Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago


A Glorieta de Saramago
Monumento à vida de José Saramago numa rotunda junto à sua casa de Lanzarote.
A Foto de Sebastião Salgado
Foto de Saramago e Pilar feita pelo fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
Visitantes no Quintal
Visitantes cruzam o quintal da Casa de Saramago e Pilar.
Estatueta em Leitura
Mini-escultura de José Saramago em modo de leitura.
Cratera do El Cuervo
Trilho na cratera do vulcão preferido de José Saramago.
Saramago sobre Lava
Foto de José Saramago de braços abertos à ilha de Lanzarote.
Pintura sobre Livros
Saramago em pintura, sobre livros da sua grande biblioteca da Casa.
A Caminho do El Cuervo
Casal percorre um trilho na direcção do vulcão El Cuervo.
Arbusto Alegre
Planta resistente no âmago do vulcão El Cuervo.
Em Revista
Saramago em destaque num artigo de uma revista.
A Montaña Blanca
Um néon de um kartódromo contrasta com o negrume da Montanha Blanca.
Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.

A aproximação a Tías, o lugar que acolheu José Saramago, Pilar del Río e a sua Casa, começa por nos revelar o monumento de glorieta erguido em homenagem ao escritor.

Sobre a brita lávica da rotunda, com vista para o Atlântico e ladeada de palmeiras, desponta uma oliveira de aço do mesmo tom ocre do solo.

Com cinco metros de altura, a árvore da paz foi criada por Ester Fernández Viña com base no J e no S iniciais do escritor. Assenta numa das várias citações com que Saramago louvou o seu acolhimento canário: “Lanzarote no es mi tierra, pero es tierra mia.

Quem desembarca pela primeira vez na grande ilha do arquipélago mais próxima de Portugal sente-se tentado a pensar que a marciana Lanzarote, com a sua superfície ocre pejada de crateras, caldeiras e fumarolas, dificilmente poderia dar conforto a algum terráqueo.

A realidade e o casario alvo revelado pela aproximação do aeroporto, depressa aniquilam tal impressão. Há muito que Lanzarote abriga mais de cem mil habitantes.

A quem chega com tempo de lhe sentir a alma insular, prova-se deslumbrante. A comprová-lo, o número anual de visitantes e de estrangeiros que para lá se mudam, há muito que aumenta.

Um canário nascido e criado em Lanzarote alcançou um reconhecimento mundial comparável ao de Saramago. Referimo-nos a César Manrique, artista multifacetado que mantém obras suas disseminadas um pouco por toda a ilha e noutras Canárias.

Manrique mereceu, aliás, o baptismo do aeroporto internacional de Lanzarote. Aquele em que Saramago, como nós, sentimos, pela primeira vez, o bafo africano da ilha, no nosso caso, o afago sufocante da calima provinda do Saara  que tantas vezes a envolve.

A Casa repleta de Livros de José Saramago e Pilar del Río

Damos por encerrada a sessão de fotografias da Glorieta de Saramago. Instantes depois, chegamos à A Casa que José Saramago e Pilar del Río ergueram em Tías.

A funcionária na bilheteira pergunta-nos a nacionalidade. Quando respondemos, questiona-nos qual o livro de Saramago de que mais tínhamos gostado.

Respondemos “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” porque era a realidade pura e dura, pela audácia temática e criatividade na sua génese, não por o ter condenado ao banimento e polémica que o motivaram a deixar Portugal ou por ter contribuído de forma decisiva para a conquista do Nobel da Literatura de 1998.

A funcionária indaga-nos ainda se alguns livros de Saramago eram obrigatórios na formação escolar. Confessamos-lhe que não estávamos a par. Prosseguimos para o interior.

A Biblioteca Criteriosa de Casa de Saramago

Sem surpresa, mais que um lar e que um museu, A Casa revela-se uma enorme biblioteca, repleta dos títulos que o casal leu e que inspiraram a escrita inusitada e talentosa de Saramago. Saramago, calculamos que com a ajuda interventiva de Pilar, organizou os livros.

Por temas. E segundo os países dos autores. No caso dos títulos escritos por mulheres, numa secção à parte, dispostos por ordem alfabética. Saramago e/ou Pilar lá tiveram as suas razões.

Cirandamos também pelas divisões domiciliárias de A Casa, o escritório também ele montado contra uma estante em que uma foto de Pilar, sorridente, desafia a ditadura dos livros, munido de uma secretária em que repousava um já bem desactualizado PC.

Prosseguimos para a sala, dotada de grandes sofás de pele, onde o casal recebia família e amigos, vários deles, autores conceituados. E de uma TV a que, assim estimamos, Saramago recorria para se pôr a par das novidades, da realidade do burgo português.

O Quintal com Vista para o Atlântico, de Saramago e Pilar

Passamos para o quintal, um espaço com vista para o oceano e solo ainda mais encarniçado que o da Glorieta do monumento. Pouco depois de terem escolhido o lugar em que ergueriam A Casa, Saramago e Pilar dedicaram-se a plantar árvores e plantas, algumas, com simbolismos importantes para ambos.

Oliveiras como as que proliferavam na sua terra ribatejana natal, Azinhaga, Golegã, na companhia de palmeiras e pinheiros canários, uma fusão vegetal análoga à vivencial que o escritor estava prestes a inaugurar.

Plantaram ainda marmeleiros, celebrações frutadas do realizador Victor Erice e do pintor António López.

Num plano mais baixo, verdejantes a dobrar sobre a terra ferrosa, distintos tipos de cactos, entre os quais, um esférico cacto barril dourado, bola d’ouro, também conhecido por assento de sogra.

A Censura e Desprezo do Governo de Cavaco Silva que levou à Mudança para Lanzarote

Recuemos a 1991.

Na senda de uma contestação e tentativa de desvalorização sistemática das obras críticas do Cristianismo de Saramago, o governo conservador de Cavaco Silva, na pessoa do sub-secretário de Estado Adjunto da Cultura, Sousa Lara, vetou “O Evangelho segundo Jesus Cristo” da candidatura ao Prémio Literário Europeu (PLE).

Comunista convicto, denunciador acérrimo das incongruências da fé cristã e da censura em todas as suas expressões, Saramago sentiu-se descriminado.

Envergonhado dos governantes que Portugal havia eleito, decidiu, com Pilar del Río, salvaguardar-se da ira e da frustração, em Lanzarote.

Na ilha dos muitos vulcões, Saramago depressa se sentiu lanzarotenho. O escritor tornou-se um admirador incondicional de César Manrique, a quem reconhecia o amor com que deixou a alta roda artística mundial e, em vez, se dedicou a embelezar e a humanizar a Lanzarote em que nascera.

A Paixão de Saramago por Lanzarote e a Admiração pelo Filho da Ilha César Manrique

Por norma, os périplos em que Saramago e Pilar guiavam os seus visitantes – Baptista Bastos, Eduardo Galeano, Susan Sontag, José Luis Sanpedro, entre outros – começavam em Tahíche, onde se situava a fundação de Manrique.

Recanto da Fundação César Manrique, Lanzarote, Canárias, Espanha

Recanto criativo da Fundação César Manrique, adornado com elementos visuais da ilha.

Diz-se, até, que Saramago e Manrique tinham combinado, ao telefone, um encontro, para uns tempos depois.

Impediu-o, em 25 de Setembro de 1992, a morte trágica de César Manrique, vítima de um acidente rodoviário ocorrido nessa mesma povoação. Manrique poderia (ou não) ter sido o compincha perfeito de Saramago.

Como foi, do casal, a Natureza crua e dura de Lanzarote, os cenários vulcânicos excêntricos em que adoravam caminhar, que Saramago sentia serem “um princípio e fim do mundo”.

A Relação Íntima com a Natureza Vulcânica de Lanzarote

Entre o oeste da ilha e a capital Arrecife, passamos várias vezes, ao fim do dia, por um néon encaixado entre palmeiras que pregava um inesperado “Go Kart”.

Atrás desse néon, de pico afiado, erguia-se, a 600 metros de altitude, uma das montanhas que Saramago e Pilar mais louvavam. Saramago via-a, dia após dia, a partir da casa de ambos.

Tinha já 70 anos, quando conquistou o cimo do seu cone.

Numa das entradas do seu blogue de 2009, confessou que “se tivesse as pernas de então, deixaria naquele momento o que escrevia no ponto em que está para a subir outra vez e contemplar a ilha, toda ela…”

Escreveu ainda que nunca teve intenção de subir à vizinha montaña Tesa (504m) mas que, quando chegou ao seu sopé, não lhe resistiu.

O Volcán del Cuervo era outra obra-prima geológica de Lanzarote que Saramago e Pilar del Río adoravam explorar.

Durante a caminhada que cumprimos ao seu encontro, além da mesma reverência do casal para com o vulcão, damos com o lugar em que Sebastião Salgado os fotografou.

No interior da cratera colapsada, com ambos a caminharem de mãos dadas, a progredirem num esforço solidário contra uma ventania furiosa.

As Sucessivas Obras Criadas por Saramago em Lanzarote até à Morte de 2010

Saramago viveu dezassete anos na Casa de Tías e em Lanzarote.

Nesse tempo, escreveu “O Conto da Ilha Desconhecida”, “A Caverna”, “Ensaio sobre a Lucidez”, “O Homem Duplicado” entre várias outras obras.

O retiro de Lanzarote concedeu a Saramago uma ligação íntima com a Natureza mais sensorial que alguma vez tinha experimentado.

E a clareza de espírito que o levou a criar “Ensaio sobre a Cegueira”, uma das suas obras mais populares, nem que seja devido à adaptação ao cinema que mereceu.

Ensaio sobre a Cegueira” evolui como denúncia de uma cegueira epidémica cegueira do simples não ver, mas também da incapacidade da espécie humana de detectar, de assumir as incoerências e injustiças que Saramago se esforçou por evidenciar, os mesmos contrassensos que o enrodilharam em controvérsia.

Sobretudo o seu inveterado ateísmo e Comunismo anti-cristão.

Mas também a sua apologia latente em “A Jangada de Pedra” de que Portugal só teria a ganhar se integrasse a Espanha.

Em Outubro de 2009, durante uma conversa com Tolentino de Mendonça, um teólogo católico, ao contrário de outros, aberto ao diálogo e à dissidência religiosa, Saramago aproveitou para remeter os ouvintes para a era mais negra e aniquiladora da Igreja Católica: “A mim, o que me vale, meu caro Tolentino, é que já não há fogueiras em São Domingos.”

Dezassete anos depois de se ter mudado para Lanzarote, Saramago mantinha-se fiel ao seu autodecretado exílio.

A 18 de Junho de 2010, decorrido menos de um ano da conversa com Tolentino de Mendonça, aos 87 anos de idade, José Saramago faleceu, na companhia da esposa, na casa de ambos de Tías, na ilha canária e espanhola dos vulcões, do magma e do seu finca-pé solidificado.

São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
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Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
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Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Lanzarote, Ilhas Canárias

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Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
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Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
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Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
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Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
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Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
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Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

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Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
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A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.

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Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Arquitectura & Design
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
bebe entre reis, cavalhadas de pirenopolis, cruzadas, brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Kolmanskop, Deserto do Namibe, Namíbia
Cidades
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
San Cristobal de Las Casas, Chiapas, Zapatismo, México, Catedral San Nicolau
Étnico
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Santo Sepulcro, Jerusalém, igrejas cristãs, sacerdote com insensário
História
Basílica Santo Sepúlcro, Jerusalém, Israel

O Templo Supremo das Velhas Igrejas Cristãs

Foi mandada construir pelo imperador Constantino, no lugar da Crucificação e Ressurreição de Jesus e de um antigo templo de Vénus. Na génese, uma obra Bizantina, a Basílica do Santo Sepúlcro é, hoje, partilhada e disputada por várias denominações cristãs como o grande edifício unificador do Cristianismo.
Ocaso, Santo Antão, Cabo Verde
Ilhas
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Natureza
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Parques Naturais
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Património Mundial UNESCO
Glaciares

Planeta Azul-Gelado

Formam-se nas grandes latitudes e/ou altitudes. No Alasca ou na Nova Zelândia, na Argentina ou no Chile, os rios de gelo são sempre visões impressionantes de uma Terra tão frígida quanto inóspita.
Personagens
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Mangal entre Ibo e ilha Quirimba-Moçambique
Praias
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Religião
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Sociedade
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Maria Jacarés, Pantanal Brasil
Vida Selvagem
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.