Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano


A Paróquia Sobranceira
Caminhada Solitária
Vaquero no cimo de uma das muitas rampas que ladeiam Real de Catorce.
Luzes de Real de 14
Transeuntes passam junto às letras identificativas de Real de Catorce
Estacionamento Inclinado
Jipe estacionado, por segurança, contra uma parede secular de Real de Catorce.
O Pueblo de Real de Catorce
O casario de Real de Catorce com a Parroquia de la Purísima Concepción em destaque.
Galeria dos Milagres
A ala milagreira da Parroquia da Puríisima Concepción.
Milagres Ilustrados
Milagres ilustrados por crentes e expostos na Parroquia da Purísima Concepcíon.
Sombras vaqueras
Visitantes no cimo duma ladeira de Real de Catorce.
Convívio Vaquero
Vaqueros em convívio na praça do coreto de Real de Catorce.
Abençoado Túnel
Capela que abençoa o longo túnel Ogarrio.
Vaqueros y Cavallos
Donos de cavalos conduzem-nos por ruelas de Real de Catorce.
No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.

No derradeiro trecho a partir da estrada 60, a carrinha paga o preço da antiguidade do destino.

A via mantém-se um verdadeiro calçadão, composto de pedras pouco ou nada alisadas que fazem o veículo e os passageiros trepidarem até mais não.

Com o tempo passado naquela rota, o condutor aprendeu a defender-se. Coloca as duas rodas da direita sobre a vala que escoa raras torrentes de água. Dessa maneira, poupa a van e poupa-nos a nós a metade do desgaste.

Ascendemos, aos ziguezagues, a sulcarmos a colónia de árvores de Josué (yucca brevifolia) que nos cercavam desde que aterrámos em São Luís, a capital Potosina.

Aproximamo-nos dos mais de 2700 m a que se situa Real de Catorce. Com uma meteorologia vinda de sul, a altitude valida o calor do fim da manhã. Em breve, mudaria de forma drástica.

Atingimos o zénite da via. Um portal de pedra, em arco, saúda os visitantes com um “Bienvenidos a Real de Catorce”. Por diante, continuamos a ver encostas pardas de arbustos espinhosos e de cactos.

Nem sinal de um povoado digno de tal nome.

Para lá do portal, já quase à sombra das montanhas, aumenta uma fila de carros que aguardam permissão para prosseguir. Percebemos, aí, a iminência do túnel de Ogarrio de que tanto tínhamos ouvido falar, a longa passagem subterrânea para o pueblo.

Esperamos pouco. O trânsito que vinha de lá para cá esgota-se num ápice. Com a bandeirola verde hasteada por uma jovem sinaleira, seguimos na cauda da caravana que se interna.

Percorremos 2km escavados na rocha, sempre com as marcas das picaretas e das explosões de dinamite amareladas pela iluminação artificial. Até que regressamos à luz fulminante, malgrado a secura dos cenários, tropical.

Afinal, tínhamos cruzado a linha imaginária do Trópico de Câncer, meros oitenta e poucos quilómetros para sul.

A Febre de Pueblo Mágico de Real de Catorce

Ao início da tarde de um Domingo, damos com uma multidão de forasteiros que se cruzavam, para cá e para lá, na Calle Lanzagorta, na grelha de ruas paralelas, becos e ruelas que desse eixo central ramificavam.

Inúmeras bancas e montras de lojas exteriores exibiam e impingiam petiscos mexicanos de todos os tipos e mais algum, artesanias e até remédios naturalistas para uma miríade de maleitas.

A esforço, passamos pela Parróquia de la Purísima Concepción, para a Plaza Hidalgo, com o seu já expectável coreto, o coração urbano da povoação. Dali, ainda, a estranharmos o inesperado ajuntamento, em busca do hotel em que nos íamos hospedar, ganhamos coragem e enfrentamos uma das ladeiras mal empedradas que despontam da praça para ocidente.

Tenemos tamales, señores! Micheladas, cheladas, tejuinos, atoles” seduziam-nos com especialidades reverenciadas do México, os vendedores atentos ao suor e à saturação que já deixávamos transparecer.

Evitamos ceder. Em vez, baixamos as cabeças, voltamos a enfrentar a turba. Rebocamos as malas na senda dos aposentos reservados. Sob o olhar jocoso dos muitos cavaleiros locais.

Os que conduzem grupos de aspirantes ao cimo das velhas minas e de volta. E os que aguardam clientes, em conversa animada, na orla da Plaza Hidalgo.

Hoje, a confusão que se apodera de Real de Catorce dura o que duram os fins-de-semana e as férias mexicanas.

Com cada regresso dos dias laborais, a povoação fica entregue aos seus mil e quatrocentos moradores, quase todos sustentados pelos pesos deixados pelas incursões efémeras dos forasteiros.

A Origem Argentina, algo Caótica de Real de Catorce

Já na sua génese mineira, o pueblo era, todo ele, uma turba caótica e gananciosa que resistia a qualquer esboço de ordenamento.

Desde, pelo menos o início do século XVIII que existia, na região um lugarejo. A determinada altura da história colonial, catorze soldados da Coroa Espanhola foram, por ali, emboscados e abatidos por guerreiros Chichimecas, uma etnia indígena que os espanhóis há muito procuravam submeter.

Avançamos até 1773. Dois mineiros, crê-se que Sebastián Coronado e Manuel Martinéz, descobrem prata nas encostas da actual Sierra de Catorce. Provar-se-iam veios vastos, tão amplos como os achados nas zonas vizinhas de Zacatecas e de Guanajuato.

Tal como tinha acontecido noutras paragens do México, afluem ao local milhares de prospectores, mineiros e, tão só, aventureiros, ávidos por fazerem fortuna.

Durante vários anos, os recém-chegados instalaram-se e acumularam-se. Subsistiram em função da ganância da prata, naquele que se transformava, a olhos vistos, num domínio sem lei nem rei, do Altiplano mexicano.

Assim foi, até que, o governo colonial nomeou Silvestre López Portillo, comissário encarregue de avaliar o potencial mineiro da Sierra de Catorce e, anos mais tarde, também da fundação de Real de Minas de la Purísima Concepción de los Catorce.

A Autoridade Estadista e Ordenamento Colonial de  López Portillo

Foi López Portillo quem delineou a esquadria actual da povoação, quem distribuiu os títulos de propriedade entre os muitos pretendentes.

E quem, do seu próprio bolso, por algum tempo, pagou sucessivos trabalhos de urbanização, até que, por fim, a mineração passou a garantir lucros que cobriam fosse qual fosse a despesa.

Sabe-se, aliás, que, em 1784 e anos seguintes, a produção anual de prata de Real de Catorce era de 8.6 toneladas, uma das mais abundantes do Novo Mundo hispânico.

Com a supervisão das autoridades centrais do Virreinato, López Portillo transformou o acampamento desordeiro no povoado criterioso que continuámos a desvendar.

A Paz Esfriada que Chega a Real de Catorce, com o Fim do Fim de Semana

Aos poucos, até ao final do Domingo, quase todos os findesemaneros debandam. Os donos dos negócios desfazem as bancas e montras. Real de Catorce entra num modo de repouso, mais fiel a como, antes do advento do turismo, a História a tinha deixado.

A aurora vem acompanhada de uma frente fria das que, durante o Inverno, descem do Árctico, cruzam os Estados Unidos e, com frequência, cobrem de neve e enregelam o norte do México.

O facto de o sol ter deixado de sorrir a Real de Catorce, pouco ou nada nos desmotiva. Em vez, dedicamo-nos a explorar alguns dos seus interiores intrigantes.

A começar pelo amplo e sumptuoso da Parróquia de la Purísima Concepción, com a sua nave colorida-dourada, assente em soalho de madeira corrida.

O monumento católico esconde um passado atribulado. O do colapso da sua cúpula, de 1800, que vitimou uma crente, o do incêndio de 1817 e o da proibição de culto, durante a Revolução Mexicana de 1910.

São Francisco de Assis e a Arte do seu Culto Milagreiro

Oculta ainda uma espécie de exposição popular, sempre em crescendo, numa ala lateral dedicada aos alegados feitos de São Francisco de Assis.

Por estranho que pareça, apesar do condomínio com Jesus Cristo e com a Nª Srª Virgem de Guadalupe, Panchito ou Charrito, assim o tratam os fiéis, é, há muito, a figura religiosa mais venerada de Real de Catorce e redondezas.

Entramos no tal espaço milagreiro da igreja.

Lá encontramos exibidas, centenas de pinturas realizadas pelos crentes, a maior parte com visual infantil ou kitsch, ilustrações do mesmo número de intervenções consideradas divinas em que Deus, através do Santo, intercedeu e salvou as vidas de fiéis mexicanos de todas as idades.

Lá apreciamos pinturas que retratam desde tragédia da criança que, durante uma pausa numa viagem de carro se perdeu na floresta tropical e foi encontrada dias depois, com vida, ao trabalhador da PEMEX (Petróleos Mexicanos) poupado num acidente em que, não fosse a Divindade, teria perecido.

Na base de um dos enormes painéis, à altura terrena, acessível aos crentes, reparamos numa outra sub-exposição, em que se alinham dezenas de estatuetas de São Francisco de Assis, de Cristo, da Virgem de Guadalupe e de outras santidades operadoras de milagres.

Sobre a hora de encerramento, as funcionárias ao balcão da loja da igreja fazem-nos sair pela porta central da nave.

Quando o fazemos, deixamos a dimensão espiritual, de regresso à materialista na génese de Real de Catorce, aquela que, devemos relembrá-lo, financiou a magnânima parróquia.

De Real da Nueva España ao Pueblo Mágico Mexicano

Oposta à fachada principal da igreja, virada para o alto em que as minas se expandiram, encontramos a Casa da Moeda do Pueblo.

Foi erguida, em 1863, com o fim de, à beira de tanta prata, oficializar a produção de moedas e medalhas que já ocorria desde o início do século e que se intensificou com o estalar da Guerra da Independência (1810-21), conflito em que os insurgentes precisaram de financiar o combate da todo-poderosa Coroa Espanhola.

Real de Catorze passou de espanhola a mexicana em Agosto de 1821. Com o século XIX a chegar ao seu término, a povoação abrigava em volta de quinze mil habitantes, dez vezes mais que os actuais.

Tinha-se dotado de uma praça de touros própria e várias das suas lojas vendiam bens de luxo importados da Europa.

Uns anos depois, a prata traiu-a.

Veremos como, na 2ª parte deste artigo dedicado a Real de Catorce.

ONDE FICAR EM REAL DE CATORCE

hotelruinasdelreal.com

hotelpalaciodelgambusino.com

Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Visitantes nos Jameos del Água
Arquitectura & Design
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Cerimónias e Festividades
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Estátuas de elefantes à beira do rio Li, Elephant Trunk Hill, Guilin, China
Cidades
Guilin, China

O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Jingkieng Wahsurah, ponte de raízes da aldeia de Nongblai, Meghalaya, Índia
Cultura
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Em Viagem
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Centro Cultural Jean Marie Tjibaou, Nova Caledonia, Grande Calhau, Pacifico do Sul
Étnico
Grande Terre, Nova Caledónia

O Grande Calhau do Pacífico do Sul

James Cook baptizou assim a longínqua Nova Caledónia porque o fez lembrar a Escócia do seu pai, já os colonos franceses foram menos românticos. Prendados com uma das maiores reservas de níquel do mundo, chamaram Le Caillou à ilha-mãe do arquipélago. Nem a sua mineração obsta a que seja um dos mais deslumbrantes retalhos de Terra da Oceânia.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Eswatini, Ezulwini Valley, Mantenga Cultural Village
História
Vale de Ezulwini, eSwatini

Em Redor do Vale Real e Celestial de Eswatini

Estendido por quase 30km, o vale de Ezulwini é o coração e a alma da velha Suazilândia. Lá se situa Lobamba, a capital tradicional e assento da monarquia, a pouca distância da capital de facto, Mbabane. Verdejante e panorâmico, profundamente histórico e cultural, o vale mantém-se ainda o cerne turístico do reino de eSwatini.
Graciosa, Açores, Monte da Ajuda
Ilhas
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Natureza
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Parques Naturais
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Um dos prédios mais altos de Valletta, Malta
Património Mundial UNESCO
Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos

Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Apanhador de cocos, em Unawatuna, Sri Lanka
Praias
Unawatuna a Tongalle, Sri Lanka

Pelo Fundo Tropical do Velho Ceilão

Deixamos a fortaleza de Galle para trás. De Unawatuna a Tangale, o sul do Sri Lanka faz-se de praias com areia dourada e de coqueirais atraídos pela frescura do Índico. Em tempos, palco de conflito entre potências locais e coloniais, este litoral é há muito partilhado por mochileiros dos quatro cantos do Mundo.
Djerba, Ilha, Tunísia, Amazigh e os seus camelos
Religião
Djerba, Tunísia

A Ilha Tunisina da Convivência

Há muito que a maior ilha do Norte de África acolhe gentes que não lhe resistiram. Ao longo dos tempos, Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, Árabes chamaram-lhe casa. Hoje, comunidades muçulmanas, cristãs e judaicas prolongam uma partilha incomum de Djerba com os seus nativos Berberes.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Bufalos, ilha do Marajo, Brasil, búfalos da polícia de Soure
Sociedade
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Vida Selvagem
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.