Bridgetown, Barbados

Canhões e Corridas de Cavalos na Velha Savannah Barbadiana


Pré-Corrida
Jóqueis e cavalos pouco antes de nova corrida da Savannah
Posto de Vigia
Torre de observação das corridas de cavalos realizadas na Savannah
Monumento da Independência
Bandeira de Barbados ondula acima do centro da Savannah.
Torre da Main Guard
A torre da antiga Main Guard colonial da Garrison, em Bridgetown
Homem da Bandeira
Funcionário do Barbados Turf Club segura uma bandeira usada durante as corridas de cavalos
A Casa de George Washington
A casa em que George Washington viveu, aos seus 19 anos, durante uma visita a Barbados com o seu irmão
Portão de Partida
Espectador em frente ao portão de partida das corridas de cavalos da Savannah
Corrida contra a Chuva
Jóqueis e cavalos agrupados com nuvens bem carregadas em fundo
Canhões de Barbados
Sequência de canhões dispostos na Savannah, Garrisonn de Bridgtown
Galopada II
Jóqueis a galope, apontados à linha de chegada, na Savannah da Garrison
A Postos
Jóqueis e cavalos a postos no portão de partida da Savannah
Partida Colorida
Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club
Galopada
Jóqueis comandam os seus cavalos durante uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club
Pré-Corrida
Jóqueis e cavalos pouco antes de nova corrida da Savannah
Posto de Vigia
Torre de observação das corridas de cavalos realizadas na Savannah
Monumento da Independência
Bandeira de Barbados ondula acima do centro da Savannah.
Torre da Main Guard
A torre da antiga Main Guard colonial da Garrison, em Bridgetown
Nos séculos XVIII e XIX, Bridgetown acolheu o Quartel-General do Exército e da Marinha da Grã-Bretanha para as Índias Ocidentais. Em 1966, após 300 anos, Barbados conquistou a sua independência. A Garrison e, em particular, o relvado-hipódromo no seu âmago exaltam o vigor da jovem nação.

O relógio da torre da Main Guard da St. Ann Garrison marca as três e um quarto.

Por fim, o calor tropical começa a ceder. Uma armada de nuvens plúmbeas geradas acima do Atlântico quase caribenho anuncia-se, à distância.

Num sábado, Bridgetown tem a maior parte dos seus estabelecimentos fechados. Em comparação com o cenário normal de um dia de semana, poderíamos declarar a cidade deserta.

Excepção feita para o domínio oval, imenso e verdejante no limiar leste da sua área histórica.

Acentua-se uma confusão de veículos e pedestres para ali atraídos numa confluência de ansiedade e entusiasmo.

Aos poucos, ocupam a orla da Savannah. Instalam-se à sombra das árvores frondosas que a delimitam, diríamos mangueiras, em qualquer caso, de copas bem arredondadas.

Quando nos acercamos, confirmamos que estão prestes a realizar-se as derradeiras provas do dia do Barbados Turf Club, a organização que regula e promove as corridas de cavalos na ilha, fundada, em 1905, pelos colonos então súbditos do rei Eduardo VII.

Intensificam-se as movimentações de jóqueis, cavalos, tratadores, treinadores e, claro está, de apostadores. Cientes de que, pela tarde fora, teriam lugar várias corridas, buscamos um edifício em particular da emblemática Garrison.

Passamos para as traseiras da Main Guard.

A torre da antiga Main Guard colonial da Garrison, em Bridgetown

A torre da antiga Main Guard colonial da Garrison, em Bridgetown

Percorremos umas dezenas de metros da Garrison Road, até cruzarmos a perpendicular Bush Hill Rd. Do lado de lá, damos com um jardim desafogado e composto, encerrado por uma floresta urbana das mais densas que subsistem em Bridgetown.

Tropical, como a latitude e o clima, salpicada de palmeiras e, pouco ou nada nos surpreenderia, habitada ou, pelo menos, visitada por macacos, como acontece com frequência em Barbados, onde os símios se habituaram a roubar fruta e outros petiscos aos homo sapiens incautos.

A Polémica George Washington House de Bridgetown

Passamos um café esplanada. À esquerda de um relvado rectangular, insinua-se uma mansão.

É bela e amarela, em vez de grená, branca e verde, a combinação de cores predominante nos edifícios em redor da Savannah.

A casa em que George Washington viveu, aos seus 19 anos, durante uma visita a Barbados com o seu irmão

A casa em que George Washington viveu, aos seus 19 anos, durante uma visita a Barbados com o seu irmão

Apontamos à recepção, animados pela relevância histórica do lugar.

“Boa tarde. Mas, disseram-vos para cá vir hoje?” responde-nos uma funcionária, visivelmente atrapalhada. “É que hoje temos uma festa privada. Não é possível visitarem, lamento.”

Em vez de nos desiludirmos, apreciamos o casarão, por fora, em volta do jardim.

Mesmo se o tema se mantem controverso, aquela mansão peculiar, adornada por um alpendre contido, persianas e telheiros tabuados verdes a protegerem janelas de guilhotina é conhecida como Casa George Washington.

Em 1751, apenas com 19 anos, o futuro presidente dos Estados Unidos viajou para Barbados com o seu meio-irmão Lawrence, na altura, tuberculoso. Nessa mesma viagem, estima-se que a única de George Washington para fora do território actual dos E.U.A., ele próprio contraiu varíola.

Teve cuidados médicos que lhe permitiram recuperar. A questão debatida está onde os recebeu exactamente. Investigadores locais e estrangeiros da história dos Founding Fathers dos Estados Unidos suscitaram dúvidas quanto a se poderia ser aquela a casa acolhedora.

Sublinham, sobretudo, a disparidade da sua arquitectura face à típica de Bridgetown, durante o século XVIII. Reforçam a inverosimilidade com a baixa probabilidade de aquela mansão ter resistido, sem danos de monta, aos furacões que fustigaram Barbados em 1780 e 1831.

Seja como for, estimamos que por benefício diplomático, a Casa Branca optou por reconhecer e louvar o monumento. Em 1997, durante uma visita oficial do ex-presidente Bill Clinton a Barbados, a ex-primeira-dama Hillary Clinton desvelou uma placa oferecida à nação barbadiana.

A placa reconhecia que George Washington ali teria, de facto, vivido. Decorridos quatro anos, a mansão foi incluída no conjunto da Bridgetown e Garrison Históricas reconhecidas pela UNESCO como Património Mundial.

Incursão à Velha e Vasta Garrison da Capital de Barbados

Instantes depois, retomamos a exploração da estranha Guarnição, em torno da Savannah, da competição e comoção equina que por lá perdurava.

Num determinado ponto, ainda próximos da Main Guard, pasmamo-nos com uma longa sequência de peças de artilharia de ferro fundido, com formas e calibres díspares e denominador comum no seu tom de chumbo gasto.

Sequência de canhões dispostos na Savannah, Garrisonn de Bridgtown

Sequência de canhões dispostos na Savannah, Garrisonn de Bridgtown

Favorecido pela humidade, um feto atrevido desponta debaixo do cano curto e largo do primeiro canhão na linha. Inusitada, a sequência depressa se prova uma mera amostra na profusão de armas de fogo portentosas disseminadas sobre o relvado e, apuramos, entretanto, um pouco por toda a ilha.

O facto de, a partir de 1705, Barbados ter servido de principal base militar britânica para as Índias Ocidentais levou a uma produção intensa de canhões e outras armas, essenciais à supremacia da Grã-Bretanha num universo caribenho híper-disputado pelas potências coloniais europeias.

De tal maneira que, umas poucas Pequenas Antilhas a norte,  Antígua, os britânicos contavam com o apoio naval da Nelson’s Dockyard, uma base naval protegida pelo recorte da enseada English Harbour.

Um militar fascinado pela abundância de engenhos de guerra, o Major Michael Hartland, nascido na Índia, mas, a partir de 1980, radicado em Barbados, assumiu a criação do arsenal nacional da nação bajan.

Ao longo dos anos, a sua equipa encontrou e desenterrou mais de 400 canhões de lugares distintos da ilha: quintais, praias, caves, jardins, florestas e outros. Para cima de metade, tinham sido moldados no século XVII, o mais antigo, em 1620, o mais recente, fabricado em 1870.

Nem todos eram britânicos. Na panóplia catalogada, surgem peças holandesas, espanholas e suecas, provavelmente capturadas em batalhas contra os rivais.

Vemos os canhões apontados ao centro da Savannah, a mesma planura ervada, repleta de túneis subterrâneos secretos, em que os antigos colonos realizavam paradas militares aturadas, celebrações coreográficas e coloridas do poderio global de Sua Majestade.

Torre de observação das corridas de cavalos realizadas na Savannah

Torre de observação das corridas de cavalos realizadas na Savannah

Os usos da Savannah ao Longo dos Tempos

As paradas britânicas tinham, claro está, os seus dias. Desde o século XIX que a Savannah era – como víamos ser – palco de corridas de cavalos.

Não só.

Durante algum tempo, a Savannah recebeu partidas de cricket, algumas, precoces e internacionais, como foi o caso do confronto inaugural contra a Guiana, de 1865.

Com o tempo, o recinto em que as gentes de Barbados se habituaram a apoiar a equipa multinacional das Índias Ocidentais tornou-se o Pickwick Cricket Club, actual Kensington Oval, situado no cerne histórico de Bridgetown, a menos de 1km da casa humilde em que nasceu, em 1988, Robyn Rihanna Fenty, mais conhecida como Rihanna.

O cricket libertou, assim a Savannah. Se o surgimento do Barbados Turf Club substanciou o seu uso enquanto hipódromo britânico, a Independência de Barbados limitou-se a transferi-la para uma gestão barbadiana.

Em modos muito semelhantes aos coloniais, não fosse Barbados uma das nações das Antilhas mais desenvolvidas, malgrado a ancestralidade afro-caribenha de cerca de 90% da população, mais ajustadas aos modos e trejeitos british da Commonwealth.

Jóqueis e cavalos pouco antes de nova corrida da Savannah

Jóqueis e cavalos pouco antes de nova corrida da Savannah

As Corridas de Cavalos realizadas na Savannah pelo Secular Barbados Turf Club

As corridas de cavalos prosseguem, tarde fora. Antes de cada, os treinadores fazem passear cavalos já montados por jóqueis enfiados em uniformes coloridos.

São, quase sem excepção, barbadianos ou caribenhos baixos, magros e ágeis, como há muito exige o desporto.

Cumprido o período de preparação, jóqueis e cavalos encaixam-se num portão de partida numerado de 1 a 12, identificado como do Barbados Turf Club.

Jóqueis e cavalos a postos no portão de partida da Savannah

Jóqueis e cavalos a postos no portão de partida da Savannah

Por essa altura, todas as apostas deram entrada.

Nas bancadas, em volta da Savannah, o público aguarda, nervoso, o desenrolar das galopadas no sentido dos ponteiros do relógio, mais ou menos longas consoante o número de furlongs (200 metros) designados para cada prova, entre os cinco e os onze.

A Sandy Lane Gold Cup, por exemplo, a competição suprema do calendário das Caraíbas, é disputada em 8.95 furlongs, 1800 metros.

Um oficial do Barbados Turf Club carrega num botão e abre as grelhas do portão de partida.

Com recurso às esporas e chicotes, os jóqueis fazem disparar os cavalos para uma disputa pelo interior da pista.

Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club

Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club

Apreciamos como empregam a perícia de largos anos de treino e dedicação.

Em diversos pontos da oval, enquadramos a dianteira da corrida com os edifícios grenás e brancos da Garrison em fundo, aquém do limbo arbóreo.

Jóqueis e cavalos agrupados com nuvens bem carregadas em fundo

Jóqueis e cavalos agrupados com nuvens bem carregadas em fundo

As sucessivas voltas têm centro no Monumento da Independência de Barbados da Savannah, uma espécie de pódio redondo dotado de um relógio de sol e de um tridente negro quebrado que simboliza a emancipação do jugo britânico.

Ao sabor dos Alísios de nordeste, uma versão estampada desse tridente oscila, destacada sobre o amarelo médio da bandeira barbadiana.

Bandeira de Barbados ondula acima do centro da Savannah.

Bandeira de Barbados ondula acima do centro da Savannah.

A derradeira corrida termina, com os habituais rejúbilos e desilusões.

A tarde de sábado segue o mesmo caminho. No tempo das várias galopadas, os Alísios tinham empurrado a armada de nuvens sobre a Garrison, a Savanah e Bridgetown.

Funcionário do Barbados Turf Club segura uma bandeira usada durante as corridas de cavalos

Bandeireiro do Barbados Turf Club entre corridas de cavalos da Savannah

Jóqueis e cavalos retiram-se para os bastidores do hipódromo.

Nós, refugiamo-nos na esplanada coberta, próxima da casa que terá (ou não) abrigado George Washington.

Até a bátega nos conceder tréguas. E uma retirada condigna.

 

Como Ir

Reserve o voo Lisboa – Miami (Flórida), Estados Unidos, com a TAP: flytap.com por a partir de 820€. De Miami, poderá cumprir a ligação para Bridgetown, por exemplo, com a American Airlines.

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Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Uxmal, Iucatão, capital Maia, a Pirâmide do Adivinho
Património Mundial UNESCO
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Praias
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Religião
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Sociedade
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.