Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos


Bufalada
Manada de búfalos defende o seu charco da aproximação de uma vaca.
Rivais de corrida
Nativos convivem sobre os seus búfalos pouco antes de uma corrida a ter lugar em Soure
Bufalos-ilha-do-marajo-brasil-corrida
"Jockey" incentiva búfalo a acelerar, perseguido por dois amigos numa mota, durante uma corrida realizada em Soure
Búfalo busca combustível
Búfalo procura alimento numa estação de serviço pouco movimentada de Soure.
Búfalo selvagem
Búfalo refresca-se num charco lamacento de uma das muitas fazendas da ilha do Marajó
Bufalo e polícia militar
Polícia militar dá uma indicação a um subordinado que trata de um dos búfalos ao serviço do seu esquadrão
Bufalos-ilha-do-marajo-brasil-bufalos-da-policia
Militares e búfalos sob um alpendre do quartel-general da polícia montada de Soure.
Búfalos percorrem Soure
Dois búfalos atravessam Soure, a principal cidade da ilha do Marajó.
Bufalos-ilha-do-marajo-brasil-engraxamento-bufalo-da-policia
Auxiliar engraxa os cornos de um dos búfalos da polícia montada
Bufalos-ilha-do-marajo-brasil-matanca
Empregados esquartejam um dos búfalos da Fazenda do Carmo que acabaram de matar
Bufalos-ilha-do-marajo-brasil-policia-a-bufalo
Oficiais da polícia montada a búfalo da Ilha de Marajó
Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.

Descobrimos, num ápice, o motivo porque quase toda a gente de Belém, capital do Pará, e Soure, principal cidade da Ilha do Marajó, evitava a viagem vespertina de travessia da foz do Amazonas.

Nos primeiros momentos do trajecto, protegido pela proximidade da margem continental, o ferry ainda segue estável.  Quando se interna no vasto rio, fica à mercê de um vento furibundo.

Balança sem misericórdia. Ondas barrentas que castigam a proa, fazem os passageiros perder o balanço e a coragem de se voltarem a levantar. Ou condenam-nos a enjoos que se disseminam como uma epidemia.

Quatro horas e meia depois, Soure aparece, à distância. O comandante aponta o barco ao litoral marajoense e salva-nos da tormenta.

Terminada a manobra de acostagem, a multidão conflui para a porta de saída e desembarca de forma sôfrega. Deixamo-nos levar pela corrente, disponíveis para conversas de ocasião com passageiros curiosos: “’Tão de visita a Marajó é? ‘Cês vão adorar. Essa balsa aqui é que não tem jeito, não. Eu sofro isso de cada vez que vou ver o meu Papão (Paysandu Sport Club) jogar lá em Belém.

Parece que o prefeito veio ontem nela. Apanhou um susto tão grande que foi implorar ao comandante para regressar a Belém. Sabem o que ele respondeu? “ Sô Prefeito, se eu tentar voltar esse barco agora, vamos todos ao fundo”, conta-nos um marajoense de cabelo grisalho.

Os Búfalos que Barram o Caminho para Soure

A turba some-se em dezenas de carros e carrinhas. Ou, como nós, nos velhos ónibus coloridos que ligam o ancoradouro a Soure, a capital da ilha. Uma hora de estrada roubada à selva depois, falta apenas uma travessia de rabeta (balsa) para chegarmos ao destino. Três búfalos barram a passagem do autocarro.

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Búfalo refresca-se num charco lamacento de uma das muitas fazendas da ilha do Marajó

“Xuuu, monstros feios, grita, pela janela, uma de várias amigas estudantes ansiosas por se ver em casa”. “Pô!!  Já tem bicho desse demais nessa ilha!” acrescenta outra, com um humor indignado.

Os animais eram um dos motivos porque tínhamos seguido os passos dos primeiros exploradores lusos e viajado aos confins setentrionais do Brasil. Não tardámos a constatar a sua fascinante predominância.

Padre António Vieira: o Pai Grande que os Indígenas Respeitavam

Francisco Xavier de Mendonça Furtado – um irmão do Marquês de Pombal e governador geral do Estado do Grão-Pará e Maranhão, de 1751 a 1759 – foi o fundador da cidade que nos iria acolher, Soure. Era a capital da maior ilha fluviomarinha do mundo, que os nativos e residentes gabam ter o tamanho da Suíça.

O Padre António Vieira já por ali andara um século antes, chamavam os portugueses ao lugar Ilha Grande de Joanes, devido ao contacto que tinham tido com os índios juioanas.

Estes, como as outras tribos Neengaibas (nome dado ao grupo de nações dos indígenas), começaram por aceitar a oferta de paz. Entretanto, perceberam o logro e passaram a atacá-los. O governador de então, D. Pedro de Melo, e o Padre António Vieira esforçaram-se por sanar o conflito. E o seu esforço produziu efeito.

Um grupo de índios acabou por visitar o jesuíta no Colégio da Companhia. Ali, informaram-no que se iriam reconciliar com os portugueses, apenas e só porque confiavam no “Payassu – O Padre Grande”, como tratavam Vieira com afeição.

Nessa época, quase só os indígenas habitavam Marajó. Povoá-la com colonos soava a projecto quimérico. As únicas zonas desprovidas de vegetação eram pântanos irrigados pela meteorologia de monção que, de Janeiro a Junho, continua a ensopá-la. E a molhá-la, de quando em quando, nos meses menos chuvosos.

Para outros recém-chegados, essas condições revelaram-se perfeitas.

A Colonização Inesperada por Búfalos Asiáticos Naufragados

Conta-se na ilha que, no início do século XIX, um barco francês navegava vindo da Índia ou Indochina. Tinha como destino final na Guiana Francesa mas naufragou na boca infindável do Amazonas.

Ali, durante a época das chuvas, o Mar Dulce – assim lhe chamou Vicente Pinzón, o primeiro europeu a subi-lo, o Amazonas pode despejar no oceano Atlântico até 300.000 metros cúbicos de água por segundo (20% de toda a água doce da Terra). Consoante as marés, pode ainda provocar poderosos fluxos e correntes.

Mas se a embarcação não resistiu, os búfalos-de-água carabao que transportava fizeram melhor. Nadaram até à segurança do litoral da ilha. Instalaram-se nos seus charcos e pântanos e multiplicaram-se. Mais tarde, alguns fazendeiros importaram espécies distintas e cruzaram-nas.

Hoje, aqueles bovídeos são quase 700.000, divididos por carabaos, jafarabadis, murrah e mediterrânicos, cada espécie com os seus chifres característicos. A população humana, essa, fica-se pelos 250.000 habitantes. Em certos dias, nalguns lugares, parece ter desaparecido do mapa.

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Militares e búfalos sob um alpendre do quartel-general da polícia montada de Soure.

Búfalos por Toda a Cidade de Soure. Búfalo nos Menus dos Restaurantes

É Domingo. Levantamo-nos cedo e deixamos o Hotel Soure para explorarmos a urbe homónima em redor. Por volta do meio-dia, anestesia-nos o cansaço acumulado de deslocações recentes. Regressamos à base e entregamo-nos a um sono rejuvenescedor. Quando saímos, mais para a tarde, encontramos as ruas entregues aos búfalos.

Como fantasmas negros e quadrúpedes, os animais deambulam ao sabor dos frutos maduros largados pela floresta de mangueiras que abriga a cidade do sol equatorial. Não há ninguém que os conduza ou importune. Não há ninguém, ponto final.

Estamos no dia sagrado de descanso. Soure em peso mudou-se para as praias de Marajó. Chamamos um moto-taxi e juntamo-nos a essa romaria balnear.

Voltamos à cidade a tempo de jantar num restaurante do centro. É no menu do estabelecimento que começamos a perceber a verdadeira dependência da ilha pelos búfalos.

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Dois búfalos atravessam Soure, a principal cidade da ilha do Marajó.

A carne no churrasco é de búfalo, há queijo de búfalo e doce de leite de búfalo a acompanhar a sobremesa. Podíamos escolhê-la entre pudim ou sericaia, ambos feitos com leite de búfala.

Na decoração da sala, encontramos ainda fotos de búfalos, cabeças embalsamadas e peças de artesanato feitas com o couro dos animais. A coisa não ficaria por aí.

Tem início nova semana de trabalho. A vida regressa às ruas de Soure. A cidade e Marajó em geral parecem-nos tranquilas como poucos lugares do Brasil. Depressa nos resgatam à ilusão. “’Cês tenham cuidado com essas câmaras. Tem um monte de pilantras nessa ilha” afiança Araújo, o gerente do hotel em que ficamos.

Desconfiamos de que dramatiza mas acabamos por passar na rua da prisão e convencemo-nos. As celas estão em contacto directo com o exterior. Permitem aos criminosos colocar os braços de fora e meter-se com os transeuntes. Também estão a abarrotar.

A Inusitada Polícia Militar Montada em Búfalo de Marajó

A esquadra e os seus pilantras não serão as causas. Mas, a Polícia Militar do Pará é provavelmente a única do mundo que patrulha uma ilha de búfalo. Há mais de 20 anos que tem ao seu serviço uma Bufalaria composta por 10 espécimes.

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Oficiais da polícia montada a búfalo da Ilha de Marajó

É algo que o cabo Cláudio Vitelli explica com naturalidade: ”percebemos que a população usava os animais para várias actividades e lembrámo-nos que também nos podiam ajudar.  Temos casos que nos obrigam a percorrer terrenos alagados ou com lama que só mesmo o búfalo aguenta.””

Não apurámos se os agentes a eles recorrem para resolver esses crimes mas, ironia das ironias, de tempos a tempos, a força policial de Soure captura ladrões de búfalos.

No dia seguinte, espreitamos a alvorada do quartel, a formação matinal dos cadetes e a preparação dos animais para novas patrulhas que, entre outras tarefas, contempla escovagens intermináveis e o engraxamento dos seus chifres.

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Auxiliar engraxa os cornos de um dos búfalos da polícia montada

Acompanhamos a saída dos policiais para as ruas, montados sobre os bubalinos de escala que ali começam mais uma lenta e pesada ronda.

Os búfalos têm, todavia, outros usos. Uns mais, outros menos excêntricos que este.

A Preponderância dos Búfalos nas Festas e no Turismo Fazendeiro de Marajó

Durante o mês em que vivemos na Ilha de Marajó, participámos numa Festa do Açaí excêntrica que incluiu uma corrida tresloucada e poeirenta de búfalos.

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“Jockey” incentiva búfalo a acelerar, perseguido por dois amigos numa mota, durante uma corrida realizada em Soure

Praticamente todas as fazendas de Marajó criam riqueza em forma de manadas bubalinas. Pelo seu valor pecuário mas não só. De há algumas décadas para cá, a ilha desenvolveu a sua faceta turística.

Muitas fazendas aproveitaram para lucrar com o acolhimento rural dos visitantes. Quase todas organizam passeios montados em búfalo ou cavalo. Na Fazenda do Carmo Camará, tivemos oportunidade de confirmar a monotonia de uma volta. A passo, demasiado lenta, e até desconfortável.

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Empregados esquartejam um dos búfalos da Fazenda do Carmo que acabaram de matar

Mas nem todos os búfalos da ilha são mansos. Muitos, resistem em estado selvagem em pântanos infestados de anacondas e jacarés ou até na proximidade das povoações e fazendas. Preservam intactos os seus instintos territoriais e de defesa.

Vimo-los saírem disparados de um charco para perseguir uma vaca cebuana sedenta que se aproximava. Segundo nos contam, chegam a atacar os fazendeiros e seus trabalhadores, principalmente quando se deslocam a cavalo.

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Manada de búfalos defende o seu charco da aproximação de uma vaca.

Assim que voltamos do passeio, um empregado caboclo dá-nos um recado de Seu Cadique e Dona Circe, os proprietários. “Eles disseram prá’ visar vocês que a gente vai matar gora mêmo um búfalo que ‘tava dando demasiado problema.

Se quiserem assistir, é só vir comigo.”

Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Arquitectura & Design
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Vaquero entra numa rua dotada de palmeiras juvenis.
Cidades
Álamos, Sonora, México

Três Séculos entre Álamos e Portais Andaluzes

Fundada, em 1685, após a descoberta de filões de prata, Álamos desenvolveu-se com base numa estrutura urbana e arquitectura da Andaluzia. Com o fim da prata, valeu-lhe a sua outra riqueza. Uma genuinidade e tranquilidade pós-colonial que a destaca do estado de Sonora e do vasto ocidente do México.
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Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Cultura
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Em Viagem
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Músicos de etnia karanga jnunto às ruínas de Grande Zimbabwe, Zimbabwe
Étnico
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

A pequena-grande Senglea II
História
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Albreda, Gâmbia, Fila
Ilhas
Barra a Kunta Kinteh, Gâmbia

Viagem às Origens do Tráfico Transatlântico de Escravos

Uma das principais artérias comerciais da África Ocidental, a meio do século XV, o rio Gâmbia era já navegado pelos exploradores portugueses. Até ao XIX, fluiu pelas suas águas e margens, boa parte da escravatura perpetrada pelas potências coloniais do Velho Mundo.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
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Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Natureza
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Tsitsikamma Parque Nacional
Parques Naturais
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Camboja, Angkor, Ta Phrom
Património Mundial UNESCO
Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor

Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
La Digue, Seychelles, Anse d'Argent
Praias
La Digue, Seicheles

Monumental Granito Tropical

Praias escondidas por selva luxuriante, feitas de areia coralífera banhada por um mar turquesa-esmeralda são tudo menos raras no oceano Índico. La Digue recriou-se. Em redor do seu litoral, brotam rochedos massivos que a erosão esculpiu como uma homenagem excêntrica e sólida do tempo à Natureza.
Estante Sagrada
Religião
Tsfat (Safed), Israel

Quando a Cabala é Vítima de Si Mesma

Nos anos 50, Tsfat congregava a vida artística da jovem nação israelita e recuperava a sua mística secular. Mas convertidos famosos como Madonna vieram perturbar a mais elementar discrição cabalista.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Sociedade
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
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Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Parque Nacional Everglades, Florida, Estados Unidos, voo sobre os canais dos Everglades
Vida Selvagem
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O Grande Rio Ervado da Flórida

Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
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As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.