PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking


No rumo da Democracia
O rio Oxará desliza entre a casa de férias actual do primeiro-ministro islandês e a encosta em que se instalou o Althingi, considerado o primeiro parlamento do mundo.
Guardiães de Thingvellir
Os moradores permanentes do rio Oxará e lago Thingvallavatn a quem a paisagem de Thingvellir permanece entregue na maior parte do tempo.
Solfar: The Sun Voyager
Escultura de Jón Gunnar Árnason, um barco ode ao sol instalado em Sæbraut, nas imediações de Reiquejavique.
Povoamento “viking” actual
Casario de Reiquejavique visto do ar com a catedral da capital islandesa em destaque.
Eriksson, o povoador
A homenagem de Reiquejavique a um dos seus povoadores pioneiros, o viking Leif Eriksson.
Ocaso islandês
Sol põe-se nas últimas horas de um dia de junho e dá mais cor aos cenários de Thingvellir.
Braços de Lago
Falhas geológicas criam rasgos de rocha em que se alonga o lago Thingvallavatn.
Bandeira abaixo
Funcionário remove a bandeira islandesa de um mastro em frente a catedral de Reiquejavique.
Almannagja
Marco C. Pereira e Sara Wong sobre uma das falhas geológicas características do PN Thingvellir e que provam a lenta separação da placa norte-americana da euroasiática.
Monumento ao Burocrata desconhecido
Estátua de Magnús Tomásson no centro de Reiquejavique.
Thingvallabaer
A Residência de Verão do Primeiro-Ministro da Islândia.
Thingvallabaer
A Residência de Verão do Primeiro-Ministro da Islândia.
Thingvallakirja
A igreja luterana que, com o cemitério contíguo, completa o conjunto de estruturas criadas pelo homem do PN Thingvellir.
Fissura Almannagj
A fissura tectónica em que eram levados a cabo encontros políticos e procedimentos religiosos da comunidade.
As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.

Na ressaca da crise financeira de 2008-2012, o mundo e sobretudo os seus inquilinos com sensibilidade política mais esquerdista voltaram a louvar a Ilha do Fogo e do Gelo.

Desta feita, o motivo não foram os cenários rudes, montanhosos, frígidos e vulcânicos.

Tão badalada apologia deveu-se à forma como o governo islandês lidou com a falência dos seus bancos Glitnir, Kaupthing e Landsbanki que, entre outras diabruras comerciais, ofereceram depósitos com taxas de juro superiores a 8% que atraíram não só clientes islandeses como holandeses, britânicos e de outras nacionalidades.

Os seus activos chegaram a totalizar onze vezes o PIB da nação. Mas estes mesmos bancos também fizeram a dívida externa do país aumentar até sete vezes o PIB da Islândia de 2007. Causaram a sua própria ruptura e a falência do sistema financeiro nacional.

Quando o mesmo aconteceu com diversas outras instituições financeiras norte-americanas, europeias e globais, até então com estruturas que se pensavam inabaláveis (Citigroup, JP Morgan Chase e Lehman Brothers) nos E.U.A. e países europeus, os governos desresponsabilizaram os gestores de topo.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Monumento ao Burocrata desconhecido

Estátua de Magnús Tomásson no centro de Reiquejavique.

Privilegiaram operações de salvamento com base em taxações dos contribuintes. Na Islândia, ao invés, a pressão do povo e a sua relativa intimidade com o governo forçou-o a deixar os bancos falir e a restituir o que pôde aos depositantes islandeses.

O parlamento islandês decretou ainda uma investigação criminal. O ministro das finanças e diversos presidentes, directores e gestores de bancos, homens de negócios e advogados foram condenados a penas até de prisão efectiva. O primeiro-ministro no poder durante esta crise admitiu a sua responsabilidade e demitiu-se.

Pouco depois, o povo islandês elegeu um novo governo que, mesmo com as suas máculas, não demorou a retirar a nação do atoleiro em que mergulhara.

Em Busca do Primeiro Parlamento do Mundo, o Althing

A verdadeira génese da democracia centra-se na Grécia Antiga mas, mesmo se mais recente, a tradição de consciência e intervenção popular pela justiça nos destinos da Islândia é milenar e de igual forma pioneira.

Teve o seu início oficial em 930 d.C., com a sessão inaugural do que é considerado o primeiro parlamento do mundo, o Althing.

Depois de darmos a volta à ilha com partida e regresso à capital Reiquejavique, desviámos da Ring Road para a rota Golden Circle e apontámos para o Parque Nacional de Thingvellir.

Após quase uma hora de condução, vimo-nos nas profundezas de um vale amplo ladeado por cordilheiras de altitudes comedidas para o que já tínhamos visto, ainda assim, com os cimos cobertos de neve.

A vastidão plana por que seguíamos estava salpicada de lagos e lagoas interligados por falhas geológicas preenchidas por canais ou riachos.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Oxará

O rio Oxará desliza entre a casa de férias actual do primeiro-ministro islandês e a encosta em que se instalou o Althing, considerado o primeiro parlamento do mundo.

Uma cobertura considerável de nuvens sobrevoava-nos a grande velocidade e, a espaços, deixava os raios solares do quase ocaso afagarem o cenário acastanhado pelo frio.

À hora que deixámos o carro para caminhar já não víamos vivalma. Erma como se encontrava, aquela também estranha paisagem fascinou-nos a dobrar.

Como há muito fascina os islandeses.

A História Viking na Génese da Fundação do Althing

Narra o Livro da Colonização dos Povos Nórdicos que a povoação da Islândia se inaugurou no final do século IX e que, a partir de então, vários habitantes de origem viking e celta se instalaram na ilha, com frequência refugiados de desavenças ou de perseguições ditadas pela realeza ou por clãs mais poderosos dos territórios em que viviam.

Eriksson

A homenagem de Reiquejavique a um dos seus povoadores pioneiros, o viking Leif Eriksson.

Após constatarem as condições que o novo domínio oferecia, muitos já não quiseram voltar. Em vez, criaram assembleias distritais.

À medida que a população aumentou e os descendentes do chefe pioneiro da colonização da ilha, Ingólfur Arnarson conquistaram supremacia sobre outras famílias, chefes rivais reclamaram a necessidade da instauração de uma assembleia que limitasse o seu poder.

Entre 927 e 930, um homem chamado Grímur Geitskör (Grímur barba de cabra) ficou encarregue de percorrer a Islândia e escolher o lugar mais adequado a um projecto de parlamento.

Não tardámos a avistar o local eleito. Foi por ele seleccionado devido à posição privilegiada às margens do maior lago da ilha, Thingvallavatn, na base de uma falha rochosa proeminente e com vista desafogada.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Thingvallavatn

Falhas geológicas criam rasgos de rocha em que se alonga o lago Thingvallavatn.

Também contribuiu para a escolha a conveniência de o anterior proprietário, Thorsteinn Ingólfsson, se ter visto condenado por assassínio e de Bláskógar, a sua terra, ter sido declarada pública.

Esta foi uma decisão comunal e judicial madura considerando que estávamos no primeiro terço da idade das trevas e tendo ainda em conta a excentricidade das coordenadas geográficas – leia-se quase árcticas e do meio do Atlântico – em que o episódio teve lugar.

A Desolação algo Mística do Parque Nacional Thingvellir

Continuamos sem ver sinal de gente. Em contrapartida, abundam os patos. A sua indiferença, soberba e até agressividade fazem-nos sentir os invasores que somos.

Um par de aves que dormita sobre o solo forrado de tojo não arreda patas do trilho estreito e muralhado porque é suposto avançarmos.

Quando tentamos contorná-los, somos atacados à bicada de tal maneira que nos vem à mente a hipótese de serem reencarnações vikings aladas.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, pato

Os moradores permanentes do rio Oxará e lago Thingvallavatn a quem a paisagem de Thingvellir permanece entregue na maior parte do tempo.

Os bichos obrigam-nos a trepar o pequeno muro, a desviar caminho pela beira do Canyon de Silfra e a atravessarmos a ponte sobre o rio Oxará.

Thingvallabaer e Thingvallakirja, os Edifícios que Agora se Destacam de Thingvelir

Demos então com um complexo de edifícios brancos de madeira com telhados abruptos e percebemos que se tratavam do Thingvallabaer – a residência de Verão oficial do primeiro-ministro islandês.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Thingvallabaer

A Residência de Verão do Primeiro-Ministro da Islândia.

E a Thingvallakirja, uma igreja que substituiu a original do século XI.

Foram ambos erguidos em 1930 para comemorar o milénio inaugural do Althing, como complemento à constituição do primeiro parque nacional da Islândia, o PN Thingvellir que continuávamos a desvendar.

Examinamos os edifícios e o pequeno cemitério em que estão sepultados dois poetas contemporâneos da independência islandesa.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Thingvallakirja

A igreja luterana que, com o cemitério contíguo, completa o conjunto de estruturas criadas pelo homem do PN Thingvellir.

Também daquele ângulo, nos confrontamos com o paredão elevado de lava solidificada que antecipava o horizonte para noroeste.

Pomo-nos a caminho das suas alturas.

O Sopé de Encosta que Acolheu o Parlamento Viking Althing

Com essa ascensão, convergimos por fim para a Lögberg (Rocha de Lei), o lugar exacto em que o Althing se reunia anualmente. Era ali, entre duas fissuras profundas, que o lögsögumadur recitava as leis à assembleia.

Após a cristianização da Islândia, esse sítio mudou para o sopé de outros penhascos que revelaram uma acústica mais propícia a difundir os discursos pela multidão vinda dos quatro cantos da ilha.

Alguns dos chefes chegavam de dezassete dias de viagem, o máximo previsto para os provenientes do seu extremo oriental, em que as sucessivas montanhas e os glaciares islandeses se provavam bem mais complicados de transpor.

Não temos dificuldade em encontrar esse outro lugar no sopé, marcado por um mastro de bandeira.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Thingvallavatn

Sol põe-se nas últimas horas de um dia de junho e dá mais cor aos cenários de Thingvellir.

Nem de imaginar onde se situaria o Nedrivellir (os Campos Baixos), a área plana alojada numa cota inferior, em frente aos penhascos.

Ali se crê que a Lögrétta – um conselho jurídico constituído por 48 membros votantes, 96 conselheiros e dois bispos – debatia até chegar a decisões cruciais para o futuro da cada vez maior comunidade.

Nas imediações, achamos ainda diversos búdirs, abrigos de pedra e de turfa em que os participantes nas assembleias acampavam, outros que serviam de bancas de comes e bebes muito à laia do que acontece nos nossos dias durante os festivais de música.

Naqueles tempos, como hoje, um dos produtos mais transacionados era a cerveja. Também eram vendidos e comprados comida e véus, entre outros.

Almannagjá, a Fissura na Fronteira entre as Placas Norte-Americana e Europeia

Colocamos um pé de cada lado de um dos prolongamentos estreitados da fissura Almannagjá, num equilíbrio simbólico mas precário sobre uma profundeza de lava negra.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Almannagja

Marco C. Pereira e Sara Wong sobre uma das falhas geológicas características do PN Thingvellir e que provam a lenta separação da placa norte-americana da Euroasiática.

Assim mesmo, rimo-nos da curiosidade de os colonos vikings e celtas participantes acamparem, legislarem e consolidarem a futura nacionalidade islandesa, enquanto a América do Norte e a Europa se separavam mesmo que apenas alguns milímetros por ano.

Há muito que este virar de costas tectónico deixa marcas na planície de Thingvellir.

Não só a fenda Almannagjá, também outras expressões geológicas menores como a Brennugjá (o Abismo Ardente).

Thingvellir, Origens Democracia Islândia, Almannagj

A fissura tectónica em que eram levados a cabo encontros políticos e procedimentos religiosos da comunidade.

Durante o século XVII foram por ali queimados nove homens acusados de bruxaria e a Drekkingarhylur onde se precipita a cascata de Öxararfoss, usada para afogar mulheres acusadas de infanticídio, adultério ou outros crimes.

Nos dias que correm, as autoridades islandesas são algo mais misericordiosas.

No entanto, por respeito à antiguidade e ao pragmatismo histórico da sua democracia, ao contrário do que acontece um pouco por todo o lado, são raros os autores de crimes que escapam à vontade do povo e à lei.

Assim se viu com as condenações a prisão real dos vários responsáveis pelas fraudes que agravaram a crise financeira islandesa de 2008-11.

Todas decididas no sucessor do Althing original, agora instalado num edifício cinzento de pedra da capital Reiquejavique.

Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Reiquejavique

Casario de Reiquejavique visto do ar com a catedral da capital islandesa em destaque.

Lagoa Jökursarlón, Glaciar Vatnajökull, Islândia

Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Tórshavn, Ilhas Faroé

O Porto Faroês de Thor

É a principal povoação das ilhas Faroé desde, pelo menos, 850 d.C., ano em que os colonos viquingues lá estabeleceram um parlamento. Tórshavn mantém-se uma das capitais mais diminutas da Europa e o abrigo divinal de cerca de um terço da população faroense.
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Lagoa de Jok​ülsárlón, Islândia

O Canto e o Gelo

Criada pela água do oceano Árctico e pelo degelo do maior glaciar da Europa, Jokülsárlón forma um domínio frígido e imponente. Os islandeses reverenciam-na e prestam-lhe surpreendentes homenagens.
Harare, Zimbabwe

O Último Estertor do Surreal Mugabué

Em 2015, a primeira-dama do Zimbabué Grace Mugabe afirmou que o presidente, então com 91 anos, governaria até aos 100, numa cadeira-de-rodas especial. Pouco depois, começou a insinuar-se à sua sucessão. Mas, nos últimos dias, os generais precipitaram, por fim, a remoção de Robert Mugabe que substituiram pelo antigo vice-presidente Emmerson Mnangagwa.
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Saida Ksar Ouled Soltane, festival dos ksour, tataouine, tunisia
Cerimónias e Festividades
Tataouine, Tunísia

Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Cidades
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Verificação da correspondência
Cultura
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Em Viagem
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Banhistas em pleno Fim do Mundo-Cenote de Cuzamá, Mérida, México
Étnico
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Sesimbra, Vila, Portugal, Vista do alto
História
Sesimbra, Portugal

Uma Vila Tocada por Midas

Não são só a Praia da Califórnia e a do Ouro que a encerram a sul. Abrigada das fúrias do ocidente atlântico, prendada com outras enseadas imaculadas e dotada de fortificações seculares, Sesimbra é, hoje, um porto de abrigo piscatório e balnear precioso.
Ilhas
Viti Levu, Fiji

A Partilha Improvável da ilha Viti Levu

Em pleno Pacífico Sul, uma comunidade numerosa de descendentes de indianos recrutados pelos ex-colonos britânicos e a população indígena melanésia repartem há muito a ilha chefe de Fiji.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Inverno Branco
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Natureza
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Graciosa, Açores, Monte da Ajuda
Parques Naturais
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Palácio Gyeongbokgung, Seul, Viagem Coreia, Manobras a cores
Património Mundial UNESCO
Seul, Coreia do Sul

Um Vislumbre da Coreia Medieval

O Palácio de Gyeongbokgung resiste protegido por guardiães em trajes sedosos. Em conjunto, formam um símbolo da identidade sul-coreana. Sem o esperarmos, acabamos por nos ver na era imperial destas paragens asiáticas.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Pórtico de Daytona Beach, praia mais famosa do ano, Florida
Praias
Daytona Beach, Flórida, Estados Unidos

A Dita Praia Mais Famosa do Mundo

Se a sua notoriedade advém sobretudo das corridas NASCAR, em Daytona Beach, encontramos uma estância balnear peculiar e um areal vasto e compacto que, em tempos, serviu para testes de velocidade automóvel.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Cabo da Cruz, colónia focas, cape cross focas, Namíbia
Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.