Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga


Cores de Buda
Estandartes garridos identificam a fé por detrás do velho mosteiro de Braga.
Trio Caprino
Cabras curiosas no solo pedregoso de Braga, uma aldeia na iminência de Manang
Ternura
Pai de Braga passa um cabritinho felpudo ao seu filho bébé.
Afazeres rurais
Moradores de Braga forram um curral de uma mistura de feno e caruma.
Mãe e Filho, a Caminho
Nativos de Braka sobem um dos trilhos íngremes que partem da aldeia para as encostas dos Annapurnas.
Amuleto de Trilho
Um esqueleto de cabeça de cabra num dos trilhos acima de Braga.
Lares Budistas
Estandartes budistas esvoaçam ao vento, sobre o casario de pedra e madeira abaixo do Mosteiro Budista de Braga.
Braga lá em baixo
Vista panorâmica de Braga, do trilho que sobe para o Ice Lake.
Cimo do Mosteiro de Braga
Os Annapurnas em fundo como visto do cimo do Mosteiro budista de Braka.
Recanto Garrido-Budista
Bandeiras budistas decoram o templo budista de Braga, no Nepal
Iaque em Recarga
Iaque recarrega-se ao sol após um noite gelada passada no curral.
Beijo equino
Cavalos sobre o prado ensopado em frente a Braga
Estandartes contraluz
Estandartes budistas esvoaçam ao vento
Iaque em Recarga
Iaque recarrega-se ao sol após um noite gelada passada no curral.
Ao Sol
Moradora de Braga sobre o terraço solarengo da sua velha casa.
À porta
Pormenor de uma porta do piso superior do Mosteiro Budista de Braga
Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).

O Abrigo Disputado do New Yak Hotel

O conforto. O bem-estar. O calor. Não serão os visitantes-caminhantes que estão mal habituados. A necessidade é universal.

Durante o circuito Annapurna, mal o sol se some para trás das montanhas, a vida parece girar em redor do fogo. No New Yak Hotel de Braga, repetiu-se a competição pelos lugares em redor do lume, naquele caso, alimentado a lenha na salamandra do estabelecimento.

Estandartes Budistas em Braga, Circuito Annapurna, Nepal

Estandartes budistas esvoaçam ao vento

Um grupo de alemães que despertava com as galinhas e com o dia já planeado de fio a pavio, voltou a vencer.

Saímos do quarto, de duche tomado e tralha mais ou menos arrumada. Quando entramos na sala de estar e de refeições da pousada, os jovens teutónicos monopolizavam o calor.

A sala estava disposta sob o comprido. Sobravam apenas uns poucos lugares no extremo oposto à salamandra, junto ao balcão e à saída da cozinha.

Sem alternativas, é lá que nos instalamos. Pedimos o jantar. Antes, durante e um bom tempo após a refeição, participamos num outro passatempo clássico das pousadas do Circuito Annapurna.

O New Yak carecia de tomadas nos quartos. Tudo o que eram carregamentos de baterias de dispositivos estava concentrado numa única torre com dezenas de entradas.

Estranho Passatempo Eléctrico

Fosse ou não propositado, as entradas dessa torre Made in China não seguravam a maior parte das fichas. O problema já seria sério com três ou quatro fichas por ligar.

Mas eram mais de trinta as que disputavam a torre. Mal lá colocámos os nossos dispositivos, percebemos o quão frágil era o contacto que obtínhamos. Bastava um outro hóspede tocar numa das suas fichas que fazia desligar duas ou três em volta.

Na prática, esta falha fazia com que nenhum deles ficasse tranquilo com os carregamentos. Em vez de conversarem à mesa, sossegados, repetiam vaivéns à torre de alimentação.

Mal uns a deixavam, apareciam logo outros preocupados com a possibilidade de os anteriores terem desligado os seus aparelhos.

Nós, estávamos sentados logo ao lado da torre. Até podíamos ter ficado em último na disputa pelo fogo mas, compensámos na intimidade que conseguimos com aquela caprichosa central eléctrica.

Outra consequência da sua disfuncionalidade foi que ninguém teve paciência para esperar até aos dispositivos ficarem carregados em pleno. Nessa noite, nós como os outros hóspedes, confiámos o seu funcionamento a powerbanks que trazíamos carregados para emergências.

Nem sequer o dono da pousada permitiria grandes noitadas. Feito o seu habitual lucro, na hora pós-refeição do costume, os funcionários do New Yak deixaram de colocar lenha na salamandra. A sala depressa ficou gelada. Era o sinal que todos conheciam de que chegara a hora de ir para a cama.

A entrada vespertina na povoação, tinha deixado antever uma Braga deslumbrante. De acordo, dormimos o melhor possível.

Moradora de Braga, Circuito Annapurna, Nepal

Moradora de Braga sobre o terraço solarengo da sua velha casa.

Novo Dia, Nova Braga

Pouco depois da alvorada, sentamo-nos na esplanada na companhia do compincha turco de caminhada Fevsi. Sob um sol uma vez mais radiante, devorámos as papas de aveia com maçã e mel do nosso contentamento.

O alemão Josh, que havia recuado uns bons quilómetros até Chame para recuperar o seu Permit do circuito, já ali surgia. Passada meia-hora, chegou um outro grupo de caminhantes que tanto Fevsi como Josh conheciam. Eram Bruno e Cris, ambos brasileiros.

E Lenka e Tatjana, alemãs, a primeira com ascendência russa. A segunda, filha de pai alemão e de mãe também alemã mas com origem meio cazaque, meio chinesa.

Confraternizamos por breves momentos. Após o que cada um segue no modo para que mais estava virado. Fevsi ficou a vegetar na esplanada. Nós, Josh, Bruno e Lenka saímos à descoberta de Braga.

Como acontecera no fim de dia anterior, alguns iaques pastavam a erva ensopada no declive suave entre os dois paredões de rocha calcária que encerravam a povoação a leste e a ocidente.

Não eram só iaques. Cinco ou seis potros que se tinham juntado ao pastorício, compunham o cenário bucólico com que a manhã nos prendava.

O Misticismo Sobranceiro do Mosteiro de Braga

Por mais que a natureza e a geologia do lugar ali resplandecessem, eram as componentes humanas que tornavam Braga especial: o seu mosteiro budista excêntrico, encaixado na base de uma miniatura de cordilheira repleta de picos afiados, uma gompa com história única e importância a condizer.

E o casario intrigante que, à vista, parecia quase troglodita instalado abaixo e em redor.

Kama Chhiring, um morador, concedeu um depoimento online ao site de repositórios culturais Mandala da Universidade da Virginia.

Nesse testemunho, explica em dialecto manange que um grande lama tibetano – Khatu Karma Lapsang, da décima primeira incarnação – passou por aquela zona há mais de meio milénio.

Decorrido algum tempo, esse Karmapa  mandou lá erguer o mosteiro de Braga para abrigar uns poucos ídolos tibetanos que, na actualidade, os religiosos budistas continuam a proteger e a preservar.

Nos dias que correm, o templo abriga muitos mais. Guarda centenas de estátuas de Buda, umas mais sagradas que outras, de acordo com a sua antiguidade.

Graças ao mosteiro, o budismo tibetano disseminou-se pelas aldeias e lugarejos da região. Mantem-se, hoje, a fé indisputada não só das povoações de língua manange como de muitas outras destas partes dos Himalaias.

A gompa de Braga não é, todavia, o tipo de mosteiro que receba, todos os dias, grandes comitivas de crentes. Apesar de contar com mais de trezentos moradores, Braka parece-nos deserta.

Tínhamos lido em qualquer lado que a visita do mosteiro implicava o pagamento de uma entrada. Mas, quando ascendemos para o tecto-terraço nas suas alturas, não encontrarmos vivalma a quem pagar o ingresso.

Uma Deslumbrante Cúpula Panorâmica

Subimos para o derradeiro andar por uma pequena escada de madeira esculpida.

Dali de cima, por uma boa meia-hora, deixamo-nos deslumbrar com a visão majestosa das montanhas Annapurna III (7.555m) e Gangapurna (7.455m) a sul, com os seus cumes altivos ainda bem nevados.

Cimo do Mosteiro de Braka, Circuito Annapurna, Nepal

Os Annapurnas em fundo como visto do cimo do Mosteiro budista de Braka.

Daquele cimo, examinamos ainda a leva de casas feitas de pedra cinza, adobe e madeira, umas encavalitadas sobre as outras, cada qual com o seu estandarte budista multicolor a esvoaçar, todas elas apoiadas na falda oposta em que se havia aninhado Braka.

Esta era a Braka secular e genuína. Aquela que os forasteiros como nós vasculhavam de passagem. Havia a outra, bem mais recente.

A instalada de ambos os lados da estrada Manang Sadak, com o rio Marsyangdi à vista, onde se sucediam as pousadas e casas de chá, nas posições mais convenientes para capturarem os caminhantes derreados e esfomeados. Primeiro a New Yak.

Logo, várias outras, alinhadas na direcção de Manang que já distava menos de quatro quilómetros. Manang é a maior das povoações das redondezas.

Os caminhantes lá tratam dos derradeiros preparativos e procedimentos para a travessia suprema do circuito: a do desfiladeiro Thorong La, a 5.416 metros de altitude, quase dois mil acima da Braga que continuávamos a explorar.

De Passagem, pela Vida Ténue de Braga

Deixamos Bruno e Lenka entregues a um momento de contemplação e meditação que requeria silêncio. Voltamos a descer para a base do templo. Vagueamos pelas ruelas da aldeia ainda cobertas de gelo ou neve nos recantos por que os raios solares não se haviam ainda aventurado.

Uns poucos lares estavam abandonados. As suas ruínas precipitavam-se sobre os becos estreitos. Obrigavam-nos a caminhar sobre pilhas de pedras resvalantes.

Esses lares, como os outros, contavam com janelas de madeira rendilhadas e, mesmo se sem a cor de outros tempos, elegantes.

Quase todas as casas incluíam currais na base. E, sobre estes currais, haviam alpendres que os moradores atafulhavam de lenha seca, em que instalavam os seus estendais de roupa e, aqui e ali, pequenas antenas discais de televisão.

Regressamos à orla deste casario, onde os lares raiavam com o prado ensopado que mantinha os animais de carga ocupados. Nessa zona, limítrofe, damos por fim com alguma vida humana.

Entre Cabras e Iaques

Uma família transportava grandes cestos a transbordar de uma mistura escurecida de palha com caruma. Faziam-no entre um monte escorado da substância e um curral a quem davam uma nova cama.

Mais abaixo, um rebanho de cabras regressava ao seu abrigo.

Pai, filho, cabritinho em Braga,Nepal

Pai de Braga passa um cabritinho felpudo ao seu filho bébé.

Para gáudio de Tenzin, um menino nepalês com os seus dois anos (ou menos) que se entretinha a tentar barrar a passagem aos cabritinhos e que vimos celebrar, sorridente, quando Sonan Tchincap, o seu jovem pai, lhe passou um deles, castanho-claro, bem felpudo, para o colo.

Voltamos a cruzar-nos com mais iaques. Dois deles, negros, já quase mais vacas que iaques de tantos cruzamentos passados, permaneciam junto a uma vedação de madeira, imóveis, com excepção para as bocas que pareciam mastigar e saborear o ar.

Tal como o percebíamos, só há pouco tempo os donos os tinham soltado da frigidez nocturna dos seus aposentos.

Enregelados, hirtos a condizer, os animais recarregavam-se com o calor solar da manhã, ainda mais lentamente que os telemóveis e powerbanks na New Yak.

Ainda nos virámos para trás duas ou três vezes. Nunca chegámos a ver os bovídeos mexer-se.

Iaque em Brag, Circuito Annapurna, Nepal

Iaque recarrega-se ao sol após um noite gelada passada no curral.

Naquelas deambulações e preparos, o dia ia quase a meio.

Estava na altura de regressarmos à base logística da pousada.

Havia muito mais que explorar nos arredores de Braga pelo que estendemos a estadia por outra noite. Manang e o temido Thorong Pass podiam perfeitamente esperar.

Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna - A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Cidades
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Sombra de sucesso
Cultura
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Étnico
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Promessa?
História
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Ilhas
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal
Natureza
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Tsitsikamma Parque Nacional
Parques Naturais
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Soufrière e Pitons, Saint Luci
Património Mundial UNESCO
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Magníficos Dias Atlânticos
Praias
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Religião
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.