Nova Sintra, Brava, Cabo Verde

Uma Sintra Crioula, em Vez de Saloia


Ensaios para o Carnaval
Tocadores de tambor e outros participam num ensaios de Carnaval.
Igreja do Nazareno
Uma das várias igrejas de Nova Sintra.
Gerações
Mãe e filho de Nova Brava.
Máscaras Tropicais
Participantes do ensaio de Carnaval de Nova Brava, com máscaras feitas de cocos.
Entre Papaeiras
Morador caminha por uma estrada verdejante da cidade.
Eugénio Tavares
Estátua dourada da personalidade mais famosa de Nova Sintra.
Jovem Bravense
Bravense faz de modelo com uma moldura de porta a condizer.
Pelas Ruas de Nova Sintra
Mota passa por uma casa colonial que até poderia ser de Sintra.
Nova Sintra, Fogo ao Fundo
O casario branco de Nova Sintra.
Calçadão de Nova Sintra
Moradores percorrem uma calçada dos arredores de Nova Sintra.
Rua de Nova Sintra
Uma passadeira sobre o empedrado de Nova Sintra.
A Praça Eugénio Tavares
O coração urbano de Nova Sintra.
Quando os colonos portugueses descobriram a ilha de Brava, repararam no seu clima, muito mais húmido que a maior parte de Cabo Verde. Determinados em manterem ligações com a distante metrópole, chamaram a principal povoação de Nova Sintra.

Sintra. A Nova.

A da ilha mais húmida e verdejante de Cabo Verde que, por estes mesmos atributos, viu o nome original de São João ser mudado para Brava. A ilha da vila, sua maior povoação que, em 2010, se viu promovida a cidade.

Como a Brava em geral, Nova Sintra provou-se, aos seus colonos portugueses, uma espécie de polo magnético da névoa, de tempos a tempos, também da bruma seca que lhe chega do leste, dos domínios ressequidos e fumarentos do Fogo.

A névoa sempre fez parte de ambas. A tal ponto que um escrito de 1988, denominado “Brava, tradicionais festas de Nho Sandjon e do Município.” afirmar que “a origem do povoamento da ilha se perde na névoa do passado. Por isso, cada qual o imagina um tanto ao jeito das suas simpatias”.

Em vez de o imaginarmos, pouco depois de desembarcarmos do ferry provindo de São Filipe, Djar Fogo, dedicamo-nos a cirandar entre os mil oitocentos e poucos moradores da cidade, o mais intrometidos possível nas suas vidas contemporâneas.

O Verde-Húmido que Granjeou à Principal Povoação o Título de Nova Sintra

A meio do século XIX, a Brava  – ainda chamada de ilha de São João – era já, de longe, a ilha mais cultivada de Cabo Verde – contraste absoluto das áridas São Vicente e Sal  repleta de milho, feijão, batata-doce, banana, abóbora, mandioca e até de vinha que dava para “150 pipas de mau vinho.”

Trabalhavam a terra povoadores vindos da metrópole e, a determinada altura, escravos levados para a Brava, eventualmente da Ribeira Grande de Santiago, incumbidos de os servir.

O seu cenário de minifúndios semi-tropicais, das papaeiras e dragoeiros que despontavam das plantações e povoações, feitas de casas caiadas com molduras de cor, tudo irrigado pela névoa alísia residente que até no pino do Verão mantém a temperatura máxima abaixo dos 25º, granjeou-lhe o epíteto de “Cintra de Cabo Verde”.

Contado mais algum tempo, este título oficioso deu azo ao nome oficial da, não tarda, vila solitária da ilha: Nova Sintra.

A vila saloia portuguesa, insinuar-se-ia, sob as duas grafias, onde quer que fôssemos, até em forma de mistério engarrafado.

Buscávamos uma mercearia que nos abastecesse de uns poucos mantimentos de reserva.

Mulata a Brava e a Cerveja que Pensávamos Extinta

Ao passarmos os olhos pelas prateleiras, damos com os rótulos familiares de uma das bebidas que, enquanto durou, mais apreciámos: a Cintra “Mulata”, uma cerveja bronzeada e cremosa, de sabor bem balanceado entre o doce e o amargo, lançada, em 2002, pela empresa do ex-Presidente do Sporting Clube de Portugal José de Souza Cintra e que terá durado, em Portugal, apenas até à falência de 2006.

Não víamos nem provávamos a adorada “Mulata” desde que sumiu do mercado. Pensávamos, aliás, que se tinha extinguido. E, no entanto, ali estava ela, diante de nós, uma Fénix de maltes cuidadosamente seleccionados renascida das cinzas.

Perguntamos ao dono como se explicava que ainda tinha à venda todas aquelas garrafas. “Opá… eu não estou a par do que aconteceu por lá, mas estas nem sequer são muito antigas. Vieram cá fornecê-las faz um mês, ou coisa assim.”

À falta de melhor esclarecimento, concluímos que algum acordo pós-falência teria viabilizado a produção e exportação das cervejas Cintra para Cabo Verde, estimávamos que também para o Brasil, eventualmente outras paragens.

Por via das dúvidas, compramos algumas garrafas, decididos a matar saudades.

Nos bares e esplanadas da Praça Eugénio Tavares, a praça central de Nova Sintra, as “Strella” – mais a branca que a preta ou crioula – continuavam a dominar as preferências, desafiadas pela inevitável concorrente Super Bock.

Constatámo-lo quando procurávamos uma cachupa que nos restabelecesse energias.

Em Busca de Cachupa na Praça Eugénio Tavares

Numa demanda esfomeada pelos quatro ou cinco restaurantes e bares em volta do coreto bicudo, o âmago da povoação, sobre a calçada portuguesa que o reveste num padrão ondulante, não fossem os bravenses esquecerem-se do Atlântico que os encerra e embala.

Por fim, damos com um estabelecimento pronto a servir-nos o pitéu cabo-verdiano, mesmo que na sua versão pobre, não a rica, repleta de vegetais que preferíamos.

Saboreamo-la e a Strellas Crioulas, substitutas condignas da enigmática Cintra Mulata, com os olhos postos na TV e no canal Afromusic, em que, ao som da nova música cabo-verdiana e de outras partes de África, sucessivas mulatas, morenas e mais escuras voluptuosas exibiam e abanavam os rabos, entregues aos kuduros e twerks que estimulam as gerações mais jovens do continente.

Regressamos à praça que homenageia a figura histórica proeminente da cidade, Nho Eugénio, o seu grande político, jornalista, poeta, dramaturgo, músico, compositor de mornas e da alma cabo-verdiana, entre outros ofícios.

Eugénio Tavares o Filho Mulato e Pródigo da Brava

Também Eugénio Tavares era mulato, filho de um pai escalabitano e de uma mãe foguense.

Além do baptismo da praça, Nova Sintra louva-o com uma estátua de bronze em que, Eugénio, sentado, de cabelo que nos parece brilhantinado e longo bigode undante, segura uma das obras que o tornou conceituado.

Suamos a bom suar sobre a Praça Eugénio Tavares. Não devido aos movimentos lascivos na TV. Mais por causa do picante em excesso com que condimentámos a cachupa.

Junto ao coreto, uma inesperada nora quebrava o ímpeto das ondas calçadas. Devolvia-nos e quem por ali passasse à abundância de água doce da ilha e à sua badalada fertilidade.

O Dia 14 de Fevereiro Inusitado, da Brava

Em pleno Dia dos Namorados, Don Juans adolescentes e oportunistas aproveitavam a dos canteiros do jardim.

Disputavam as flores frescas que restavam, com que planeavam encantar as suas donzelas.

Na escadaria do Bar Morabeza, um deles, desembaraçado a dobrar, via-se já prendado com beijos de batom cor-de-rosa.

Se os namoricos são universais, sabíamos bem que o abano do kuduro provinha de Angola e o do twerk, tinha ganho embalo nos Estados Unidos, sobretudo nos canais de maior alcance mundial como a MTV e, claro está, o fulminante Trace.

As inúmeras adulações e tentativas de emulação dos videoclipes norte-americanos que constatávamos no Afromusic, tinham, todavia, uma razão adicional.

Desde os finais do século XVIII, quando uma seca devastadora afligiu a Brava, que o principal destino da enorme diáspora de Cabo Verde (vivem mais cabo-verdianos no estrangeiro que no seu país) têm sido os Estados Unidos.

Ora, se os cabo-verdianos há muito sustentam Cabo Verde com suas frequentes e generosas remessas, também remetem para o arquipélago as influências e modas culturais contagiosas dos E.U.A.

Os Ensaios para o Carnaval Iminente

Caminhamos Rua da Cultura acima. Sem que os esperássemos, ribombam tambores.

De qualquer Dia dos Namorados, vislumbra-se quase sempre o eminente Carnaval, ansiado em Nova Sintra como a festa da brava que é suposto ser.

De acordo, tinham lugar ensaios de uma parada animada por músicos e figurantes com meias cascas de coco ilustradas a fazer de máscara.

Decidimos acompanhar o esboço de desfile.

Quando o fazemos, perguntamos a dois tocadores de tambor em descanso se os podíamos fotografar.

A um deles, mais vaidoso, enchem-se os olhos de brilho. Ajustam-se os dois a uma porta azulada que concordamos que serviria de fundo.

Compõem poses das estrelas que os fotógrafos forasteiros tinham escolhido. Sobre a porta, acima das suas cabeças inchadas de orgulho, reparamos numa matrícula ianque que algum emigrante ali mantinha afixada.

Era de New Hampshire, do ano de 1998. Fechava-a, em jeito de rodapé rodoviário, o mote “Live Free or Die”.

A Fé nas Igrejas dos Bravenses

Em Nova Sintra, a livre profusão de igrejas e fés tem o seu quê de milagrosa.

A Brava é a menor das ilhas habitadas de Cabo Verde. Conta com meros 67km2  a que quase poderíamos chamar “redondos” de tão perfeita que é a circunferência em que a moldou o vulcanismo destas partes do Atlântico.

A capital ocupa apenas uns poucos e abriga menos de dois mil habitantes. Mesmo assim, disputam a sua crença a igreja de São Baptista, católica, a anciã, erguida em 1880.

A Igreja do Nazareno, Protestante. Uma Nova Apostólica. Uma outra Adventista. Uma Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

E, por fim, um Salão do Reino das Testemunhas de Jeová.

Este refúgio na fé dos bravenses já vem de há muito.

De tempos a tempos, a ilha do Fogo vizinha e o seu vulcão monstro homónimo assustam e apoquentam a Brava e, em especial a mais próxima Nova Sintra.

Brava: uma Ilha há muito à Mercê dos Vulcões

Quando não é o Fogo é a própria actividade vulcânica da Brava que faz das suas.

Ficou para a história o susto de 1840, quando o Monte da Cruz do Frade entrou em erupção, com estrondos que ensurdeciam os ilhéus, saídos de uma fornalha que, mesmo amostra da gigantesca no cume do Fogo, todos receavam que pudesse explodir sem aviso.

Seja lenda ou realidade, só a ascensão destemida, ao cimo, de um padre de cruz em riste assegurou o exorcismo do demónio que se havia apoderado do vulcão e a tranquilização da população aflita.

Pelo menos, por algum tempo.

Nem a Brava nem, muito menos, Nova Sintra alguma vez estarão realmente a salvo.

Os cientistas chegaram à conclusão de a ilha Brava é um enorme vulcão.

E que o Fundo Grande em que se instalou a capital, uma espécie de caldeira com cerca de 600 metros de diâmetro, é a sua cratera semi-soterrada.

Daí, gerou-se e popularizou-se a teoria apocalíptica de que a Brava tem a forma de um cálice com uma haste delgada que se poderá quebrar em qualquer altura e causar o afundamento súbito da ilha no Atlântico.

Na Brava e em Nova Sintra, qualquer indício mais brusco de actividade vulcânica faz os bravenses recuar à inquietude sofrida pelos seus antepassados e rogarem, em sussurro, pela clemência de Deus, numa qualquer das suas casas.

Todos sabem que quando o Pai olha pelos bravenses, os mantém aconchegados sob a névoa divinal da ilha.

Brava, Cabo Verde

A Ilha Brava de Cabo Verde

Aquando da colonização, os portugueses deparam-se com uma ilha húmida e viçosa, coisa rara, em Cabo Verde. Brava, a menor das ilhas habitadas e uma das menos visitadas do arquipélago preserva uma genuinidade própria da sua natureza atlântica e vulcânica algo esquiva.
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Chã das Caldeiras a Mosteiros, Ilha do Fogo, Cabo Verde

Chã das Caldeiras a Mosteiros: descida pelos Confins do Fogo

Com o cimo de Cabo Verde conquistado, dormimos e recuperamos em Chã das Caldeiras, em comunhão com algumas das vidas à mercê do vulcão. Na manhã seguinte, iniciamos o regresso à capital São Filipe, 11 km de caminho para Mosteiros abaixo.
Santiago, Cabo Verde

Santiago de Baixo a Cima

Aterrados na capital cabo-verdiana de Praia, exploramos a sua pioneira antecessora. Da Cidade Velha, percorremos a crista montanhosa e deslumbrante de Santiago, até ao topo desafogado de Tarrafal.
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Ponta do Sol a Fontainhas, Santo Antão, Cabo Verde

Uma Viagem Vertiginosa a Partir da Ponta do Sol

Atingimos o limiar norte de Santo Antão e de Cabo Verde. Em nova tarde de luz radiosa, acompanhamos a azáfama atlântica dos pescadores e o dia-a-dia menos litoral da vila. Com o ocaso iminente, inauguramos uma demanda sombria e intimidante do povoado das Fontainhas.
Mindelo, São Vicente, Cabo Verde

O Milagre de São Vicente

São Vicente sempre foi árida e inóspita a condizer. A colonização desafiante da ilha submeteu os colonos a sucessivas agruras. Até que, por fim, a sua providencial baía de águas profundas viabilizou o Mindelo, a urbe mais cosmopolita e a capital cultural de Cabo Verde.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Ribeira Grande, Santo AntãoCabo Verde

Santo Antão, Ribeira Grande Acima

Na origem, uma Povoação diminuta, a Ribeira Grande seguiu o curso da sua história. Passou a vila, mais tarde, a cidade. Tornou-se um entroncamento excêntrico e incontornável da  ilha de Santo Antão.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Arquitectura & Design
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
cowboys oceania, Rodeo, El Caballo, Perth, Australia
Cerimónias e Festividades
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
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Cidades
Frederiksted, Saint Croix, Ilhas Virgens Americanas

A Cidade da Emancipação das Índias Ocidentais Dinamarquesas

Se Christiansted se afirmou como a capital e principal polo comercial da ilha de Saint Croix, a “irmã” do sotavento, Frederiksted teve o seu apogeu civilizacional quando lá se deu a revolta e posterior libertação dos escravos que garantiam a prosperidade da colónia.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cultura
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
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O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
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Em Viagem
Morondava, Avenida dos Baobás, Madagáscar

O Caminho Malgaxe para o Deslumbre

Saída do nada, uma colónia de embondeiros com 30 metros de altura e 800 anos ladeia uma secção da estrada argilosa e ocre paralela ao Canal de Moçambique e ao litoral piscatório de Morondava. Os nativos consideram estas árvores colossais as mães da sua floresta. Os viajantes veneram-nas como uma espécie de corredor iniciático.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Étnico
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
História
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
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O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
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Em Busca da Raposa de Fogo

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Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
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Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
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Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

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Se a sua notoriedade advém sobretudo das corridas NASCAR, em Daytona Beach, encontramos uma estância balnear peculiar e um areal vasto e compacto que, em tempos, serviu para testes de velocidade automóvel.
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Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.