Expedição Ducret 3º - Bomassa ao Sangha Lodge, Rep. Centro-Africana

A Jornada até à Rep. Centro-Africana


Lanchas da Expedição Ducret
Lanchas das Expedições Ducret em navegação no rio Sangha.
Vida na Margem do Sangha
Povoação numa margem do rio Sangha
Posto Fronteiriço, em Lidjombo
Letreiro no posto fronteiriço de Lidjombo, Rep. Centro-Africana
Borboletas Balneares
Bando de borboletas na areia seca do rio Sangha
Lavadeiras do Sangha
Lavadeiras nas imediações de Lidjombo, Rep. Centro-Africana
Lidjombo
A povoação de Lidjombo algo escondida por mangueiras frondosas
Banho à Força
Mulher dá banho a uma filha, com outra às costas. em Lidjombo
Manhã de Névoa
Névoa matinal a envolver o rio Sangha
Sorriso Abonecado
Menina com boneca, à entrada de Boin Coin, Bomassa
Navegação com Mascotes
Nativos acompanhados de cães, sobre pirogas.
Pirogueiros
Duas gerações de pirogueiros do rio Sangha
Macaco Colubus
Macaco colubus salta de árvore em árvore
Numa Ilha Balnear do Sangha
Crianças numa ilha de areia do rio Sangha
Moradores do Sangha
Moradores de um lugarejo numa ilha florestada do rio Sangha
Mãe & Filhas
Mãe e filhas a bordo de uma piroga, no rio Sangha
Armadilhas do Rio
Teias de aranha hiperbólicas, numa margem do rio Sangha
Lancha Camaronesa
Lancha camaronesa carregada de passageiros, no rio Sangha
Entrada na Rep. Centro-Africana
Bandeira da República Centro-Africana, ondula acima do posto fronteiriço de Lidjombo
Moradores do Rio
Nativos subsumidos na vegetação de uma ilha do rio Sangha
Rio Sangha Nevoento
Névoa matinal a envolver o rio Sangha
Cumpridas as incursões aos PN Lobéké e ao Wali Bai de Bon Coin, voltamos a navegar rio Sangha acima. O destino da viagem é o Sangha Lodge, base providencial para a exploração do PN Dzangha-Sangha e interacção com as comunidades de etnia Ba’Aka da região.

Duas noites depois, chegava a hora de deixarmos o acampamento na ilha do rio Sangha.

Despertamos cedo, com tempo para refazer mochilas, para um pequeno-almoço revigorante, sob um rocio inesperado, com o seu quê de refrescante.

Enquanto devoramos a refeição matinal, a equipa das Expedições Ducret prepara a logística da navegação que se seguia.

Repartimo-nos por duas lanchas.

Entusiasmados e com a curiosidade renovada, ajustada ao que o Sangha nos revelasse.

Por fim, zarpamos para um fluxo de névoa que envolvia o caudal.

Névoa matinal a envolver o rio Sangha

Névoa matinal a envolver o rio Sangha

À medida que progredimos, voltamos a passar pelo portal camaronês de entrada no PN Lobéké. Serpenteamos na direcção de Bomassa e do seu Bon Coin.

Arold, um dos guias congoleses, desembarca, incumbido de resolver alguma papelada essencial. Vários miúdos descem a rampa arenosa, aproximam-se das lanchas e saúdam-nos.

Duas ou três meninas seguram irmãos, ainda bebés, ao colo.

Uma outra toma conta duma boneca loura num vestido rosa-dourado.

Menina com boneca, à entrada de Boin Coin, Bomassa

Menina com boneca, à entrada de Boin Coin, Bomassa

Os guias regressam. A miudagem ajuda-nos a empurrar as lanchas para o rio.

Prosseguimos.

Ainda adentro e afora de bolsas de neblina que cobriam o Sangha e a selva equatorial de mistério.

Sulcadas por nativos em pirogas e barcos artesanais, entregues às suas pescarias e azáfamas fluviais.

Chegada ao Posto Fronteiriço da República do Congo

Navegamos por pouco tempo.

Lancha camaronesa carregada de passageiros, no rio Sangha

Lancha camaronesa carregada de passageiros, no rio Sangha

O homem do leme acerca-nos de uma margem elevada, coroada por cana-de-açúcar e umas poucas palmeiras-de-óleo.

No cimo de nova rampa arenosa, destacava-se uma grande termiteira.

Ainda mais elevada, no topo de um mastro arbóreo, pendia uma bandeira da República do Congo, subjugada à ausência matinal de brisa.

Arold volta a desembarcar, munido dos nossos passaportes.

Estávamos prestes a deixar a República do Congo.

Teias de aranha hiperbólicas, numa margem do rio Sangha

Teias de aranha hiperbólicas, numa margem do rio Sangha

Havia que registar essa saída. Por mais inverosímil que parecesse, aquele conjunto de cabanas e edifícios abarracados servia do derradeiro posto fronteiriço congolês do Sangha.

Os oficiais demoram a aparecer. Entre os passageiros, alguém mais aficionado dos pássaros detecta uma ave que classifica como rara e especial.

O estorninho-de-peito-dourado dá azo a uma debandada generalizada das lanchas.

Quando, por fim, aparecem, ainda ensonados, os militares de serviço espantam-se com os forasteiros a cirandar pelas suas instalações, excitados com a inusitada “caçada” fotográfica.

Procedimentos fronteiriços finalizados, Arold despede-se dos guardas. Apressa o reembarque.

A República do Congo fica para Trás

Como acontecia desde a partida inaugural de Ouesso, a espaços, o leito que a época seca tornava demasiado raso, obrigava o timoneiro a manobras de desencalhamento.

Noutras ocasiões, indicações de barqueiros nativos prestáveis evitavam tais chatices.

Nativos acompanhados de cães, sobre pirogas.

Nativos acompanhados de cães, sobre uma piroga rasa

Andamos nesses entreténs de navegação e contemplação quando atingimos a fronteira tripla da República do Congo (para leste), Camarões (para oeste) e da República Centro-Africana (para norte).

Correspondia a um banco de areia do Sangha que só o regresso das chuvas faria desaparecer.

Daí, para montante do rio, durante quase duas horas, damos apenas com lugarejos perdidos no nada.

Com nativos embarcados em pirogas ou surgidos nas margens e em ilhas do rio.

Moradores de um lugarejo numa ilha florestada do rio Sangha

Moradores de um lugarejo numa ilha florestada do rio Sangha

Durante largo tempo, o Sangha serve de fronteira entre a República Centro-Africana e os Camarões, em vez, de como antes, entre a Rep. do Congo e os Camarões.

Parece tornar-se ainda mais selvagem.

Macaco colubus salta de árvore em árvore

Macaco colobo salta de árvore em árvore

Sempre por essa orla fluvial serpenteante, passamos por Malongo, uma aldeola na margem da República Centro-Africana.

Com o afluente Kadei a abastecer o carecido Sangha, atingimos a aldeola ainda menor de Bomandjokou.

E, não tarda, a camaronesa, bem mais ampla, de Libongo.

Ali, centenas de mulheres lavam roupa numa galhofa animada, colorida por trajes e alguidares de todas as cores.

Lavadeiras nas imediações de Lidjombo, Rep. Centro-Africana

Lavadeiras nas imediações de Lidjombo, Rep. Centro-Africana

Muito mais desenvolvida que as anteriores, uma quase cidade, Libongo revela-nos ainda a sua principal fonte de receita, uma unidade processadora de madeira, instalada em 1968, e que, desde então, recebe boa parte das árvores cortadas em redor.

Não estava nos planos por ali nos determos.

Em vez, continuamos até à povoação em que tínhamos que validar a entrada, já bem arrastada, na República Centro-Africana.

A povoação de Lidjombo algo escondida por mangueiras frondosas

A povoação de Lidjombo algo escondida por mangueiras frondosas

Lidjombo e a Entrada na República Centro-Africana

Lidjombo pouco tardou. À chegada, o timoneiro da lancha calcula mal a aproximação à margem.

Quebra a proa de uma das pirogas alinhadas num canto da rampa de acesso ao casario.

Fá-lo sob o olhar incrédulo de um grupo de jovens, uns em tronco nu, outros, enfiados em camisolas de clubes de futebol e que conversavam à sombra de mangueiras.

De início, o incidente parece não gerar repercussões. Aos poucos, o passa-palavra atinge o cerne da aldeia. O dono aparece.

Pirogas carregadas na margem do rio Sangha de Lidjombo

Pirogas carregadas na margem do rio Sangha de Lidjombo

Reclama a compensação devida. O grupo de estrangeiros gera uma vaquinha providencial. Entrega-lhe uma soma em CFAs que resolve o problema.

Tudo isto se tinha passado abaixo do plano de nova bandeira.

Bandeira da República Centro-Africana, ondula acima do posto fronteiriço de Lidjombo

Bandeira da República Centro-Africana, ondula acima do posto fronteiriço de Lidjombo

Esta, a espaços, ondulante, a mais garrida que até então tínhamos apreciado: com faixas de azul, verde, branco, amarelo. E uma vermelha, vertical, que cruzava as restantes.

O posto fronteiriço de entrada na República Centro-Africana ficava ali, em Lidjombo. De acordo, Arold volta a desembarcar. Incumbido de registar a entrada nos passaportes.

Tagarelamos um pouco com nativos.

O Declínio Produtivo de Lidjombo

Explicam-nos que, entre 1920 e 1980, operavam, ali em redor, várias plantações de café e empresas madeireiras.

Entre elas, terá existido pelo menos uma de donos ou sócios portugueses, intrusos lusófonos numa área de acção colonial francesa.

Tentamos encontrar uma igreja antiga que por ali ficou, após o encerramento destes investimentos.

Duas gerações de pirogueiros do rio Sangha

Duas gerações de navegadores nativos do rio Sangha

Durante várias décadas, o café e a madeira asseguraram a subsistência das comunidades locais que a abundância de postos de trabalho fez aumentar de uma forma multiétnica.

Lá afluíram centenas de nativos, sobretudo das tribos Mpiemu (de origem Bantu), da Gbaya e da “pigmeia” Baaka.

Quando, na década de 80, os proprietários de origem europeia abandonaram as suas operações, Lidjombo regrediu. Sofreu com a falta dos rendimentos a que as gentes locais se tinham habituado.

Foi algo agravado pelo decréscimo de espécimes do peixe jombo que abundavam no rio Sangha no início do século XX, aquando da fundação de Lidjombo, com um baptismo derivado desse mesmo termo nativo.

Por muito que tivessem diminuído, os peixes disponíveis e a necessidade de deslocação no Sangha tinham justificado a questão inicial com a piroga.

Um drama solucionado em pouco tempo e que nem sequer chegou a atrasar os carimbos oficiais da República Centro-Africana.

Letreiro no posto fronteiriço de Lidjombo, Rep. Centro-Africana

Letreiro no posto fronteiriço de Lidjombo, Rep. Centro-Africana

Teríamos, assim, o privilégio de entrar num país – como tantos outros em África – com fama de caos político-militar, pouco propenso às incursões de forasteiros à descoberta.

Como em breve viríamos a confirmar, a República Centro-Africana que nos tocaria, pouco tinha que ver com as milícias Séléka, com a arqui-rival anti-Balaka.

Mãe e filhas a bordo de uma piroga, no rio Sangha

Mãe e filhas a bordo de uma piroga, no rio Sangha

Muito menos com as forças russas do grupo Wagner que, mais tarde, tomaram conta de boa parte do país.

Nova instrução de reembarque dada por Arold, impede que continuássemos a explorar Lidjombo.

Lanchas das Expedições Ducret em navegação no rio Sangha.

Lanchas das Expedições Ducret em navegação no rio Sangha.

Zarpamos uma vez mais para montante do Sangha.

Decorrido menos de 1km, saúda-nos um grupo de adolescentes que usavam uma língua de areia do rio como estação balnear.

Crianças numa ilha de areia do rio Sangha

Crianças numa ilha de areia do rio Sangha

Acenam-nos outras lavadeiras, agrupadas em grandes magotes, mais que conviviais, quase cerimoniais.

O calor e o cansaço de quase quatro horas na lancha começavam, todavia, a gerar ansiedade.

Para norte de Lidjombo, repetem-se os vislumbres de edifícios de madeira.

E os palpites de que cada qual seria o nosso destino.

Demorou o que demorou. Ainda percorremos toda a frente fluvial da maior povoação da zona, Bayanga, a porta de entrada principal de outro dos parques nacionais africanos incontornáveis, o Dzangha-Sangha. Haveríamos de os explorar.

Naquela altura, a prioridade estava em desembarcamos no abrigo privilegiado e iminente.

Chegamos ao Sangha Lodge já passava da uma da tarde. Lá nos esperavam Rod e Tamar, o duo dos seus fundadores.

Por Fim, a Visão Ansiada do Sangha Lodge

Donos da sua própria história africana, da África do Sul até àqueles confins em que andávamos, sempre deslumbrante.

Com os hóspedes refastelados em sofás e cadeiras, Rod abre as hostilidades, explana o mais que pode sobre o lodge e os seus procedimentos.

Geram-se focos de discussão sobre o que estava e não estava previsto fazermos a partir de lá.

Nesse impasse, os empregados do lodge compõem a mesa com um buffet que merecia tréguas imediatas. Instalamo-nos nas cabanas designadas.

Logo, partilhamos um almoço e convívio memorável.

O muito que seguiu, tal como o passado de Rod, de Tamar e do Sangha Lodge, vamos abordá-lo no próximo capítulo da Expedição Ducret.

Como Ir:

Reserve o seu programa preferido das Expedições Ducret, de 8 a 15 noites,  através do site expeditions-ducret.com, do telefone +33 1 84 80 72 21 e do email: [email protected]

Voe para Brazzaville com a Air France ou a Royal Air Maroc por a partir de 1600€.

PN Loango, Gabão

Numa Orla Edénica da África Equatorial

Quase 80% do território gabonês é composto por floresta tropical densa. O PN Loango fica na confluência exuberante dessa floresta com o litoral Atlântico. É feito de lagoas, de rios largos e escuros, de uma savana assente em areia repleta de bolsas de selva misteriosa. Percorrem-no elefantes, búfalos, gorilas, chimpanzés, sitatungas, javalis. Espécies sem fim de um domínio terrestre protegido e prodigioso.

Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
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Cidade
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Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
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Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

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Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

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Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Mini-snorkeling
Praias
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
auto flagelacao, paixao de cristo, filipinas
Religião
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Walter Peak, Queenstown, Nova Zelandia
Sociedade
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Vista aérea das quedas de água de Malolotja.
Vida Selvagem
Reserva Natural de Malolotja, eSwatini

Malolotja: o Rio, as quedas d’água e a Reserva Natural Grandiosa

Meros 32km a nordeste da capital Mbabane, sobre a fronteira com a África do Sul, ascendemos a terras altas, rugosas e vistosas de eSwatini. Por lá flui o rio Malolotja e se despenham as cascatas homónimas, as mais altas do Reino. Manadas de zebras e de antílopes percorrem os pastos e florestas em redor, numa das reservas com maior biodiversidade do sul de África.  
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.