Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia


Ensaios para o Carnaval
Tocadores de tambor e outros participam num ensaios de Carnaval.
Igreja do Nazareno
Uma das várias igrejas de Nova Sintra.
Gerações
Mãe e filho de Nova Brava.
Máscaras Tropicais
Participantes do ensaio de Carnaval de Nova Brava, com máscaras feitas de cocos.
Entre Papaeiras
Morador caminha por uma estrada verdejante da cidade.
Eugénio Tavares
Estátua dourada da personalidade mais famosa de Nova Sintra.
Jovem Bravense
Bravense faz de modelo com uma moldura de porta a condizer.
Pelas Ruas de Nova Sintra
Mota passa por uma casa colonial que até poderia ser de Sintra.
Nova Sintra, Fogo ao Fundo
O casario branco de Nova Sintra.
Calçadão de Nova Sintra
Moradores percorrem uma calçada dos arredores de Nova Sintra.
Rua de Nova Sintra
Uma passadeira sobre o empedrado de Nova Sintra.
A Praça Eugénio Tavares
O coração urbano de Nova Sintra.
Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.

Sintra. A Nova.

A da ilha mais húmida e verdejante de Cabo Verde que, por estes mesmos atributos, viu o nome original de São João ser mudado para Brava. A ilha da vila, sua maior povoação que, em 2010, se viu promovida a cidade.

Como a Brava em geral, Nova Sintra provou-se, aos seus colonos portugueses, uma espécie de polo magnético da névoa, de tempos a tempos, também da bruma seca que lhe chega do leste, dos domínios ressequidos e fumarentos do Fogo.

A névoa sempre fez parte de ambas. A tal ponto que um escrito de 1988, denominado “Brava, tradicionais festas de Nho Sandjon e do Município.” afirmar que “a origem do povoamento da ilha se perde na névoa do passado. Por isso, cada qual o imagina um tanto ao jeito das suas simpatias”.

Em vez de o imaginarmos, pouco depois de desembarcarmos do ferry provindo de São Filipe, Djar Fogo, dedicamo-nos a cirandar entre os mil oitocentos e poucos moradores da cidade, o mais intrometidos possível nas suas vidas contemporâneas.

O Verde-Húmido que Granjeou à Principal Povoação o Título de Nova Sintra

A meio do século XIX, a Brava  – ainda chamada de ilha de São João – era já, de longe, a ilha mais cultivada de Cabo Verde – contraste absoluto das áridas São Vicente e Sal  repleta de milho, feijão, batata-doce, banana, abóbora, mandioca e até de vinha que dava para “150 pipas de mau vinho.”

Trabalhavam a terra povoadores vindos da metrópole e, a determinada altura, escravos levados para a Brava, eventualmente da Ribeira Grande de Santiago, incumbidos de os servir.

O seu cenário de minifúndios semi-tropicais, das papaeiras e dragoeiros que despontavam das plantações e povoações, feitas de casas caiadas com molduras de cor, tudo irrigado pela névoa alísia residente que até no pino do Verão mantém a temperatura máxima abaixo dos 25º, granjeou-lhe o epíteto de “Cintra de Cabo Verde”.

Contado mais algum tempo, este título oficioso deu azo ao nome oficial da, não tarda, vila solitária da ilha: Nova Sintra.

A vila saloia portuguesa, insinuar-se-ia, sob as duas grafias, onde quer que fôssemos, até em forma de mistério engarrafado.

Buscávamos uma mercearia que nos abastecesse de uns poucos mantimentos de reserva.

Mulata a Brava e a Cerveja que Pensávamos Extinta

Ao passarmos os olhos pelas prateleiras, damos com os rótulos familiares de uma das bebidas que, enquanto durou, mais apreciámos: a Cintra “Mulata”, uma cerveja bronzeada e cremosa, de sabor bem balanceado entre o doce e o amargo, lançada, em 2002, pela empresa do ex-Presidente do Sporting Clube de Portugal José de Souza Cintra e que terá durado, em Portugal, apenas até à falência de 2006.

Não víamos nem provávamos a adorada “Mulata” desde que sumiu do mercado. Pensávamos, aliás, que se tinha extinguido. E, no entanto, ali estava ela, diante de nós, uma Fénix de maltes cuidadosamente seleccionados renascida das cinzas.

Perguntamos ao dono como se explicava que ainda tinha à venda todas aquelas garrafas. “Opá… eu não estou a par do que aconteceu por lá, mas estas nem sequer são muito antigas. Vieram cá fornecê-las faz um mês, ou coisa assim.”

À falta de melhor esclarecimento, concluímos que algum acordo pós-falência teria viabilizado a produção e exportação das cervejas Cintra para Cabo Verde, estimávamos que também para o Brasil, eventualmente outras paragens.

Por via das dúvidas, compramos algumas garrafas, decididos a matar saudades.

Nos bares e esplanadas da Praça Eugénio Tavares, a praça central de Nova Sintra, as “Strella” – mais a branca que a preta ou crioula – continuavam a dominar as preferências, desafiadas pela inevitável concorrente Super Bock.

Constatámo-lo quando procurávamos uma cachupa que nos restabelecesse energias.

Em Busca de Cachupa na Praça Eugénio Tavares

Numa demanda esfomeada pelos quatro ou cinco restaurantes e bares em volta do coreto bicudo, o âmago da povoação, sobre a calçada portuguesa que o reveste num padrão ondulante, não fossem os bravenses esquecerem-se do Atlântico que os encerra e embala.

Por fim, damos com um estabelecimento pronto a servir-nos o pitéu cabo-verdiano, mesmo que na sua versão pobre, não a rica, repleta de vegetais que preferíamos.

Saboreamo-la e a Strellas Crioulas, substitutas condignas da enigmática Cintra Mulata, com os olhos postos na TV e no canal Afromusic, em que, ao som da nova música cabo-verdiana e de outras partes de África, sucessivas mulatas, morenas e mais escuras voluptuosas exibiam e abanavam os rabos, entregues aos kuduros e twerks que estimulam as gerações mais jovens do continente.

Regressamos à praça que homenageia a figura histórica proeminente da cidade, Nho Eugénio, o seu grande político, jornalista, poeta, dramaturgo, músico, compositor de mornas e da alma cabo-verdiana, entre outros ofícios.

Eugénio Tavares o Filho Mulato e Pródigo da Brava

Também Eugénio Tavares era mulato, filho de um pai escalabitano e de uma mãe foguense.

Além do baptismo da praça, Nova Sintra louva-o com uma estátua de bronze em que, Eugénio, sentado, de cabelo que nos parece brilhantinado e longo bigode undante, segura uma das obras que o tornou conceituado.

Suamos a bom suar sobre a Praça Eugénio Tavares. Não devido aos movimentos lascivos na TV. Mais por causa do picante em excesso com que condimentámos a cachupa.

Junto ao coreto, uma inesperada nora quebrava o ímpeto das ondas calçadas. Devolvia-nos e quem por ali passasse à abundância de água doce da ilha e à sua badalada fertilidade.

O Dia 14 de Fevereiro Inusitado, da Brava

Em pleno Dia dos Namorados, Don Juans adolescentes e oportunistas aproveitavam a dos canteiros do jardim.

Disputavam as flores frescas que restavam, com que planeavam encantar as suas donzelas.

Na escadaria do Bar Morabeza, um deles, desembaraçado a dobrar, via-se já prendado com beijos de batom cor-de-rosa.

Se os namoricos são universais, sabíamos bem que o abano do kuduro provinha de Angola e o do twerk, tinha ganho embalo nos Estados Unidos, sobretudo nos canais de maior alcance mundial como a MTV e, claro está, o fulminante Trace.

As inúmeras adulações e tentativas de emulação dos videoclipes norte-americanos que constatávamos no Afromusic, tinham, todavia, uma razão adicional.

Desde os finais do século XVIII, quando uma seca devastadora afligiu a Brava, que o principal destino da enorme diáspora de Cabo Verde (vivem mais cabo-verdianos no estrangeiro que no seu país) têm sido os Estados Unidos.

Ora, se os cabo-verdianos há muito sustentam Cabo Verde com suas frequentes e generosas remessas, também remetem para o arquipélago as influências e modas culturais contagiosas dos E.U.A.

Os Ensaios para o Carnaval Iminente

Caminhamos Rua da Cultura acima. Sem que os esperássemos, ribombam tambores.

De qualquer Dia dos Namorados, vislumbra-se quase sempre o eminente Carnaval, ansiado em Nova Sintra como a festa da brava que é suposto ser.

De acordo, tinham lugar ensaios de uma parada animada por músicos e figurantes com meias cascas de coco ilustradas a fazer de máscara.

Decidimos acompanhar o esboço de desfile.

Quando o fazemos, perguntamos a dois tocadores de tambor em descanso se os podíamos fotografar.

A um deles, mais vaidoso, enchem-se os olhos de brilho. Ajustam-se os dois a uma porta azulada que concordamos que serviria de fundo.

Compõem poses das estrelas que os fotógrafos forasteiros tinham escolhido. Sobre a porta, acima das suas cabeças inchadas de orgulho, reparamos numa matrícula ianque que algum emigrante ali mantinha afixada.

Era de New Hampshire, do ano de 1998. Fechava-a, em jeito de rodapé rodoviário, o mote “Live Free or Die”.

A Fé nas Igrejas dos Bravenses

Em Nova Sintra, a livre profusão de igrejas e fés tem o seu quê de milagrosa.

A Brava é a menor das ilhas habitadas de Cabo Verde. Conta com meros 67km2  a que quase poderíamos chamar “redondos” de tão perfeita que é a circunferência em que a moldou o vulcanismo destas partes do Atlântico.

A capital ocupa apenas uns poucos e abriga menos de dois mil habitantes. Mesmo assim, disputam a sua crença a igreja de São Baptista, católica, a anciã, erguida em 1880.

A Igreja do Nazareno, Protestante. Uma Nova Apostólica. Uma outra Adventista. Uma Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

E, por fim, um Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.

Este refúgio na fé dos bravenses já vem de há muito.

De tempos a tempos, a ilha do Fogo vizinha e o seu vulcão monstro homónimo assustam e apoquentam a Brava e, em especial a mais próxima Nova Sintra.

Brava: uma Ilha há muito à Mercê dos Vulcões

Quando não é o Fogo é a própria actividade vulcânica da Brava que faz das suas.

Ficou para a história o susto de 1840, quando o Monte da Cruz do Frade entrou em erupção, com estrondos que ensurdeciam os ilhéus, saídos de uma fornalha que, mesmo amostra da gigantesca no cume do Fogo, todos receavam que pudesse explodir sem aviso.

Seja lenda ou realidade, só a ascensão destemida, ao cimo, de um padre de cruz em riste assegurou o exorcismo do demónio que se havia apoderado do vulcão e a tranquilização da população aflita.

Pelo menos, por algum tempo.

Nem a Brava nem, muito menos, Nova Sintra alguma vez estarão realmente a salvo.

Os cientistas chegaram à conclusão de a ilha Brava é um enorme vulcão.

E que o Fundo Grande em que se instalou a capital, uma espécie de caldeira com cerca de 600 metros de diâmetro, é a sua cratera semi-soterrada.

Daí, gerou-se e popularizou-se a teoria apocalíptica de que a Brava tem a forma de um cálice com uma haste delgada que se poderá quebrar em qualquer altura e causar o afundamento súbito da ilha no Atlântico.

Na Brava e em Nova Sintra, qualquer indício mais brusco de actividade vulcânica faz os bravenses recuar à inquietude sofrida pelos seus antepassados e rogarem, em sussurro, pela clemência de Deus, numa qualquer das suas casas.

Todos sabem que quando o Pai olha pelos bravenses, os mantém aconchegados sob a névoa divinal da ilha.

Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
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Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
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Naghol de Pentecostes: Bungee Jumping para Homens a Sério

Em 1995, o povo de Pentecostes ameaçou processar as empresas de desportos radicais por lhes terem roubado o ritual Naghol. Em termos de audácia, a imitação elástica fica muito aquém do original.
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Cidades
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Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
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Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
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2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
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Cruzeiro num Cargueiro

Após longa pedinchice de mochileiros, a companhia chilena NAVIMAG decidiu admiti-los a bordo. Desde então, muitos viajantes exploraram os canais da Patagónia, lado a lado com contentores e gado.
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O Urbanismo Tribal de Fiji

Fiji adaptou-se à invasão dos viajantes com hotéis e resorts ocidentalizados. Mas, nas terras altas de Viti Levu, Navala conserva as suas palhotas criteriosamente alinhadas.
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Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

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Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde, casario equilibrista
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Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

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Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Glaciar Mendenhall, Alasca, Juneau
Natureza
Glaciar Mendenhall, Juneau, Alasca

O Glaciar por detrás de Juneau

Os nativos Tlingit denominavam assim este que é um dos mais de 140 glaciares do campo de gelo de Juneau. Mais conhecido por Mendenhall, nos últimos três séculos, o aquecimento global fez a sua distância para a capital diminuta do Alasca aumentar mais de quatro quilómetros.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Parques Naturais
Glaciares

Planeta Azul-Gelado

Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Património Mundial UNESCO
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Cahuita, Costa Rica, Caribe, praia
Praias
Cahuita, Costa Rica

Um Regresso Adulto a Cahuita

Durante um périplo mochileiro pela Costa Rica, de 2003, deliciamo-nos com o aconchego caribenho de Cahuita. Em 2021, decorridos 18 anos, voltamos. Além de uma esperada, mas comedida modernização e hispanização do pueblo, pouco mais tinha mudado.
Templo Kongobuji
Religião
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A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Magome a Tsumago, Nakasendo, Caminho Japão medieval
Sociedade
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
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A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.