Chandor, Goa, Índia

Uma Casa Goesa-Portuguesa, Com Certeza


O Grande Solar
A longa fachada da Casa Menezes Bragança, uma das maiores de Chandor e de Goa em geral.
A Matriarca
Dª A?urea, a matriarca da família Braganc?a Pereira.
À Moda Goesa Antiga
Um dos vários salões da Casa Bragança-Pereira.
Album de Família
Colectânea de recordações da família, sobre um velho toucador.
Assento do Amor
Um assento-do-amor, um dos vários elementos decorativos históricos da casa Menezes-Bragança.
Capela Privada
A capela da casa Menezes-Bragança, em que a família diz guardar uma unha de São Francisco de Xavier.
A Entrada e a Fronteira
Entrada e meio geométrico da A longa fachada da Casa Menezes Bragança, onde começa a divisão actual entre as duas famílias que a ocupam.
O Futuro
Descendentes Fami?lia Braganc?a Pereira em frente à igreja de Chandor.
Os Bragança Pereira
Retrato de parte da família Bragança Pereira, na sua casa de Chandor.
Francisco Xavier Bragança
O retrato de Francisco Xavier Braganc?a, o mais destacado dos anciãos da família Bragança.
Grande Salão
Um dos vários salões da Casa Menezes Braganc?a, decorado com uma mistura de elementos coloniais e goeses.
Um palacete com influência arquitectónica lusa, a Casa Menezes Bragança, destaca-se do casario de Chandor, em Goa. Forma um legado de uma das famílias mais poderosas da antiga província. Tanto da sua ascensão em aliança estratégica com a administração portuguesa como do posterior nacionalismo goês.

A primeira impressão que fazemos da Casa Menezes Bragança é a de que o termo casa estava longe de lhe fazer justiça.

Da beira de um jardim relvado e verdejante, vemo-nos perante a fachada de um solar tropical portentoso, com dois pisos cobertos de um beiral e de um telhado, ambos feitos de telha portuguesa gasta pelo tempo.

Se, como esperado de um domicílio de campo, a altura é comedida, o seu comprimento espanta-nos. Só no primeiro andar, contamos doze janelas altas recortadas, cada qual com o seu varandim de um ocre condizente com as telhas.

No piso térreo, outras tantas, mais pequenas, encerradas por portadas de jeito mais hindu que luso.

Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India

A longa fachada da Casa Menezes Bragança, uma das maiores de Chandor e de Goa em geral.

Devemos ainda dizer que conseguíamos admirar apenas um segmento estendido entre um trio de coqueiros e um pinheiro asiático, todos mais altos que o cimo do telhado. Caminhamos um pouco mais.

Percebemos que o pinheiro escondia a entrada de serviço, situada a meio da fachada simétrica do edifício, o que equivale a dizer que, da entrada em diante, as janelas e tudo o resto se repetiam.

O olhar e o tom da interlocutora deixam-nos apreensivos. O remate, em particular, desarma-nos. Por pouco tempo.

Não queríamos aceitar que tínhamos percorrido aqueles 20km (sem contar com a distância para Portugal) em vão. Assim sendo, ripostamos com todos os argumentos e mais alguns, da nacionalidade ao propósito profissional.

Quando a senhora mantém o seu bloqueio, puxamos um trunfo mais alto da manga: se o problema estava em que não tinha instruções para abrir excepção, então que nos deixasse falar com a proprietária.

Dois minutos depois, algo contrariada, Dª Judite passa-nos um papel com um número de telefone. Não havia rede de telemóvel em parte nenhuma da casa, pelo que lhe dissemos que ligaríamos do exterior e regressaríamos a comunicar o resultado da chamada.

Instalamo-nos num prolongamento da mansão, entre o fim do jardim e a Igreja de Chandor. Durante uma boa meia-hora, ou não conseguimos ligar por falta de rede ou ninguém responde. Numa derradeira e desesperada tentativa, por fim, a chamada é atendida por Aida Menezes Bragança. Falava-nos de Bangalore.

Repetimos-lhe os argumentos já explanados a Dª Judite. Acrescentamos mais alguns. A interlocutora sensibilizou-se com a importância que dávamos à nossa visita e trabalho e anuiu. “Esperem só dez minutos para eu ligar lá para casa e falar com a Dª Judite. Depois, subam e façam as fotos que precisarem.”

Regressamos. Guiados por uma empregada da casa, investigamos as sucessivas salas e salões, um deles de baile, em qualquer caso, com recheios seculares intactos: lustres de cristal belgas e venezianos a pender do tecto.

Salão, Casa Menezes Bragança-Chandor-Goa-India

Um dos vários salões da Casa Menezes Bragança, decorado com uma mistura de elementos coloniais e goeses.

Grandes mesas, cadeiras e cadeirões, toucadores de jacarandá e teca, estantes de uma das maiores bibliotecas privadas de Goa com cerca de 5000 livros em várias línguas. Canapés, palanquins e assentos-do-amor.

Assento-do-amor, Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India

Um assento-do-amor, um dos vários elementos decorativos históricos da casa Menezes-Bragança.

Escrivaninhas, bibelôs, porcelana de Macau, um serviço de jantar da Companhia das Índias Orientais e até um velho coco-do-mar trazido das Seicheles subsistiam, dispostos em jeito de museu domiciliar, sobre soalhos feitos de grandes tábuas ou pisos de azulejos com padrões bem distintos, a formarem sub-espaços independentes.

Dezenas de fotos de família e alguns quadros espelhavam a árvore genealógica dos moradores e parte da história prolífica da família e da Casa Menezes Bragança.

Antes da chegada de Vasco da Gama a Goa, como quase todos os goenses, os ancestrais dos Bragança eram hindus, dos mais poderosos na região. Integravam a casta superior brâmane e faziam parte do pachayat (concelho) de Chandrapur, a capital de Goa nos séculos XI a XIII. Nessa altura, usavam o sobrenome Desai.

Concretizado o domínio português, a partir de 1542, a missão jesuíta de São Francisco de Xavier, mais tarde também a Inquisição, determinaram a destruição dos templos hindus. Os Desai viram-se forçados a aderir ao cristianismo, a integrar a sociedade portuguesa e a emular os seus modos aristocratas.

Devido à supremacia económica, intelectual e social que já possuíam, durante os 300 anos que se seguiram, alguns Desai ocuparam lugares cimeiros na administração lusa.

Agradados com o contributo desta família e em justiça para com a posição dominante que ocupavam, os portugueses concederam-lhes o nome da última Casa Real, então escrita como Braganza. A Casa Menezes Bragança de Chandor foi erguida a partir do século XVI e aumentada e melhorada em três fases sucessivas, ao longo de trezentos anos.

Francisco Xavier Bragança, Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India

O retrato de Francisco Xavier Bragança, o mais destacado dos anciãos da família Bragança.

No século XIX, os Bragança atingiram o ápice. Francisco Xavier Bragança, advogado, aristocrata goês, dono de plantações de arroz e de coqueiros instaladas em terras aforadas pela Coroa portuguesa, recebeu de Fernando II e Maria II, reis de Portugal os títulos de cavaleiro e, do Concelho Nobiliárquico de Lisboa, o escudo-real.

António Elzário Sant’ Anna Pereira, primo de Francisco Xavier, foi agraciado com título idêntico. A partir do século XVI, a transformação arquitectónica da mansão e a sua decoração deveu-se sobretudo à pompa e fausto em que se moviam estas duas personalidades.

Chegada à última década do século XX, Francisco Xavier Bragança falece. Sem filhos, nomeou o primeiro neto Luís Menezes de Bragança como herdeiro. Luís Menezes de Bragança revelou-se também ele letrado e influente e, quanto mais instruído, mais activo na contestação ao domínio colonial português.

Associado a outras figuras intelectuais, fundou o primeiro jornal em língua portuguesa de Goa, “O Heraldo”. Pouco depois, criou o seu próprio periódico: “O Debate” e um bissemanal denominado “Pracasha”. Nos três títulos mas não só, tornou públicas as críticas que reservava ao regime colonial português. Daí em diante, nada seria igual.

A família Bragança fragmentou-se. A casa deu origem a duas, cada qual pertencente a duas irmãs herdeiras dos Bragança, a ocuparem alas opostas do palacete.

Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India

Entrada e meio geométrico da Casa Menezes Bragança, onde começa a divisão actual entre as duas famílias que a ocupam.

Deixamos o lado dos Menezes Bragança sem sequer voltarmos a ver Dª Judite, demasiado atrapalhada com os seus afazeres judiciais. Despedimo-nos e voltamos ao átrio em que a mansão se dividia. Tocamos à campainha da porta do lado.

Dá-nos as boas-vindas uma criada da casa Bragança-Pereira que se apressou a chamar um dos filhos da dona. Armando, o nosso cicerone, já pouco português falava: “Eu não falo, mas a minha mãe fala. Ela fica sempre contente por ter visitantes portugueses. Vou buscá-la.”

Dª Áurea Bragança Pereira, Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India

Dª Áurea, a matriarca da família Bragança Pereira.

Decorridos uns minutos, Dª Áurea Bragança Pereira, surgiu dos confins de um salão. Áurea era a única sobrevivente da 14ª geração dos Braganças. Desde 1948 que vivia na ala da mansão que herdara com quinze descendentes e consortes.

Conversa puxa conversa, concordamos em tirar uma fotografia da família presente. Entretanto, a anciã confessa-se mais fatigada que o habitual. Armando retoma o périplo.

Conduz-nos à capela e a um segredo algo surreal da casa. À margem dos incontáveis objectos em redor, a capela preservava o que se diz ser uma unha de São Francisco de Xavier, queratina removida do restante corpo que jaz na Basílica do Bom Jesus, em Goa Velha.

Capela, Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India

A capela da casa Menezes-Bragança, em que a família diz guardar uma unha de São Francisco de Xavier.

Quatrocentos e trinta e três anos após a fundação da colónia portuguesa de Goa, Salazar chegou a primeiro-ministro da recém imposta república portuguesa, com promessas constitucionais de liberdade civil e de expressão.

De acordo, Menezes Bragança, já membro do parlamento português, propôs uma moção ao Conselho que visava a auto-determinação de Goa. Salazar refutou-a sem apelo. Encerrou o jornal de Menezes de Bragança e ordenou que as suas actividades fossem monitoradas.

A postura intransigente de Salazar gerou em Menezes uma profunda depressão que levou à sua morte em 1938. Tristão de Bragança Cunha (1891-1958), cunhado de Menezes Bragança seguiu-lhe os passos até se tornar o Pai do Nacionalismo Goês.

Fundou o Comité do Congresso Nacional de Goa e publicou um panfleto intitulado Denacionalização de Goa que criticava o Estado Novo por, entre outros pecados, querer exterminar o uso do dialecto konkani. Ambas as publicações se provaram sérios denunciantes da opressão portuguesa.

Nesses tempos, Tristão de Bragança Cunha, Bertha de Menezes Bragança e outros membros do Comité tinham reuniões na Casa Menezes Bragança em que proferiam com frequência o grito Jai Hind que louvava a Victória da Índia. Tais reuniões suscitaram a comparência cada vez mais frequente e castradora da polícia portuguesa.

Ainda assim, os esforços dos Bragança e seguidores sensibilizaram vários políticos indianos influentes e independentistas para a Questão Goesa, entre eles Nehru, futuro ministro da Índia.

A Índia declarou a sua independência da Grã-Bretanha em 1947. Por diversas razões e controvérsias de que o venerado Nehru ainda é acusado, Goa permaneceu posse de Portugal até 1961, quando o exército indiano a liberou.

Apenas um ano antes do encerrar do Raj Britânico, Tristão de Bragança Cunha foi detido e sentenciado a oito anos de encarceramento no Forte de Peniche. Toda a sua família se viu perseguida pelas autoridades portuguesas o que levou à sua fuga para Bangalore, a capital agora tecnológica do estado de Karnataka.

Tristão da Cunha regressou à India em 1953 mas faleceu em exílio em Bombaim, em 1958, a apenas três anos da emancipação de Goa. Quando Aida regressou à Casa Bragança, em 1961, só algumas criadas a habitavam.

Parte da família Bragança-Pereira, Casa Menezes Bragança, Chandor, Goa, India

Retrato de parte da família Bragança Pereira, na sua casa de Chandor.

Boa parte do recheio mais valioso tinha desaparecido e as chuvas das monções danificado o telhado e parte das salas. As reformas políticas indianas de 1962, retiraram aos Bragança as terras granjeadas pela Coroa Portuguesa que até então tinham assegurado o sustento da mansão.

Com pouco ou nenhum apoio dos governos indiano ou goês para a custosa reconstrução e manutenção – só do lado dos Menezes Bragança trabalham seis homens e mulheres de 2ª a Sábado – mas conscientes do valor histórico da casa, ambas as famílias abriram portas ao público.

Segundo Dª Áurea, o lado Bragança-Pereira já há mais de 50 anos, a aceitar apenas doações voluntárias. A ala Menezes Bragança, durante os anos 80, a cobrar entradas fixas.

Enquanto depender apenas da Dª Áurea, a sua parte da Casa Menezes Bragança, demasiado repleta de emoções e recordações, nunca será vendida.

Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Casario

Lares Doces Lares

Poucas espécies são mais sociais e gregárias que a humana. O Homem tende emular outros lares doces lares do mundo. Alguns desses casarios revelam-se impressionantes.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.

Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Guwahati a Sela Pass, Índia

Viagem Mundana ao Desfiladeiro Sagrado de Sela

Durante 25 horas, percorremos a NH13, uma das mais elevadas e perigosas estradas indianas. Viajamos da bacia do rio Bramaputra aos Himalaias disputados da província de Arunachal Pradesh. Neste artigo, descrevemos-lhe o trecho até aos 4170 m de altitude do Sela Pass que nos apontou à cidade budista-tibetana de Tawang.
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
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Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
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Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

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O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
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Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
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Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
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Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
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O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
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Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
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Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
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Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
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Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
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Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Levada do Caldeirão Verde, Madeira, Portugal, terras altas
Natureza
Levada do Caldeirão Verde, Madeira, Portugal

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É apenas um dos mais de cem sistemas de canais prodigiosos que os madeirenses construíram para irrigarem os cultivos. Os seus cenários verdejantes, escarpados e dramáticos fazem os visitantes da ilha fluírem em contínuo ao longo da levada do Caldeirão Verde.
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Outono
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Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Parques Naturais
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Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
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Património Mundial UNESCO
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Ao Ritmo da Música Orleaniana

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, o jazz deu o tom a novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, temos o privilégio de apreciar de tudo um pouco.
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Personagens
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O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
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Praias
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Religião
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A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Sociedade
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Rinoceronte listado após sair de uma lagoa repleta de limos.
Vida Selvagem
Reserva de Vida Selvagem Mkhaya, eSwatini

A Reserva dos Rinocerontes Garantidos

Criada, em 1979, com o fim de evitar a extinção do precioso gado nguni, Mkhaya ajustou-se a uma missão tão ou mais importante. Preserva espécimes de boa parte da fauna indígena ameaçada da região. Com destaque para rinocerontes (brancos e negros) que os rangers locais se gabam de sempre revelarem.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.