Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense


Igreja de Santo Amaro
A igreja de Santo Amaro, erguida no lugar de uma pequena capela dos primórdios da colonização da Madeira.
Fábio Afonso
Fábio Afonso no seu restaurante "Maktub" do Paul do Mar.
Paul do Mar
O casario do Paul do Mar divide a fajã local com um grande bananal.
Quase Noite
Banhistas divertem-se num molhe dos fundos do Paul do Mar.
Praia de Pedra
A beira-mar pedregosa abaixo de Paul do Mar.
Paul do Mar de Longe
O casario do Paul do Mar divide a fajã local com um grande bananal.
Ocaso vegetal
Formas de um pescoço-de-ganso e de um cacto bem definidas pelo pôr-do-sol
A Piscina da Levada
A piscina das Casas da Levada, com a Ponta do Pargo ao fundo.
500 metros de vertigem
Teleférico das Achadas da Cruz desce para o destino final da Quebrada Nova.
Reabastecimento
Morador da Quebrada Nova tenta encher um balde de água do mar agitado em frente.
Enseada da Quebrada
Enseada repleta de rochas delimita a Quebrada Nova.
Ascensão iminente
Grupo de visitantes da Quebrada Nova aguarda pelo teleférico para regressar ao cimo das Achadas da Cruz.
Vista da Ponta do Pargo
O ocaso amarela as falésias a sul da Ponta do Pargo.
O Farol da Ponta
Visitantes da Ponta do Pargo fotografam-se em frente ao farol da povoação.
Ocaso ao Acaso
Um curto momento exposto do pôr-do-sol, como visto detrás do farol da Ponta do Pargo.
Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.

A Madeira e os túneis incontáveis que a perfuraram e percorrem num fascinante mundo subterrâneo paralelo na base das suas montanhas exuberantes: não há como lhes fugir.

Vencida nova sequência de quilómetros nesse submundo, os correspondentes à linha quase recta entre o Jardim do Mar e o Paul do Mar, a estrada VE7 deixa-nos logo acima do casario longilíneo que compõe a última das povoações.

A via ER223 que dá continuidade ao túnel, prova-se também ela um feito de engenharia rodoviária, encaixada como está no sopé de algumas das falésias mais elevadas e íngremes do sul da ilha, tendo em conta que, até ao fim dos anos 60, só se chegava ao Paul do Mar de barco.

E que nos trinta anos seguintes era uma estradinha sinuosa, íngreme e traiçoeira que lá permitia chegar por terra.

Uns metros de luz resplandecente para diante, cortamos para a Rua da Igreja.

Damos de caras com um miradouro avarandado, com o Atlântico a banhar o litoral repleto de calhaus basálticos com uma ternura que o litoral do norte não sente nem em sonhos.

Paul do Mar, Ilha da Madeira, Portugal

A igreja de Santo Amaro, erguida no lugar de uma pequena capela dos primórdios da colonização da Madeira.

A Chegada Luminosa a Paul do Mar

Por alguma razão a rua em que nos detivemos recebeu tal nome. Viramos as costas ao miradouro e ao mar. No plano de vista oposto, uma igreja com visual futurista parecia desafiar a sumptuosidade geológica verde-ocre das escarpas.

A igreja de Santo Amaro, padroeiro da freguesia, tomou o lugar de uma capela modesta mas que desempenhou o papel de sede da paróquia local, instituída nos últimos dias de 1676, demolida no ano da revolução dos Cravos.

A cruz arrojada do novo templo destaca-se da nave. Aliás, da laje calçada de que a admiramos, dá-nos a ideia de que está prestes a descolar para o Espaço.

Espreitamos a Travessa do Serradinho que dali se estende, delimitada por um casario que tem ar de ser o mais antigo das redondezas. Logo, regressamos ao carro e à ER223.

Por umas dezenas de metros apenas.

A Marginal Social que Abriga as Famílias que Resistiram à Emigração

A extensão moderna e alongada do Paul do Mar exige-nos novo desvio em direcção ao oceano. Cruzamos um dos bananais mais extensos que vimos na Madeira, a amadurecer sob o calor daquela zona, diz-se que a mais solarenga e abafada da ilha.

Passamos ao lado do cemitério da povoação. Após o que entramos na sua extensa marginal, delimitada a sul por um paredão que a protege das tempestades.

Litoral pedregoso, Paul do Mar, Ilha da Madeira, Portugal

A beira-mar pedregosa abaixo de Paul do Mar.

E, a norte, por casas bem mais recentes, com perfil de bairro social, habitadas em boa parte por descendentes numerosos dos pescadores que – decorriam os anos 60 – resistiram a emigrar para as Américas, dizem os registos que com grande incidência no Panamá e a reforçar a já impressionante diáspora madeirense em redor do mundo.

Mesmo assim, nessa década, os habitantes de Paul do Mar diminuíram de mais de 1800 para 900, um número próximo ao da população de hoje.

Cada casa por que passamos abriga uma complexa expressão de vida, com sangue de pescadores – não fosse o Paul do Mar – um dos mais importantes polos piscatórios da Madeira.

E o Fundo do Paul, o Domínio Absoluto da Diversão

Com o tempo e a benesse do clima, mais que lugar de celebrações religiosas e populares frequentes, o Paul do Mar tornou-se uma espécie de povoação sempre em festa.

Os surfistas descobriram as ondas que, na altura certa do ano, ali se formam. Chegaram e procuraram lugar onde ficar.

Aos primeiros alojamentos, bares e outros negócios, seguiram-se vários mais, a contar com pequenas iniciativas de caminhadas, desportos náuticos e avistamento de golfinhos e baleias.

Os bares, em particular, aumentaram a olhos vistos. Hoje, sobretudo em períodos de férias e junto aos fins de semana, o paredão em frente a estes estabelecimentos mantém-se repleto de jovens ávidos por partilharem o sol, a boa-disposição e as peripécias meritórias do espanto alheio.

Uma Viagem Gastronómica e Cultural chamada “Maktub”

É neste espírito que damos entrada num dos estabelecimentos incontornáveis de Paul do Mar, o restaurante pré-destinado, descontraído e garrido “Maktub”.

Fábio Afonso põe-nos à vontade. Serve-nos um dos pargos mais suculentos e saborosos que degustámos até hoje, empratado com azeite e pétalas aromáticas, acompanhado por palitinhos de cenoura e courgette, arroz integral e cubinhos de batatas fritas. Jantamos cercados de mensagens deixadas por convivas de todo o mundo no mural improvisado das paredes.

Fábio Afonso, Maktub, Paul do Mar, Ilha da Madeira, Portugal

Fábio Afonso no seu restaurante “Maktub” do Paul do Mar.

Por mapas e outros elementos alusivos ao nosso âmbito preferido, o das viagens.

Fábio conta-nos que o seu próprio “Maktub” é uma espécie de jornada de vida, influenciada por distintos universos, o do mar e do surf, o da música, o das viagens e por aí fora. “Sabem, isto já corre na família.

Neste preciso momento, tenho o meu pai a dar uma volta ao mundo de veleiro. Levou a bordo umas quarenta garrafas de vinho da Madeira para oferecer onde ancorasse.”

Fábio Afonso e os irmãos levam a cabo outras empresas. São, não tarda há vinte anos, organizadores do Maktub Soundsgood, um festival de música virado para o reggae e para o mar.

Com o sol quase a assentar no oceano, abreviamos o jantar e desculpamo-nos a Fábio por isso.

Mesmo a partir do muro logo em diante ao “Maktub”, para trás e para a frente, é para o mar que nos viramos.

Com o ocaso raptado por um rodapé de nebulosidade que provinha do norte da ilha, decidimos antecipar o regresso à estrada. À ER223, claro está.

Silhueta de pescoço de ganso, Paul do Mar, Ilha da Madeira, Portugal

Formas de um pescoço-de-ganso e de um cacto bem definidas pelo pôr-do-sol

O Caminho Deslumbrante para a Ponta do Pargo

Mais destemida e pitoresca que nunca, a via fez-nos ziguezaguear pela falésia acima.

Assim mesmo e sem pressas, levou-nos a terras mais altas da Madeira: Fajã da Ovelha, Lombada dos Marinheiros e, meia-hora depois, ao destino desse fim de dia, o cabo finisterra madeirense da Ponta do Pargo.

Pelo caminho, não conseguimos resistir às sucessivas vistas do casario de Paul do Mar e do seu bananal prolífico a preencher a base da encosta.

Paul do Mar, Ilha da Madeira, Portugal

O casario do Paul do Mar divide a fajã local com um grande bananal.

Detemo-nos ainda para admirarmos o percurso tresloucado da própria via, feito de meandros inclinados, alguns deles abertos por pequenos túneis escavados na rocha, em que a dimensão dantesca dos penhascos reduzia os carros a um quase nada.

O Abrigo Inspirador da Casa das Levadas

Atingida a Ponta do Pargo, instalamo-nos nas Casas da Levada, um turismo rural inspirador que resultou de uma recuperação harmoniosa e sustentada de vários palheiros tradicionais, edifícios de pedra rústicos em que as famílias do campo guardavam os seus vimes.

Hoje, renovadas com uma simplicidade encantadora, as casas mantêm-se nas suas posições, sobranceiras face a campos cultivados, à vila e ao mar que banha o vértice ocidental da ilha, próximas de levadas que sulcam a floresta de laurisilva endémica da Madeira.

Piscina Casas da Levada, Ilha da Madeira, Portugal

A piscina das Casas da Levada, com a Ponta do Pargo ao fundo.

Por muita modernidade talentosa que tenha acolhido – caso ainda dos edifícios do Centro Cívico da povoação e da calçada axadrezada em que assentam – a Ponta do Pargo, como a Ponta de São Lourenço oposta –  terá sempre a origem histórica secular que lhe granjearam os pioneiros destes confins ocidentais da Madeira.

O Pargo Superlativo na Origem do baptismo Ponta do Pargo

Narrou o historiador Gaspar Frutuoso que, o baptismo de Ponta do Pargo proveio da navegação de Tristão Vaz Teixeira e de Álvaro Afonso que, malgrado a perigosidade do mar, ali terão conseguido pescar um grande pargo, o maior que tinham visto, isto, alguns anos antes da fundação da povoação, que se estima da segunda metade do século XVI.

Na manhã seguinte, estreamo-nos numa outra estrada antiga e sinuosa do oeste da Madeira, a ER-101, que sobe no mapa rumo a Porto Moniz e à costa norte da ilha.

Pelo caminho, tabuletas que indicavam um miradouro e um teleférico, aliciaram-nos para o limiar estonteante de Achadas da Cruz, quase 500 metros acima da fajã da Quebrada Nova, ambas sobre as coordenadas  em que o sul e o norte da Madeira se encontram, vertiginosas e ventosas a condizer.

A Descida Vertiginosa de Achadas da Cruz à Quebrada Nova

Debruçamo-nos sobre a vedação do miradouro. Espreitamos a orla de terra que, lá em baixo, enfrenta o grande Atlântico, os muros, murinhos e edifícios erguidos pelos colonos que, numa ilha montanhosa como a Madeira, acharam por bem aproveitar aquela terra, tão fértil como extrema.

Teleférico Achadas da Cruz à Quebrada Nova, Ilha da Madeira, Portugal

Teleférico das Achadas da Cruz desce para o destino final da Quebrada Nova.

Fotografamos a descida estonteante de um teleférico e a subida complementar do outro. Questionamo-nos se as rajadas que sentíamos intensificar-se não abanariam demasiado as cabinas.

Apreensivos, esclarecemo-nos com o funcionário da bilheteira. “Ó amigos, sim está a aumentar um pouco mas olhem que isto já aqui está há muitos anos e nunca tivemos acidentes. Estão a ver aquelas luzes? São elas que reagem ao vento, por assim dizer. Com a verde, está tudo OK. Com a vermelha, o sistema faz as cabinas pararem. Neste momento, está amarelo. Desçam sem medos.”

Mesmo algo receosos de ficarmos presos a meio da descida, com a cabine a embalar-nos, como aconteceu, em 2018, ao Presidente da Junta, seus familiares e a mais seis estrangeiros, é o que fazemos.

Aos poucos, o aproximar da cabine faz sumir as linhas e formas da Quebrada Nova. A umas meras dezenas de metros do solo, o vento enfurece-se. A cabine oscila mas completa o percurso sem que luz vermelha a barrasse.

Quebrada Nova: um Reduto Agrícola Improvável

Desembarcamos. Deslumbramo-nos com a enseada rochosa à direita, batida pelo vendaval furioso do Norte que, ali, quase nos fazia levantar voo. Percorremos o caminho que percorre a franja da fajã, na direcção contrária, entre os curralinhos de vinho, outros cultivos e a beira-mar pedregosa.

Enquanto avançamos, testemunhamos o dia-a-dia inusitado do lugar. Uma família recém-chegada transportava compras da base do teleférico para o seu palheiro-moradia.

Um morador, por sinal estrangeiro, saiu do seu palheiro de balde na mão, fez-se à rebentação com cuidados redobrados, encheu-o e regressou a casa.

Quebrada Nova, Ilha da Madeira, Portugal

Morador da Quebrada Nova tenta encher um balde de água do mar agitado em frente.

Sem surpresa, a Quebrada Nova nunca teve população fixa. Foi sempre uma espécie de anexo agrícola que os habitantes das imediações visitavam quando necessário para manter os seus cultivos.

Com o advento do turismo, no entanto, tornou-se frequente alguns forasteiros sentirem-se atraídos pela excentricidade geográfica e geológica do lugar, ali aprisionado entre a vastidão do Atlântico Norte e a imponência das falésias madeirenses.

Vários, compraram ou alugam palheiros-moradia e passaram a frequentá-los quando as suas almas ditavam tal retiro.

Continuamos a explorar a Quebrada Nova pelo caminho caprichoso que a sulca, em circuito quase fechado, de regresso à base do teleférico.

Ilha da Madeira, Portugal

Grupo de visitantes da Quebrada Nova aguarda pelo teleférico para regressar ao cimo das Achadas da Cruz.

Carregamos no botão que, à laia de elevador, o chama. Embarcamos e, uma vez mais sem incidentes, retornamos às alturas de Achadas da Cruz.

O Regresso a Tempo do Ocaso da Ponta do Pargo

Já de volta a Ponta do Pargo, descemos do centro do povo rumo ao farol que equipava o promontório. Espreitamos os panoramas abruptos para norte e para sul, ambos amarelados pela iminência do ocaso.

Uma mãe e uma filha, produzem Instagrames sem fim, com os cenários e adereços em redor do farol. Nós, caminhamos para trás da sua torre.

Fotografamos a silhueta da campânula translúcida entre o que nos parecem araucárias ou pinheiros-Norfolk desfolhados.

Ocaso na Ponta do Pargo, Ilha da Madeira, Portugal

Um curto momento exposto do pôr-do-sol, como visto detrás do farol da Ponta do Pargo.

Por fim, o crepúsculo dá-se. De novo antecipado e ainda mais caprichoso que o do Paul do Mar, exuberante apenas nos breves instantes em que o grande astro passou entre dois mantos densos de névoa.

Celebramos a sua inesperada excentricidade e fotogenia.

Com a noite a envolver a Madeira, cedemos ao abrigo acolhedor das Casas da Levada.

 

Os Autores agradecem o apoio das CASAS DA LEVADA à criação desta reportagem:

www.casasdalevada.com

+351 966780406

Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Lagoa de Albufeira ao Cabo Espichel, Sesimbra, Portugal

Romagem a um Cabo de Culto

Do cimo dos seus 134 metros de altura, o Cabo Espichel revela uma costa atlântica tão dramática como deslumbrante. Com partida na Lagoa de Albufeira a norte, litoral dourado abaixo, aventuramo-nos pelos mais de 600 anos de mistério, misticismo e veneração da sua aparecida Nossa Senhora do Cabo.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Safari
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Big Freedia e bouncer, Fried Chicken Festival, New Orleans
Cerimónias e Festividades
New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Big Freedia: em Modo Bounce

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, lá emergem novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, aventuramo-nos à descoberta do Bounce hip hop.
Um dos prédios mais altos de Valletta, Malta
Cidades
Valletta, Malta

As Capitais Não se Medem aos Palmos

Por altura da sua fundação, a Ordem dos Cavaleiros Hospitalários apodou-a de "a mais humilde". Com o passar dos séculos, o título deixou de lhe servir. Em 2018, Valletta foi a Capital Europeia da Cultura mais exígua de sempre e uma das mais recheadas de história e deslumbrantes de que há memória.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Páscoa em Helsínquia, Finlândia, iKids em Seurassari
Cultura
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Em Viagem
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Étnico
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Banhistas sobre o limiar entre as Piscinas Naturais e o oceano Atlântico, Porto Moniz
História
Porto Moniz e Ribeira da Janela, Madeira

Uma Vida de Encosta, Oceano e Lava

Exploramos terras que se diz terem sido colonizadas, ainda no século XV, pelo algarvio Francisco Moniz, o Velho. Decorrido quase meio milénio, Porto Moniz tornou-se um domínio balnear concorrido, muito por conta das suas piscinas retidas num labirinto de rocha lávica.
Gran Canária, ilha, Canárias, Espanha, La Tejeda
Ilhas
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Natureza
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parques Naturais
Moçamedes ao PN Iona, Namibe, Angola

Entrada em Grande na Angola das Dunas

Ainda com Moçâmedes como ponto de partida, viajamos em busca das areias do Namibe e do Parque Nacional Iona. A meteorologia do cacimbo impede a continuação entre o Atlântico e as dunas para o sul deslumbrante da Baía dos Tigres. Será só uma questão de tempo.
San Juan, Cidade Velha, Porto Rico, Reggaeton, bandeira em Portão
Património Mundial UNESCO
San Juan, Porto Rico (Parte 2)

Ao Ritmo do Reggaeton

Os porto-riquenhos irrequietos e inventivos fizeram de San Juan a capital mundial do reggaeton. Ao ritmo preferido da nação, encheram a sua “Cidade Muralhada” de outras artes, de cor e de vida.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Monumento Cap 110
Praias
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Religião
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Parque Nacional Everglades, Florida, Estados Unidos, voo sobre os canais dos Everglades
Vida Selvagem
Parque Nacional Everglades, Flórida, E.U.A.

O Grande Rio Ervado da Flórida

Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.