Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal


Verde-Alagoínha
Quedas d'água fluem paredes abaixo e renovam a água da Alagoinha.
Igreja da Lomba
Igreja de Nª Srª Rosário da Lomba.
Lagoa Comprida
A lagoa Comprida das Flores
Panorama à Vista
Sinal de trânsito antigo indica mais um dos inúmeros miradouros da ilha das Flores.
Trabalho é trabalho
Rui Filipe Custódio, jovem florense, morador da Fajãzinha regressa a um milheiras para voltar a encher o cesto de espigas.
O Riacho
Edifícios de antigos moinhos, à beira de um riacho pedregoso.
Ocaso
Sol põe-se abaixo de uma camada de nuvens carregadas que escurece a Fajãzinha.
Uma Costa pouco Florida
Perspectiva aérea do litoral sul da ilha das Flores, nas imediações da capital Santa Cruz das Flores.
Trio de Gado
Vacas sobre uma elevação atufada nas imediações do Morro Alto, o ponto mais elevado das Flores
Igreja da Nª Srª da Conceição
Fachada da maior igreja de Santa Cruz das Flores, a igreja da Nª Srª da Conceição.
A Pista
A pista do aeroporto das Flores, que separa a capital Santa Cruz do resto da ilha.
Quedas d’água Alagoínha
Quedas d'água fluem paredes abaixo e renovam a água da Alagoinha.
Fajãzinha-Centro
O centro do povoado da Fajãzinha, um dos mais antigos e notórios da costa oeste das Flores.
A Mais Escura das Lagoas
A Lagoa Escura (e profunda) das Flores, vizinha da Lagoa Comprida.
Gerações do Milho
António de Freitas, Maria de Fátima e Rui Filipe colhem espigas de milho.
Vale da Vida
Panorâmica do vale da costa ocidental das Flores em que se instalou a Fajãzinha
Ladeira abaixo
Vacas descem uma encosta de beira de estrada da ilha das Flores.
Igreja de Nª Srª da Conceição
Uma das várias igrejas de Santa Cruz das Flores, das mais imponentes dos Açores.
Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.

É íntima a relação do aeroporto da Ilha das Flores com Santa Cruz, a sua capital.

A cidade aproveitou-se de uma laje destacada da costa oriental­­. Arruma-se como pode, entre o mar e a pista de asfalto que a separa da encosta inaugural da ilha.

A algumas milhas para norte, a Vila do Corvo espreita-a em permanência. Vive uma vigia mútua e solidária que atenua a solidão e a pequenez imposta pelo Atlântico sem fim.

Ilha das Flores e o Corvo à Vista

O avião revela-as às duas, uma de cada correnteza de janelas. O casario de Santa Cruz, mais e mais definido à medida que a aterragem se aproxima. O do Corvo, aninhado na base da ilha-montanha, apenas e só um vislumbre.

Pousamos contra um vento castigador. Desembarcamos. Num ápice, saímos prontos a verificar a promessa do nativo ao balcão do rent-a-car: “pois, mas mesmo que esta seja a última, vai ser a ilha de que vão gostar mais.” afiança-nos convicto da beleza da sua terra.

Apressamo-nos a instalar-nos e a explorá-la decididos a deixar, para o fim, a cidade que nos recebera.

Contornamos o aeroporto e seguimos vertente acima, apontados à Ribeira dos Barqueiros.

Um desvio da estrada conduz-nos ao Miradouro do Monte das Cruzes e, este, à perspectiva elevada e contrária da pista do aeroporto e da capital, agora do lado de lá, sobranceira ao oceano.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

A pista do aeroporto das Flores, que separa a capital Santa Cruz do resto da ilha.

Mudamos da principal via costeira para a ER2-2 que atravessa a ilha a meio. Avançamos pelo reduto mais elevado da Ilha das Flores, um domínio de quase só verde multiplicado entre cumes e prados ondulantes e velhas crateras afundadas por lagoas.

As Caldeiras, as Lagoas de uma Ilha Verdejante e Exuberante

São de tal forma abundantes estas crateras e lagoas que o segundo miradouro em que nos detemos não só foi baptizado em sua honra como as revela aos pares: a Caldeira Negra (ou Funda) e a Caldeira Comprida, lado a lado, vizinhas, mas díspares também no tom da água.

Lagoa Escura, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

A Lagoa Escura (e profunda) das Flores, vizinha da Lagoa Comprida.

A primeira é escura como breu. A outra, verde, como que tingida pela vegetação envolvente.

A norte destas, a Caldeira Branca e a Lagoa Seca fazem um par rival que enriquece a Reserva Florestal Natural do Morro Alto, no sopé da elevação homónima e, com os seus 914 metros de altitude, a suprema da ilha.

Aproveitamos a proximidade. Metemo-nos por uma estrada de terra e conquistamo-la aos solavancos, a pontos, ladeados por incríveis muros naturais amarelos e verdes de musgo e de líquenes ou por extensões surreais de bolas atufadas de vegetação.

Pequenas manadas de vacas e novilhos cor-de-avelã estranham a incursão e trepam ao cimo dos tufos arredondados de onde nos observam com suspeição.

Gado Morro Alto, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Vacas sobre uma elevação atufada nas imediações do Morro Alto, o ponto mais elevado das Flores

O cume do Morro Alto não tarda.

Desvenda-nos as várias lagoas porque tínhamos passado e um mar franzido de mato quase raso que se prolongava até ao oceânico em redor.

Descemos das alturas apontados à costa poente. Pouco depois de regressarmos ao alcatrão, atravessamos a Ribeira Grande.

Apercebemo-nos mais tarde, no mapa, que nasce nas terras altas, se divide, flui em direcções opostas e cruza a ilha de lado a lado.

Em qualquer ilha dos Açores, abundam os miradouros. Na Ilha das Flores, é igual.

É com grande proveito panorâmico que neles nos continuamos a deter.

Panorama, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Sinal de trânsito antigo indica mais um dos inúmeros miradouros da ilha das Flores.

Em seguida, o de Craveiro Lopes, cravado sobre as falésias viradas a ocidente. De lá,  vislumbramos o casario da Fajazinha a salpicar o vale profundo retalhado de minifúndios murados que acolheu a povoação.

Os Colonos chegados do Continente à Ilha das Flores. Pouco depois, os Flamengos.

A Fajazinha surge na costa oposta àquela em que, em 1480, se inaugurou o povoamento da ilha.

Foi seu responsável um flamengo. Willem van der Haegen negociou com Dª Maria Vilhena os direitos de capitão donatário originais de Diogo de Teive e que, entretanto, passaram dos Teives para Fernão Teles de Meneses.

Este – são coisas do destino – morreu em 1477, vítima de uma pedrada, durante uma briga numa rua de Alcácer do Sal.

O assentamento do flamengo durou dez anos. Vencido pelo isolamento, Der Haegen mudou-se para São Jorge. O povoamento só foi retomado em 1504, por iniciativa do rei Manuel I. Através do novo capitão-donatário João da Fonseca que promoveu a chegada de colonos da Terceira e da Madeira.

Seis anos depois, vários outros se instalaram, provindos de distintas regiões do norte de Portugal.

Fixaram-se em distintas zonas da costa da ilha, de acordo com o determinado pela sesmaria que lhes fora atribuída e assim incumbidos de cultivar trigo, cevada, milho, legumes, urzela e pastel.

Da Colonização à Intensa Emigração

Lajes das Flores e Santa Cruz das Flores receberam, dessa forma, as suas Cartas de Foral.

Mesmo dividida por bolsas semi-isoladas entre si, a povoação da ilha pegou finalmente de estaca, também devido ao estímulo do comércio com mercadores vindos do Faial, do Pico e da Terceira.

Descemos ao âmago da Fajazinha, uma das aldeias que prosperou até meio do século XIX. Por essa altura, quase chegou aos 900 habitantes mas, em 2011, já só tinha 76.

Fajãzinha, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Panorâmica do vale da costa ocidental das Flores em que se instalou a Fajãzinha

No entretanto, uma boa parte da população – sobretudo os homens mais jovens – embarcaram em navios baleeiros rumo às terras da América do Norte: Boston, New Bedford, Provincetown, Natucket.

Da Ilha das Flores, entre 1864 e 1920, partiram quase 10.000 pessoas. Apesar dos sermões dos padres que tentavam impingir mil e uma agruras da vida no destino final.

E das preocupação das autoridades em conter esta sangria populacional com patrulhas marítimas regulares de canhoneiras.

Fajãzinha-centro, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

O centro do povoado da Fajãzinha, um dos mais antigos e notórios da costa oeste das Flores.

Foram tanto florenses como açorianos de outras paragens que se mudavam para a Ilha das Flores em busca da sua oportunidade.

O tilintar das águias americanas (“moedas de ouro de 20 dólares) exibidas pelos retornados e a possibilidade de evitarem o serviço militar nas colónias africanas que nada lhes diziam, provaram-se sempre argumentos mais convincentes.

Uma Família Entregue aos Afazeres Rurais da Fajãzinha

Procuramos onde estacionar quando vemos um cesto carregado de espigas de milho mover-se abaixo. Segura-o uma única mão.

Metemos conversa com o rapaz que o carrega.

Mesmo sabendo de que, a seu ver, a cena não passava de um de tantos esforços agrícolas, gabamos-lhe a elegância rural.

Rui Custódio, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Rui Filipe Custódio, jovem florense, morador da Fajãzinha regressa a um milheiras para voltar a encher o cesto de espigas.

O moço reage com bem mais sensibilidade e acolhimento do que esperávamos. “Acham? Então cheguem ali acima. Já vão ver diferente. Está lá a minha família a colher o resto.” Seguimos a sugestão.

Damos com um milheiral já desfolhado. E com António de Freitas, Maria de Fátima e Rui Filipe, três gerações de florenses sorridentes, pachorrentos e bem consigo próprios.

Partilham a mesma tarefa agrícola e interrompem-na com prazer para nos aturar.

Conversamos sobre a beleza da Fajazinha e as peculiaridades da sua agricultura. Até que nos começa a custar atrasar-lhes mais a vida e nos despedimos.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

António de Freitas, Maria de Fátima e Rui Filipe colhem espigas de milho.

O Fluir há muito Caprichoso da Ribeira Grande

Atravessa a Fajazinha a tal Ribeira Grande fenomenal que antes tínhamos cruzado. Pois reza a história que, alimentada pelas chuvas que tantas vezes encharcam a ilha, esta mesma ribeira passa com frequência de Grande a torrencial, de benesse a ameaça e faz sérios estragos.

José António Camões, um padre que pregou a Cristandade na freguesia, narrou um seu capricho de 1794 com realismo: “Houve tal inundação e enchente que não só derrubou a dita ponte , mâs nem sequer ao menos della ficou o menor vestígio, sem rasto, saindo de seo leito natural a dicta ribeira que no desembocar no mar deixou um areal largo em maior distância de 300 braças com uma perda inextimavel dos pobres lavradores que possuiam terras a ella contíguas, que todas ao mar foram derregadas.

Como descreveu também o padre Camões, a determinada altura, a Ribeira Grande mergulha numa das mais impressionantes quedas d’água da ilha, com cerca de 200 metros.

Alagoínha: um Paisagem de Marca da Ilha

Logo ao lago, o caudal anexo da Ribeira do Ferreiro espraia-se pelo prolongamento da mesma falésia. Gera aquela que se tornou a imagem de marca da Ilha das Flores: as quedas d’água do Poço Ribeira do Ferreiro, mais conhecido como Alagoínha.

É a nossa próxima paragem.

Demoramos a achar o caminho curvo feito de grandes calhaus encaixados à sombra de uma floresta viçosa.

Quando o terminamos de percorrer, depressa damos com o paredão quase vertical forrado do verde da vegetação que se estende desde o alto à superfície da lagoa.

Vários véus de noiva deslizam, lado a lado, por esse verde abaixo até se integrarem no caudal do seu destino. Quando o vento amaina, a Alagoínha faz de espelho.

Duplica a cena acima e a beleza tão peculiar daquele lugar. Custa-nos deixá-lo.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Quedas d’água fluem paredes abaixo e renovam a água da Alagoinha.

Da Fajazinha, movemo-nos costa ocidental acima, rumo à Fajã Grande. Também ali se destaca uma enorme queda d’água. Continua a erodir o seu caminho pela majestosa Rocha da Fajã abaixo.

Até se estatelar noventa metros abaixo, no Poço do Bacalhau que, apesar do nome, se encontra repleto de enguias.

Também não é o nome que o faz mas a Fajã Grande tem bem mais habitantes que a Fajazinha, para cima de duzentos em 2011. O grosso da sua fama vem, no entanto, de outro atributo.

É a última das povoações ocidentais da Europa.

Ocaso, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Sol põe-se abaixo de uma camada de nuvens carregadas que escurece a Fajãzinha.

Ilhéu de Monchique: o Último Estertor do Velho Mundo

A oeste, sobra apenas o Ilhéu de Monchique, um rochedo vulcânico com trinta metros de altura. Ermo, inóspito e sombrio, é este o derradeiro solo europeu.

Durante séculos, foi usado pelas embarcações para acertarem as suas rotas e verificarem os instrumentos de navegação. Hoje, serve, acima de tudo, como referência do tal extremo geográfico.

Na noite que se seguiu choveu a sério. Chuva com que, por estranho que pareça, nenhuma outra ilha dos Açores nos havia ainda prendado.

Continuou, até, pela manhã adentro mas, assim que o sol se empinou, afugentou as nuvens choradeiras e abriu passagem à bonança.

Igreja da Lomba, Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Igreja de Nª Srª Rosário da Lomba.

Aproveitamos e aventuramo-nos pela estrada que ziguezagueava para sul.

Com passagem por Caveira, por Lomba, Fazenda das Lajes e Lajes das Flores, o assento do Governo Municipal e local de um porto de mar recém-alterado que veio alterar a ordem comercial das coisas, na ilha.

Encanta-nos a fachada insinuante da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Logo à frente, o miradouro do velho forte sobre o porto.

A fortaleza com que a povoação se tentou defender dos ataques de corsários ingleses que se sucederam ao que, em 1587, a deixou saqueada e parcialmente destruída.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Edifícios de antigos moinhos, à beira de um riacho pedregoso.

No dia anterior, tínhamos passado da Fajãzinha para a Fajã Grande. Tocava-nos agora uma curta viagem entre as Lajes e o Lajedo. E uma extensão ao pitoresco Mosteiro, a paróquia mais pequena da ilha com apenas 43 habitantes registados, em 2011.

A caminho, passamos pela Rocha dos Bordões, um fenómeno geológico curioso em que toda uma fachada de um penhasco solidificou com enormes estrias verticais na base.

De Volta a Santa Cruz das Flores

Dali, invertemos caminho apontados a Santa Cruz. Na capital, entretemo-nos a apreciar as várias igrejas. Prestamos atenção redobrada à Matriz da Conceição, uma das mais imponentes do arquipélago.

Procuramos ainda os fortes que a cidade foi erguendo com os anos, vítima da urgência de repelir os frequentes ataques.

Ilha das Flores, Confins dos Açores e de Portugal

Uma das várias igrejas de Santa Cruz das Flores, das mais imponentes dos Açores.

No tanto que caminhamos, nenhuma vista aproximada nos fascina tanto como a que tínhamos revelado no primeiro dia, a partir do monte das Cruzes. Lá nos apressámos a regressar.

Reapreciamos o cenário harmonioso dos confins dos agora apelidados de Havai portugueses e aguardámos que algum avião chegasse para aterrar.

O nosso partia dentro em pouco pelo que nos vimos obrigados a pôr cobro à descoberta da Ilha das Flores e a regressar à Terceira.

Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Ilha do Pico, Açores

A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Angra do Heroísmo, Terceira, Açores

Heroína do Mar, de Nobre Povo, Cidade Valente e Imortal

Angra do Heroísmo é bem mais que a capital histórica dos Açores, da ilha Terceira e, em duas ocasiões, de Portugal. A 1500km do continente, conquistou um protagonismo na nacionalidade e independência portuguesa de que poucas outras cidades se podem vangloriar.
Ponta Delgada, São Miguel, Açores

A Cidade da Grande Ilha dos Açores

Durante os séculos XIX e XX, Ponta Delgada tornou-se a cidade mais populosa e a capital económico-administrativa dos Açores. Lá encontramos a história e o modernismo do arquipélago de mãos-dadas.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
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Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
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Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

Este trecho do Circuito Annapurna só dista 1km mas, em menos de duas horas, leva dos 4450m aos 4850m e à entrada do grande desfiladeiro. Dormir no High Camp é uma prova de resistência ao Mal de Montanha que nem todos passam.
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Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
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Sombra de sucesso
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Rodeo Debaixo de Sombreros

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Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

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Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

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É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
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Maui: o Havai Divino que Sucumbiu ao Fogo

Maui é um antigo chefe e herói do imaginário religioso e tradicional havaiano. Na mitologia deste arquipélago, o semi-deus laça o sol, levanta o céu e leva a cabo uma série de outras proezas em favor dos humanos. A ilha sua homónima, que os nativos creem ter criado no Pacífico do Norte, é ela própria prodigiosa.
Quebra-Gelo Sampo, Kemi, Finlândia
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Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Natureza
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Duas gerações de pirogueiros do rio Sangha
Parques Naturais
Expedição Ducret 3º - Bomassa ao Sangha Lodge, Rep. Centro-Africana

A Jornada até à Rep. Centro-Africana

Cumpridas as incursões aos PN Lobéké e ao Wali Bai de Bon Coin, voltamos a navegar rio Sangha acima. O destino da viagem é o Sangha Lodge, base providencial para a exploração do PN Dzangha-Sangha e interacção com as comunidades de etnia Ba’Aka da região.
Playa Nogales, La Palma, Canárias
Património Mundial UNESCO
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Mini-snorkeling
Praias
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
cavaleiros do divino, fe no divino espirito santo, Pirenopolis, Brasil
Religião
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Sociedade
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Vida Selvagem
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.