Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.


Ngawal, a aldeia
Panorama de Ngawal da encosta acima do templo budista local.
Sortido budista
Bandeiras de oração tremelicam ao vento e contra a luz.
Repasto animado
Grupo de mulheres almoça e convive numa pequena tea-house de Munchi, a pouca distância de Braga.
Natureza moribunda
Árvore ressequida no caminho entre Ngawal e Munchi e Braga.
Recenseamento eleitoral é obrigatório
Poster numa porta velha de Ngawal profetiza sobre os prodígios do voto.
Moldura nepalesa
Janela de Ngwal com a arquitectura simples mas elegante das aldeias nepalesas.
Mandamentos
Lajes de oração budistas na base de uma das estupas de Ngawal
Geminação
Casario de adobe e pedra de Ngawal, visto da encosta oposta à dos Anapurnas
Duo bovino
Jovens iaques apanham sol junto à parede tibetana de orações de Ngawal.
Moradora
Anciã de Ngawal atarefada no terraço de sua casa.
Vida ao sol
Fardos de feno secam durante a longa época seca do Nepal.
Uma pausa ensolarada
Jovem moradora no alpendre do seu lar, bem no centro de Ngawal
Estupa & Tunel
Outra estupa, bem no centro de Ngawal e com abertura para dar passagem pela rua.
Estupa vs Annapurna
Estupa de Ngawal com os Anapurnas nevados em fundo.
Fé ao vento
Bandeiras de oração budistas esvoaçam acima do templo de Ngawal.
Cor da luz e da fé
Bandeiras de oração budistas resplandecem contra a luz do quase pôr-do-sol
Amuleto dourado
Estátua de Buda abençoa os moradores e visitantes de Munchi.
Lar budista
Estandarte colorido sinaliza a fé de uma das casas de Ngawal.
Estupa já quase em Braga
Uma velha e elegante estupa, entre Munchi e Braga.
Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.

O banho: esse tema transcendental e quase bélico do Circuito do Annapurna.

Intriga os anfitriões nepaleses a urgência dos mochileiros de se banharem. Exasperam-nos as sucessivas exigências por água quente: ao fim de cada dia. Logo após o despertar.

A maior parte dos nativos cresceram a tomar banho de quinze em quinze dias. Os mais velhos, fazem-no, com sorte, de mês a mês. Escapa à sua razão o porquê de os hóspedes implorarem por duches fluídos com água cálida. E, no entanto, quando interrogados sobre se os seus hotéis garantem banhos quentes, seja ou não verdade, prometem-nos.

Assim nos tínhamos decidido instalar na Ngawal Mountain Home, à entrada da povoação em vez de no seu centro. Uma hora após o check-in, estávamos deitados. Cobertos pelos sacos-cama polares e por todos os cobertores que o quarto oferecia, a tentarmos recuperar de uma inesperada hipotermia.

“Os alemães tomaram há pouco. Parece que estava bom!” assim nos incentivou o nepalês de serviço na pousada. Metemo-nos no duche, pensávamos que em segurança. Decorridos três minutos, ainda ensaboados, sentimos a água a passar de morna a gélida.

Vemo-nos forçados a continuar o banho a uns cruéis 0º (ou lá perto) e a nos enregelarmos ainda mais no regresso ao quarto.

Quando lá reentramos, estamos a tiritar que nem varas verdes. Só após meia-hora de recobro acamado  recuperamos o normal controlo dos movimentos. Ainda a tempo do jantar.

À Descoberta de Ngawal

Derreados da subida anterior às alturas panorâmicas de Ghyaru, dormimos cedo. Acordamos mais tarde do que queríamos numa segunda-feira radiante. Saímos na direcção do casario de pedra e adobe que víamos à distância. Já em pleno reduto habitacional, encontramos uma das várias estupas da aldeia.

Na sua base, uma escadaria desenrolava-se encosta acima, a perder de vista, decorada por uma colónia multicolor de bandeirinhas budistas de oração que tremelicavam ao vento.

Havia ainda um letreiro que com três avisos em inglês de “notice” e o dobro dos pontos de exclamação alertava para a entrada do Nar-Phoo trekk, uma derivação do circuito Annapurna que ascendia aos 5300 metros de altitude do desfiladeiro de Kang-La.

Ngawal, circuito Anapurnna, Nepal

Panorama de Ngawal, com os montanhas Anapurnna em fundo.

Ficamo-nos pela escadaria. Pouco depois de meio, abandonamo-la para a encosta abrupta em que ziguezagueamos com cuidados redobrados para evitarmos rebolar por ali abaixo.

Mesmo antes de chegarmos a um ponto de observação que nos parece ideal, fazemos soltar uma grande pedra tão arredondada quanto instável.

O calhau ganha ímpeto. Rola na direcção das casas mais próximas e da estrada por que tínhamos entrado na aldeia e em que víamos cirandar alguns vultos.

Por momentos, fazemos fé em que se deteria na falda. A gravidade acelera-o de tal forma que o imaginamos a entrar por uma casa adentro e, a nós, a fugirmos de uma turba nepalesa em fúria.

Por sorte, a rocha acaba por se estatelar entre o mosteiro e uma outra estupa. Sem danos.

O alívio faz-nos apreciar o cenário abaixo e por diante com prazer redobrado.

De Volta ao Sopé de Ngawal

Ngawal estende-se numa área plana mas elevada do vale, sobranceira ao leito do rio Marsyangdi e à pista do aeródromo local que se aninha aos pés da cordilheira dos Annapurnas, ali, já da montanha Annapurna III, com a Gangapurna a sugerir-se a oeste.

Como a víamos daquele ponto panorâmico, era formada por um núcleo de telhados lisos de argila e palha, cada qual com o seu estandarte budista a esvoaçar ao vento.

Bandeiras de oração, Ngawal, circuito Anapurnna, Nepal

Bandeiras de oração tremelicam ao vento e contra a luz.

Regressamos à escadaria e descemos para às ruelas ainda semi-solarengas da povoação.

Como tínhamos feito nas aldeias para trás, lá admiramos o dia-a-dia arrastado dos poucos habitantes e os detalhes arquitectónicos dos lares e edifícios religiosos: as janelas coloridas com molduras recortadas, os alpendres e varandins que se abrem para a atmosfera pura dos Himalaias e garantem aos moradores uma supremacia sempre útil face às ruas contíguas.

Aproximamo-nos do maior hotel de Ngawal, bem destacado no seu âmago. Duas senhoras nepalesas de alerta para a chegada de turistas insistem em impingir-nos o pequeno-almoço que já trazíamos tomado.

Continuamos a deambulação por mais meia-hora até que decidimos resgatar as mochilas grandes da Ngawal Mountain Home e avançarmos até à povoação que tínhamos prevista para o novo fim de dia.

Nativa, Ngawal, circuito Annapurna, Nepal

Anciã de Ngawal no alpendre da sua casa.

Ngawal, a Caminho de Braga.

Mal passamos o portão da propriedade, esbarramos com Fevsi. Tínhamo-lo deixado, ao alemão Josh e ao casal ítalo-espanhol Edu e Sara em Ghyaru.

Nessa manhã, Josh retrocedera em busca do permit do circuito de que se esquecera em Chame. Edu e Sara já tinham passado para diante. Fevsi, caminhava sozinho no seu encalço. Saudamo-lo agradados por termos companhia.

Enquanto andamos, inteiramo-nos das novidades e entretemo-nos com sucessivos temas, dos relacionados com o circuito à vida de Fevsi na sua terra turca na iminência da Geórgia e até as incursões que fazia a Batumi e a outros litorais do Mar Negro e da antiga república soviética.

Descemos os três do cimo intermédio em que se espraiava Ngawal para o desfiladeiro do Marsyangdi abaixo. Caminhamos ao longo do prolongamento alpino do vale, com os picos bem nevados da cordilheira Annapurna a rasgarem o firmamento azulado. Ao contrário do que acontecera noutros, esse trecho mantêm-se movimentado.

Cruzamo-nos com um grupo de mulheres que trazem as suas crianças da escola. Não tarda, também com dois ou três motociclistas apontados a terras mais baixas.

Duas horas depois, contornamos o fundo raiado de uma zona de encosta que quase fechava o vale.

O lado de lá revela-nos novo lugarejo e um enfiamento de pequenos restaurantes locais em que, malgrado a proximidade do destino final, optamos por almoçar.

Repasto numa casa de chá de Munchi, Circuito Annapurna, Nepal

Grupo de mulheres almoça e convive numa pequena tea-house de Munchi, a pouca distância de Braga.

O Descanso Merecido de Munchi

Sabe-nos bem pousar as mochilas pesadas como chumbo. Quase tão bem como a tagarelice e os sumos de bagas de espinheiro-mar que bebericamos na esplanada diminuta enquanto esperamos pelos petiscos.

Sentimo-nos reanimados. Mesmo assim, não tão animados como o grupo de nativas instaladas no interior que, na companhia dos proprietários, alternam entre uma conversa matraqueada e ataques desenfreados de riso.

Pequenos pelotões de caminhantes, alemães, israelitas, na sua maioria, dirigidos a Manang, passam por nós e pela estátua dourada de Buda que abençoa a povoação.

Conscientes de que pouco faltava para o nosso destino, deixamos arrastar o repasto tardio de sopas, iaque guisado e pão tibetano. Até que o sol cai para trás das montanhas e o calorzinho que nos afagava as faces dá lugar à brisa frígida que, por norma, anuncia a noite.

Pagamos o almoço. Recolocamos as mochilas às costas. Retomamos o serpentear da longa via Manang Sadak que continuava a emular o do Marsyangdi. Vencidas mais umas centenas de metros, damos com uma profusão de tabuletas de beira-de-estrada que indicavam o Ice Lake e uma tal de Milarepa Cave.

Por essa altura, não estávamos disso conscientes, mas, viriam a provar-se ambas caminhadas árduas, cruciais para a aclimatização que a conquista do Thorong-La Pass, feita a 5.416 metros de altitude, nos exigia.

O Derradeiro Esforço

Deixamos para trás essas placas e deparamo-nos com uma estupa antiga envolta de bandeiras de oração. No meandro seguinte, cruzamo-nos com quatro ou cinco iaques negros a caminho sabe-se lá de onde.

Por essa altura, o grupo de mulheres que encontrámos em convívio dentro do restaurante de Munchi já quase nos apanhava. Ao perceberem o interesse fotográfico que tínhamos pelos animais, bloqueiam-lhes a marcha até que nos aproximássemos. Mesmo se o proveito fora pouco por os bichos terem, de imediato, debandado, agradecemos-lhes o esforço e a gentileza.

Fevsi continuava a sua caminhada. Encurtamos o espaço que dele nos separava na companhia das mulheres, que falavam algum inglês e seguiam na mesma boa-disposição em que as tínhamos visto pela primeira vez.

As senhoras despedem-se e retomam um passo acelerado que as nossas mochilas nunca nos concederiam. No entretanto, alcançamos Fevsi que, ao invés, tinha reduzido o seu ritmo.

Juntamo-nos a ele sobre um novo meandro. Contornamo-lo, uma vez mais curiosos. Até que vislumbramos um mosteiro budista branco e vermelho encaixado a meio de um fim de encosta coroado por penhascos afiados.

Só podia ser Braga. Ou Braka, como era também conhecida.

Estupa, Braka, circuito Annapurna, Nepal

Uma velha e elegante estupa, entre Munchi e Braga.

Enfim, Braga

Descemos da vertente que fechava o anfiteatro natural em que se abrigava a povoação para o prado inclinado e semi-encharcado no entremeio.

O pasto que ali se exibia bem mais viçoso que na maior parte do Nepal, servia de cama e de alimento a alguns iaques pachorrentos.

Mas não só. Bandos de patos selvagens e outras aves chafurdavam e vasculhavam a relva enlameada em busca de alimento. De tempo a tempo, aterrava um novo bando que reforçava o contingente de visitantes asados.

Ainda estávamos a chegar mas Braga já nos conquistava. Voltamos à Manang Sadak de que nos tínhamos perdido. Percebemos que quase todos os hotéis da povoação surgiam alinhados à beira da estrada.

Esta nova escala do Circuito Annapurna podia até ser bem distinta de Ngawal. O tema premente na altura de escolher a estadia, esse, era o da noite anterior e o de sempre: o banho.

O New Yak Hotel – o primeiro que encontramos em Braga – prometia duches aquecidos a gás de botija. Estava ainda servido de uma padaria repleta de tarte de maça e outras pastelarias de fazer água na boca.

Os preços da estadia e da alimentação destoavam pouco do habitual pelo que concordámos num ápice em lá nos instalarmos. Em boa-hora. Os banhos a gás de botija eram raros ao longo do circuito. Ofereciam-nos apenas hotéis que, como o New Yak, tinham conseguido fama online e que, como tal, se mantinham cheios.

Mesmo sem o dramatismo térmico do fim de dia em Ngawal, o duche inaugural volta a desiludir-nos. Ao contrário da Braga do Nepal, que não mais deixaria de nos encantar.

Mais informações sobre caminhadas no Nepal no site oficial do Turismo do Nepal.

Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
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Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
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Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
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O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
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Vida Selvagem
Reserva de Vida Selvagem Mkhaya, eSwatini

A Reserva dos Rinocerontes Garantidos

Criada, em 1979, com o fim de evitar a extinção do precioso gado nguni, Mkhaya ajustou-se a uma missão tão ou mais importante. Preserva espécimes de boa parte da fauna indígena ameaçada da região. Com destaque para rinocerontes (brancos e negros) que os rangers locais se gabam de sempre revelarem.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.