Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água


Salto San Martín
Palmeiras impõem-se às cataratas de Iguaçu, com a ilha de San Martin em fundo.
Insignificância
Mulher espreita para uma das quedas mais poderosas das cataratas do Iguaçu.
Iguaçu a dentro II
Visitantes aglomeram-se no fim de uma passadeira, borrifados pela água libertada pelas quedas em redor.
Salto San Martin
Grupo de visitantes admira a queda massiva de San Martin, uma das mais imponentes do lado argentino do rio Iguaçu.
Navegação arrojada
Barco repleto de passageiros desafia uma queda na base na Isla San Martin.
Iguaçu a dentro
Visitantes aglomeram-se no fim de uma passadeira, ao lado de um arco-íris resplandecente.
Salto Naipi
Queda d'água imponente na extensão lateral da Garganta do Diabo.
Torrentes à parte
Queda secundária, em que a água e a vegetação dividem o penhasco.
Tucano
Um tucano, uma das aves que habita a selva em redor do rio Iguaçu.
Água grande
Grupo de pessoas admira a Garganta do Diabo a partir de uma plataforma do lado brasileiro das cataratas.
Iguaçu à Pinha
Uma multidão de visitantes partilha uma plataforma sobre o rio Iguaçu.
Rio Iguaçu
Vista aérea do rio Iguaçu e das cataratas do Iguaçu.
Águas brancas
Topo de um salto, em frente ao espaço Naipi.
Vista de Varandim
Mulher admira o cenário verdejante e escorrido do lado argentino das cataratas de Iguaçu.
Desafio
Barco com motores poderosos faz uma incursão temerária numa das quedas da ilha San Martin.
Sobre as águas
Visitantes percorrem um passadiço sobre as águas do rio Iguaçu.
Tropical
Palmeiras destacam-se sobre o caudal em queda do rio Iguaçu.
Fim de dia Tropical
Sol põe-se para lá da margem argentina do rio Iguaçu.
Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.

À chegada a Foz do Iguaçu, quase directa de Curitiba, ajuizámos mal a situação. Rotulamo-la de nova catástrofe meteorológico-fotográfica.

Estávamos no fim de Janeiro, o mês mais quente desta região do sul brasileiro e norte argentino, conhecida por temperaturas máximas que passam facilmente os 40º.

Em vez do sol “queima-coco” que era de esperar, a região encontrava-se, havia quatro dias, coberta por um manto de nuvens escuras e pesadas que despejavam bátegas contínuas, acompanhadas de ventos fortes e trovoadas ameaçadoras.

Até que algo mudasse, esses quatro dias chegaram a sete. Aproveitámos o tempo para desbravar Foz (como lhe chamam os locais) uma cidade mais fascinante que elegante.

Destino: ItaipuO Passado Enigmático e Electrizante de Foz de Iguaçu

Foz nunca parou de se desenvolver, nos 18 anos de construção da Hidroeléctrica Binacional de Itaipu (partilhada pelo Brasil e Paraguai) a maior barragem do mundo até à finalização da Barragem das Três Gargantas, na China.

De 35.000 habitantes, em 1973, por volta do ano 2001, já acolhia 256.000. Este crescimento pouco sustentado foi também incentivado pelo aproveitamento turístico das Cataratas de Iguaçu. E nem só de brasileiros se fez.

Depois da 2ª Guerra Mundial, Foz de Iguaçu chegou a acolher nazis foragidos. Foi a conjunção das comunidades italiana, alemã, libanesa, ucraniana, argentina e paraguaia, chinesa e japonesa, entre outras secundárias, que dela fizeram uma das cidades mais multiculturais do mundo.

Foi algo reforçado por se localizar na tripla-fronteira Argentino-Brasileira-Paraguaia. Esta é uma zona carregada de misticismo. De suposto magnetismo extraterrestre que continua a atrair cultos religiosos, seitas de todos os tipos e … OVNI’s.

Já para não falar de células Sul-Americanas da Al-Qaeda, pelo menos, a confiar nos alertas permanentes dos serviços secretos argentinos e de Israel.

Voo sobre o reservatório

O Debandar da Frente Fria e a Descoberta das Cataratas de Iguaçu a Transbordar

Como muitas das frentes frias que atingem o interior da América do Sul no Verão, também esta trouxe enxurradas sucessivas e trovoadas ameaçadoras.

Deixou o rio Iguaçu quase a transbordar. Acabou por se desvanecer contra o calor e a pressão alta das latitudes inferiores por onde andávamos.

Por fim, o sexto dia amanheceu com um céu polvilhado por novelos brancos. Deu-nos o mote por que aguardávamos para partirmos de Foz de Iguaçu rumo à “Grande Água”, assim se habituaram a chamar-lhe os indígenas Tupi-Guarani que há muito habitam a região tri-fonteiriça das cataratas.

Da entrada do Parque Nacional do Iguaçu, seguimos directos à sua área de Naipi. Cumprimos uma viagem rápida de elevador até ao cimo da torre de observação local e saímos ansiosos para o exterior.

Lá damos, pela primeira vez, com o caudal do Iguaçu em queda, colossal, brutal, muito mais poderoso do que alguma vez podíamos esperar, a troar de tal maneira que só ele se fazia ouvir.

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Queda d’água imponente na extensão lateral da queda da Garganta do Diabo.

A Odisseia de Álvar Nuñez, “El Cabeza de Vaca” na Travessia das Quedas do Iguaçu

Quando se confrontou com esta paisagem única, Álvar Núñez Cabeza de Vaca, o explorador obstinado de Jerez de La Fontera terá exclamado: “Santa Maria, que belleza!”. Partilhamos do seu entusiasmo.

Do topo daquele terraço supremo, apreciamos o leito inflacionado do Iguaçu a despenhar-se sobre enormes rochas cobertas por erva, perdidas na névoa densa provocada pelo impacto da água e, por comparação, insignificantes, os paredões verdejantes opostos em que se precipitavam inúmeras quedas secundárias.

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Queda secundária, em que a água e a vegetação dividem o penhasco.

Sabe-se que o fascínio do também conquistador foi efémero. Álvar Núñez liderava um pequeno exército que partira da ilha de Santa Catarina, ao largo da costa brasileira, em socorro da povoação hoje paraguaia de Nuestra Señora de Asunción, cercada por indígenas beligerantes.

Cabeza de Vaca depressa percebeu que teria que transpor o desfiladeiro traiçoeiro que acolhe o Iguaçu com toda a parafernália militar que transportava. E é mais que provável que as palavras iniciais de apreço tenham dado a lugar aos piores palavrões de que se lembrou.

As Cataratas de Iguaçu Modernizadas do Lado Brasileiro

A facilidade de exploração é hoje, a partir da margem brasileira do rio, absoluta, até algo exagerada.

De regresso ao solo, estruturas e plataformas complementares permitem-nos aproximações inesperadas à extremidade aberta da enorme Garganta do Diabo e à base dos penhascos verdejantes do lado argentino, com vista privilegiada para a vizinha Ilha San Martin.

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Visitantes aglomeram-se no fim de uma passadeira, ao lado de um arco-íris resplandecente.

São acessos sempre concorridos a verdadeiros duches naturais e que, em dias especialmente ventosos, garantem retornos encharcados.

Do espaço Naipi avançamos para a Trilha das Cataratas, um caminho sombrio que sobe ao longo da encosta luxuriante e desvenda retalhos do leito profundo, por entre a vegetação ou a partir de miradouros que lhe são conquistados.

O Sobrevoo Panorâmico do Grande Iguaçu

Uma vez esgotadas as hipóteses de exploração terrestre e fluvial das cataratas do lado brasileiro, sobrava-nos a variante aérea. Não tardamos a experimentá-la, a bordo de um helicóptero panorâmico.

O voo confirma-se curto mas intenso. Permite-nos desvendar imensidão da selva brasileira e argentina. Acompanha o serpentear do rio Iguaçu e o seu espraiar, na zona que envolve as quedas, identificáveis como a única superfície clara numa área verdejante interminável em redor.

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Vista aérea do rio Iguaçu e das cataratas do Iguaçu.

Na sequência, sobrevoarmos ainda as cataratas a baixa altitude, ao longo da falha geológica comprida e profunda que as origina. Dali, a água lamacenta passa de tons acastanhados, a um branco intenso de que ascendem enormes colunas de névoa. A jusante das cataratas, essa falha, até então algo indefinida, revela as dimensões e características impressionantes que justificam o nome Garganta do Diabo.

Na zona do Baixo Iguaçu, a Argentina dista apenas umas poucas dezenas de metros do Brasil. No que concerne deslocações convencionais, no exterior do parque, a passagem de um país para o outro, obriga a um percurso de 23km a partir de Foz do Iguaçu.

Este trajecto atravessa a Ponte Presidente Tancredo  Neves – pintada com as cores das bandeiras argentina e brasileira. Depois das complexas logísticas fronteiriças, entra na província de Misiones pela Ruta 12, por onde avança até ao km 5.

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Palmeiras impõem-se às cataratas de Iguaçu, com a ilha de San Martin em fundo.

As cataratas estão divididas desigualmente entre o Brasil e a Argentina.

Os argentinos detêm a maior parte do caudal do rio Iguaçu. Em contrapartida, o Parque Nacional do Iguaçu é maior que o argentino. Em ambos os lados da fronteira, a vida selvagem é riquíssima, incluindo a zona das cataratas onde os animais mais fáceis de avistar são os coatis.

Em bandos, os coatis invadem as áreas de apoio e edifícios em busca de comida que se habituaram a exigir aos turistas. Os restantes animais, principalmente mamíferos, são, por norma, furtivos. Como é suposto, num ambiente que como o de todas as selvas a sério, é denso e escuro.

O Parque Nacional Iguaçu esconde espécies perigosas como pumas e jaguares. Sempre que duvidar da sua presença, lembre-se que, em 1997, uma onça (assim lhe chamam os brasileiros) matou o filho de um guarda-parque brasileiro.

O Lado Argentino bem Mais Natural das Cataratas de Iguazu

Logo à entrada do Parque Nacional del Iguazú percebemos uma abordagem ecológica bem mais respeitadora que a brasileira. A estratégia (preferimos acreditar na intencionalidade) foi alterar o menos possível.

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Visitantes percorrem um passadiço sobre as águas do rio Iguaçu.

Damos com edifícios de recepção de madeira insignificantes. Deles em diante, percorremos uma longa “avenida” ladeada por erva alta de que se ramificam, para o meio da selva, os três principais percursos existentes: os Paseos Inferiores (1.5 km), os Paseos Superiores (1.2 km) e a Garganta – agora na sua versão hispânica – del Diabo.

Avançamos por uma combinação de trilhos minimais, aqui e ali reforçados por passarelas de ferro suspensas.

Os Paseos Inferiores prendam-nos com uma vista privilegiada para as quedas Duas Irmãs, Pequeña, Ramirez, Bossetti, Bernabé Méndez, Mbiguá e Adao y Eva, a partir das suas bases.

Já no circuito superior, passamos por detrás destas cataratas secundárias num ambiente severo de selva ainda mais cerrada sobrevoada por tucanos e que sugere a iminência dos grandes felinos sarapintados ou negros – conforme dite o seu melanismo – que patrulham estas paragens.

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Um tucano, uma das aves que habita a selva em redor do rio e das quedas do Iguaçu.

A Mais que Diabólica Queda da Garganta del Diablo

Deixamos para o fim a incursão ao limiar mortal da Garganta del Diablo.

Para lá chegar, apanhamos um pequeno comboio pitoresco até Puerto Canoas. Dali, percorremos a passarela com 2200m que atravessa parte considerável do leito do rio Iguaçu, no lado exterior de uma das extremidades da ferradura.

Percebemos como, graças à força centrífuga a que o caudal é submetido, esta secção vasta e marginal do leito escapa ao precipício mais amplo e alimenta as restantes quedas argentinas.

A caminhada faz-se acima da água, num cenário retirado de calma ilusória, enriquecido por pequenas ilhotas cobertas de vegetação que compartimentam ainda mais o rio.

Para diante, como se tudo o resto fosse um mero ritual de iniciação, a passarela desemboca numa nova plataforma de observação e o troar torna-se mais ensurdecedor que em qualquer outra zona das cataratas.

Alguns passos adicionais, confrontamo-nos com o vazio. Desvendamos então como o Iguaçu se despenha no abismo rei (cerca de 150 metros de altura e 700 de largura) com tal violência que o impacto provoca uma nuvem permanente com cerca de 30 m de altura.

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Grupo de pessoas admira a Garganta do Diabo a partir de uma plataforma do lado brasileiro das cataratas.

E deslumbramo-nos com os vaivéns de incontáveis andorinhões destemidos, em viagens de e para os seus ninhos escondidos nas profundezas das falésias.

Mais contidos na velocidade, alguns barcos sobem o desfiladeiro.  Também desaparecem temporariamente na bruma para mostrar a Garganta del Diablo aos passageiros da forma o mais arrojada possível, mesmo assim, bem aquém das empreitadas inconscientes levadas a cabo na primeira metade do século XX.

Nos primeiros tempos turísticos das cataratas de Iguaçu, à falta de passarelas e plataformas, era frequente os visitantes destemidos alugarem um barco a remos e um remador. Este, levava-os ao limite das quedas e, a remar como um louco contra a corrente, ali imobilizava a embarcação.

Enquanto isso, os passageiros divertiam-se a passar de um lado para o outro do barco, a tirar fotos, trocar impressões e tudo o que aquele momento de absoluta descontracção os inspirasse a fazer.

Mas qualquer abuso da sorte tem os seus limites e o inevitável acabou por acontecer. Em 1938, a força do caudal venceu o remador de serviço. O barco que manobrava despenhou-se com sete alemães a bordo. Ninguém sobreviveu.

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Barco repleto de passageiros desafia uma queda na base na Isla San Martin.

Estes desafios dementes à morte foram proibidos. Em vez barcos com motores poderosos desafiam o fundo de outros saltos secundários.

E a exclusividade do salto devolvida à grande água do Iguaçu.

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Sol põe-se para lá da margem argentina do rio Iguaçu.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Cascatas e Quedas de Água

Cascatas do Mundo: Impressionantes Rios Verticais

Dos quase 1000 metros de altura do salto dançante de Angel à potência fulminante de Iguaçu ou Victoria após chuvas torrenciais, abatem-se sobre a Terra cascatas de todos os tipos.
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Quedas d'água de Kalandula, Angola

Angola em Catadupa

Consideradas as segundas maiores de África, as quedas d’água de Kalandula banham de majestade natural a já de si grandiosa Angola. Desde os tempos coloniais em que foram baptizadas em honra de D. Pedro V, Duque de Bragança, muito rio Lucala e história por elas fluiu.
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Victoria Falls, Zimbabwe

O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
San Ignácio Mini, Argentina

As Missões Jesuíticas Impossíveis de San Ignácio Mini

No séc. XVIII, os jesuítas expandiam um domínio religioso no coração da América do Sul em que convertiam os indígenas guarani em missões jesuíticas. Mas as Coroas Ibéricas arruinaram a utopia tropical da Companhia de Jesus.
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

El Calafate, Argentina

Os Novos Gaúchos da Patagónia

Em redor de El Calafate, em vez dos habituais pastores a cavalo, cruzamo-nos com gaúchos criadores equestres e com outros que exibem para gáudio dos visitantes, a vida tradicional das pampas douradas.
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Salta e Jujuy, Argentina

Pelas Terras Altas da Argentina Profunda

Um périplo pelas províncias de Salta e Jujuy leva-nos a desvendar um país sem sinal de pampas. Sumidos na vastidão andina, estes confins do Noroeste da Argentina também se perderam no tempo.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Mendoza, Argentina

Viagem por Mendoza, a Grande Província Enóloga Argentina

Os missionários espanhóis perceberam, no século XVI, que a zona estava talhada para a produção do “sangue de Cristo”. Hoje, a província de Mendoza está no centro da maior região enóloga da América Latina.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
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Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
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Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
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Cidades
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
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Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Intersecção
Cultura
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
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Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Eternal Spring Shrine
Em Viagem

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Nas Profundezas de Taiwan

Em 1956, taiwaneses cépticos duvidavam que os 20km iniciais da Central Cross-Island Hwy fossem possíveis. O desfiladeiro de mármore que a desafiou é, hoje, o cenário natural mais notável da Formosa.

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Étnico
Malealea, Lesoto

A Vida no Reino Africano dos Céus

O Lesoto é o único estado independente situado na íntegra acima dos mil metros. Também é um dos países no fundo do ranking mundial de desenvolvimento humano. O seu povo altivo resiste à modernidade e a todas as adversidades no cimo da Terra grandioso mas inóspito que lhe calhou.
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Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Frente do Forte Christian, a principal estrutura de defesa de Charlotte Amalie.
História
Charlotte Amalie, Ilhas Virgens Americanas

De Porto Cervejeiro da Dinamarca a Capital das Caraíbas Americanas

Os dinamarqueses fundaram Charlotte Amalie, em 1666 e, pouco depois, já lá abundavam as salas de cerveja. A cidade prosperou até que sucessivas tragédias e a abolição da escravatura a condenaram à decadência. No início do séc. XX, os Estados Unidos adquiriram as Índias Ocidentais Dinamarquesas. Charlotte Amalie evoluiu para uma sempre atarefada escala de cruzeiros.
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Ilhas
Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
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Inverno Branco
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
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Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Península Banks, Akaroa, Canterbury, Nova Zelândia
Natureza
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
ilha de Alcatraz, Califórnia, Estados Unidos
Parques Naturais
Alcatraz, São Francisco, E.U.A.

De Volta ao Rochedo

Quarenta anos passados sobre o fim da sua pena, a ex-prisão de Alcatraz recebe mais visitas que nunca. Alguns minutos da sua reclusão explicam porque o imaginário do The Rock arrepiava os piores criminosos.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Património Mundial UNESCO
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Lançamento de rede, ilha de Ouvéa-Ilhas Lealdade, Nova Caledónia
Praias
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Religião
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Sociedade
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Vida Selvagem
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.