Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul


O Centro Geodésico da América do Sul
Cachoeira Véu de Noiva
O Bus do Circuito das Grutas
Gruta Lagoa Azul
O Fundo do Véu
Cores do Casario
Igreja Nª Srª Igreja Santana Sacramento
Cachoeirinha
Caverna Kiogo Brado
Outra Cachoeira
Selva Encharcada
Duches Naturais
Onça Estatual
Igreja Nª Srª Santana do Sacramento
Gruta Aroe Jari
Perus da Fazenda Buriti
O Pocinho do Amor
Força Descomunal
O Centro Geodésico II
Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.

Em plena época seca e o calor a apertar, as chuvas tinham migrado para outras partes.

Diversas queimadas rurais alastravam à distância e os incêndios propagavam-se em áreas de que não deviam sequer aproximar-se.

Percorremos o trilho que conduz à cachoeira Véu de Noiva. Cruzamo-nos com bombeiros, uns, derreados, a regressarem da frente de chamas. Outros, enfiados no uniforme amarelo-algo-espacial em que combatem os soldados da paz brasileiros, a saudarem os colegas e a deles pedirem orientações para melhor lidarem com o inferno que os esperava.

Em boa parte do vasto Cerrado, os incêndios acontecem apenas e só porque sim. Ardem até Deus lhes por cobro, por exaustão ou uma chuva extemporânea.

Por estes lados que explorávamos, o Cerrado não podia ser deixado ao Deus-dará.

A cachoeira Véu de Noiva local é a vedeta paisagística de um domínio de tal maneira especial que as autoridades o decretaram parque nacional, com a responsabilidade de preservação que tal título acarreta.

Quando, após passarmos por vários bombeiros mais, chegamos por fim ao miradouro, deslumbramo-nos com a vista por diante.

Percebemos, de imediato, a reverência que conquistou.

A Visão Descomunal da Cachoeira Véu da Noiva

Do nada, o Cerrado surge encurralado num beco sem saída geológico, em forma de U aberto, feito de pedra rosada. Dali, o cenário torna-se tridimensional. Vemos o verdejante e frondoso no fundo do inesperado desfiladeiro.

Acima, entre o céu e o tecto rochoso, uma floresta mais rarefeita e ressequida que se estende até a névoa a engolir.

E a unir os dois níveis, uma torrente em queda de 86 metros, devido ao estio, com caudal reduzido, mas que o vento tornava ondulante.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, cachoeira Véu de Noiva

Elias Silva, o guia anfitrião, faz-nos notar como o fumo se dispersava e sufocava a imensidão em redor.

“Num tempo normal, até poderíamos ir explorar a Cidade da Pedra que está lá longe. Assim, vamos antes caminhar pelo trilho das cachoeiras.“

Dito e feito. Mas insatisfeitos. Por comparação com o salto de água inicial, as quedas d’água e cascatas que se seguiram revelaram-se amostras de banalidade.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, outra cachoeira

Aceleramos o passo. Deixamos o parque mais cedo que o previsto.

Rumo à cidade de Chapada de Guimarães que serve de polo urbano ao parque homónimo.

Ali, damos entrada numa pousada.

A Cidade de Chapada dos Guimarães, ex- Serra Acima

Voltamos a sair à descoberta da pequena povoação, que, tal como esperado, encontramos organizada em redor de uma praça frondosa e da igreja colonial azul e branca de Nª Srª de Santana do Sacramento, erguida, em 1726, agora, ladeada de um jacarandá frondoso.

Apreciamos o casario térreo multicolor, ocupado por lojinhas de artesanato e recordações, lanchonetes e estabelecimentos afins.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

E uma série de “orelhões” em forma dos animais emblemáticos do cerrado, a arara, a onça e outros.

Nos seus primórdios coloniais, o esboço desta povoação existiu conhecido por “Serra Acima”, um acampamento de indígenas Chiquitos, situado a 800m de altitude.

O Passado Mineiro da Serra Acima Aprimorada

Fundou-o o primeiro conde da Azambuja e 10º vice-rei do Brasil, António Rolim Tavares. E administrou-o o jesuíta Estevão de Castro, apenas até que a expulsão dos Jesuítas dos territórios portugueses ditada pelo Marquês de Pombal, o forçou a debandar.

Serra Acima evoluiu. Em 1769, recebeu o nome bem mais pomposo de Santa Anna da Chapada dos Guimarães Miramar, em parte, como homenagem à família portuguesa que mais a ela se dedicou.

O povoado cresceu. Enriqueceu a olhos vistos. Fruto do lucro gerado pela prospecção de ouro, primeiro, levada a cabo pelos bandeirantes, logo, por garimpeiros determinados.

Aumentaram ainda os seus proveitos, a produção agrícola e pecuária e os vinte engenhos de aguardente, entretanto estabelecidos.

Em conjunto, a febre do ouro, a abundância de aguardente e a opressão sobre escravos negros e indígenas geraram uma comunidade instável e problemática que, recém-dotados do templo cristão de Santana do Sacramento, os religiosos se esforçavam por domar.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Igreja Nª Srª Santana do Sacramento

A situação assim se mantinha quando, a partir de 1867, um surto de varíola parido pela Guerra do Paraguai, o intensificar dos ataques dos índios Coroados e, mais tarde, a Abolição da Escravatura, condenaram a Chapada dos Guimarães a um remanso.

A cidade recuperou. Chegou a ser o maior município à face da Terra, com um território de 270 mil km2, entretanto, retalhados entre vários municípios emergentes.

Chapada dos Guimarães, Cidade ainda com Muito de Portuguesa

Hoje, abriga quase vinte mil chapadenses. Até 2015, dois deles eram Vera Lúcia Ramalho (com pais leirienses) e Vinício Correia de Lima, filho de açorianos de Ponta Delgada.

Conheceram-se no Rio de Janeiro. Mais tarde, mudaram-se para a Chapada. Lá fundaram o actual “Estilo Bacalhau e Vinho”, restaurante em que só serviam pratos e especialidades à base do fiel amigo.

Em 2015, Vinício de Lima faleceu. De acordo, já só nos recebeu a sua viúva, contente por ter visitantes da “santa terrinha”, de tal maneira que nos mostra a cozinha e apresenta às empregadas que lá laboravam.

Deliciamo-nos com entradas de bolinhos de bacalhau. E com prato de bacalhau do mais tenro e suculento que alguma vez provámos.

Com o programa do dia seguinte a prever um despertar às sete, cumprida a despedida, regressámos directos à pousada.

O Grande Circuito das Águas

Amanhece enevoado. Não obstante, o guia incumbido de nos abrir caminho e a Elias, Felipe Desidério, pouco se deixa intimidar. Conhecedor da zona, liga os quatro piscas do carro e acelera chapada acima e abaixo.

Em menos de duas horas sinuosas, chegamos a uma tal de Fazenda Buriti, perdida numa zona em tempos de Cerrado denso que, aos poucos, os pastos da boiada, as plantações de soja, de algodão e outras arrasaram.

Ficou a excepção refrescante da mata ciliar, adjacente a cursos e corpos d’água, protegida por lei da ganância e da devastação rural.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, perus

À chegada à fazenda, entre perus, galinhas-de-Angola, araras, cães e gatos, os guias apresentam-nos e a Regiani – uma cliente de Felipe – a Dª Márcia e a Paulo, ambos de apelido Santos, e aos seus filhos de quatro e cinco anos.

Tagarelamos um pouco. A família caipira fica encarregue de preparar um almoço churrasco.

Nós, saímos para o Circuito Águas do Cerrado, em redor do seu sítio, ao longo dos cursos de água e da floresta tropical que os fazendeiros se viram obrigados a poupar. As cascatas pouco nos entusiasmam.

Recompensa-nos o banho tonificante num poço de rio cristalino, em forma de coração e, como tal, conhecido por Pocinho do Amor.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Pocinho do Amor

Regressamos, esfomeados, quando Márcia e Paulo aprimoravam o churrasco. Durante uma hora, deliciamo-nos com os seus petiscos.

E, em seguida, o Circuito das Cavernas

Em seguida, saímos para novo circuito, desta feita, delineado em função de várias cavernas hiperbólicas ou excêntricas da Chapada.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, autocarro do Circuito das Grutas

Um pequeno autocarro conduz-nos e a outros caminhantes ao início do trilho, arenoso e, a espaços, entregue a uma floresta prodigiosa.

A primeira gruta que encontramos denomina-se Aroe Jari.

Tornou-se a imagem de marca do circuito devido a uma faixa serpenteante de musgo humedecido que, devido à luz que penetra, dá a ideia de um rio superficial.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Gruta Aroe Jari

Por volta das 4h30 da tarde, os raios solares incidem na entrada da gruta seguinte. Fazem resplandecer o tom turquesa da sua água e justificam o baptismo de Lagoa Azul.

A derradeira caverna, Kiogo Brado, revela-se massiva.

Esconde o seu próprio trilho interno de 764 metros que, percorremos, munidos de frontais, deslumbrados com o grande corredor de saída, apertado entre paredões que a erosão legou com distintos estratos musgosos.

Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, caverna Kiogo Brado

Regressamos ao ponto de partida com o arrebol a colorir o céu do Cerrado e, já de noite, à base logística de Chapada dos Guimarães.

Nos seus tempos áureos, as terras férteis em redor da Chapada dos Guimarães abasteciam outras cidades do vale do Mato Grosso, sobretudo, Cuiabá.

Nas imediações da Chapada, há um miradouro instalado sobre o lugar equidistante exacto entre os oceanos Atlântico e Pacífico.

Cuiabá e o Centro Geodésico da América do Sul

Em Cuiabá, no entanto, situa-se um ponto com uma importância geográfica superior. Também por lá passamos.

Uma agulha ladrilhada no âmago da Praça Pascoal Moreira Cabral aponta ao firmamento.

Marca o centro geodésico da América do Sul, tal como o determinou, em 1909, o Marechal brasileiro Cândido Rondon.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, centro geodésico da América do Sul

Rondon tornou-se uma figura de tal forma conceituada no Brasil que Rondônia, o estado a noroeste de Mato Grosso e abaixo do imenso Amazonas, foi baptizado em sua honra.

Em tempos, a Praça Pascoal Moreira Cabral foi conhecida como Campo d’Ourique. Lá eram chicoteados os escravos e lá tinham lugar as cavalhadas e touradas.

Muito mais tarde, acolheu a Câmara Municipal de Cuiabá e a Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

Cuiabá, Mato Grosso, Brasil, Marco do Centro Geodésico

O obelisco que examinávamos, surge tanto na bandeira de Cuiabá como no emblema do Cuiabá Esporte Clube.

Apenas uns meses antes da criação deste texto, António Oliveira foi contratado para treinador desse mesmo time. À data, tornou-se o quinto treinador português na época de 2021-2022 a disputar o campeonato principal do Brasil.

Assumiu, assim, o seu próprio papel de destaque no Brasileirão e no tão ou mais escaldante cerne sul-americano.

Serra Dourada, Goiás, Brasil

Onde o Cerrado Ondula Dourado

Um dos tipos de savana da América do Sul, o Cerrado estende-se por mais de um quinto do território brasileiro que abastece de boa parte da água doce. Situado no âmago do Planalto Central e do estado de Goiás, o do Parque Estadual Serra Dourada resplandece a dobrar.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo exibe as presas, entre outros
Safari
PN Mana Pools, Zimbabwé

O Zambeze no Cimo do Zimbabwé

Passada a época das chuvas, o minguar do grande rio na fronteira com a Zâmbia lega uma série de lagoas que hidratam a fauna durante a seca. O Parque Nacional Mana Pools denomina uma região fluviolacustre vasta, exuberante e disputada por incontáveis espécimes selvagens.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Bom conselho Budista
Cerimónias e Festividades
Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Cidades
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Cultura
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Fuga de Seljalandsfoss
Em Viagem
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México
Étnico
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

muralha da fortaleza de Novgorod e da Catedral Ortodoxa de Santa Sofia, Rússia
História
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Praia de El Cofete do cimo de El Islote, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha
Ilhas
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A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
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Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
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A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
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Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Uma Cidade de Pedra. Preciosa.

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Nem Além, Nem Aquém da Lendária Taprobana

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Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
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Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
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Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
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Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
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Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
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No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
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Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
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A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.