Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido


Santuário sobre a floresta II
A varanda do santuário Kiomizudera sobre a floresta outonal que envolve Quioto.
Reverência xintoísta
Duas estudantes inclinam-se perante um pequeno santuário do templo Kiomizu-dera.
Templo do Pavilhão Dourado
Vista dupla do templo mais famoso de Quioto, tema do romance homónimo de Yukio Mishima.
Mascote porteira
Um pequeno West Highland White Terrier à entrada do café Garakuta.
Portal hiperbólico
O tori gigante que marca a entrada no domínio xintoísta do santuário Heian.
Restaurantes emparelhados
Bloco de bares e restaurantes na margem do rio Kamo.
Empregada de quimono
Um manequim em trajes tradicionais à entrada de um restaurante da cidade.
Luz da crença
Lanternas xintoístas dão mais cor ao santuário Yasaka-jinja, junto ao bairro de Gion.
Contra-fotografia
Fotógrafo à saída de um túnel de toris do santuário Fushimi Inari.
Uma ladeira emblemática
Transeuntes nipónicos na rua Ninen Zaka.
Farol de diversão
O lampião de um estabelecimento ilumina a ruela histórica de Ponto Cho.
Santuário sobre a floresta
O templo de madeira de Kiomizu-dera com vistas privilegiadas sobre o casario de Quioto.
Quioto futurista
A Torre de Quioto, um monumento à modernidade numa cidade essencialmente histórica.
Taxi-humano
Puxador de rickshaw prepara-se para conduzir duas raparigas nipónicas em redor de Arashiyama.
Sombras de intriga
Japoneses curiosos examinam painéis afixados na proximidade do santuário Yasaka-jinja.
Jogos de luz
Visitantes do templo Yasaka-jinja admiram o mosaico de lanternas xintoístas.
Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.

Quando desembarcamos na estação central de Quioto, o edifício imponente de vidro e aço, labiríntico e de arquitectura futurista baralha-nos toda e qualquer expectativa quanto ao Japão milenar.

Estamos num país oriental, xintoísta e budista mas que é, ao mesmo tempo aspirante a ocidental, capitalista e consumista. À medida que a interminável escada rolante nos eleva do nível térreo, ouvimos temas de Frank Sinatra, Nat King Cole e outros clássicos norte-americanos.

O movimento diagonal revela-nos uma orquestra acompanhada de coros e um anfiteatro gigantesco pejado de gente que se ergue a partir do palco até ao terraço no cimo do enorme complexo. Sem que alguma vez o tivéssemos esperado, desse topo, desvendamos o vale de Yamashiro preenchido pela vasta Quioto em redor.

Inaugurada em Setembro de 2007, a Kyoto Central Station originou reacções mistas. Certos críticos ficaram impressionados com os seus espaços amplos e linhas arrojadas que se dão com o visual de foguetão da Kyoto TV Tower, aterrada sobre um dos prédios em frente.

Torre TV de Quioto, um Japão Milenar quase perdido

A Torre de Quioto, um monumento à modernidade numa cidade essencialmente histórica.

Outros, não perdoaram uma ruptura tão destoante com a arquitectura tradicional, por vezes, milenar. Essa polémica está longe de ser exclusiva da estação.

A Quioto Milenar Camuflada na Quioto Moderna

As primeiras ruas e avenidas da cidade que percorremos dão-nos uma sensação de aparente insipiência histórica reforçada pelo edifício-sede carrancudo da Nintendo.

Esta impressão desfez-se, no entanto, em três tempos contra as fachadas resplandecentes dos monumentos quase sempre meio escondidos pelo aglomerado do casario mais recente desta cidade milenar.

Apanhamos o metro. Saímos já bem longe do considerado centro. Recebe-nos Shoji, um anfitrião nipónico dos seus quarenta e muitos anos, determinado em acolher hóspedes do máximo de países do mundo. O seu projecto já é de si surpreendente. Mais ainda nos espanta quando percebemos que lhe dedica toda uma vivenda tradicional.

Restaurante, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Um manequim em trajes tradicionais à entrada de um restaurante da cidade.

Shoji podia aluga-la mas prefere desde há muito o contacto com os gaijin (estrangeiros) que dessa forma lhe enriquecem a vida mesmo que não domine nenhuma língua para lá da sua materna e só fale algo digno de registo com aqueles que estudaram o nipónico.

O dono da casa dá o seu melhor para nos instalar. Explica-nos os truques e segredos do lar, desdobra um mapa sobre uma mesa baixa e aponta-nos as atracções da cidade que, a seu ver, não podíamos perder por nada deste mundo.

E, no entanto, foi por um triz que a Quioto milenar não foi obliterada pelas bombas atómicas “Little Boy” ou “Fatman”, em Agosto de 1945.

O Japão Milenar Quase Perdido para a História

A paixão suscitada por Quioto no coração dos visitantes vem de há muito. Por coincidência e infortúnio de Hiroxima e Nagasaki, o Secretário de Guerra americano das administrações Roosevelt e Truman, Henry L. Stimson, frequentara a cidade diversas vezes durante os anos 20 enquanto Governador das Filipinas.

Alguns historiadores afiançam que Quioto foi também o destino da sua lua-de-mel. Fosse como fosse, a acção disuasora que protagonizou, granjeou-lhe a fama de derradeiro responsável pela sua salvação.

Quioto é a cidade mais reverenciada do Japão. Dezassete monumentos dos seus 1600 templos budistas e cerca de 400 santuários xintoístas são Património Mundial da UNESCO.

A quantidade de monumentos sublimes revela-se tal que um autor da famosa editora de guias de viagem Lonely Planet se deu ao trabalho de advertir os leitores “… em Quioto, é fácil ser-se vítima de uma overdose de templos …”.

Fushimi Inari, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Fotógrafo à saída de um túnel de toris do santuário Fushimi Inari.

Quioto, uma Cidade Erguida à Imagem das Grandes Cidades Asiáticas de Então

À imagem da vizinha Nara, Quioto foi erguida num padrão de grelha inspirado em Chang’an (actual Xi’an), a capital da dinastia chinesa Tang.

A imitação da mais poderosa China era, à época, uma forma assumida de progresso. Por fim, na vanguarda da civilização nipónica, Quioto acolheu a família imperial japonesa. Fê-lo de 794 a 1868, um longo período em que, enquanto o Japão em geral era governado por xogunatos em permanente confronto, a cidade se destacou a nível cultural.

Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Visitantes na base do templo Chion.

No fim do século XIX, o movimento de restauração Meiji – que visava a consolidação do poder imperial – forçou a mudança dos imperadores e família para Edo (mais tarde conhecida por Tóquio) a capital do Leste.

Depois de Heyan-kyo (cidade da paz), Kyo Miyako (cidade capital), Keishi (metrópole) e, no Ocidente, Meaco ou Miako, Quioto juntou mais um título à sua já extensa colecção de nomenclaturas. Por algum tempo, tornou-se na Saikyo (a capital do Oeste).

A Espécie de Overdose de Templos, Santuários e Outros Monumentos de Quioto

Na Quioto dos dias d’hoje, até os visitantes mais optimistas depressa se conformam com a impossibilidade de apreciarem tudo o que a cidade tem para oferecer. É então que se rendem a uma espécie de ranking oficioso das suas atracções.

O rio de gente que vemos fluir nas zonas históricas de Ninen-zaka (Colina dos Dois Anos) e Sannen-zaka (Colina dos Três Anos) anuncia sérios concorrentes à popularidade do Pavilhão Dourado.

Pavilhão Dourado, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Vista dupla do templo mais famoso de Quioto, tema do romance homónimo de Yukio Mishima.

Ali se encontram duas das ruas mais antigas de Quioto, feitas de longas sequências de machiyas (habitações de madeira típicas), lojas, restaurantes e velhas casas de chá.

Subimos a encosta de Gojo-zaka, com passagem obrigatória pela Chawan-zaka (Colina do Bule), uma ruela repleta de doçarias e estabelecimentos de artesanato.

O Retiro Florestal do templo Kiomizu-dera

No cimo, à laia de recompensa, deparamo-nos com o templo Kiomizu-dera, outra das vedetas patrimoniais da cidade.

O seu edifício principal prolonga-se numa varanda assente em troncos e estacas, assim destacada da colina.­­­

Kiomizudera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

A varanda do santuário Kiomizudera sobre a floresta outonal que envolve Quioto.

Sem surpresa, este templo está quase sempre a abarrotar de japoneses de todas as idades de que se destacam as sucessivas excursões escolares, identificáveis pelos uniformes azuis: pulôver, fato com gravata e calça que os rapazes fazem questão de combinar com os ténis mais espalhafatosos que encontraram; ­­­pulôver, fato e saia (por vezes, transformada em mini-saia) usados pelas raparigas faça o frio que fizer.

Prece, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Duas estudantes inclinam-se perante um pequeno santuário do templo Kiomizu-dera.

Mais que simples extensões, as varandas de madeira do Kiomizu-dera são miradouros privilegiados para a Quioto vislumbrável para lá da floresta verdejante que preenche a planície até às montanhas longínquas de Kitayama e Nishiyama.

Não faltam, também neste templo, rituais sagrados. Descemos uma longa escadaria disposta abaixo das varandas. No seu fundo, encontramos a Otowa-no-Taki, uma pequena cascata transformada em fonte em que os visitantes formam longas filas para se munirem de enormes colheres de ferro e nelas beberem água que acreditam ter propriedades terapêuticas.

Fonte Kiomizu-dera, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Visitantes e crentes bebem água sagrada no templo Kiomizu-dera.

Já nas imediações do templo secundário de Jishu-jinja, o objectivo dos crentes é garantir sucesso ao amor. Para tal, devem caminhar cerca de dezoito metros entre duas pedras com os olhos fechados. Alertam-nos de que falhar a segunda pedra significa uma condenação sem retorno a uma vida de celibato.

O risco parece-nos demasiado. Descartamos o desafio.

Ninen-zaka, Sannen-zaka e o templo de Kiomizu-dera fazem parte do roteiro South Higashiyama que continua pela rua Ishibei-koji, passa pela entrada do templo Kodai-ji, pelo Parque Maruyama e se prolonga para oeste até ao Yazaka-jinja, este um novo complexo de templos.

E o Bairro Tradicional Gion que as Gueixas ainda Percorrem

Ali, ao fim da tarde, quando as gueixas e as maikos (aprendizes de gueixas) sobem a escadaria e cruzam o tori (portal) para passear e rezar, sentimos estabelecer-se uma intersecção fascinante entre a esfera religiosa de Quioto e o seu domínio boémio e noctívago formado pelas zonas de Ponto-Cho e Gion.

O célebre distrito Ponto-Cho pouco mais é que uma ruela apertada, paralela ao rio Kamo-gawa. O “pouco mais” conta com os inúmeros restaurantes e bares que, ainda assim, acolhe e à passagem constante e misteriosa de gueixas a caminho dos compromissos com os danna, os seus patronos.

Geisha em Gion, Geisha, Quioto, Japao

Gueixa percorre um beco do bairro de Pontocho.

Deambulamos por este domínio quando cai a noite e Ponto-Cho ganha vida, iluminado e colorido pelas lanternas orientais que emprestam à zona uma atmosfera mística do Japão clássico.

Logo ao lado fica Gion. O bairro vizinho é dominado pela arquitectura moderna e, à hora de ponta, inundado de trânsito. Ainda assim, preserva algumas bolsas históricas também dignas do melhor imaginário gueixa.

As suas ruas protagonistas são a Hanami-koji e a Shinmonzen-dori, ambas delimitadas por mais casas antigas, restaurantes, antiquários e outras casas de chá. Muitas destas últimas são, na realidade estabelecimentos dedicados ao entretenimento secular geisha (gei=arte + sha=pessoa) que, apesar de se encontrar num lento processo de extinção, continua a ter lugar por detrás de tantas portas fechadas da cidade.

De oitenta mil gueixas, nos anos 20, restam, hoje, entre mil a duas mil, quase todas em Quioto.

Henry L. Stimson o Secretário da Guerra Apreciador e Salvador de Quioto

Se retrocedermos uma vez mais na história, é-nos fácil concluirmos que poderia perfeitamente não restar nenhuma. E nunca soará a exagerado o crédito de Henry L. Stimson.

Em pleno processo de decisão das urbes nipónicas a aniquilar, o Los Alamos Target Committee formado por generais e cientistas dos E.U.A. e liderado por Robert Oppenheimer, insistia em colocar Quioto no topo da lista.

Justificavam-no “por Quioto nunca antes ter sido bombardeada, por incluir uma área industrial e contar com um milhão de habitantes.” Também consideravam a sua população em grande parte universitária “mais apta a apreciar o significado de uma arma como o engenho que seria utilizado.”

Vitrines restaurantes, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

Bloco de bares e restaurantes na margem do rio Kamo.

Contra tudo e contra todos, em 1945, o Secretário de Guerra Stimson, ordenou que Quioto fosse retirada da lista. Argumentou que tinha forte importância cultural e que não era um alvo militar. Os militares resistiram. Continuaram a repor a cidade no topo da lista até ao fim de Julho de 1945.

Esta teimosia forçou Stimson a dirigir-se em pessoa ao presidente Truman.

Stimson escreveu no seu diário que “Truman concordou com que, caso não removessem Quioto da lista, o ressentimento nipónico para com os E.U.A. seria tal que tornaria impossível qualquer reconciliação no pós-guerra com os americanos e, em vez, a viabilizaria, com os Russos.” Por essa altura, as tensões que levaram à Guerra Fria já se faziam sentir.

Tori, Quioto, um Japão Milenar quase perdido

O tori gigante que marca a entrada no domínio xintoísta do santuário Heian.

Truman estava determinado a não alimentar o monstro comunista, nem na Ásia, nem em nenhuma outra parte do mundo. Até semanas antes da primeira bomba nuclear ter sido lançada, Nagasaki não constava sequer na lista de cidades-alvo.

Por ironia do destino mas, acima de tudo, devido ao amor de Henry L. Stimson por Quioto, Nagasaki tomou o lugar daquela no derradeiro sacrifício. Depois de Hiroxima, Nagasaki sucumbiu ao apocalipse.

Quioto continuou a resplandecer.

Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Monte Koya, Japão

A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Arquitectura & Design
Fortalezas

O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Cortejo garrido
Cidades
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Danças
Cultura
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Jipe cruza Damaraland, Namíbia
Em Viagem
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Telhados cinza, Lijiang, Yunnan, China
Étnico
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

no Palco, Antigua, Guatemala
História
Antigua, Guatemala

Guatemala Hispânica à Moda Antigua

Em 1743, vários sismos arrasaram uma das cidades coloniais pioneiras mais encantadora das Américas. Antigua regenerou-se mas preserva a religiosidade e o dramatismo do seu passado épico-trágico.
Ilhas
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Natureza
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Vaca cachena em Valdreu, Terras de Bouro, Portugal
Parques Naturais
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Caldera del Corazoncillo
Património Mundial UNESCO
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Balo Praia Creta, Grécia, a Ilha de Balos
Praias
Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
Religião
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Sociedade
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.