas asiáticas às compras nas imediações da George Street.
Vela à Luna
Veleiro de competição passa em frente ao Luna Park.
Animação indígena
Aborígene pintado a rigor toca digeridoo no Circular Quay de Sydney.
Outra noite de Ópera
Embarcação deixa marcas de luz quando navega junto à Opera House de Sydney, no grande estuário da cidade.
Pós-Laboral I
Conversas animadas numa das muitas esplanadas sempre à pinha de Sydney.
Sobra de busker
Saltimbanco faz malabarismo com maças e fogo nas imediações do Circular Quay.
Sydney multinível
Trânsito garrido na George Street.
Conversas letradas
Jovens convivem na escadaria de uma biblioteca de Sydney.
Rumo à outra margem
Barco bem iluminado cruza o estuário de Sydney.
Foto(na)galeria
Sessão fotográfica de um casamento numa das galerias comercias do centro.
Decoração urbana natural
Íbis refrescam-se numa fonte artística de Kings Cross.
Opera House sob os holofotes
O edifício mais emblemático de Sydney, Austrália e da Oceania iluminado após o lusco-fusco.
Passeio pela Ponte
Visitantes percorrem o cimo da Harbour Bridge.
Harbour Bridge, versão nocturna
Pormenor da Iluminação da Harbour Bridge.
The Rocks
A zona de divertimento The Rocks, com alguns dos edifícios que albergaram os reclusos chegados da Grã-Bretanha.
Science
Detalhe da arquitectura victoriana prolífica de Sydney.
Saint Andrew’s Cathedral
Escadaria para a Saint Andrew's Cathedral
A primeira das colónias australianas foi erguida por reclusos desterrados. Hoje, os aussies de Sydney gabam-se de antigos condenados da sua árvore genealógica e orgulham-se da prosperidade cosmopolita da megalópole que habitam.

Kings Cross é a primeira zona da cidade com que se deparam grande parte dos forasteiros que chegam pouco dispostos a pagar mais que umas dezenas de dólares por noite dormida.

Salvo a saída e o trajecto arejado a partir do aeroporto, foi também a nossa visão inaugural e surreal da Austrália.

Durante a tarde, percorremos o bairro de trás para a frente sob um sol que nos torrava a pele e cansava a dobrar mas animava as almas fartas da meteorologia enregelante de Seul.

Disputamos com jovens de todas as paragens possíveis as últimas vagas nas pousadas humildes do bairro já apetrechado para mais um Verão em cheio. Mal o lusco-fusco se instalou, Kings Cross transvestiu-se para o seu modo nocturno.

Passaram a percorrê-la bêbados, drogados, prostitutas e chulos, incontáveis personagens marginais de Sydney.

Como acontece em toda e qualquer urbe, encontravam ali o seu nicho social entre bares de alterne, sex shops, peepshows, casas de showgirls, lojas de bebidas alcoólicas e um franchise oportunista de MacDonalds que alimentava a baixo preço e esclerosava aquela artéria já de si disfuncional da cidade.

Pareciam-nos de tal maneira lunáticos, improváveis e proscritos pela própria vida os transeuntes com que nos cruzávamos que demos por nós a ceder ao peso da história colonial britânica para tentarmos explicar a sua inesperada presença e abundância.

Sydney, cidade criminosos exemplar da Austrália, Saint Andrew's Cathedral

Escadaria para a Saint Andrew’s Cathedral

Não queríamos ser negativos. Nem ignorar a importância cultural do bairro que acolheu nos seus clubes musicais e ajudou a lançar para o estrelato bandas australianas tão marcantes como os Go-Betweens e Nick Cave, entre tantos outros.

Mas estariam ali concentrados os genes dos convictos ingleses mais desviados que povoaram os fundos enigmáticos do mundo?

Sydney Cove, o Destino Britânico Eleito para a População Reclusa

Após a declaração da Independência dos E.U.A., em 1776, a Grã-Bretanha deixou de poder enviar os seus reclusos para o outro lado do Atlântico.

Inundados de prisioneiros, os governantes decidiram fundar um novo entreposto penal nas terras descobertas por James Cook, cerca de dezasseis anos antes.

O assentamento inaugural teve lugar em Sydney Cove. Fez-se com base em estabelecimentos prisionais erguidos em terras da tribo aborígene Eora.

Em 1792, eram apenas 4300 os reclusos britânicos desterrados mas mais de metade da população nativa da zona (4 a 8 mil indígenas)  já fora dizimada por uma epidemia de varíola disseminada pelos prisioneiros.

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Barco bem iluminado cruza o estuário de Sydney.

Quem hoje visita Sydney, não demora a fazer-se ao litoral do seu Harbour privilegiado que ainda nos tempos da expansão, o capitão Arthur Phillip e outros homens do mar logo catalogaram como um dos melhores estuários que alguma vez tinham visto.

Sydney Harbour, um Estuário Grandioso Virado ao Mar da Tasmânia

Compramos alguns rolos generosos de sushi à entrada da estação de metro e almoçamos em movimento, tarde e a más horas.

Partilhamos a carruagem de dois andares com um grupos de amigos surfistas louros e tagarelas. Eles, a caminho do éden balnear de Bondi Beach. Saímos entre os quase arranha-céus do Central Business District (CBD), a umas poucas centenas de metros das águas bem mais interiores e calmas de Circular Quay.

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Saltimbanco faz malabarismo com maças e fogo nas imediações do Circular Quay.

Um saltimbanco ganhava a vida a exibir malabarismos com chamas sobre um enorme monociclo que pedalava na penumbra gerada por uma estrutura rodoviária metálica.

Mais para diante, uma dupla de aborígenes quase despida e pintada a rigor faziam o mesmo, no seu caso, a tocar longos temas hipnóticos de digeridoo embrulhados em distintos ambientes house.

“Obrigado, amigos. Cheguem lá mais perto, não vos vamos morder!

A não ser que se pareçam com um canguru, claro!” anuncia um deles com forte sotaque ozzy em busca da audiência e dos dólares que trocavam pelos seus CD’s musicais.

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Aborígene pintado a rigor toca digeridoo no Circular Quay de Sydney.

Da Presença Aborígene aos Australianos de Todas as Partes

Da era aborígene à contemporânea muito mudou no panorama étnico da Austrália. Sydney, em particular, tornou-se a sua cidade cosmopolita e multicultural.

Vivem em redor de 55.000 habitantes com ascendência aborígene na cidade, vindos dos quadro cantos da grande ilha.

Hoje, dos seus quase cinco milhões de cidadãos, mais de 1.5 milhões nasceram noutras paragens não australianas do mundo, uma tendência imigratória que se estabeleceu após o fim da 2ª Guerra Mundial e se continua a intensificar com forte contribuição dos neozelandeses, dos chineses, indianos, vietnamitas, coreanos e filipinos, ainda dos libaneses, italianos e gregos.

Sydney, fala 250 línguas. Um terço dos habitantes domina outra que não o inglês.

Enquanto caminhávamos ao longo das ruas comerciais de Pitt, York e George revelavam-se tão predominantes os asiáticos que mais parecia que estávamos em Hong Kong.

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Raparigas asiáticas às compras nas imediações da George Street.

O cúmulo da asienação de Sydney chegou-nos aos ouvidos quando o dono de olhos em bico de um estabelecimento se indignou perante a nossa resistência de ficarmos com um troco aldrabado:

That’s lubish!” atirou o pequeno empresário recém-chegado no seu inglês ainda precário.

O Hedonismo Histórico das Gentes de Sydney

Por aqueles lados ou onde quer que fosse, apreciávamos como quase todos os sydneysiders aproveitavam a generosidade do clima da zona.

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Estátua de Thomas Sutcliffe Mort, junto a uma esplanada da zona histórica de Sydney.

Os executivos do CBD e empregados dos bancos combinavam camisas de manga-curta e até calções com gravatas pouco apertadas que impingiam um mínimo de cerimónia profissional.

Após as quatro ou as cinco da tarde – o limite bem vespertino dos horários de trabalho – em vez de se enfiarem em casa, juntavam-se aos magotes a emborcar cerveja em pubs ou ao ar livre.

Ou saíam para correr ou andar de bicicleta nos seus parques e jardins vastos, floridos e solarengos preferidos, dispostos em redor das muitas baías e penínsulas daquela urbe meridional.

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Íbis refrescam-se numa fonte artística de Kings Cross.

Como tínhamos já constatado no metro, adolescentes despreocupados trajavam camisas floreadas ou andavam – a pé ou de autocarro – de tronco nu e chinelo a trocar a sua bola de râguebi ou futebol australiano ou com pranchas de surf e bodyboard, consoante o desporto que mais os cativasse.

Não nos atrevemos a contradizer a noção de que, devido ao seu isolamento geográfico e à obsessão pelo desporto, pelo convívio alcoolizado pela evasão para a natureza oceânica e do Outback, a Austrália será um grande deserto, também cultural, de população anglófona hedonista, avessa à estratificação de classes e pouco polida.

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Australianos acompanham a acção no Circular Quay, na zona portuária de The Rocks.

Acredita-se que tal se deve ao facto de descender tanto dos reclusos como dos militares que controlaram as operações coloniais até ao princípio do século XIX.

A pagarem o trabalho e os produtos locais em rum e, por isso, alcunhados de Rum Corps, esses muitos soldados desafiaram e suplantaram a autoridade de três dos primeiros governadores da colónia.

Um deles chamava-se William Bligh, tornado notório por uma não menos famosa “Revolta na Bounty”, ocorrida no Taiti.

Mas, se existem lugares que procuram erradicar a aspereza civilizacional da nação, Sydney é um deles.

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Interior das galerias comerciais Queen Victoria.

A Imponência Arquitectónica e Cultura da Sydney Opera House

A impressionante Opera House continua na vanguarda desta missão.

Encontrámo-la pela frente após passarmos pelos ancoradouros sempre movimentados de Circular Quay e pelos edifícios seculares de The Rocks que albergaram os primeiros reclusos e seus guardiães, hoje preservados enquanto lojas, galerias de arte, cafés e pubs.

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A zona de divertimento The Rocks, com alguns dos edifícios que albergaram os reclusos chegados da Grã-Bretanha.

Em 1973, quando foi inaugurada, a Opera House suscitou enorme polémica mais que não fosse por ter custado 109 milhões de dólares quando havia sido orçamentada em sete milhões.

Foi esse o preço da sua arquitectura destemida, interpretada como velas brancas ao vento, carapaças alvas de tartarugas, conchas marinhas e bossas de camelos, de qualquer das maneiras, logo promovida ao grande símbolo de Sydney.

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Embarcação navega junto à Opera House de Sydney, no grande estuário da cidade.

É o palco de exploração exaustiva de quase todos os visitantes da cidade e também de cerca de 3000 eventos anuais de diversas artes.

Enquanto a admiramos, reparamos que dezenas de vultos caminham nas alturas do cimo da Sydney Harbour Brigde, com vistas deslumbrantes para a Ópera House e o estuário sem fim.

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Visitantes percorrem o cimo da Harbour Bridge.

Sem surpresa, apesar da distância para o resto do mundo Sydney é uma das suas quinze cidades mais visitadas.

Recebe, por ano, cerca três milhões de visitantes internacionais, quase metade dos da Austrália.

Destes, um bom número apercebe-se da prosperidade e qualidade de vida única oferecida pela cada vez maior megalópole da Oceânia, retornam e instalam-se de vez.

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Vida nocturna num bar com vista para o estuário e a Sydney Harbour Bridge.

Já lá aterrámos em duas ocasiões. Nunca nos aconteceu.

À Descoberta de Tassie,  Parte 2 - Hobart a Port Arthur, Austrália

Uma Ilha Condenada ao Crime

O complexo prisional de Port Arthur sempre atemorizou os desterrados britânicos. 90 anos após o seu fecho, um crime hediondo ali cometido forçou a Tasmânia a regressar aos seus tempos mais lúgubres.
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

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Wycliffe Wells, Austrália

Os Ficheiros Pouco Secretos de Wycliffe Wells

Há décadas que os moradores, peritos de ovnilogia e visitantes testemunham avistamentos em redor de Wycliffe Wells. Aqui, Roswell nunca serviu de exemplo e cada novo fenómeno é comunicado ao mundo.
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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Pelos Confins do Faroeste Australiano

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Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

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Atherton Tableland, Austrália

A Milhas do Natal (parte II)

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Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

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Melbourne, Austrália

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A Milhas do Natal (parte I)

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À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Pela sombra
Arquitectura & Design
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Cansaço em tons de verde
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
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Cidades
Chania, Creta, Grécia

Chania: pelo Poente da História de Creta

Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
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O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
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O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Sal Muito Grosso
Em Viagem
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Pelas Terras Altas da Argentina Profunda

Um périplo pelas províncias de Salta e Jujuy leva-nos a desvendar um país sem sinal de pampas. Sumidos na vastidão andina, estes confins do Noroeste da Argentina também se perderam no tempo.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Étnico
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
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O Terreno e o Celestial

Jipe cruza Damaraland, Namíbia
História
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores, de capital histórica a Património Mundial, arte urbana
Ilhas
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
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Inverno Branco
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Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
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Natureza
Puerto Natales-Puerto Montt, Chile

Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile
Parques Naturais
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
Skyway cruza o Vale de Jamison
Património Mundial UNESCO
Katoomba, Austrália

As Três Irmãs das Montanhas Azuis

Situadas a oeste de Sydney, as Blue Mountains formam um dos domínios mais procurados pelos ozzies e estrangeiros em busca de evasão. Atrai-os a beleza natural vista de Katoomba, os penhascos afiados das Three Sisters e as cascatas que se despenham sobre o vale de Jamison. À sombra deste frenesim turístico, perdura a habitual marginalização das origens e da cultura aborígene local.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Insólito Balnear
Praias

Sul do Belize

A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé
Religião
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Sociedade
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
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A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
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Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
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A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.