Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem


A rua de Cora
Rua Dom Cândido, a via histórica de Goiás que conduz a casa em que viveu Cora Coralina.
Silhueta e poema
Morador de Goiás Velho repousa num banco em frente à casa-museu de Cora Coralina.
A Cozinha dos Doces
Os grandes tachos e panelas usados por Cora Coralina para a confecção de doces que a sustentou durante algum tempo em Goiás Velho.
Memórias de Goiás
Parede decorada da casa de Goiás Velho de Cora Coralina.
Capoeira Iluminada
Crianças praticam capoeira à luz de um dos lampiões antigos de Goiás Velho.
Cora e Jorge Amado
Fotografia de Cora Coralina visitada pelo escritor baiano Jorge Amado.
A Secretária de Cora
Cora Coralina aprendeu a dactilografar aos 70 anos.
Percurso nos Séculos
Rua colonial de Goiás Velho, com as casas que os mineiros foram construindo à medida que ganhavam dinheiro com mineração do ouro.
Notas da Vida
Manuscrito de Cora Coralina exibido na casa-museu de Goiás Velho.
Quarto de Cora
Quarto de Cora Coralina com vários dos seus vestidos e artefactos religiosos.
Imagem da juventude
Fotografia antiga de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.
Uma Caminhada de Fachada
Transeunte desde uma das várias rua de todas as cores que atravessam Goiás Velho.
Fotografia & Muleta
Uma fotografia de Cora Coralina já idosa, sentada na sua cadeira da casa de Goiás Velho.
Quimera do Ouro
Palmeiras buriti criam silhuetas contra o sol que se põe a oeste da velha Goiás.
Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro

Deixamos para trás um ensaio de dança regional goiana, em busca do lar-museu da escritora Cora Coralina.

Descemos o calçadão irregular em direcção à Praça do Rosário. Um varredor empoeirado, algo fantasmagórico, caminha com uma vassoura de palha ao ombro indeciso sobre onde mais varrer e acossado pela passagem demasiado frequente dos fuscas coloridos que parecem patrulhar a velha cidade colonial.

Damos com montras improvisadas em janelas do casario. Entramos num dos estabelecimentos para espreitar a mercadoria. A empregada rechonchuda abandona a moldura em que apreciava a acção na rua.

Dá-nos umas boas-vindas efusivas. Logo, guia-nos ao longo da profusão de fruta cristalizada, adocicada e em bagaço, entre empadões dourados e outras especialidades do cerrado circundante, confeccionadas com dedicação nos fogões decanos dela e de amigas dela.

Durante muitos anos, Aninha da Ponte da Lapa, assim era conhecida Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas – destacou-se do lote destas confeiteiras virtuosas.

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Os grandes tachos e panelas usados por Cora Coralina para a confecção de doces que a sustentou durante algum tempo em Goiás Velho.

Goiás Velho. O Lar Doce Lar de Cora Coralina

Aos 67 anos, viúva e com quatro filhos do casal, retornou à casa da sua família de solteira, uma das mais antigas de Goiás, assente na margem do rio Vermelho desde o século XVIII.

Voltou a suscitar intrigas e cochichos mas passou a ser apreciada pelas mentes mais abertas da cidade também pela excelência dos doces que confeccionava e vendia.

Damos com o seu domicílio verde-branco encantador no fim da rua Dom Cândido, na iminência da ponte de madeira que cruza o caudal abaixo. Examinamos a inscrição sobre uma placa de acrílico que cita a antiga moradora “… Gente que passa indiferente, olha de longe, na dobra das esquinas, as traves que despencam. Que vale para eles o sobrado? …

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Morador de Goiás Velho repousa num banco em frente à casa-museu de Cora Coralina.

Sentimos a observação bater ao lado mas, intrigados, entramos na agora casa-museu com o propósito de melhor conhecermos a sua eterna dona.

Passado o espaço da recepção, o interior parece ter-se mantido tal qual o deixou Ana da Ponte. Um retrato em postura de leitura surge colocado atrás de uma cadeira. A cadeira suporta uma muleta sugere inclusive a sua presença na sala simples, a tender para o espartano.

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Uma fotografia de Cora Coralina já idosa, sentada na sua cadeira da casa de Goiás Velho.

Na cozinha, enormes panelas de cobre dispostos de forma organizada comprovam o tempo dedicado por Ana da Ponte à culinária.

Já no quarto exíguo decorado apenas com vestidos leves e simples, uma máquina de escrever (Ana, aprendeu a dactilografar aos 70 anos) e vários manuscritos comprovam a sua paixão quase religiosa pela leitura, pela criação de prosa e poesia.

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Cora Coralina aprendeu a dactilografar aos 70 anos.

O Passado Pouco Académico mas Muito Literário de Cora Coralina

Apesar da sua curta escolaridade – frequentou apenas quatro anos, todos com a Mestra-escola Silvina Xavier de Brito – Ana Lins começou a escrever os primeiros textos com 14 anos.

Pouco depois assumiu o pseudónimo que manteve até ao fim da vida: Cora Coralina.

Publicava os seus escritos nos jornais e revistas da Villa Boa de Goyaz e de outras cidades deste estado e também do Rio de Janeiro. Em 1907, ela e três amigas dirigiam já “A Rosa” um jornal literário que contava regularmente com trabalhos seus.

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Manuscrito de Cora Coralina exibido na casa-museu de Goiás Velho.

Por essa altura, Ana Lins passou a frequentar as tertúlias do “Clube Literário Goiano” com sede num dos salões do sobrado de Dona Virgínia da Luz Vieira. O lugar haveria de lhe inspirar o poema “Velho Sobrado”.

Descendente de uma família com tradição, a jovem escritora empregava a sua expressão fácil e impulsiva para defender as classes desfavorecidas da sociedade em que crescera.

Tanto com a sua prosa como em poesia, defendeu o valor das lavadeiras, mulheres da rua entre outros.

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Fotografia antiga de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.

Em “Becos de Goiás” denuncia a atitude repressiva da polícia e dos homens da cidade face às prostitutas e chegou a acusar directamente responsáveis da cidade pelo abuso desmedido do seu poder.

Em “Coisas de Goiás” considera e promove Maria Grampinho a símbolo das mulheres classificadas entre as “pessoas de bem” como doidas.

Ana Lins – ou, podemos usar também o seu pseudónimo – Cora Coralina – preocupava-se e, de certa maneira, identificava-se com a marginalidade daquelas personagens.

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Fotografia de Cora Coralina visitada pelo escritor baiano Jorge Amado.

Cora Coralina: à Margem da Sua Família. À Margem da Sociedade de Goiás Velho

À frente do tempo em que vivia, sempre se sentiu mal-amada pela mãe e pelas irmãs. Não tardaria a ser ostracizada por parte da sociedade vilaboense e a a sentir na pele o desconforto da sua opressão.

Tudo se precipitou quando tinha 20 anos e se envolveu com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, um homem previamente casado, com filhos em São Paulo, o novo Chefe de Polícia de Goiás.

Após vários encontros nas tertúlias literárias e outros, mais íntimos, Ana Lins engravidou. A sua mãe tentou impedir o romance. Proibiu-a de se encontrar com Cantídio.

Inconformada como sempre, Ana Lins pediu a ajuda de Maria Grampinho que facilitou a fuga do casal para o estado de São Paulo.

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Parede decorada da casa de Goiás Velho de Cora Coralina.

Viveram nos municípios de Avaré; e Jabotical durante 45 anos. Nesse período, tiveram seis filhos. Dois deles morreram pouco depois do nascimento.

Pouco depois de se mudar para São Paulo o casal foi apanhado pela revolução paulista. Viu-se obrigado a passar algumas semanas fechado num hotel.

A determinação de participar nos destinos políticos estavam nos genes de Ana Lins.

Oito anos mais tarde, alistou-se como enfermeira, a forma mais honesta e prática que encontrou de participar na Revolução Constitucionalista de 1932, despoletada durante a primeira presidência de Getúlio Vargas.

A Difícil Viuvez de Cora Coralina e o Regresso à Goiás Velho

Dois anos depois, o seu marido Cantídio Vargas faleceu. Ana Lins teve que recorrer a uma série de iniciativas comerciais para sobreviver: vendeu livros de porta em porta, abriu uma pensão e uma casa de retalhos.

Como conta a neta Ana Maria Tahan “Já em Andradina, inaugurou a Casa Borboleta que vendia um pouco de tudo para mulheres. “ Por essa altura, subia em palanques para apelar ao foto na UDN (União Democrática Nacional), um movimento político com origem e alma académica.

Em 1956, com os filhos criados, decidiu regressar a Goiás, também porque precisava de recuperar a posse legal da casa da ponte, de que um sobrinho estaria prestes a apoderar-se por usucapião.

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Quarto de Cora Coralina com vários dos seus vestidos e artefactos religiosos.

Quando o conseguiu, Ana Lins habitou-a com a companhia de “Seu Vicente” um nordestino analfabeto mas dócil, dedicado e faz-tudo que, assim narra também a neta, “se embebedava até com guaraná”.

Foi só quando se aproximava dos noventa anos que o Brasil a descobriu como a escritora desafiadora dos preconceitos da vida do interior que encantou Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado.

No interior da casa da ponte encontramos a imagem do escritor baiano de visita a Cora Coralina. E a citação de uma das cartas que Drummond de Andrade lhe havia enviado: “(…) Admiro e amo você como alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro [Poemas dos Becos de Goiás e outras histórias mais] um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais (..).

Cora Coralina faleceu em 1985. Em pouco tempo, a autora e a sua casa tornaram-se fortes referências culturais goianas e brasileiras.

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Rua Dom Cândido, a via histórica de Goiás que conduz a casa em que viveu Cora Coralina.

Para a visitar, cruzam a ponte da Lapa incontáveis excursões de estudantes irrequietos e visitantes individuais.

Alguns viajam de tão longe como São Paulo, o Rio de Janeiro.

Ou, como nós, do outro lado do Atlântico.

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Crianças praticam capoeira à luz de um dos lampiões antigos de Goiás Velho.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
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Circuito Annapurna: 12º - Thorong Phedi a High Camp

O Prelúdio da Travessia Suprema

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A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
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Um Refúgio no Golfo de Bótnia

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Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
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Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
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A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
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O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
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À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

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Inusitados Trópicos Nipónicos

Ishigaki é uma das últimas ilhas da alpondra que se estende entre Honshu e Taiwan. Ishigakijima abriga algumas das mais incríveis praias e paisagens litorais destas partes do oceano Pacífico. Os cada vez mais japoneses que as visitam desfrutam-nas de uma forma pouco ou nada balnear.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
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Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
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Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
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Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
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Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Cilaos, ilha da Reunião, Casario Piton des Neiges
Património Mundial UNESCO
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Santa Marta, Tayrona, Simón Bolivar, Ecohabs do Parque Nacional Tayrona
Praias
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Religião
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Sociedade
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
PN Tortuguero, Costa Rica, barco público
Vida Selvagem
PN Tortuguero, Costa Rica

A Costa Rica e Alagada de Tortuguero

O Mar das Caraíbas e as bacias de diversos rios banham o nordeste da nação tica, uma das zonas mais chuvosas e rica em fauna e flora da América Central. Assim baptizado por as tartarugas verdes nidificarem nos seus areais negros, Tortuguero estende-se, daí para o interior, por 312 km2 de deslumbrante selva aquática.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.